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Curta “O OLEIRO”: A vida e

sua constante pedagogia

Todos nós somos capazes de


aprender. Seja estudando uma
teoria ou por tentativa e erro,
sempre estamos aprendendo
algo. Os animais, por instinto,
aprendem a caçar, migrar e
defender-se, entretanto, os
Seres Humanos são os únicos
que aprendem através do uso da razão. Nós formulamos métodos e experimentos,
compreendemos Leis da Natureza e produzimos diversos objetos utilizando todo esse
conhecimento. Por outro lado, esse seria um processo longo e exaustivo sem a presença
de um professor, alguém com experiência e que nos auxilia a desenvolvermos nossa
capacidade intelectual e prática.
O curta “ O OLEIRO” é didático ao nos mostrar como é fundamental a presença de um
professor em nossa jornada. Todos nós tivemos contato com professores que nos
ensinaram suas artes. Por vezes nos questionamos a necessidade daqueles
ensinamentos, porém, cada um deles é aplicado em uma área da nossa sociedade,
mesmo que não seja a nossa. Além disso, um bom professor não nos ensina apenas
teorias e técnicas, mas nos ensina uma forma de ver a vida, nos dá um exemplo.
Se pensarmos um pouco, lembraremos de algum professor marcante. Muitas vezes ele se
destacava por colocar Vida naquilo que estava ensinando. O entusiasmo, a paixão, o brilho
no olhar, tudo naquela lição, enfim, refletia o amor que esse educador colocava em suas
aulas. E por que será que são esses que tanto nos marcam? Qual será, de fato, a
diferença dele para os demais?
Para responder a essa questão precisamos recorrer a um filósofo. Aristóteles, tutor de
Alexandre, O grande, dizia que existem três níveis de aprendizado: a experiência, a técnica
e a Sabedoria. Em síntese, podemos aprender por repetição, e esse é um grau; Também
podemos aprender pela técnica, ou seja, um método eficaz de fazer algo e esse seria um
grau mais elevado do que a experiência; Por último, e a mais profunda forma de
conhecimento, seria a Sabedoria. Nesse grau de saber você enxerga o sentido daquela
atividade, compreendendo assim seus processos e se relacionando verdadeiramente com
o que faz.
Pensando em nosso exemplo e aplicando as ideias de Aristóteles, encontraremos
diferentes níveis de professores: desde o que tem muita experiência e limita-se a isso, até
o que compreende perfeitamente o papel da sua profissão. Uma vez compreendida sua
função, a dedicação e a importância dada ao que se ensina é enorme. Não por acaso os
alunos comumente notam a diferença entre os educadores, porque nem todos, e isso em
qualquer profissão, compreendem o que lhe cabe fazer.
Levando para nossa vida, podemos atuar a partir desses três níveis em nossas profissões.
Por vezes nos falta experiência, mas aprendemos técnicas e títulos que nos diferenciam
dos demais. No próprio trabalho é comum aprendermos com pessoas mais experientes,
que dedicaram boa parte de suas vidas naquele ofício. De igual modo podemos ser um
profissional completamente comprometido com o sentido das nossas atividades.
Geralmente nos realizamos quando chegamos a esse nível de conhecimento. Fazendo
relação com o curta, é o sopro de vida que o mestre coloca em seus objetos de argila e os
torna “vivos”. Fazendo um paralelo com nossa vida, quando nos sentimos mais vivos e
ativos?

De maneira geral, quando colocamos energia em uma atividade que apreciamos. Pensem
em um hobby: costumamos gostar de fazer essa atividade, e quanto mais empenho
colocamos nessas ações mais “vivos” nos sentimos, assim como a própria atividade
parece mais atrativa quando observamos o quão entusiasmados estamos. Isso pode
ocorrer porque ao colocarmos mais energia, estarmos mais atentos e buscando sempre
melhorar, e assim, a nossa prática deixa de ser mecânica e automática e passa a ser
dinâmica. Nesse sentido, a cada repetição ou novo desafio aprendemos mais e
compreendemos melhor esse Mistério. Isso pode ocorrer em qualquer campo da nossa
vida, não apenas em tarefas que gostamos ou em nossas atividades profissionais.
O curta também traz outras lições importantes as quais podemos refletir. Uma delas está
na postura do aluno. No começo do seu aprendizado suas obras de arte não ficaram boas
e o aluno ia “acumulando” resultados negativos: seus potinhos ficavam tortos e sem
estética. Apesar de não conseguir nas primeiras vezes, ele não desistiu. Colocou, dia após
dia, os potinhos um ao lado do outro e foi enxergando sua evolução. Em qualquer atividade
as falhas irão ocorrer e o nosso progresso, em geral, se dá com passos lentos. O
importante nesse processo de aprendizagem, portanto, é a persistência e o
aperfeiçoamento.

Quantas vezes não desistimos de algo por não nos sentirmos capazes ou por “não
estarmos bons”? Desejamos acertar de primeira, desejamos que o sucesso em nossas
atividades chegue rapidamente, mas a Vida, em geral, não funciona assim. A natureza não
dá saltos e precisamos compreender que o tempo é necessário para nos tornarmos
melhores. Seja em nossas atividades, seja nas nossas relações conosco. Gostaríamos,
por exemplo, que nossos defeitos e debilidades fossem superados rapidamente, não é?
Ou que nossa relação com alguma pessoa mudasse do dia para a noite. Quem de nós não
gostaria que as coisas acontecessem dessa maneira? Porém, elas não são assim.
Por fim, lembremos que a vida precisa de tempo e ritmo para desenvolver-se e nós, que
fazemos parte dela, seguimos essa Lei da Natureza. Assim como o aluno do curta, o que
nos cabe é não desistirmos. Aperfeiçoar nossas habilidades, verificar nossos resultados e
buscar melhorar a cada dia. Com isso poderemos refinar a nós mesmos e, por fim,
poderemos soprar vida e energia em tudo que tocarmos. Esse é um ensinamento valioso e
que nos compete, diariamente, viver. Por isso recomendamos o curta “ O OLEIRO”.
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pedagogia/

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