UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO

WANDERLEY
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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DA GESTANTE
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1. OBJETIVO(S)

Padronizar as etapas de avaliação nutricional para as pacientes gestantes internadas

na Unidade Materno Infantil do HULW/UFPB/EBSERH.

2. MATERIAL

 Balança antropométrica digital com estadiômetro;

 Fita métrica inextensível;
 Formulário de avaliação nutricional da gestante (Anexo 1);
 Prontuário da paciente;
 Caderneta da gestante;
 Curva de Atalah (1997) para classificação do Índice de Massa Corporal (IMC)
para a idade gestacional.

3. DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS

 Preencher os dados de identificação e história clínica da gestante com o

auxílio do prontuário da paciente e do formulário de avaliação nutricional;
 Realizar anamnese alimentar da paciente a fim de verificar a aceitação da
dieta oferecida, o apetite, alergias e intolerâncias alimentares, e também a presença de problemas
gastrointestinais, como azia, refluxo, gases, náuseas, vômitos, diarreia, constipação ou outros;
 Verificar, por meio da inspeção e palpação, os sinais clínicos de perda de
gordura subcutânea, perda muscular, e presença de edema. Logo em seguida, assinalar a
intensidade desses sinais em leve, moderado ou grave, quando presentes;
 Identificar os sinais clínicos de carências nutricionais na região dos cabelos,
unhas, face, pele, olhos, lábios, língua e gengiva;
 Calcular o Índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional dividindo o peso
pré-gestacional pela altura elevada ao quadrado. Para isto, é necessária a informação da altura e do
peso anteriores à gestação, registrados na caderneta da gestante, ou aqueles informados pela
paciente. O peso pré-gestacional poderá ser o valor registrado durante o primeiro trimestre de
gestação;
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 Verificar o valor calculado do IMC pré-gestacional da gestante de acordo com

os pontes de cortes recomendados pelo Ministério da Saúde para classificação do estado nutricional
da paciente (BRASIL, 2011). Para classificar o estado nutricional pré-gestacional de adolescentes, é
necessário encontrar o percentil correspondente ao IMC por idade para então, em seguida, verificar
os pontos de cortes;
 Aferir o peso e altura atual da gestante com o auxílio de estadiômetro e
balança antropométrica digital. Quando a paciente apresentar edema, utilizar o peso seco, ou seja,
deve-se subtrair o peso referente ao edema do peso atual, de acordo com o local edemaciado e o
seu grau. O edema poderá mascarar o peso em até 12kg (KAMIMURA; SAMPAIO, CUPPARI, 2009);
 Calcular o Índice de Massa Corporal (IMC), dividindo o peso atual ou peso
seco, pela altura elevada ao quadrado e em seguida, classificar o estado nutricional da gestante, de
acordo com a idade gestacional através da Curva de Atalah (1997);
 Verificar o quanto de peso a gestante já ganhou e quanto falta ganhar até o
final da gestação. Dessa forma, deve-se subtrair o peso atual pelo peso pré-gestacional. O valor
encontrado deverá ser analisado conforme o estado nutricional prévio e a idade gestacional, de
acordo com a recomendação adotada pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). O ganho ponderal
para gestantes com gravidez gemelar, trigemelar ou quadrigemelar devem seguir recomendações
específicas (IOM, 2009; LUKE et al., 2003);
 Aferir a circunferência do braço (CB), de modo que o braço a ser avaliado deve
estar flexionado, inicialmente, formando um ângulo de 90º. Nesse momento, marcar o ponto médio
entre o acrônimo e olécrano. Em seguida, solicitar que o paciente estenda o braço ao lado do corpo,
com a palma da mão voltada para a coxa. Assim, deve-se medir a circunferência, no ponto médio
que foi marcado anteriormente, com uma fita métrica flexível e inelástica (FRISANCHO, 2008);
 Classificar o estado nutricional da gestante, de acordo com a CB, levando em
consideração os pontos de cortes em relação a faixa etária da mulher (FRISANCHO, 2008);
 Em relação ao feto, deve-se estimar o peso fetal obtido em exame de
ultrassonografia, de acordo com a idade gestacional, utilizando para isso, a referência de um estudo
multicêntrico proposto pela Organização Mundial de Saúde (KISERUD et al, 2017);
 Classificar os fetos em Pequeno para a Idade Gestacional (PIG), quando o seu
peso for inferior ao percentil 10 e Grande para a Idade Gestacional (GIG), quando o percentil for
maior que 90. Os valores intermediários desses percentis classificam o peso do feto em Adequado
para a Idade Gestacional (AIG);
 Verificar o valor do Índice de Líquido Amniótico (ILA) registrado na avaliação
de ultrassonografia. Nesse exame, divide-se a área uterina em quatro quadrantes, para assim,
identificar o maior bolsão de cada uma dessas regiões, de acordo com o seu diâmetro, medido em
cm. O somatório desses valores, define o valor do ILA;
• Classificar o ILA, em oligodrâmnio, quando possuir valor até 5 cm, normal ou
polidrâmnio, quando o resultado for maior que 25cm (GARRIDO et al., 2018);
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• Apresentar o diagnóstico nutricional da paciente, levando em consideração a

avaliação nutricional realizada. Nesse momento, deverão ser identificados os problemas
nutricionais no indivíduo para assim, serem tratados pela dietoterapia;
• Apresentar o diagnóstico nutricional da paciente, conforme ASBRAN (2014);
• Registrar a prescrição dietética no prontuário da paciente, incluindo as características
da dieta com o valor energético total, a consistência, o fracionamento, os macro e micronutrientes
de relevância clínica para a paciente, além de outros dados complementares que o nutricionista
considerar necessários;
• Registrar a evolução nutricional da paciente no seu prontuário, abrangendo qualquer
alteração da ingestão alimentar e do trato digestório, o exame físico, a antropometria, a capacidade
funcional e a avaliação bioquímica;
• Acompanhar e registrar os dados das avaliações nutricionais periódicas de cada
paciente por meio de formulário individualizado de acompanhamento nutricional;
• Carimbar, assinar, datar e inserir no prontuário da paciente.

4. REFERÊNCIAS

ATALAH SAMUR, E. et al. Propuesta de um nuevo estándar de Evaluación nutricional em

embarazadas. Rev. Med. Chile, [S. l.], v. 125, n. 12, p. 1429-1436, 1997.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma
Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN. Brasília: Ministério da Saúde,
2011.
EBSERH, Hospital Universitário Lauro Wanderley. NO.SGQVS.001- Elaboração e Aprovação de
Documentos. v.1, 03/01/2020. João Pessoa, 2020. 5p.
EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES. NO.SGQVS.001- Elaboração e controle de
documentos institucionais. v.2, 30/07/2019. Brasília, 2019. 30p.
FRISANCHO, A. R. Anthropometric Standards: an Interactive Nutritional Reference of Body Size and
Body Composition for Children and Adults. University Michigan, 2008.
GARRIDO, A.G. et al. Avaliação ecográfica do líquido amniótico: técnicas e valores de referência.
São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), 2018.
INSTITUTE OF MEDICINE (IOM). National Academy of Sciences. Weight gain during pregnancy:
Reexamining the guidelines. 2009.
KAMIMURA, M. A.; SAMPAIO, L. R.; CUPPARI, L. Avaliação nutricional na prática clínica. In:
CUPPARI, L. et al. Nutrição: nas doenças crônicas nãotransmissíveis. Barueri, SP: Manole, 2009.
KISERUD, T. et al. The World Health Organization Fetal Growth Charts: A Multinational Longitudinal
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Study of Ultrasound Biometric Measurements and Estimated Fetal Weight. PLOS Medicine, v. 14,
n.1, e1002220, 2017.
LUKE, B. et al. Specialized prenatal care and maternal and Infant outcomes in twin pregnancy. Am
J. Obstet Gynecol., v. 189, n. 4, p. 934-8, 2003.

5. HISTÓRICO DE REVISÃO

VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO

01 05/01/2021 Elaboração do POP de avaliação nutricional de gestantes

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Anexo 1 – Instrumento de avaliação nutricional para gestantes, HULW/UFPB/EBSERH.

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Anexo 2 – Instrumento de avaliação nutricional para gestantes, HULW/UFPB/EBSERH.

(continuação).