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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA X°

VARA CRIMINAL DA COMARCA DE LONDRINA – REGIÃO


METROPOLITANA DE LONDRINA

KARINA ZANIN DA SILVA, brasileira, advogada, inscrit na OAB/Nº 32.245


, por intermédio do NPJ – Núcleo de Prática Jurídica da Faculdade Positivo,
conforme instrumento de mandato em anexo, que possui endereço comercial presente
no rodapé deste petitório, onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 310 e seguintes do Código de Processo Penal,
bem como na legislação correlata, impetrar

AÇÃO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

em favor de JOÃO DA SILVA, já qualificado nos autos do presente feito, pelos


motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:

I. DOS FATOS
Conforme narrado, João da Silva foi preso em
flagrante delito no dia 04 de dezembro de 2023, sob a acusação de homicídio praticado
contra Maria do Socorro em 01 de dezembro de 2023. O depoimento que fundamentou
a prisão foi prestado por Lúcio Pereira somente no dia 02 de dezembro de 2023, e desde
então, João foi perseguido até a efetivação de sua prisão.

Universidade Positivo – Faculdade Positivo Londrina


Rua Prefeito Faria Lima, 400 - Londrina-PR
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Cabe ressaltar que até o presente momento, o auto
de prisão em flagrante não foi remetido ao juízo competente, o que gera uma situação de
flagrante ilegalidade, configurando a necessidade de relaxamento da prisão.

II. DA ILEGALIDADE DA PRISÃO


O art. 310 do Código de Processo Penal é claro ao
dispor que, uma vez efetuada a prisão em flagrante, esta deverá ser comunicada
imediatamente à autoridade judiciária competente, sob pena de configurar
constrangimento ilegal.

No caso em tela, verifica-se que, até o momento, o auto de prisão em flagrante não foi
encaminhado ao juízo competente, transcorrendo prazo superior ao permitido pela
legislação, o que configura uma nítida ilegalidade.
O que acontece que nenhuma das hipóteses do art.
302, CPP foram preenchidas para a ocorrência da prisão em flagrante delito, quais
sejam:

Art. 302, CPP: Considera-se em flagrante delito quem:


I – está cometendo a infração legal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por
qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser ele autor da
infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos, ou
papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

Nenhuma das quatro hipóteses legais do art. 302, CPP


se encontram nesse caso, quais sejam, estar cometendo a infração penal, acabá-la de
cometê-la, ser perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer
pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração, ou ser encontrado, logo
após, com instrumentos armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da
infração.

Pede-se contudo o imediato relaxamento dessa prisão


ilegal, nos termos do art. 310, I, do Código de Processo Penal, uma vez que não houve
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prisão em flagrante delito, sendo direito do cidadão de ser preso quando não em
flagrante delito somente por decisão judicial fundamentada, nos termos do art. 5º, LXI,
da Constituição Federal.

Não sendo o presente caso de prisão preventiva e


muito menos de prisão em flagrante, por não preencher os requisitos legais, pede-se o
deferimento do pedido de conceder-lhe a sua liberdade, expedindo-se o competente
alvará de soltura.

III. DO PRAZO PARA REMESSA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE


O inciso II do art. 310 do Código de Processo Penal
estabelece que o auto de prisão em flagrante deverá ser remetido à autoridade judiciária
no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas, contado do momento da prisão.

No entanto, constata-se que, decorridos mais de 72


(setenta e duas) horas desde a prisão de João da Silva, o auto de prisão em flagrante
ainda não foi encaminhado ao juízo competente, o que viola o devido processo legal e o
direito à liberdade.

IV. DO RELAXAMENTO DA PRISÃO


Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência o
RELAXAMENTO DA PRISÃO DE JOÃO DA SILVA, ante a ilegalidade na não
remessa do auto de prisão em flagrante ao juízo competente.

Requer, ainda, a notificação da autoridade coatora,


para que preste informações no prazo legal, nos termos do art. 310, parágrafo único, do
Código de Processo Penal.

Termos em que,

pede deferimento.

Londrina, 05 de Dezembro de 2023.


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KARINA ZANIN DA SILVA EDUARDO VIEIRA

OAB/PR nº 32.245 ACADÊMICO DE DIREITO

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