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Índice

Introdução............................................................................................................................................4

A hermenêutica textual e a didáctica dos procedimentos exegéticos (trabalhos práticos


Antologia de textos)............................................................................................................................5

Texto 1. A aprendizagem – O adquirido e o aprendido (Olivier Reboul – “O que é aprender”)


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O adquirido e o aprendido..................................................................................................................5

O paradoxo da aprendizagem............................................................................................................7

Texto 2. O processo de ensino/aprendizagem (Marcel Postic – “A relação pedagógica”).........7

Acto educativo e relação educativa...................................................................................................8

Conclusão..........................................................................................................................................10

Referências bibliográficas................................................................................................................11
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Introdução

O presente trabalho tem como tema, A hermenêutica textual e a didáctica dos procedimentos
exegéticos (trabalhos práticos Antologia de textos) concretamente no texto 1 e 2 de
OLIVER REOUL e MARCEL POSTIC.

Dentro delas falou-se da aprendizagem em linhas gerais em que REBOUL (1982) “define a
aprendizagem como aquisição de um saber-fazer, quer dizer, de uma conduta útil ao
indivíduo ou a outras pessoas, que pode reproduzir à vontade se a situação o permiti”

Objectivos

Objectivo geral:

 Conhecer e compreender os textos 1 e 2 de Reboul e Postic

Objectivo específicos:

 Descrever o conceito de aprendizagem e o PEA de acordo os textos 1 e 2 de Reboul e


Postic
 Ilustrar a importância dos textos 1 e 2 de Reboul e Postic
 Mencionar algumas reflexões sobre os textos 1 e 2 de Reboul e Postic.

A metodologia empregue perante elaboração sintética deste trabalho, foi basicamente a


consulta bibliográfica e a consulta electrónica, num processo que tanto resultou no
confronto das mesmas de modo a obter a veracidade do essencial adquirido. Para além
disso o trabalho obedece a seguinte estrutura: Introdução, desenvolvimento e a
conclusão
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A hermenêutica textual e a didáctica dos procedimentos exegéticos (trabalhos práticos


Antologia de textos)

Texto 1. A aprendizagem – O adquirido e o aprendido (Olivier Reboul – “O que é


aprender”)

O adquirido e o aprendido

Neste contexto de REBOUL apresenta-nos uma definição do psicólogo LANDSHEERE


(1979) Ibid. (s/d: pag.37) que é a seguinte: “A aprendizagem é um processo de efeito mais
duradoiro pelo qual comportamentos novos são adquiridos ou seja comportamentos já
existente é modificado em interacção com o meio ou o ambiente‫״‬.

Tendo-se feito uma resenha histórica da aprendizagem, Reboul vem avivar a definição dada
pelos psicólogos. No seu imaginário salienta que a definição dada acima carece de um
elemento crucial para distinguirmos o aprendido do adquirido. Em suas palavras diz o
seguinte: ̋ Se o adquirido significa tudo oque não é inato, o que é aprendido é adquirido, mas
o inverso não é verdadeiro‫ (״‬REBOUL apud MARNOTO, s/d: pag.37).

Todavia, o autor enfatiza ainda que, a habituação pode modificar um comportamento de


forma durável, embotar os sentidos tornar insuportável a privação (do tabaco, etc.) sem que
se possa falar de aprendizagem. Da mesma maneira, a aquisição durável de um
comportamento novo, como o do gaguejar em consequência de um choque psíquico ou de ter
tontura depois de uma queda, não tem nada ver com aprendizagem.

Para definir está, não se pode dispensar a finalidade. A aprendizagem não é


aquisição de um comportamento qualquer mas sim de provocar
comportamentos úteis aos indivíduos ou outros. Digo ‫״‬a outros‫ ״‬porque o
que se aprende no exército ou numa fábrica não é necessariamente útil ao
próprio aprendiz digo ‫ ״‬poder ‫ ״‬porque o comportamento adquirido so se
revela util na medida em que o indivíduo o pode reproduzir a vontade numa
determinada situação. É por isso que uma mania, um habito retineiro ou
compulsivo não podem ser considerado como ‫״‬aprendidos‫״‬. Não se ‫״‬aprende
‫ ״‬a tornar-se um manga de alpaca ou um alcoolico, pelo contrario, dir-se-á
que um actor aprende a mimar certas rotinas ou certas paixões ( REBOUL
apud MARNOTO, s/d: pag.37).

Foi possível detectar faculdades de aprendizagem e de memorização entre os APLÍSIOS


(grandes moluscos marinhos), em pequenos conjuntos de neurónios (E. KANDEL, 1979).
Estas faculdades são consideravelmente acrescidas nos animais dotados de um cérebro, e
desenvolvem-se com o desenvolvimento cerebral.

Segundo MORIN (1996:pag.60) O aprender é não só adquirir ‫״‬Sovo ir Feire‫ ״‬mas também
saber fazer aquisição de saber, pode ser a aquisição de informação, pode ser a descoberta de
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qualidade ou propriedades inerente a coisas ou seres, [...].Como se adquire um saber - fazer,


fazendo» a aprendizagem distinguem-se da informação por implicar a actividade do sujeito e
por não ser possível se não através dela. Na actividade que se deve aprender. ‹‹ As coisas que
temos de aprender para as fazermos, é fazendo-as que as aprendemos». Diz Aristóteles na
(Ethique à Nicomaque, pag.1103). E é nisso que reside o paradoxo; temos de fazer o que não
sabemos fazer para aprender a fazê-lo. É trabalhando na forja que se vem a ser ferreiro, mas
como forjar se não se é ferreiro.

O desenvolvimento das competências inatas anda a par do desenvolvimento


das aptidões para adquirir, memorizar e tratar o conhecimento. MORIN,
(1996:61). É, pois, esse movimento espiral que nos permite compreender a
possibilidade de aprender. Aprender não apenas conhecer o que, de maneira
virtual, já era conhecido. Não é apenas transformar o desconhecido em
conhecimento. É a conjunção do reconhecido e da descoberta. Portanto, o
aprender comporta a união do conhecido e do desconhecido.

O autor sustenta mais de que a elucidação da natureza da aprendizagem está submetida a uma
alternativa mutilante entre um inatismo segundo o qual só se aprende o que já se é conhecida
(desconhecida a experiência somente a actualização de um saber virtual) e um aquisicionismo
segundo o qual só a experiência nos instrui.

Em ambas as concepções há o mesmo dogma primeiro, cujas duas consequências se opõem.


Quanto mais inato existe, menos possibilidade de adquirir existe (inatismo), quanto menos
inato, mais possibilidade de adquirir (aquisicionismo). MORIN, (1996:pag. 60).

O termo «aprendizagem» não designa em francês (nem em português) a


actividade de aprender em geral. Conservou, durante muito tempo um
significado restrito. Derivado da palavra «aprendiz», só designava «o facto
de aprender uma profissão manual ou técnica», em oposição ao estudo, quer
dizer, a aquisição de conhecimentos desinteressados constituindo uma
cultura liberal. Encontra-se num outro sentido, igualmente limitativo, já não
quanto ao objecto, mas quanto ao grau de aquisição: a aprendizagem, são «as
primeiras lições, os primeiros ensaios» (dicionário roebrt ctr MARNOTO)

G. De Landscheere (1979) define de forma seguinte a aprendizagem:

Processo, de efeito mais ou menos duradoiro, pelo qual comportamentos novos são
adquiridos, ou comportamentos já existentes são modificados em interacção com o meio ou o
ambiente.

A esta definição falta, um elemento essencial, oque permite justamente distinguir o


aprendido do adquirido. Se «adquirido» significa tudo o que não é inato, o que é aprendido
é adquirido; mas o inverso não é verdadeiro. A habituação por exemplo, pode modificar um
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comportamento de forma durável, embotar os sentidos, tornar insuportável a privação (tabaco


etc.) sem que se possa falar da aprendizagem. REBOUL (1982)

Como havia-se dito a prior Para definir esta, não se pode dispensar a
finalidade. A aprendizagem não é a aquisição de um comportamento
qualquer mas sim do poder de provocar comportamentos úteis ao indivíduo
ou a outros. «A outros» porque oque se aprende no exército ou numa fábrica
não é necessariamente útil ao próprio aprendiz REBOUL (1982).

REBOUL (1982) “define a aprendizagem como aquisição de um saber-fazer, quer dizer, de


uma conduta útil ao indivíduo ou a outras pessoas, que pode reproduzir à vontade se a
situação o permiti”

O paradoxo da aprendizagem

Outra ambiguidade provem de que a palavra «aprendizagem» abarca todas as actividades que
consistem em aprender, o autor acha, pelo contrario, que devemos limitar-nos aos
ensinamentos da língua e reduzir a aprendizagem aos casos em que o verbo «aprender» se
constrói com uma proposição infinitiva introduzida por: «J’apprends que vous savez dancer»
(« acabo de saber que sabe dançar») não é uma aprendizagem, mas uma aprendizagem
aprender a dançar. REBOUL (1982)

Agora, podemos admitir que existem níveis no próprio interior das aprendizagens, algumas
resultam de simples automatismos e outras de aptidões mais ou menos adaptáveis; outras,
ainda, de verdadeiras competências como a do jogador de xadrez. REBOUL (1982)

Texto 2. O processo de ensino/aprendizagem (Marcel Postic – “A relação pedagógica”)

Houve a tendência durante muito tempo, para considerar, ora o acto de aprendizagem, ora o
acto de ensino em vez de estudar a unidade de acção que elas supõem e de analisar o processo
de interacção que se estabelece entre os ambos.

Mesmo recentemente, teorizadores da aprendizagem, como SKINNER


(1968), concebem o ensino como a organização da aprendizagem, isto é,
uma acção simétrica. É possível definir aprendizagem como o arranjo das
contingências do reforço que provocam as modificações de comportamento.
SKINNER (1968).

“ As definições analíticas do acto de ensino como a de HOUGH e DUNCAM centram-se


também sobre a estratégia geral a pôr em prática para provocar mudanças de
comportamento e facilitar a aprendizagem”. HOUGH e DUNCAM (1970)

A procura da significação dos actos de ensinar e aprender obriga a voltar as finalidades


pedagógicas: todo comportamento operatório que se quer adquirir ou fazer adquirir, inscreve-
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se num comportamento social geral correspondente a uma certa concepção do homem na


sociedade. POSTIC (1977)

O lugar dos homens na estrutura social e económica a organização das


relações sociais, comandam a selecção e a hierarquização dos objectos.
Mesmo que se anunciem objectivos gerais que pareceriam poder congregar o
maior número de educadores, tais como a aquisição de herança cultural de
formação intelectual através da execução de métodos de trabalho de
pensamento e de acção. POSTIC (1977)

A preocupação de racionalizar a pedagogia é de ajustar melhor o acto de ensinar ao acto de


aprender, levou os docentes a interessarem-se pela definição de objectivos. B.S Bloom e R
Mager propuseram taxonomias que ajudaram a estabelecer racionalmente programas de
aprendizagem e a examinar simultaneamente as etapas de aprendizagem e as etapas de
ensino. BLOOM et all (1969).

Os teorizadores da aprendizagem tem tendência para orientar o estudo do acto de ensinar


apoiando nas condições de concepção e de utilização de máquinas de ensinar e desprezam as
influências interpessoais que se exercem na situação pedagógica e que tem como suporte a
matéria a aprender e como resultante a aprendizagem, POSTIC (1977).

“As teorias de aprendizagem arriscam-se com oferta, a dar a conhecer, o docente coo o
manipulador dos estímulos e dos reforços e o aluno como individuo que reage as
solicitações” POSTIC (1977)

Acto educativo e relação educativa

O acto educativo distingue-se do processo de influência, que se exerce em diversos lugares


sociais. POSTIC (1977). O acto educativo propõe-se uma construção de comportamento num
indivíduo, segundo um vector orientado. Supõe um conjunto coerente de acções,
empreendidas com vista a um fim e um sistema ordenado de meios; é a execução de
princípios, explícitos ou implícitos provenientes de uma teoria geral, POSTIC (1977).

Qualquer acção educativa é um acto de fé em valores e, por isso, suscita o desejo de


transformar o outrem. Mas os valores podem ser temporários, frágeis, discutíveis: ora, nas
suas consequências externas. O acto educativo impõe uma célula, coage, ainda que se queira
distinguir de adestramento e sua libertação. (Id. 1977).
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“Esta contradição arrasta, por vezes, no educador, o desejo de se libertar através da


manifestação pública da sua opinião através de uma ambivalência de papéis que se
manifesta e de permissivíssimo.” (Id. 1977)

Para ter influências sobre o educando, o acto educativo tem necessidade de encontrar uma
adesão, uma aceitação temporária de relação, mas para prolongar no tempo e atingir a sua
finalidade fundamental, deve provocar nele o entusiasmo da pesquisa autónoma e fazer
nascer um movimento crítico. (Id. 1977)

A relação educativa é um conjunto de relações sociais que se estabelecem entre o


educador e aqueles que educam para atingir objectivos educativos

No ensino a relação pedagógica estabelece-se por intermédio de trabalho escolar, definidos


por programas que contem objectivos explícitos, efectuando no respeito pelas modalidades
fixadas pelas instruções, num meio arquitectural específico, segundo o ritual da utilização do
tempo POSTIC (1977).

Os métodos pedagógicos, quando não são uma constelação de técnica e


põem em acção uma escolha filosófica, introduzem diferenças fundamentais,
as concepções da natureza humana levam o educador, seguir os caracteres do
postulado, a actuar pela acção intelectual e moral. POSTIC (1977).

Todos os elementos da situação educativa estão ligados e querem explicar a relação


educativa em abstracto sem a ligar aos outros componentes da situação, nomeadamente aos
objectivos e as tarefas, sem a colocar no seu contexto sociologico, sem considerar as
características da personalidade dos parceiros em presença, levaria a propor uma descrição
formal, sem chegar a uma explicação real de factos vividos. POSTIC (1977).

Conclusão

Chegado a este ponto o grupo chegou a seguinte conclusão, olhando no texto 1 de Reboul
fala-nos da aprendizagem e o paradoxo da aprendizagem, porem ele “define a aprendizagem
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como aquisição de um saber-fazer, quer dizer, de uma conduta útil ao indivíduo ou a outras
pessoas, que pode reproduzir à vontade se a situação o permiti”.

Indo no texto 2 aqui o autor fala-nos da relação educativa. A relação educativa é um


conjunto de relações sociais que se estabelecem entre o educador e aqueles que educam para
atingir objectivos educativos e o acto educativo que distingue-se do processo de influência,
que se exerce em diversos lugares sociais.
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Referências bibliográficas

B.F SKINER, la revolution Scientifique de l’enseignement, Bruxelles, 1968.

BLOOM, B.S. et all. Taxonomia dês objectifes pedagogiques, Montereal, ed, nouvelle 1969.

J.B HOUGH et DUNCAM, teaching description and analisys. Addison-Wesley 1970.

MARNOTO, Isabel. Didáctica da Filosofia.1. S/L. ed. Lisboa. 1990.

MORIN Edgar, Metodo 3. Conhecimento do Conhecimento. Lda. edição 2.1996.Publicações


Europeia-America,

POSTIC, M. observation et formation des enseignantes, Paris, P.U.F. 1977.

REBOUL, O. O que é aprender? Coimbra, Almedina 1982.

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