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Método clínico piagetiano

Provas piagetianas ou operatórias:

Esse é um método livre de conversação a respeito de um determinado tema e que deve ser dirigido pelo
interrogador, no caso o profissional psicopedagogo.

É papel do interrogador ir definindo qual é o curso do interrogatório de acordo com as respostas que são
dadas pelo paciente.

As perguntas nas provas piagetianas podem ser de três tipos:

 Perguntas justificativas: que têm como finalidade saber o ponto de vista do paciente e a
legitimidade das ideias que ele possui.
 Perguntas exploratórias: são aquelas que tem como meta conseguir aflorar a estrutura do
sujeito/paciente.
 Perguntas contra argumentativas: têm como objetivo saber se as respostas que foram
obtidas são ou não variáveis, e ainda qual é o grau de equilíbrio em relação a ação e a
reação do paciente diante de uma problemática específica

As respostas obtidas nesse tipo de prova devem sempre ser totalmente espontâneas por
parte do paciente, e jamais induzidas de qualquer forma pelo profissional.

O profissional sempre deve ter um roteiro em mãos que lhe auxilie no procedimento, e não
como algo padrão, com o psicopedagogo acompanhando atentamente o raciocínio do seu
paciente, sem complementá-lo ou corrigi-lo.

O interesse desse tipo de prova deve sempre ser a forma como o paciente chega até a
resposta que ele dá, por isso é importante buscar as justificativas para elas.

As provas piagetianas ou operatórias


Agora é hora de ver mais sobre como aplicar as provas piagetianas ou operatórias para os pacientes
em seu consultório.
A prova pode ser dividida em:

 Prova de conservação de quantidades discretas


 Prova de conservação de massa ou de líquidos
 Prova de inclusão de classe

Prova de conservação de quantidades discretas

A prova deve ser aplicada com o uso de fichas, que devem ser colocadas de modo a formar
linhas paralelas, cada fila com fichas de uma mesma cor.
O objetivo deve ser observar se a criança percebe a noção de quantidade, por exemplo,
pedindo para ela dizer se as duas filas, uma em cima da outra, possuem ou não a mesma
quantidade.

Depois da resposta do paciente, deve-se modificar as linhas ou filas de baixo e perguntar novamente a
respeito da quantidade.

A avaliação poderá ser dada em um dos três níveis:

 Nível 1: Condutas não conservativas (não consegue resolver a questão da


quantidade)
 Nível 2: Condutas intermediárias (consegue resolver a questão da quantidade)
 Nível 3: Condutas conservativas (tem noção de compensação, de identidade e de
irreversibilidade)

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Prova de conservação de massa ou de líquidos

O objetivo aqui nessa prova é observar se o paciente consegue perceber a noção de


quantidade e constância de massa ou de líquido.

Em uma prova trabalhada com líquidos, pode-se colocar água em duas garrafas iguais e pedir para a
criança então encher dois copos diferentes.

A partir daí, deve-se fazer perguntas para perceber se a criança entende que as quantidades de líquido
nos copos não são iguais, depois modificando para garrafas diferentes e copos iguais, e fazendo o
mesmo teste.

O resultado pode ser avaliado sob três níveis também:

 Nível 1: Julgamentos oscilantes entre a conservação ou não (o mais comum é a não


conservação, e a justificativa dada pelo paciente não é bem clara).

 Nível 2: Conduta intermediária que varia entre a conservação e a não conservação (as
respostas do paciente oscilam, principalmente com relação a contra argumentação, e apesar
de a justificativa sem melhor, não é bem clara).

 Nível 3: Noção conservativa (a criança consegue realizar a operação e a justifica bem, e a


resposta é mantida mesmo com a contra argumentação).
Prova de inclusão de classes

Tem o objetivo de verificar se a criança consegue realizar a inclusão de classe,


através da observação das parte e do todo.

Por exemplo, pode-se usar flores para a prova, como margaridas e rosas, fazendo diversas
atividades como montagem de ramos ou retirada de ramos, com o objetivo de entender se ele
entende a questão da quantidade.

A avaliação da prova pode ser feita também em três níveis:

 Nível 1: ausência de quantificação inclusiva (a criança erra ao subtrair as classes


de flores).

 Nível 2: condutas intermediárias (o paciente acaba hesitando na hora de dar


respostas e confunde-se no momento de realizar a contra argumentação).

 Nível 3: consegue fazer a quantificação inclusiva (a criança responde toda as


perguntas feitas corretamente).

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