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EM CHOCOLATES E COMPOUNDS
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FATBLOOM EM CHOCOLATES E COMPOUNDS
FAT BLOOM
EM CHOCOLATES E COMPOUNDS
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- SOBRE O AUTOR
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FAT BLOOM
O QUE É E COMO REDUZIR O
RISCO DE OCORRÊNCIA EM
CHOCOLATES E COMPOUNDS
ÍNDICE
8 1 | INTRODUÇÃO
9 2 | O QUE É FAT BLOOM
11 3 | PRINCIPAIS CAUSAS DE FAT BLOOM
11 3.1 Mistura de gorduras incompatíveis
15 3.2 Têmpera deficiente
17 3.3 Formulações
19 3.4 Temperaturas de dosagem
19 3.5 Temperaturas de túneis e geladeiras
21 3.6 Temperaturas da sala de embalagem
22 3.7 Temperaturas de corredores, elevadores,
esteiras, acessos e docas
22 3.8 Temperaturas de armazenagem
23 3.9 Temperaturas de transporte
24 3.10 Temperaturas nas lojas
24 3.11 Estoques de contraprovas
25 3.12 Atritos, mãos
25 3.13 Produtos recheados e com inclusões
25 3.14 Produtos cobertos
26 3.15 Tamanhos das partículas
1 | INTRODUÇÃO
Neste capítulo focaremos em explicar exatamente o que é o fat bloom,
uma das maiores causas de reclamações dos clientes. Apesar de não
causar nenhum problema de saúde, ele é muito confundido com bo-
lores e mofos, causando má impressão e recusa no consumo do pro-
duto que o apresenta, principalmente pelo receio de que as manchas
brancas na superfície do produto possam provocar algum tipo de
problema de saúde. Dependendo do nível de fat bloom ocorre altera-
ção no sabor. Os Clientes B2B1 e transformadores2 com experiência
em chocolates3 e compounds4 para produzir produtos finais, compre-
endem que, após derreter e recristalizar, corretamente em condições
adequadas, o problema não voltará a acontecer, a menos que haja
variação térmica que derreta os cristais formados na recristalização.
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Business-to-business, B2B, é a denominação do comércio estabelecido entre empresas que
adquirem produtos para processá-los com fins comerciais.
2
Transformadores, aqui referidos, são pessoas físicas que transformam e vendem compounds
e chocolates para os consumidores finais.
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Chocolates - de acordo com a legislação brasileira precisam apresentar no mínimo de 25%
de sólidos de cacau.
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Compounds - também denominado de “cobertura, chocolate fracionado ou hidrogenado”.
São produtos que têm características sensoriais similares às do chocolate, mas não são clas-
sificados de acordo a legislação brasileira como chocolate, por apresentarem menos que 25%
de sólidos totais de cacau. Por utilizarem gorduras vegetais substitutas à manteiga de cacau,
apresentam custo menor e facilidades de manuseio.
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2 | O QUE É FAT BLOOM
Figura 1:
Gotas de chocolate
com fat bloom
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O fat bloom é algo intrínseco e complexo em chocolates e compounds,
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3 | PRINCIPAIS CAUSAS DE FAT BLOOM
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Curvas de sólidos - curva de derretimento de uma gordura: expressa a porcentagem de
sólidos em determinada temperatura.
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Manteiga de cacau - é a gordura das amêndoas do cacau.
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Não necessitam têmpera7.
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Manteiga de Cacau
Por ser natural, sofre variações em sua curva de sólidos de acordo com
cada safra ou, ainda, com suas variedades. Tem sabor característico: a
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Têmpera - processo para induzir os cristais da manteiga de cacau a cristalizarem de forma
estável.
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do Brasil, é mais macia que a da África, que, por sua vez, é mais macia
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Origens: shea8, illipe 9, palma10, sal11 e manga12.
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Shea - é uma nut da Butyrospermum parkii encontrada da Costa do Marfim até a Nigéria.
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Illipe - é uma nut da Shorea species encontrada no Sudeste da África
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Palma - parte externa ao caroço do coco da palma, a polpa. A Malásia e Indonésia respon-
dem por 85% da produção mundial
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Sal - obtido do fruto da Shorea Robusta (árvore do sal), Índia.
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Manga - gordura obtida da extração do caroço da manga.
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As gorduras não devem ficar paradas nos tanques por muito tempo
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PIG - sistema de limpeza, uma espécie de bala de poliuretano que é empurrada por ar
dentro da tubulação.
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As temperaturas de trabalho podem variar de equipamento para equi-
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redução do volume. A superfície lisa, a partir dessa alteração, tor-
3.3 – Formulações
O leite em pó integral tem 24 a 28% de gordura de vaca, o que confere
excelente sabor, mas geralmente deixa o chocolate mais macio, perden-
do sua resistência ao calor, por isso é difícil trabalharmos com quan-
tidade alta em países de climas quentes. O uso de um percentual alto
demanda um alto controle de temperatura em toda a cadeia.
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BV - forma mais estável da manteiga de cacau, acontece na temperadeira, quando baixa-
mos para a temperatura de têmpera (cristalização).
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BVI - acontece lentamente, em geral durante a estocagem.
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Por outro lado, a gordura do leite incorporada com a manteiga de ca-
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Yield stress - uma das medidas de fluidez; é a energia necessária para que a massa líquida
inicie o movimento.
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Devemos sempre estar atentos às temperaturas durante as fases
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quenos, se encaixam perfeitamente uns nos outros, são compactos, e,
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por não haver espaços entre eles, a luz bate e é refletida, proporcio-
nando o brilho, parâmetro fundamental para avaliar a qualidade de
cristalização de um produto na saída do túnel/geladeira. Isso significa
que temos a correta formação de cristais. Quando não temos a crista-
lização certa, os cristais são grandes, heterogêneos, têm espaços entre
si, a luz penetra e não temos brilho. A falta de brilho significa que algo
está errado na cristalização do produto.
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Sugar bloom - é a recristalização do açúcar na superfície de chocolates e compounds. Será
alvo de discussão em outro e-book.
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De maneira geral, o excesso ou falta de temperatura é ruim. Precisa-
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Por isso, é importante ter uma temperatura baixa na sala de embala-
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Depois da quarentena podemos manter os produtos, sem recheios com
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Apenas caminhões baú com isolamento térmico não resolvem, pois
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Contraprova - amostra de lote de produção que deve ficar retida pelo período de validade
do produto.
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3.12 – Atritos, mãos
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“Ana Maria” é marca registrada da Bimbo do Brasil.
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“Chocotone” é marca registrada da Bauducco.
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de fat bloom. As temperaturas de dosagem do chocolate e compound
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Você quer fazer um recheio macio e cremoso, mas ainda quer uma ex-
celente estabilidade de armazenamento do seu produto recheado? Adi-
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cionar CBE ao chocolate aumenta significativamente a estabilidade ao
Butter Oil
A recomendação é utilizar 4% para ter uma proteção muito boa a fat
bloom, porém em climas quentes esse percentual causará problemas
de resistência ao calor.
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LIÇÕES APRENDIDAS
COM O E-BOOK
SOBRE O FAT BLOOM
TEMPERAR
• Temperatura da massa antes de iniciar a tempera: superior a 48 ºC.
Ver Tabela 1 com diferentes temperaturas de tempera para cada tipo
de produto.
BRILHO E SNAP
São as duas principais características para sabermos que um produto
está bem cristalizado na saída de túneis ou geladeiras:
• Compounds com gorduras láuricas – alto brilho e alto snap.
• Compounds com gorduras não láuricas – menor brilho e menor snap,
são mais macios.
• Chocolates – alto brilho e alto snap.
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REFERÊNCIAS
BECKET, S. T. Industrial Chocolate Manufacture and Use. 4ª ed. York:
Stephen T. Becket, 2009.
MINIFIE, B. W. Chocolat, Cocoa, and Confectionery. 3ª ed. Nova Iork:
Van Nostrand Reinhold, 1989.
GARTI, N. E WIDLAK, N. W. Cocoa Butter and Related Compounds.
Estados Unidos: AOCS Press, 2012.
LUCCAS, V. E VISOTTO, F. Z. Processo Industrial de Fabricação de
Chocolate. Campinas: Ital, 2019.
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