O documento discute como a obra "O Segundo Sexo", de Simone de Beauvoir, analisa como a sociedade estrutura as relações de gênero de forma desigual, atribuindo às mulheres papéis secundários. Também aborda como o machismo estrutural perpetua estereótipos que associam as mulheres à submissão e dependência. Finalmente, defende que a educação deve abordar esses temas de forma a combater visões discriminatórias sobre a atividade de cuidado desempenhada predominantemente por mulheres.
O documento discute como a obra "O Segundo Sexo", de Simone de Beauvoir, analisa como a sociedade estrutura as relações de gênero de forma desigual, atribuindo às mulheres papéis secundários. Também aborda como o machismo estrutural perpetua estereótipos que associam as mulheres à submissão e dependência. Finalmente, defende que a educação deve abordar esses temas de forma a combater visões discriminatórias sobre a atividade de cuidado desempenhada predominantemente por mulheres.
O documento discute como a obra "O Segundo Sexo", de Simone de Beauvoir, analisa como a sociedade estrutura as relações de gênero de forma desigual, atribuindo às mulheres papéis secundários. Também aborda como o machismo estrutural perpetua estereótipos que associam as mulheres à submissão e dependência. Finalmente, defende que a educação deve abordar esses temas de forma a combater visões discriminatórias sobre a atividade de cuidado desempenhada predominantemente por mulheres.
No livro “O Segundo Sexo”, Simone de Beauvoir, filósofa existencialista,
explicita como a sociedade estrutura as relações de gênero a partir de espaços desiguais de poder, ao construir narrativas que condicionam a mulher a lugares coadjuvantes nos ambientes familiares, econômicos e culturais. Nesse sentido, a análise da pensadora francesa também pode representar o contexto brasileiro de hierarquização de gênero, materializado no trabalho de cuidado exercido por mulheres, que permanece invisibilizado ainda no século XXI. Assim, entre os fatores que catalisam os desafios para o enfrentamento dessa questão, estão a concepção patriarcal e a lacuna educacional.
Sob esse viés, torna-se evidente como o machismo estrutural cristaliza
esse panorama. Essa situação surge de um comportamento cultural que impõe padrões estereotipados, associados à submissão e à dependência da mulher em relação ao homem, principalmente no ambiente familiar. Desse modo, o exercício de atividades domésticas, que não recebem prestígio social, é convencionado à mulher – a exemplo do cuidado de filhos, de idosos e da casa – e a violência inerente a essas tarefas, como a falta de garantia de direitos trabalhistas, é relativizada em uma organização social patriarcal. Essa reflexão pode ser confirmada pelo conceito de “Banalidade do Mal”, de Hannah Arendt, que analisa a instalação imperceptível da violência em sociedade, que é silenciada ao se infiltrar na cultura e dificultar o combate à situação problemática, ilustrada, neste caso, no trabalho de cuidado, que não é problematizado e nem enfrentado.
Além disso, fica claro que o hiato educativo é um dos principais
catalisadores dos desafios envolvendo a questão. Isso ocorre, porque o sistema educacional adota um viés tradicionalista, que negligencia a abordagem de temas transversais e polarizados em sociedade, como é o caso da inclusão de minorias, principalmente na esfera parental. Por conseguinte, o contato dos estudantes com o trabalho de cuidado exercido por mulheres é precarizado, justamente pela insuficiência instrutiva, de maneira a perpetuar a consolidação de visões deturpadas, coniventes e repletas de discriminações acerca desse ato. Nessa perspectiva, o raciocínio feito pode ser ratificado pelo filósofo alemão Immanuel Kant, o qual afirma que: “o homem não é nada além daquilo o que a educação faz dele”, dado que não se pode esperar uma formação de uma sociedade livre de prejulgamentos sobre a hierarquização de gênero, se a ela, nem mesmo mediante a educação, foi transmitido esse ensinamento.
Portanto, medidas devem ser tomadas para o enfrentamento dos desafios
do trabalho de cuidado para mulheres brasileiras. Para isso, o Ministério dos Direitos Humanos – órgão responsável pelo combate à violência de gênero na esfera federal, junto ao Ministério da Educação, deve, por meio da alteração da Base Nacional Comum Curricular e de palestras, alertar e instruir a sociedade acerca dos impasses enfrentados por mulheres no ambiente parental, a fim de combater a estruturação da violência e, com isso, enfrentar a invisibilidade imposta à atividade de cuidado condicionada ao público feminino.