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RESUMO: A TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

DISCIPLINA: PSICOLOGIA SOCIAL I

A teoria das representações sociais nasce primeiramente a partir do conceito de


representação coletiva desenvolvido por Durkheim, trazendo ressalvas acerca das explicações
essencialmente sociais. A mesma teoria também bebe da fonte da representação mental
desenvolvida por Piaget, embora se afaste das explicações essencialmente cognitivas. E por
fim, encontra nas ideias de Levy-Bruhl e Vygotsky, elementos que conectam os indivíduos
ou os grupos as suas culturas.
O principal elemento de estudo das representações sociais surge a partir do
desenvolvimento de uma nova vertente de pensamento instaurada por Moscovici, que se
diferenciava das duas correntes presentes na época, sendo uma, sustentada pelos marxistas,
que buscavam dar cabo ao senso comum e implementar o desenvolvimento de uma
consciência social. E outra corrente, nomeada por Moscovici como os “iluminados”, que
assumiram o papel de dissipar a ignorância e todo pensamento que não fosse cientifico.
Ambas as vertentes entendiam que o conhecimento cientifico não poderia ser popularizado,
pois acabaria por ser desvalorizado pela população, entendia-se que as pessoas leigas não
conseguiriam assimilar as informações como os cientistas.
Diante dos pressupostos dessas vertentes, Moscovici caminhou no sentido oposto,
considerando como cerne de seus estudos a transformação do conhecimento cientifico em
conhecimento popular ou comum. Desta forma, Moscovici deu inicio a uma nova vertente,
conhecida como senso comum. Que juntamente com a ideologia e ciência, estaria
estabelecendo uma consciência social, estabelecendo uma ponte entre consciência e cultura,
levando em consideração as práticas e costumes que existem na vida da população geral.

A partir deste pensamento o senso comum tornou-se objeto de estudo. E assumindo


este papel passou a ser melhor compreendido, deixando de ser entendido como folclore e
pensamento tradicional, para ser visto como moderno e que tem sua gênese na ciência,
assumindo formas singulares quando interpretado como parte da cultura. A não redução do
senso comum a ideologia, permitiu que este se tornasse um elemento que une a
sociedade/individuo a sua cultura, linguagem e tudo aquilo que é entendido como familiar.

Partindo deste pensamento acerca do senso comum e sua importância, Moscovici, dá


uma nova roupagem para o conceito de representações de Durkheim, trazendo elementos da
psicologia social, buscando fazer com que o conceito transite entre as esferas do individual e
do social. Moscovici buscou um conceito que permitisse mostrar que o conhecimento ou até
mesmo pensamento fazem parte desse todo que abrange a vida de todo e qualquer indivíduo,
que é o social.

Sendo assim, ao pensar em representações sociais, é necessário levar em conta três


aspectos fundamentais: a comunicação (as representações sociais podem ser entendidas como
moduladoras do pensamento e que fazem parte da regulação da dinâmica social),
(re)construção do real (a partir da dinâmica comunicação-representação que os indivíduos
conseguem reconstruir a realidade em que estão inseridos. As representações fazem o papel
de guias que conduzem os sujeitos a refletirem acerca de seus comportamentos dentro da
realidade) e por fim o domínio do mundo (Dimensão concreta, compostas por um conjunto de
conhecimentos sociais, que possibilitam que o sujeito se situe no mundo e consiga domina-lo
a partir do seu conhecimento).
Diante da matéria prima das representações sociais, é possível compreender que esta é
uma atividade que visa trazer familiaridade ao assunto que é desconhecido pelo indivíduo,
transformando o saber cientifico em um saber de senso comum. E para melhor compreender
como funciona essa apreensão de conhecimentos, é importante destrinchar o processo em
objetivação e ancoragem.
A objetivação traz para o concreto aquilo que é abstrato, fazendo com que o conceito
se torne uma imagem, para que seja melhor entendido pelo sujeito, retirando da informação a
roupagem cientifica e de difícil compreensão. Enquanto que a ancoragem visa trazer aquele
conhecimento para o cotidiano do sujeito, ou seja, assimilando o novo conhecimento aquilo
que o indivíduo já conhece para facilitar a apreensão do novo conhecimento ensinado.
Desta forma, o estudo das representações sociais possibilita que os indivíduos e os
grupos se situem em seu meio a partir de uma identidade social e pessoal. E é a partir desse
estudo que é possível investigar o que os sujeitos pensam sobre determinado objeto, porque
os mesmos pensam e até mesmo a maneira como pensam.

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