Você está na página 1de 49

Curso Técnico Superior Profissional

Maneio de Equinos, Equitação Terapêutica e de Lazer

Contextos da
Deficiência VIII
Fisioterapeuta Patrícia Silva
24 de Novembro 2023

1
Precauções e Contra-
indicações
Precauções
Precauções
Osteoporose leve sem histórico de fratura

Doenças articulares
Avaliar o grau de deformidade articular

Hipercifose e Hiperlordose
Avaliar o grau de curvatura e possíveis sintomas adicionais
Subluxação da anca

Ande (2012)
Precauções
Epilepsia controlada
Em crise retirar do cavalo e avaliar a atividade motora, o tónus muscular e a consciência.

Distrofia muscular
Evitar fadiga excessiva, mantendo um nível de atividade funcional para trabalhar
resistência e competências

Amputação
Na presença de dor e instabilidade, considerar a necessidade de realizar a sessão com ou
sem prótese;
Hipertensão arterial
Controlo por medicamento e monitorizar a pressão, a frequência cardíaca e a frequência
respiratória antes, durante e após a sessão.
Precauções
Hidrocefalia

Patologia neurológica caraterizada pela


acumulação excessiva de líquido
cefalorraquidiano dentro dos espaços
cerebrais, mais especificamente ao nível
dos ventrículos cerebrais.

Esta acumulação culmina numa tensão


excessiva sobre o tecido cerebral,
causando danos potencialmente graves.
Válvula - redireciona o excesso de
líquido do ventrículo do cérebro
para outra parte do corpo.

Ter em atenção o funcionamento


da válvula e o peso adicional do
capacete.
Precauções
Obesidade

Quadros infeciosos e inflamatórios

Alergias
Estar atento a sinais de dificuldade respiratória ou outras queixas compatíveis
com alergia.

Gastrostomia, Colostomia e Traqueostomia


Não posicionar em decúbito ventral; ter em atenção as horas das refeições.
Contra-indicações
Contra-indicações
Próteses internas/Gessos
Degeneração da articulação da bacia/anca;
Instabilidade atlanto-axial;
Osteoporose severa;
Osteogénese Imperfeita; Fraturas patológicas
Luxação da anca;
Escoliose superior a 30 graus;
Hérnia discal/Espondilolistese/Artrodese;
Espinha bífida;
Doenças reumatológicas em fase aguda (Espondilite Anquilosante, Artrite Reumatóide, Artrite
Idiopática Juvenil);
Contra-indicações
Doenças degenerativas em estados avançados;
Úlceras de pressão na região pélvica ou nos membros inferiores;
Epífises de crescimento em estágio evolutivo
Epilepsia não controlada;
Aneurisma;
Hemofilia;
Cardiopatias agudas;
Hipertensão arterial descontrolada;
Esquizofrenia/Psicose instável ou não medicada;
Fobia ao cavalo.
Osteoporose
Diminuição progressiva da massa óssea;
os ossos tornam-se mais frágeis e propensos a fraturas.
Fraturas frequentes:
- Vértebras
- Colo do fémur
- Antebraço

O risco de osteoporose depende, em parte, de fatores genéticos;


sendo mais comum entre as mulheres, após os 65 anos.
Osteoporose
O primeiro sinal ou sintoma pode ser uma fratura que ocorre
no decurso de um traumatismo mínimo ou na ausência do
mesmo.
Subluxação da Anca
A subluxação ocorre quando as
superfícies articulares são
parcialmente separadas, mas ainda
fica alguma parte de cada superfície
em contacto.

PRECAUÇÃO! Ter em atenção a


posição de montar - alinhamento
do fémur e da pélvis.
Luxação da Anca
Consiste na deslocação dos segmentos
ósseos que compõem a articulação da
anca, sendo normalmente
acompanhada por lesões nos
ligamentos e na cápsula articular.
Luxação da Anca
A relação entre a parte superior do
osso da perna (cabeça do fémur) e a
superfície do osso da bacia que o
recebe (acetábulo do osso ilíaco)
está alterada.
Escoliose
Alteração no alinhamento
da coluna vertebral, com
possível desvio
tridimensional –
flexão/extensão; rotação e
inclinação.
Mais comum é o desvio ou
desvios laterais da coluna
(postura em S ou C).
O grau de escoliose
(ângulo de Cobb) é
medido traçando-se uma
linha entre a vértebra
escoliótica mais baixa e a
mais alta da curva e
medindo a angulação
entre elas.
Escoliose
Classificação
Escoliose funcional ou postural: a coluna é estruturalmente normal,
mas tem postura curvada por causa de outra disfunção - dismetria,
encurtamentos musculares, espasticidade...
A curva é geralmente ligeira e muda ou desaparece quando a pessoa
se inclina para os lados ou para a frente.

Escoliose estrutural: a curvatura é fixa e não desaparece quando a


pessoa muda de posição.
Escoliose
Tipos de Escoliose
- Escoliose Congénita: presente no nascimento e é causada por uma
malformação da coluna vertebral. 1% de todos os casos.
- Escoliose Neuromuscular: causada por uma condição neurológica ou muscular
que leva a um desequilíbrio nos músculos que suportam a coluna vertebral.
- Escoliose Idiopática: desenvolve-se tipicamente na infância ou na adolescência
e não tem causa conhecida; cerca de 80% de todos os casos.
- Escoliose Degenerativa: desenvolve-se na vida adulta, geralmente causada pelo
desgaste da coluna vertebral.
Montar com
escoliose com
ângulos
superiores a 30
graus.
Hérnia discal
A hérnia discal ocorre
quando o núcleo pulposo
e gelatinoso que constitui
a parte central do disco
intervertebral, prolapsa
através da rotura do anel
fibroso circundante e
comprime as estruturas
vizinhas.
Hérnia Discal
Sintomas
•Parestesia
•Alterações da sensibilidade
•Fraqueza muscular
•Disfunção neurológica severa - perda de equilíbrio, coordenação
motora, ou fraqueza muscular generalizada.
Artrodese
Fusão óssea de qualquer articulação do corpo,
destituindo-a de mobilidade

É indicada em pacientes que não melhoram com o tratamento


conservador, nos seguintes casos:
•Espondilolistese;
•Instabilidade lombar;
•Escoliose do adulto;
•Artrose ou degeneração facetária;
•História de cirurgia prévia em coluna lombar;
•Estenose de canal vertebral;
•Fratura vertebral de origem traumática, neoplásica, osteoporótica,
infecciosa e/ou reumatológica.
Espondilolistese
Ocorre quando uma das
vértebras da coluna desliza da
sua posição normal, geralmente
deslocando-se para frente
sobre a vértebra que se
encontra imediatamente
abaixo.
É mais comum na região
lombar.
Espinha Bífida
Anomalia congénita do sistema
nervoso que se desenvolve nos
dois primeiros meses de
gestação.
Representa o defeito na
formação do tubo neural que se
caracteriza pela ausência da
fusão (não encerramento) dos
arcos posterior de uma ou mais
vértebras in útero.
Espinha Bífida
Existem quatro tipos de espinha bífida:
Oculta: a mais comum e ligeira; parte exterior
de algumas vértebras não estão
completamente fechadas
Defeitos fechados do tubo neural: de
gravidade intermédia.
Meningocelo: de gravidade intermédia;
a meninge é pressionada nas lacunas entre as
vértebras
Mielomeningocelo: é o tipo mais grave, em
que a medula está exposta, ocorrendo paralisia
parcial ou completa da zona do corpo situada
abaixo da abertura da medula. Associa-se,
ainda, a incontinência urinária e fecal.
Espondilite Anquilosante
É uma doença reumática crónica, de
natureza inflamatória dolorosa e
progressiva.
Afeta predominantemente o esqueleto
axial (as articulações entre as vértebras)
e as sacro-ilíacas.
Manifesta-se essencialmente por dores
nas costas e rigidez da coluna. Pode
afetar também articulações periféricas e
ter envolvimento sistémico extra-
articular (órgãos internos).
Espondilite Anquilosante
Sintomas
Rigidez: dificuldade na mobilização da coluna vertebral, mais intensa de manhã
Dorsalgia e Lombalgia inflamatória: dores na coluna, mais intensas durante a noite
Ciatalgia: dores ao nível das nádegas (dores glúteas) e por vezes na face posterior das coxas, podendo
alternar entre o lado direito e esquerdo (dores basculantes).
Talalgias: dores na região do calcanhar causadas pela inflamação do tendão de Aquiles e da fáscia
plantar.
Tendinites: inflamação dos tendões, que origina inchaço e dor no tendão de Aquiles e no tendão
rotuliano.
Artrite periférica: inflamação das articulações, que atinge predominantemente os membros
inferiores (anca, joelho e tornozelo).
Olho vermelho doloroso: inflamação do olho a diversos níveis - irite, iridociclite ou uveíte anterior
não granulomatosa.
Artrite Reumatóide
Doença crónica, inflamatória, auto-imune que se caracteriza pela inflamação das
articulações e que pode conduzir à destruição do tecido articular e periarticular.
Existe também uma ampla variedade de alterações extra-articulares.

A ocorrência global é 2-4 vezes maior em


mulheres do que em homens.

Em Portugal estima-se que afete 0,8 a 1,5%


da população.
Artrite Reumatóide
A presença de artrite (inflamação nas articulações) é uma característica fundamental da
doença.

A inflamação articular causa alterações características:


•edema
•dor das articulações
•rubor e calor
•rigidez
•sensação de restrição dos movimentos (especialmente no início da manhã ou depois de
períodos de repouso)
Artrite Reumatóide
Ter cuidado com a prevenção de:
- fraturas patológicas,
- fadiga,
- dor.

Evitar climas ou ambientes muito húmidos e/ou extremamente frios.

Montar está contra-indicado nos períodos agudos e em


crianças muito novas
Artrite Idiopática Juvenil
Designação que engloba um grupo de doenças que têm em comum:
1- inflamação/inchaço das articulações (artrite)
2- causa desconhecida (idiopática)
3- surgem na infância ou adolescência (juvenil).
Artrite Idiopática Juvenil
Sintomas articulares
•dor
•edema
•movimentos limitados
•rigidez matinal

•Sintomas não articulares:


•inflamação do olho (pode ficar vermelho, mas na maior parte das vezes há apenas redução
progressiva da capacidade visual, sem outros sintomas)
•Febre
•manchas avermelhadas no corpo ou placas vermelhas e descamativas na pele e/ou couro
cabeludo
•aumento dos gânglios linfáticos
•perda de apetite
•redução da velocidade de crescimento.
Epilepsia
A epilepsia é uma doença com origem no cérebro
e que se caracteriza pela ocorrência de crises
epiléticas recorrentes.

As crises devem-se a uma descarga anormal dos


neurónios e ocorrem de forma súbita e
imprevisível.

As crises são habitualmente de curta duração (de


segundos a poucos minutos) e a sua frequência
varia de pessoa para pessoa.
Epilepsia
Não há doença epilética:
– Se os sintomas, apesar de se assemelharem a
crises epiléticas, não tiverem origem cerebral;

– Se apenas houver história de uma única crise


epilética não provocada, durante a vida;

– Se as crises epiléticas que a pessoa apresenta


de forma repetida, são sempre provocadas por
uma causa conhecida (ex.: convulsões febris).
Epilepsia - Tipos
Epilepsia idiopática generalizada – é comum existir um historial de epilepsia na família. O
primeiro ataque epilético ocorre normalmente entre os primeiros anos de vida e a adolescência.
É geralmente causada por um defeito ou alteração subtil no cérebro que pode estar presente
desde o nascimento.
Epilepsia idiopática parcial - ocorre na infância, mas manifesta-se geralmente através de
ataques noturnos de intensidade leve (na maioria dos casos, apenas os músculos faciais) e
tende a desaparecer com o início da puberdade.
Epilepsia sintomática generalizada - deve-se principalmente a danos cerebrais profundos. Pode
ser causada por um traumatismo durante o nascimento, outras perturbações neurológicas ou
ainda infeções cerebrais como meningite ou encefalite.
Epilepsia sintomática parcial - o tipo de epilepsia mais comum nos adultos. Tem origem num
defeito no cérebro que tanto pode ser congénito como resultado de um acidente vascular
cerebral, tumor, trauma ou da presença de um quisto ou infeção.
Epilepsia fotossensível - normalmente desencadeada pela exposição a luzes brilhantes ou
flashes, como, por exemplo, os presentes em ecrãs de televisão ou de computador.
Epilepsia - Crises
1) Crises Focais: estas crises começam e afetam apenas uma parte do cérebro
que é normalmente designada por “foco epilético”. A dimensão do foco é
variável e o que acontece durante uma crise está diretamente relacionada com a
sua localização e o que essa área cerebral habitualmente faz.
a)Sem alteração da consciência: a pessoa consegue perceber o que está a
acontecer durante a crise e consegue lembrar-se do que aconteceu depois da
crise terminar.
b) Com alteração da consciência: nestas crises há alienação do meio
circundante, muitas vezes acompanhadas de movimentos automáticos
despropositados (vestir ou despir, caminhar, mastigar, engolir, etc.). Quando a
crise termina, a pessoa não tem memória para o que aconteceu e pode até nem
perceber que teve uma crise.
Epilepsia - Crises
2) Crises Generalizadas: todo o córtex cerebral está envolvido e
ocorre de forma súbita, sem qualquer aviso. A pessoa perde a
consciência e no final não tem memória do que aconteceu.
Epilepsia - Crises
Não Motoras
Ausências: crises breves, em que há paragem da atividade, com alheamento do
ambiente circundante, quase impercetíveis. A pessoa não se recorda do que aconteceu.
Crises Motoras
Crises tónicas: crises súbitas e curtas em que todos os músculos ficam rígidos e que
podem causar queda, normalmente para trás.
Crises atónicas: crises súbitas e rápidas em que todos os músculos ficam relaxados e
que podem causar queda, normalmente para a frente.
Crises mioclónicas: são crises muito rápidas, tipo “esticões” dos músculos. Por vezes
acontecem várias seguidas.
Crises tónico-clónicas generalizadas (convulsões): a pessoa perde a consciência, cai e
apresenta tremores (movimentos tónico-clónicos) generalizados. Não se recorda do que
aconteceu.
Crise convulsiva – como atuar?
Se testemunhar uma crise convulsiva generalizada, com queda e abalos musculares generalizados:
1. Permaneça calmo e vá controlando a duração da crise, olhando periodicamente para o relógio
2. Coloque uma toalha ou um casaco dobrado debaixo da cabeça da pessoa
3. Quando os abalos (convulsões) pararem coloque a pessoa na posição lateral de segurança
4. Permaneça com a pessoa até que recupere os sentidos e respire normalmente
5. Se a crise dura mais do que 5 minutos, chame uma ambulância

NÃO introduza qualquer objecto na boca nem tente puxar a língua (a teoria de que as pessoas
podem “enrolar a língua” e asfixiar não tem fundamento)
NÃO tentar forçar a pessoa a ficar quieta
NÃO lhe dê de beber
Epilepsia
Se presenciar uma crise mais “ligeira”, sem queda nem movimentos convulsivos (por exemplo, em
que ocorra apenas um período de confusão e comportamentos invulgares):
1. Proteger o doente de um eventual perigo durante uma crise
2. Dar o devido apoio até à recuperação completa da consciência

Quando chamar o 112?


1. sempre que tiver dúvidas sobre o melhor procedimento
2. se for a primeira crise da pessoa (i.e., sem epilepsia prévia)
3. se a crise for mais prolongada do que o habitual (geralmente as crises não ultrapassam os 2-3
minutos de duração) ou se observar crises repetidas, sem recuperação dos sentidos no intervalo
4. crise com ferimentos sérios
5. dificuldade em retomar respiração normal no final da crise
Epilepsia - Tratamento
Baseia-se no controlo de crises epiléticas.

•Fármacos antiepiléticos
A escolha da medicação mais adequada depende de diferentes fatores: tipos de
crises, a idade e o sexo da pessoa, outros problemas de saúde que possam existir.
•Cirurgia
•Estimulador vagal (VNS)
•Dieta cetogénica
•Estimulador cerebral profundo (DBS).
Hemofilia
Doença crónica e uma deficiência
orgânica congénita no processo da
coagulação do sangue.
Caracteriza-se pela ausência ou
acentuada carência de um dos
fatores da coagulação. Por este
motivo, a coagulação é mais
demorada ou inexistente,
provocando hemorragias
frequentes, especialmente a nível
articular e muscular.
Hemofilia
Transmissão genética, ligada ao cromossoma X, aparece quase
exclusivamente nos indivíduos do sexo masculino.

Hemofilia A - deficiência de factor VIII


Hemofilia B - deficiência de factor IX

Ambos os tipos de hemofilia partilham os mesmos sintomas e padrão


hereditário.
A gravidade da doença está relacionada com o grau de deficiência do fator
da coagulação em causa, no sangue.
Curso Técnico Superior Profissional
Maneio de Equinos, Equitação Terapêutica e de Lazer

Fisioterapeuta Patrícia Silva


24 de Novembro 2023

49

Você também pode gostar