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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA


FACULDADE DE MEDICINA

EIXO HABILIDADES MÉDICAS E PROFISSIONALISMO II


Turma XI

Docente: Leandro Oliveira

Sistema Nervoso Autônomo


O sistema nervoso autônomo é constituído por dois sistemas que se
contrabalanceiam harmonicamente a fim de manter a homeostase corporal
– o sistema simpático e o parassimpático cuja estimulação produz os efeitos
listados no Quadro.
1. Sistema Nervoso Autônomo Simpático

2. Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático


EFEITO SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO

Pupilas Midríase Miose

Cardíaco Taquicardia Bradicardia

Vascular Aumento da PA Redução da PA

Glândulas Exócrinas Aumento da Aumento da salivação


transpiração Aumento do
Lacrimejamento
Endócrino Liberação de Liberação de
adrenalina acetilcolina

Gastrointestinal Redução de motilidade Aumento da motilidade

Urinário Inibição da micção Inicia a micção


Exame das Funções Autonômicas
1. A anamnese pode mostrar os seguintes sintomas de insuficiência
autônoma:
● Hipotensão Ortostática: tontura, sensação de pré-síncope,
síncope, palpitações, tremor, fraqueza, fala arrastada.

● Anormalidades da sudorese: ressecamento anormal da pele.

● Disfunção do trato gastrointestinal: constipação intestinal,


saciedade precoce, anorexia, diarreia, emagrecimento.

● Disfunção do trato genitourinário: disfunção erétil, insuficiência


ejaculatória, ejaculação retrógrada, retenção urinária, urgência urinária,
infecções urinárias recorrentes e incontinência urinária ou fecal.
2. Exame das pupilas

● Inspeção estática: avalia-se forma (eucoria ou discoria) e


diâmetro (midríase ou miose);

● Inspeção dinâmica: avalia-se reflexo fotomotor e reflexo da


acomodação.
A síndrome de Horner é um exemplo de neuropatia do sistema nervoso
autônomo. Ela afeta um lado da face e provoca ptose palpebral, miose e
diminuição do suor.

3. Exame da pulsação/frequência cardíaca e da pressão arterial


TESTE Normal Reflexo
Pulso em repouso 60-100 bpm Taquicardia:
anormalidade
parassimpática
Resposta da FC à FR Maior que 15 bpm Variação ausente:
forçada de 10 anormalidade
incursões respiratórias parassimpática
Resposta da FC ao Aumento maior que Ausência de resposta:
ficar de pé (primeiros 11 bpm anormalidade
15 batimentos) parassimpática
Resposta da PA ao Queda menor que Queda maior:
ficar de pé 30/15 mmHg anormalidade
simpática
Resposta da FC à A. Durante: A. Durante: FC
manobra de Valsalva aumento da FC estável -
anormalidade
B. Após: redução simpática
da FC B. Após:FC
estável –
anormalidade
parassimpática

Exame autonômico do pulso, da frequência cardíaca e da pressão


arterial: o quadro apresenta a resposta adaptativa esperada da frequência
cardíaca e pressão arterial a situações de estresse autonômico.
4. Exame da pele

● Ressecamento anormal da pele: provocado pela diminuição da


função sudomotora;

● Outros sinais cutâneos de desregulação autônoma: alterações da


temperatura ou cor da pele, manchas, alopecia, hipertricose, espessamento
ou fragilidade das unhas, ausência de piloereção, diminuição do
enrugamento das mãos na água e atrofia cutânea.

5. Exame da função vesical e intestinal

● A avaliação é feita pela pesquisa dos reflexos anocutâneo e


bulbocavernoso;

● Observa-se se há presença de distúrbios no trato geniturinário.

SINAIS DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA


1. Avaliação: irritação meníngea cervical

● Rigidez nucal
Técnica:
1) Paciente em decúbito dorsal
com membros estendidos
2) Uma das mãos do examinador
na região occipital do paciente.
3) Flexão suave passiva da
cabeça
Positivo Negativo

Rigidez Movimento amplo

Dificuldade Facilidade

Limitação Nuca livre


● Teste de brudzinski Técnica:
1) Paciente em decúbito dorsal com
membros estendidos
2) Uma das mãos do examinador na
região occipital do paciente e a outra sobre o
tórax.
3) Flexão passiva do pescoço.

Positivo Negativo

Dor cervical Ausência de dor

Flexão de quadris e joelhos Ausência de flexão dos quadris e


(posição antálgica) joelhos

2. Avaliação: irritação meníngea e radiculopatia lombo-sacra

● Teste de kernig Técnica:


1) Paciente em Decúbito
dorsal com membros estendidos
2) uma perna em flexão
90゜de quadril e joelho
3) extensão passiva do
joelho

Positivo

Dor ao longo do nervo Ciático associado à:


I. Resistência bilateral – irritação meníngea

II. Resistência unilateral – radiculopatia


● Teste de lasègue Técnica:
1) Paciente em Decúbito
dorsal com pernas estendidas
2) Elevação de ambas as
pernas em extensão

Positivo

Dor lombar e flexão do pescoço com pernas elevadas entre 30° e 60゜

3. Exames complementares:
Uma punção lombar, associada a um exame do (líquido cerebrospinal)
LCS, é a melhor maneira de determinar a etiologia da meningite. Embora
exames de LCS sejam fundamentais para identificar a causa da meningite,
uma Tomografia computadorizada (TC) ou uma ressonância magnética (RM)
cerebral é feita preferencialmente antes da punção lombar. O exame de
escolha entre as duas modalidades está baseado na facilidade e rapidez de
sua execução, pois embora a ressonância magnética ofereça melhor
resolução do que a TC, esses exames nem sempre estão disponíveis. A
importância dos exames por imagem é ajudar a excluir aumento da pressão
intracraniana, causada pelo comprometimento da drenagem do LCR ou uma
lesão ocupando espaço. Achados neurológicos focais ou a presença de
papiledema requerem a execução de um exame de imagem.
LEITURA COMPLEMENTAR - AS MENINGES
Mark. F Bear – Neurociências – Cap 7
O SNC, a parte do sistema nervoso alojada no interior do crânio e da coluna
vertebral, não está em contato direto com o osso suprajacente. Ele é protegido por
três membranas, chamadas coletivamente de meninges (do grego para
“cobertura”). As três membranas são a dura-máter, a membrana aracnóide e a
piamáter.
O revestimento mais externo é a dura-máter, do latim “mãe dura”, uma descrição
apurada de sua consistência semelhante ao couro. A dura-máter forma um saco
consistente e não extensível que rodeia o encéfalo e a medula espinhal. Logo abaixo
da dura-máter localiza-se a membrana aracnóide (do grego para“aranha”). Esta
camada meníngea possui aparência e consistência de teia de aranha. Ainda que
normalmente não haja espaço entre a dura e a aracnóide, se os vasos sanguíneos
que passam através da dura-máter são
rompidos, o sangue pode ficar retido e formar
um hematoma subdural.
A pia-máter, do latim para “mãe
piedosa”, e uma membrana fina que adere
intimamente à superfície do encéfalo. Ao
longo da pia-máter correm os vasos
sanguíneos que finalmente penetram no SNC
subjacente. A pia é separada da aracnóide
por um espaço cheio de líquido. Este espaço
subaracnóideo é preenchido por um líquido
claro salgado, denominado líquido
cerebrospinal (LCS). Assim, de certa forma, o
cérebro flutua dentro da cabeça nesta fina
camada de LCS.

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