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1.

Introdução

 Diferença entre potência e capacidade aeróbias

 VO2máx ou VO2pico  variáveis representativas do


limite superior de energia transferida por processos
aeróbios

 VLAn Intensidade de esforço que pode ser mantida


por períodos prolongados de tempo (45 min a 1 h)
 A potência e capacidade aeróbias são relevantes nos
esportes:

1) Ajudariam os atletas a manterem uma intensidade elevada


durante toda atividade superior a 2 minutos;

2) Contribuiriam para que eles retardem o aparecimento de


concentrações elevadas de metabólitos associados à fadiga
(H+ e fosfato inorgânico);

3) Ajudariam na maior recuperação entre os esforços


O funcionamento do sistema oxidativo:

1) Depende do consumo de oxigênio

2) O sistema cardiovascular é um dos


principais contribuintes dessa relação
Contribuição dos Sistemas
Visão Clássica
Visão atualizada

Gastin (2001)
McArdle et al., (2003)
Contribuição dos Sistemas

Gastin (2001)
200 m
400 m
 análise da freqüência cardíaca 

220-idade
“O que utilizar?”
 Medida direta!
 Equação preditiva mais adequada
 Gênero
 Faixa etária
 Nível de treinamento

A “mais aceitável” é a fórmula de In-Bar (1994):


FCmax= 205,8 – 0,685 x (idade)
Ela tem um erro de ±6,4 bpm

Robergs, Landwehr, 2002


Potência Aeróbia
Valores de potência aeróbia de judocas adultos masculinos
Características dos Potência aeróbia
Autor n -1 -1
Procedimento
atletas (ml·kg ·min )
Masculinos
Vidalin et al., (1988) Franceses 8 53,8±5,2 ERG MMII
Ebine et al., (1991) Japoneses de elite 13 45,9±4,8 Esteira
Little (1991) Canadenses 17 53,75±5,57 Esteira
Franchini et al,. (1996) Nível paulista 4 42,76±5,71 ERG MMSS
Sterkowicz et al,. (1999) Poloneses 15 50,1±6,48 Esteira
Brasileiros medalhistas em
Franchini (2001) 6 63,7±9,4
camp. nac. e intern.
Franchini (2001) Sel. Bras. Universitária 5 53,7±5,5
Franchini et al,. (2007) Seleção Brasileira A 7 48,3±8,1 Teste de Cooper
Franchini et al,. (2007) Seleção Brasileira B 15 49,6±5.5 Teste de Cooper
Callister et al,. (1990) Estadunidenses de elite 8 53,2±1,4
Thomas et al,. (1989) Seleção canadense’87 22 59,2±5,18
Sertic et al., (2006) Croatas de elite 6 58,7±2,6
Valores de potência aeróbia de judocas adultas femininas
Características dos Potência aeróbia
Autor n -1 -1
Procedimento
atletas (ml·kg ·min )
Femininos
Vidalin et al., (1988) Francesas 7 44±14,7 ERG MMII
Little (1991) Canadenses 8 43,72±3,51 Esteira
Callister et al., (1991) Estadunidenses de elite 9 52±1,4
Franchini (2001) Seleção Bras. Winnipeg 57,6±8,5
Sertic et al., (2006) Croatas de elite 8 47,7±5,3
Ebine et al., (1991) Japonesas de elite 16 42,1±4,4 Esteira
WRESTLING
Yoon, J. Physiological Profiles of Elite Senior Wrestlers. Sports Med 2002; 32 (4): 225-233.
Mensurações específicas
Nunan, D. DEVELOPMENT OF A SPORTS SPECIFIC AEROBIC CAPACITY TEST FOR KARATE –
A PILOT STUDY. Journal of Sports Science and Medicine (2006) CSSI, 47-53.
Mensurações específicas
ISBN 978-1-84626-161-9
Proceedings of 2008 International Congress
Nanjing, P. R. China, August. 5-7, 2008

Energy expenditure in different judo throwing techniques


Emerson Franchini et al.
Considerações iniciais
Exercício contínuo ou intervalado

Como escolher: nível inicial de condicionamento


físico; no caso de atletas, considerar duração da prova

Incrementos na carga: média de 2-3% por semana

Contudo, é importante considerar objetivos


individuais e momento da periodização

Denadai e Greco (2005)


Variáveis de interesse

Frequência cardíaca = Basal, Repouso, Máxima


[LAC] = Limiar de lactato (2 [1,5-3] mM)
Limiar anaeróbio (3,5 / 4 mM)
iVO2max = vVO2max, pVO2max, rVO2max
Tempo Limite = vVO2max ou int. supramáxima
Δ50 = Valor entre a velocidade no LL e vVO2max
(Máximo desvio)
Classificação da Intensidade de Exercício
Baseado em 20 a 60 min de Atividade Aeróbia
Comparando Três Métodos
Intensidade Relativa (%)

. Percepção
VO2max ou Subjetiva Classificação
FCmax FCmax reserva Esforço da intensidade

< 35% < 30% <9 Muito leve


35-59% 30-49% 10-11 Leve
60-79% 50-74% 12-13 Moderado
80-89% 75-84% 14-16 Pesado
 90%  85% > 16 Muito pesado
Adaptado de Pollock & Wilmore (1990).
Considerações básicas e critérios para a elaboração
do treinamento aeróbio

Duas pessoas se exercitando em


um mesmo percentual do VO2máx
podem estar em velocidades
diferentes em relação ao limiar
anaeróbio ([LAC])
.
FC, VO2 e aumento da taxa de trabalho

Wilmore & Costill (2001)


Lactato e FC em resposta a exercício a
75% do VO2máx

Denadai (1999)
PRESCRIÇÃO
Indivíduos sedentários e ativos

Exercício contínuo (gerando gasto de 2000

kcal/semana) pode determinar aumento no VO2máx


de 5-10% nas primeiras semanas de treino

Frequência: 3 vezes por semana

ACSM (1998)
Indivíduos sedentários e ativos

Duração: mínimo de 20 min


Intensidade mínima: 50% do VO2máx (60% FCmáx)
Praticar mais do que uma atividade pode
auxiliar na aderência ao programa

ACSM (1998)
Sedentários e iniciantes
resumo Treino contínuo
Componentes Quantidade
Intensidade 50-70% VO2máx
65-80% FCmáx
Duração 30-60 min
Frequência 3-5 sessões/sem
Volume semanal 90-300 min
Tipo de exercício corrida, ciclismo, natação

ACSM (1998)
Indivíduos sedentários e ativos
Após as primeiras semanas ou em indivíduos sem
excesso de peso e/ou risco cardiovascular, exercícios
mais intensos são necessários para aumentar o
VO2máx

Intensidade: 70-80% do VO2máx (entre o LL e o LAn)

Intercalar esses dias mais intensos com dias leves


(exemplo: 1-2 sessões acima de 70% do VO2máx por 20-
30 min e 2-3 sessões entre 60-70% do VO2máx por 30-60
min durante a semana)
Denadai e Greco (2005)
Sedentários e iniciantes:
resumo Treino intervalado submáximo
Componentes Quantidade
Intensidade 70-80% VO2máx
80-90% FCmáx, 90-100% LAn

Duração das repetições 1-5 min


Recuperação entre os tiros 30s-2min
Recuperação entre as séries 1-2 min
Relação esforço:pausa 1:1, 2:1, 3:1, 4:1
Tipo de pausa Ativa 50% do VO2máx (65% FCmáx)

Número de repetições 6-20


Duração total da sessão 30-50 min
Frequência 1-3 sessões por semana
Volume semanal 30-120 min
Tipo de exercício corrida, ciclismo, natação
Denadai e Greco (2005)
Indivíduos sedentários e ativos

 Para pessoas ativas por mais de 6-8 meses, treinos


submáximos (contínuos ou intervalados) não
resultarão em melhoria do VO2máx

 Portanto, é importante incluir 1-2 sessões semanais de


alta intensidade

Denadai e Greco (2005)


Indivíduos treinados
Pessoas com mais de 8 meses de treinamento
sistemático

Diminuição da treinabilidade da potência


aeróbia

Necessidade de 6-8 sessões semanais

Denadai e Greco (2005)


Indivíduos treinados

1-2 sessões de treinamento intervalado


submáximo, porém acima do Lan

1 sessão na intensidade correspondente


ao VO2máx

O restante abaixo do LAn


Denadai e Greco (2005)
Indivíduos treinados
 Atenção para o aparecimento de lesões
 Atenção para o aspecto motivacional
 Os treinos mais intensos devem ser posicionados
em dias em que o indivíduo esteja recuperado

Denadai e Greco (2005)


Pessoas Treinadas – resumo
Treino contínuo
Componentes Quantidade
Intensidade 70-80% VO2máx
80-90% FCmáx
Duração 30-60 min
Frequência 3-5 sessões/semana
Volume semanal 90-300 min
Tipo de exercício específico para a modalidade praticada

Denadai e Greco (2005)


Treinados: resumo
Treino intervalado submáximo
Componentes Quantidade
Intensidade 80-90% VO2máx
90-95% FCmáx
95-105% LAn
Duração das repetições 1-5 min
Recuperação entre os tiros 30s-2min
Recuperação entre as séries 1-2 min
Relação esforço:pausa 2:1, 3:1, 4:1
Tipo de pausa Ativa a 50-60% do VO2máx (100% LL)
Número de repetições 6-20
Duração total da sessão 20-40 min
Frequência 1-2 sessões por semana
Volume semanal 30-80 min
Tipo de exercício específico à atividade praticada

Denadai e Greco (2005)


Treinados: resumo
Treino intervalado máximo e supramáximo
Componentes Quantidade
Intensidade 100-130% VO2máx
100-120% IVO2máx
Duração das repetições 30s-5 min, 50-60% Tlim
Recuperação entre os tiros 30s-3min
60% Tlim
Recuperação entre as séries 1-2 min
Relação esforço:pausa 1:1, 2:1
Tipo de pausa Ativa a 50-60% do VO2máx, 50-60% IVO2máx
Número de repetições 6-20
Duração total da sessão 15-20 min
Frequência 1-2 sessões por semana
Volume semanal 15-40 min
Tipo de exercício específico à atividade praticada
Denadai e Greco (2005)
Indivíduos treinados

Intensidades máximas ou supramáximas devem


ser trabalhadas com relações esforço:pausa de
2:1 ou 1:1

Intensidades submáximas podem ser


trabalhadas com relações 3:1, 4:1 ou 5:1

Denadai e Greco (2005)


Indivíduos treinados
A pausa deve ser ativa quando o volume não for
muito grande (até 20 min) e a intensidade for
elevada (95-130% VO2máx)
Isso permite que o VO2 não reduza muito na
recuperação e facilita o atingimento e sustentação do
VO2máx por mais tempo
Para volume maior (30-40 min) e intensidade mais
baixa (85-90% VO2máx) a pausa pode ser passiva

Denadai e Greco (2005)


Atletas altamente treinados

 Raramente apresentam aumento no VO2máx, mesmo


com o treinamento intervalado de alta intensidade

 Porém, ocorrem melhorias em variáveis como a


IVO2máx, o Tlim e a economia de movimento,
resultando em aumento do desempenho.

Denadai e Greco (2005)


Atletas altamente treinados

O desempenho de atletas com VO2máx maior do que


60 ml/kg/min não é melhorado com treinamento
contínuo

A função do treinamento contínuo é manter o volume


elevado, o que permite aperfeiçoamento da economia
de movimento

Denadai e Greco (2005)


Altamente treinados
resumo Treino contínuo
Componentes Quantidade
Intensidade 70-85% VO2máx
80-92% FCmáx
90-100% LAn
Duração 30-50 min
Frequência 3-5 sessões/semana
Volume semanal 90-250 min
Tipo de exercício específico para a modalidade praticada

Denadai e Greco (2005)


Altamente treinados: resumo
Treino intervalado submáximo
Componentes Quantidade
Intensidade 90-95% VO2máx
95-97% FCmáx
105-110% LAn
Duração das repetições 1-5 min
Recuperação entre os tiros 30s-2min
Recuperação entre as séries 1-2 min
Relação esforço:pausa 2:1, 3:1, 4:1
Tipo de pausa Ativa a 50-60% do VO2máx, 100% LL ou passiva
Número de repetições 6-20
Duração total da sessão 20-40 min
Frequência 1-2 sessões por semana
Volume semanal 20-80 min
Tipo de exercício específico à atividade praticada
Denadai e Greco (2005)
Treinados: resumo
Treino intervalado máximo e supramáximo
Componentes Quantidade
Intensidade 100-130% VO2máx
100-120% IVO2máx
Duração das repetições 15s-5 min, 50-60% Tlim
Recuperação entre esforços 15s-3min; 50-60% Tlim
Recuperação entre as séries 1-2 min
Relação esforço:pausa 1:1, 2:1
Tipo de pausa Ativa a 50-60% do VO2máx, 50-60% IVO2máx
Número de repetições 6-20
Duração total da sessão 15-20 min
Frequência 1-2 sessões por semana
Volume semanal 15-40 min
Tipo de exercício específico à atividade praticada

Denadai e Greco (2005)


Atletas altamente treinados
 A recuperação ativa auxilia a diminuir o acúmulo de
lactato e evita a ressíntese de CP.

 Isso garante maior contribuição aeróbia.

 Há indícios de que o tempo de manutenção no


VO2máx e a elevada velocidade nos tiros
contribuem para melhoria do desempenho

Denadai e Greco (2005)


Considerações básicas e critérios para a elaboração
do treinamento aeróbio

SUJEITO 1 – Treinar entre 50 e 74% do VO2máx

Frequência cardíaca máxima de 200 bpm,


Deve treinar em intensidade entre 60 e 79% da Fcmax.

Portanto,
200 x 0,6 = 120 bpm
200 x 0,79 = 158 bpm

indicando que essa pessoa hipotética deveria treinar


entre 120 e 158 bpm.
Considerações básicas e critérios para a elaboração
do treinamento aeróbio

SUJEITO 2 – Treinar usando a FCreserva (50 e 74% do VO2máx)


Frequência cardíaca de repouso, o que aumenta a precisão da prescrição.

FC treino = FCrep + [percentual desejado da FCres x (FCmáx – FCrep)]

Assim, considerando freqüência cardíaca de repouso de 60 bpm e máx de 200:

Assim, para as intensidades supracitadas (50-74% do VO2máx), temos que


calcular para 50-74% da FCmáx.

Portanto,
FC treino1 = 60 + 0,5 (200-60) FCtreino2 = 60 + 0,74 (200-60)
FC treino1 = 60 + 0,5 (140) FC treino2 = 60 + 0,74 (140)
FC treino1 = 60 + 70 FC treino2 = 60 + 104
FC treino1 = 130 bpm FC treino2 = 164 bpm
Considerações básicas e critérios para a elaboração
do treinamento aeróbio
SUJEITO 3 – Treinar usando a PSE(12-13)
Escala de Percepção Subjetiva de Esforço de Borg

6 -
7 Muito fácil
8 -
9 Fácil
10 -
11 Relativamente fácil
12 -
13 Ligeiramente cansativo
14 -
15 Cansativo
16 -
17 Muito cansativo
18 -
19 Exaustivo
20 -
Atletas bem condicionados
EQUIPES COM RECURSOS FINANCEIROS

CONTROLE A PARTIR DA [LAC]


movimentos específicos da modalidade
de forma intervalada

TREINAMENTO:
Capacidade aeróbia  3-4 mmol.L-1
Potência aeróbia  5-6 mmol.L-1
 São modalidades acíclicas e intermitentes
 80-90% FCpico
 70-80% VO2pico
 Intensidades Baixa, Média, Alta
 O treino gera adaptações centrais
 Bombeamento, volume de ejeção, massa ventricular esquerda
 Treinos acima de 80% do VO2
 Adaptações periféricas
 Capilarização muscular, atividade enzimática oxidativa,
volume e densidade mitocondrial, uso preferencial de AGL
como substratos
 Exercícios contínuos ou intervalados com
deslocamentos em linha reta, com pouca ou nenhuma
mudança de direção

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