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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA

CURSO DE NUTRIÇÃO

Bruna Vereda Diniz Rossi


Isabele Sumil Martins
Thamires da Silva Bezerra

A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO FAMILIAR NA


FORMAÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES NA PRIMEIRA
INFÂNCIA

Rio de Janeiro
2023
Bruna Vereda Diniz Rossi
Isabele Sumil Martins
Thamires da Silva Bezerra

A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO FAMILIAR NA


FORMAÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES NA PRIMEIRA
INFÂNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Graduação em Nutrição do
Centro Universitário Augusto Motta como
requisito parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Nutrição

Orientador: Msc. Marcela da Silveira Maltez


de Carvalho

Rio de Janeiro
2023
Bruna Vereda Diniz Rossi
Isabele Sumil Martins
Thamires da Silva Bezerra

A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO FAMILIAR NA


FORMAÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES NA PRIMEIRA
INFÂNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Graduação em Nutrição do
Centro Universitário Augusto Motta como
requisito parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Nutrição

Aprovado em: (data)

________________________________________
(Orientador(a) com a titulação)
(Instituição que está vinculado)

________________________________________
(Nome com titulação)
(Instituição que está vinculado)

________________________________________
(Nome com titulação)
(Instituição que está vinculado)
RESUMO

ROSSI, Bruna. MARTINS, Isabele. BEZERRA, Thamires. A influência da alimentação


familiar na formação de hábitos alimentares na primeira infância. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Nutrição). Centro Universitário Augusto Motta, 2023.

A introdução alimentar é o processo pelo qual um bebê começa a receber alimentos sólidos
além do leite materno ou fórmula, e apresenta diferentes métodos e abordagens, como Baby
Led-Weaning (BLW), Baby Led Introduction to Solids (BLISS) e o Método tradicional. A
escolha do método pode depender das preferências dos pais, das recomendações profissionais
e do estágio de desenvolvimento do bebê, podendo influenciar sua relação com a comida. Este
trabalho teve o objetivo de analisar a influência da rotina familiar nos hábitos alimentares e na
saúde da criança na primeira infância. O estudo consiste em uma revisão bibliográfica de
artigos, livros, guias e manuais que abordam sobre o tema de introdução alimentar
complementar. Para garantir uma alimentação saudável, é fundamental que os pais estabeleçam
uma rotina alimentar equilibrada, pois uma vez que o ambiente familiar é compartilhado e
reflete os hábitos de cada membro da família, influenciam diretamente o hábito alimentar da
criança. O nutricionista desempenha um papel muito importante nesse período de introdução
alimentar, pois ele orienta os cuidadores a melhor maneira de se conduzir a oferta de alimentos,
de forma segura, sobre a evolução da textura, formato do alimento e os diferentes grupos
alimentares, respeitando cada fase do desenvolvimento da criança. Ao longo do trabalho ficou
evidente que os pais e cuidadores desempenham um papel fundamental na orientação dos
hábitos alimentares das crianças. A interação positiva durante as refeições, a exposição
consistente a alimentos saudáveis e o estabelecimento de um ambiente alimentar favorável são
estratégias essenciais para moldar escolhas alimentares saudáveis.

Palavras-chaves: introdução alimentar complementar; métodos de introdução alimentar,


BLW, tradicional e BLISS.

ABSTRACT
ROSSI, Bruna. MARTINS, Isabele. BEZERRA, Thamires. A influência da alimentação
familiar na formação de hábitos alimentares na primeira infância. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Nutrição). Centro Universitário Augusto Motta, 2023.

Food introduction is the process by which a baby begins to receive solid foods other than
breast milk or formula, and features different methods and approaches, such as Baby Led-
Weaning (BLW), Baby Led Introduction to Solids (BLISS) and the Traditional Method.
The choice of method may depend on the parents' preferences, professional recommendations
and the baby's stage of development, which may influence their relationship with food. Those
kind of work have as an objective to analyze the influence of family routine on children's
eating habits and health in early childhood. The study consists of a bibliographic review of
articles, books, guides and manuals that leads to the topic of introducing complementary
foods. To ensure a healthy diet, it's essential that the parents establish a balanced eating
routine, as since the family environment is shared, these behaviours reflects the habits of each
family member, they directly influence the child's eating habits. The nutritionist plays a very
important role in this period of food introduction, as he/she guides caregivers on the best way
to provide food, safely, on the evolution of texture, shape and different groups of foods,
respecting each stage of the child's development. Throughout the work it became clear that
the parents and the caregivers play a fundamental role in guiding children's eating habits. The
positive interaction during meals, eating healthy foods and establishing a favorable eating
environment are essential strategies for healthy food choices.

Keywords: complementary food introduction; food introduction methods, BLW, traditional


and BLISS.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AM__________________________Aleitamento Materno
BLW_________________________Baby Led-Weaning
BLISS________________________Baby Led Introduction to Solids
IAT__________________________Introdução Alimentar Tradicional
MS__________________________Ministério da Saúde
OMS_____________________ ___Organização Mundial da Saúde
SCIELO______________________Scientific Electronic Library Online
SBP_________________________ Sociedade Brasileira de Pediatria
LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Recomendações para crianças menores de 2 anos. 15

Quadro 2. Vantagens e desvantagens do método BLW. 19

Quadro 3. Vantagens e desvantagens do método tradicional. 24

Quadro 4. Efeitos potenciais do uso de telas. 29


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 9
2. OBJETIVOS 11
2.1 Objetivo Geral 11
2.2 Objetivo Específicos 11

3. JUSTIFICATIVA 12

4. METODOLOGIA 13

5. REVISÃO 14

5.1 Alimentação Infantil 14

5.1.1 Papel do Nutricionista 17

5.1.2 Baby Led-Weaning (BLW) 19

5.1.3 Baby Led Introduction To Solids (BLISS) 22

5.1.4 Método Tradicional 24

5.2 Interferência dos Hábitos Alimentares Familiar na introdução alimentar 25

5.2.1 Uso de telas 29

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 31

7. REFERÊNCIA
9

1. INTRODUÇÃO

Os primeiros anos de vida de uma criança são cruciais para garantir o


crescimento e desenvolvimento adequado, visto que os comportamentos e hábitos
alimentares adquiridos na infância tendem a permanecer na vida adulta
(MENDONÇA, 2020). Assim, a introdução alimentar é um marco importante, pois
é o momento em que a criança apresenta o seu primeiro contato com os alimentos
(BRASIL, 2019).
Nos primeiros anos de vida da criança o momento da refeição é considerado
o principal foco de interação entre pais e filhos, iniciando-se este processo com a
amamentação (APARÍCIO, 2016). Durante esta fase, ocorre o desenvolvimento do
paladar e, mais tarde, com a introdução de novos alimentos, inicia-se a
aprendizagem de novos sabores e consistências (NICKLAUS, 2016). Este período
é determinante, uma vez que é através da ingestão repetida e variada que a criança
conhece novos sabores, exercita o seu paladar e aprende a gostar e a associar
sabores com reações ou sensações de satisfação (APARÍCIO, 2016).
Existem três métodos que os pais podem escolher para introduzir os
alimentos sólidos: O método Baby Led-Weaning (BLW), onde o bebê é encorajado
a se auto alimentar com as mãos, promovendo sua autonomia e auxiliando no
desenvolvimento motor. O método Baby Led Introduction to Solids (BLISS), onde
os alimentos são cortados em pedaços maiores para reduzir o risco de engasgo e
aumentar a ingestão de alimentos ricos em ferro e calorias. O método tradicional,
que envolve a oferta de alimentos amassados com o garfo, é ofertado sem que
estejam misturados como papa passando gradualmente à refeição familiar até a
idade de um ano (BRASIL, 2019).
Os pais e cuidadores são as primeiras referências que uma criança possui,
logo desempenham um importante papel na formação do hábito alimentar infantil
(MELO et al., 2017). As escolhas alimentares parentais, em relação à quantidade e
qualidade dos alimentos podem determinar o comportamento alimentar das
crianças (SILVA, COSTA, GIUGLIANI, 2016).

Para garantir uma alimentação equilibrada para as crianças, os pais devem


criar uma rotina alimentar saudável com a inclusão de legumes, vegetais e frutas
na dieta da família. Alimentos ultraprocessados, ricos em calorias e pobres em
10

vitaminas e minerais, estão associados ao desenvolvimento da obesidade infantil.


É importante enfatizar que alimentos naturais, descascados, plantados e colhidos,
são fontes ricas de vitaminas e minerais essenciais para a saúde das crianças,
conforme o Instituto Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente
(2022).
11

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivos Geral

Analisar a influência da rotina familiar nos hábitos alimentares e na saúde da


criança na primeira infância.

2.2 Objetivos Específicos

• Relatar a importância da introdução alimentar;

• Identificar as estratégias utilizadas para a introdução alimentar;

• Diferenciar as estratégias para a alimentação na primeira infância e suas


consequências para a formação de hábitos alimentares.
11
3. JUSTIFICATIVA

O tema da alimentação saudável é de extrema importância para a saúde humana,


visto que a má alimentação pode acarretar diversas doenças, como a obesidade,
desnutrição, síndrome metabólica e doenças crônicas. Segundo Dantas e Silva (2019),
tais doenças podem ser evitadas se a criança adquirir hábitos alimentares e uma rotina
saudável desde a primeira infância, respeitando sua cultura, raça e etnia. Por isso, é
fundamental que haja conscientização sobre a importância de uma alimentação adequada
e balanceada desde cedo, com o objetivo de prevenir problemas de saúde a longo prazo.
Nesse contexto, torna-se relevante a realização de estudos e pesquisas que visem
compreender os hábitos alimentares da população infantil, bem como a identificação de
possíveis fatores que possam influenciar esses hábitos, para que se possa propor
intervenções eficazes na promoção de uma alimentação saudável e, consequentemente,
na prevenção de doenças relacionadas à má alimentação.
13

4. METODOLOGIA

O estudo consiste em uma revisão bibliográfica de artigos, livros, guias e manuais que

abordam sobre o tema de introdução alimentar complementar.

Os estudos foram identificados nas bases de dados da Scientific Electronic Library Online

(Scielo), e Google Acadêmico, e nos sites da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério

da Saúde (MS). A busca foi realizada de abril de 2023 à outubro de 2023, e considerou também

livros e sites oficiais. Tendo como critérios inclusivos artigos e publicações, escritos na linguagem

portuguesa dos últimos 14 anos (2009 a 2023), com base nos seguintes descritores: nutrição infantil;

introdução alimentar complementar; métodos de introdução alimentar, BLW, tradicional e BLISS.


14

5. REVISÃO

5.1 Introdução Alimentar

A alimentação infantil inicia-se com o aleitamento materno (AM), conforme preconizado pela

OMS, exclusivo durante o primeiro semestre de vida e, após esse período, complementado por outros

alimentos pelo menos até os dois anos de idade (WHO, 2008; BRASIL, 2019).

A partir do sexto mês de vida, as necessidades nutricionais da criança já não são mais supridas

somente com o leite materno, sendo necessária a introdução alimentar, que fornece para a criança

energia, proteínas, vitaminas e minerais. (OLIVEIRA; AVI, 2017; BRASIL 2019). Desse modo, é de

suma importância que a alimentação complementar seja adequada nutricionalmente para prevenir

morbimortalidades como desnutrição e sobrepeso. A correta introdução da alimentação complementar

e a sua continuidade refletem o ganho de peso adequado, bem como o controle da obesidade na

infância, adolescência e fase adulta (STADLER, et al., 2016).

Espera-se que a introdução alimentar ocorra de forma lenta e gradual, respeitando a

individualidade do bebê e da família. Ela deve atender as necessidades energéticas em

complementação ao leite materno além de ser variada, garantindo aporte nutricional de vitaminas e

minerais necessários para o crescimento do bebê (SCARPATTO; FORTE, 2018).

A alimentação é fundamental para a promoção da saúde da criança. Os primeiros anos de vida,

especialmente os dois iniciais, são caracterizados por: crescimento acelerado; a saúde;

desenvolvimento de habilidade para receber, mastigar e digerir alimentos, assim como de

autocontrolar o processo de ingestão de alimentos; e para estabelecer padrões saudáveis de

alimentação que podem durar a vida toda (BRASIL, 2019).

Sendo a primeira infância é uma etapa de intenso desenvolvimento infantil e formação de

hábitos, a introdução da alimentação complementar precisa deve ser oferecida na perspectiva da


15

alimentação adequada e saudável, devendo ocorrer de maneira regular, respeitando os horários e as

particularidades da criança, com a introdução de alimentos variados, in natura e minimamente

processados, de forma atrativa sensorialmente e provendo as refeições junto à família (OMS, 2014;

BRASIL, 2019).

A educação alimentar inicia-se muito cedo, logo nos primeiros meses de vida, quando são

construídos os hábitos alimentares, como espaçamento entre refeições e ritmo de deglutição. O

comportamento alimentar é determinado pela interação da criança com o alimento e o ambiente. A

criança aprende a gostar ou não de alimentos pela sua ingestão repetida, associando os sabores dos

alimentos com reação afetiva do contexto social e a satisfação fisiológica da alimentação, além disso,

o que comer; quando comer; por que certas substâncias são comestíveis e outras não (LIMA et al.,

2012).

Ainda que haja algumas recomendações do início da introdução alimentar para ser iniciado

entre 4 e 6 meses, a Sociedade Brasileira de Pediatria sugere que seja iniciada após o 6º mês, quando

o desenvolvimento psicomotor e os sistemas digestivo e renal estão maduros para a inclusão de

alimentos que não sejam líquidos. A recomendação para crianças que não estão em aleitamento

materno é a mesma (SBP, 2021).

A introdução alimentar é o processo pelo qual um bebê começa a receber alimentos sólidos

além do leite materno ou da fórmula. Existem vários métodos e abordagens para introdução alimentar,

e a escolha pode depender das preferências dos pais, das recomendações de profissionais de saúde e

do desenvolvimento do bebê, como o Baby Led-Weaning (BLW), Baby Led Introduction to Solids

(BLISS) e o método tradicional (SBP, 2021).

O Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 Anos, elaborado pelo MS (2019), é o

documento de referência que oferece orientações sobre a alimentação adequada e saudável para bebês

e crianças nessa faixa etária. Ele é baseado em evidências científicas e diretrizes nutricionais e tem

como objetivo promover o crescimento e desenvolvimento saudáveis, prevenir a desnutrição e o

sobrepeso, e estabelecer hábitos alimentares saudáveis desde cedo, conforme quadro 1.


16

Quadro 1. Recomendações para crianças menores de 2 anos.

Recomendação Características

Nutrientes Essenciais As crianças precisam de uma variedade de nutrientes, incluindo


proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e fibras para
crescerem e se desenvolverem adequadamente.

Amamentação O aleitamento materno é amplamente recomendado para bebês nos


primeiros meses de vida, pois fornece uma nutrição ideal e ajuda a
construir a imunidade.

Introdução de alimentos Após cerca de seis meses de idade, os bebês geralmente começam a
Sólidos introduzir alimentos sólidos, como purês de vegetais, frutas e grãos, em
adição ao leite materno ou fórmula.

Diversificação de Dieta É importante oferecer uma variedade de alimentos para as crianças, para
garantir que elas obtenham todos os nutrientes de que precisam. Isso
inclui frutas, vegetais, proteínas magras, grãos integrais e produtos
lácteos.

Limitação de Açúcares e É importante limitar a ingestão de alimentos ricos em açúcares, gorduras


Alimentos Processados saturadas e alimentos processados, pois eles podem contribuir para
problemas de saúde, como obesidade e cáries dentárias.

Hidratação Manter as crianças hidratadas é fundamental. A água é a melhor opção,


especialmente em climas quentes.

Respeitar as Preferências Cada criança é única, e suas preferências alimentares podem variar. É
Individuais importante respeitar essas preferências e criar um ambiente alimentar
positivo.

Educação Alimentar Ensinar as crianças sobre a importância de uma alimentação saudável e


envolvê-las na preparação de alimentos.

Evitar Restrições Restringir excessivamente a dieta de uma criança pode levar a problemas
nutricionais. É importante encontrar um equilíbrio entre promover
Excessivas escolhas alimentares saudáveis e permitir alguma flexibilidade.

Fonte: BRASIL, 2019.

5.1.1 Papel do nutricionista na introdução alimentar


17

De acordo com a OMS (2014) e o MS (BRASIL, 2015), a introdução alimentar é uma fase

crucial no desenvolvimento de um ser humano, marcando a transição da nutrição exclusiva por meio

do leite materno ou fórmula para a inclusão de alimentos sólidos em sua dieta. Durante esse período,

que normalmente inicia por volta dos seis meses de idade, o nutricionista desempenha um papel

fundamental na promoção da saúde, crescimento e desenvolvimento saudável da criança.

A introdução alimentar é um marco importante que influenciará os hábitos alimentares futuros

da criança, bem como sua saúde a longo prazo. Nesse contexto, o nutricionista atua como um guia e

educador, fornecendo orientações precisas e baseadas em evidências para os pais e cuidadores

(BRASIL, 2015).

Os nutricionistas desempenham um importante papel no acompanhamento oferecido as mães

e a criança, promovendo e incentivando o aleitamento materno. Posteriormente fornecendo

informações seguras sobre a introdução alimentar do bebê, orientando sobre evolução de texturas e

sobre os diferentes grupos alimentares (MENDES et al., 2023).

Assim, o nutricionista tem papel importante na introdução alimentar dos lactentes, pois ele

orienta como iniciar e introduzir os novos alimentos, no entanto, a alimentação infantil precisa ser

adequada e, consequentemente promover o desenvolvimento e crescimento de forma essencial para a

criança e trazendo muito mais qualidade vida. Deste modo, o profissional vai auxiliar as mães e/ou

cuidadoras a ter uma conscientização em relação a como alimentar corretamente a criança,

respeitando cada fase (LIMA; ANDRADE, 2021).

Para decidir qual método de IA será utilizado, o nutricionista junto com outros profissionais

da saúde tem o papel de orientar qual estratégia dietoterápica será utilizada, considerando os hábitos

familiares e as necessidades nutricionais do bebê (RAMOS et al., 2020).

Como resultado de uma IA feita de forma precoce ou inadequada, pode ocorrer alergias

alimentares, preferencias por alimentos doces e produtos com altas quantidades de açúcar. E quando

não acompanhadas por profissionais da saúde, pode ter o risco de diabetes aumentada. A presença de
18

profissionais atualizados e capacitados nesta etapa é crucial, sendo o nutricionista um exemplo destes

profissionais (MENDES et al., 2023).

É fundamental integrar ações de nutrição e alimentação às estratégias de saúde para que haja maior

acesso ao público. Os Núcleos de Apoio à saúde da Família, conforme Portaria n.º 154 de 2008,

proporcionam a inclusão de nutricionistas nas equipes multidisciplinares de saúde (MENDES et al.,

2023).

Segundo Vieira e colaboradores (2022), no estudo realizado sobre a introdução alimentar em

crianças de 6 a 214 meses em SC, verificou-se que em relação à orientação sobre introdução alimentar,

88,6% (n=31) dos responsáveis receberam orientações, porém, destes, 57,1% (n=20) relataram

que as informações foram repassadas por médico pediatra, 17,1% (n=6) por outro profissional e

apenas 14,3% (n=5) receberam orientação de profissional nutricionista .Da mesma forma, estudos

anteriores também observaram que o médico pediatra foi o profissional que realizou orientações

sobre alimentação complementar com mais frequência. Um estudo transversal realizado na cidade de

Canela (RS), com 89 mães de lactentes, apontou que 70,8% (n=63) das mães seguiram orientações de

médico pediatra, enquanto 43,8% (n=39) afirmaram que seguiram as indicações de um familiar ou

conhecido e apenas 31,5% (n=28) procuraram e receberam auxílio de profissional nutricionista

(WILLRICH, 2017). Em outro estudo transversal, realizado em Porto Alegre (RS), com 300 mães,

verificou-se que entre as que receberam alguma orientação sobre alimentação complementar, 43%

(n=151) receberam do médico pediatra ou outro profissional de saúde, e apenas 19,6% (n=37) foram

orientadas por nutricionista (GIESTA et al., 2019).

Destaca-se, no entanto, que o profissional nutricionista é o conhecedor das necessidades

nutricionais para cada fase do desenvolvimento, tornando suas orientações e abordagens necessárias

para que as famílias possam realizar a introdução dos alimentos complementares de forma adequada,

segura e oportuna (BRASIL, 2015).


19

5.1.2 Método Baby Led-Weaning (BLW)

O método BLW em português significa desmame guiado pelo bebê e é uma abordagem de

introdução alimentar para bebês que permite que a criança se alimente de forma autônoma e explore

alimentos em pedaços em vez de receber alimentos em purês ou papas. Este método é uma abordagem

de introdução alimentar que promove a independência da criança, permitindo que ela explore e

consuma alimentos sólidos em pedaços desde os seis meses de idade, com base em sua capacidade de

desenvolvimento motor e coordenação (ARANTES et al., 2018).

Um princípio fundamental do BLW é o respeito à autorregulação do bebê, evitando pressioná-

lo a comer mais do que deseja. Conforme o bebê se acostuma com a introdução alimentar, uma

variedade de alimentos saudáveis pode ser oferecida, como frutas, legumes, proteínas e grãos

(ARANTES et al., 2018).

Ele deve ser iniciado após os cinco sinais de prontidão, que são: diminuição do reflexo de

protrusão da língua, sentar sem apoio, ter interesse nos alimentos que a família come, segurar objetos

com as mãos e levar até a boca e ter no mínimo 6 meses. Nesse momento, a criança já desenvolveu

habilidades motoras que permitem segurar e levar alimentos à boca com segurança. Devem ser

escolhidos alimentos apropriados para a idade, incluindo frutas maduras, legumes cozidos e proteínas

macias, todos preparados em pedaços grandes e bem cozidos para evitar riscos de engasgo

(MENDONÇA et al., 2023).

O método BLW apresenta vantagens como o estímulo à autonomia desde a primeira infância,

a prevenção da obesidade infantil e o fomento da participação em refeições em família. Além disso,

são abordados desafios que podem surgir ao adotar o BLW, como o risco de engasgo, a bagunça e o

desperdício de comida, a necessidade de supervisão constante, a resistência inicial por parte dos pais

e a dificuldade em atender às necessidades nutricionais. O quadro 2 dispõe das principais vantagens

e desvantagens do método BLW.


20

Quadro 2. Vantagens e desvantagens do método BLW.

Vantagens Desvantagens

Promoção de hábitos alimentares saudáveis, pois Pais ou cuidadores devem supervisionar de perto
fomentar que os bebês tenham um papel ativo na o bebê durante as refeições para garantir sua
seleção e no controle de alimentos, o que pode segurança, exigindo atenção constante.
resultar em escolhas alimentares mais saudáveis no
futuro.

Estimula o desenvolvimento das habilidades A prática do BLW frequentemente resulta em


motoras dos bebês, incluindo habilidades motoras bagunça e desperdício de comida, o que pode ser
finas e o desenvolvimento oral, à medida que eles desafiador para os pais, que precisam lidar com a
manipulam os alimentos, o que é relevante para o limpeza e o descarte de alimentos não
crescimento saudável. consumidos.

Pode auxiliar na prevenção da obesidade infantil, O BLW pode ser desafiador para garantir que os
já que capacita bebês a autorregular sua ingestão bebês recebam todos os nutrientes necessários,
de alimentos, evitando excessos. especialmente ferro, uma vez que alimentos ricos
em ferro podem ser difíceis de oferecer no início.

Promove a autonomia dos bebês, permitindo que O BLW envolve um risco potencial de engasgo,
participem ativamente das refeições familiares e embora a asfixia seja rara. Pais devem estar
desenvolvam habilidades de tomada de decisão atentos aos sinais de engasgo e preparados para
desde cedo. agir prontamente.

O BLW estimula a inclusão de bebês nas refeições Alguns pais podem relatar resistência inicial ao
familiares, criando um ambiente propício para a método devido a preocupações com engasgos e à
adoção bem-sucedida do método e fomentando necessidade de abrir mão de algum controle sobre
interações familiares saudáveis. a alimentação dos bebês.

Fonte: GOMEZ, et al., 2018; BROWN, 2018; ARANTES, et al., 2018.

Durante as refeições em família, os alimentos são dispostos ao alcance do bebê em seu prato

ou cadeira de alimentação, permitindo que ele tenha autonomia para pegar, explorar e comer os

alimentos por conta própria (SILVA, 2021). Nesse método, os pais oferecem alimentos adequados à

idade da criança em pedaços ou tiras, e o bebê tem a liberdade de pegar, tocar, cheirar, mastigar e
21

comer esses alimentos por conta própria, usando suas habilidades motoras e de coordenação

(ARANTES et al., 2018).

É de grande importância que o bebê participe das refeições em família, pois a imitação

desempenha um papel crucial em seu aprendizado. Isso contribui para a criação de um ambiente

positivo que favorece a continuação do método (GOMEZ et al., 2018). É importante que os pais e

cuidadores observem os sinais de saciedade do bebê e respeitar seu ritmo alimentar, interrompendo a

oferta de alimentos quando ele não estiver mais interessado (ARANTES et al., 2018).

Os pais ou cuidadores desempenham um papel essencial ao supervisionar de perto o bebê

durante as refeições, garantindo sua segurança e estando preparados para agir rapidamente em caso

de engasgo (SILVA, 2021). A preocupação em relação ao risco de engasgamento é uma das maiores

fontes de insegurança tanto para famílias como para profissionais de saúde quando se trata da prática

do BLW na alimentação de crianças. Em um estudo abrangendo 1.151 crianças, a pesquisa conduzida

por BROWN (2018), não encontrou associações significativas entre o método de alimentação

utilizado, a frequência de uso de colher (especialmente para aqueles que adotaram uma abordagem

adaptada) e ocorrências de engasgamento. No entanto, observou-se que bebês cujos pais relataram

episódios de engasgamento e que seguiam a abordagem tradicional experimentaram uma incidência

consideravelmente maior de engasgamento ao consumir alimentos sólidos e purês em comparação

com bebês orientados pelo BLW.

Segundo Gomez e colaboradores (2018) o método BLW apresenta como benefícios a prevenção

da obesidade, devido a identificação da saciedade, a melhora do desenvolvimento de habilidades

motoras, o estímulo à interação com os alimentos e o aprimoramento dos aspectos sensoriais. Apesar

dos benefícios no desenvolvimento alimentar infantil, de acordo com o Departamento de Nutrologia

da SBP (2017), ainda não há evidências e trabalhos publicados suficientes para afirmar que este

método seja a única forma correta de introdução alimentar, podendo ser utilizado a forma que o bebê

e a família se adaptem melhor. Para a aplicação e adaptação do método é necessário um tempo de

evolução física que pode variar de 6 a 7 meses. Logo, dependendo do bebê e de acordo com sua
22

evolução, pode-se alternar entre o método convencional (papinhas e purê) e o BLW ou simplesmente

manter apenas aquele que melhor se adequou, tanto o bebê quanto os pais ou cuidadores (RAMOS;

MEDEIROS; NEUMANN, 2020).

Um estudo realizado por Townsend e Pitchford (2012) identificou que bebês alimentados pelo

método BLW possuíam um percentil de IMC mais próximo do ideal, enquanto os bebês alimentados

pelo método tradicional tinham maior probabilidade de serem classificados com sobrepeso. O estudo

também relata que bebês alimentados pelo BLW tiveram maior preferência na escolha de alimentos

saudáveis, que podem ajudar a prevenir a obesidade, quando comparados aos alimentados pelo

método tradicional.

5.1.3 Baby Led Introduction to Solids (BLISS)

Considerando os riscos percebidos pelos familiares e profissionais de saúde relacionados ao

método BLW, um grupo na Nova Zelândia desenvolveu um método chamado Baby-Led Introduction

to Solids, BLISS, que significa, em tradução livre, introdução aos sólidos guiada pelo bebê, ao

fornecer alimentos com texturas consideradas seguras (NUNES, et al., 2021).

No BLISS, os cuidadores têm orientações adequadas para assegurar que o bebê receba os

nutrientes essenciais para seu desenvolvimento. Sobretudo na inclusão de alimentos ricos em ferro e

hipercalórico em todas as refeições. (NUNES, et al., 2021). É recomendado o corte dos alimentos do

tamanho do punho da criança, em formato de tira e com consistência macia. Algumas

recomendações para esses métodos incluem: não deixar a criança sozinha ao se alimentar; colocar a

criança em posição ereta na cadeira de alimentação; não ofertar alimentos em formatos de moeda,

farelentos, formadores de bolos na cavidade oral ou ainda duros como castanhas e pipoca (DANIELS,

et al., 2015).
23

O foco na redução de risco de engasgo no processo, com orientações sobre os cortes e texturas

adequadas, também é uma pauta importante neste método. Outras orientações específicas para evitar

o engasgo incluem: oferecer alimentos grandes, possibilitando que o bebê segure; provar os alimentos

antes para certificar que não se fixe na cavidade oral; não oferecer alimentos redondos; garantir que

o bebê esteja sentado sempre com a supervisão de um cuidador (NUNES, et al., 2021).

Ainda não se tem certeza se o método BLISS poderia influenciar o processo de crescimento

das crianças. Até o momento, as evidências disponíveis não revelaram nenhum caso de crescimento

deficiente em crianças submetidas a esse método, nem diferenças significativas na taxa de

crescimento em comparação com grupos de alimentação convencional aos 12 meses de idade

(DANIELS, et al., 2015).

Um estudo feito por Daniels e colaboradores (2018) mostrou que crianças alimentadas pelo

BLW modificado, o BLISS, pareciam ter maiores ingestão de ferro, zinco, vitamina c, vitamina b12

e cálcio do que as que seguiam o BLW não modificado. O estudo identificou que a taxa de crescimento

entre as crianças alimentadas pelo BLISS e pelo método tradicional eram similares, não havendo

diferenças significativas (DANIELS, et al., 2015).

Para além das diferenças nutricionais, Erickson e colaboradores (2018) observaram em um

estudo que bebês alimentados pelo BLISS eram mais propensos a se alimentarem sozinhos, tinham

maior inclinação a fazerem suas refeições em família e a comerem a mesma refeição que a sua família

(ERICKSON, et al., 2018).

Segundo Nunes e colaboradores (2021) o método apresenta como vantagens o maior enfoque

nutricional, como alimentos ricos em ferro e hipercalóricos, promove uma dieta equilibrada com

ampla variedade de alimentos e dispõe de orientações para reduzir os riscos de engasgo. Porém

apresenta como desafios exigência de monitoramento constante, é considerado um método mais

complexo que o BLW tradicional e há escassez evidências publicados, principalmente da população

brasileira.
24

5.1.4 Introdução Alimentar Tradicional

A Introdução Alimentar Tradicional (IAT) foi de grande importância em uma época que os

alimentos eram introduzidos muito precocemente e as opções ao leite materno eram escassas. O início

da introdução alimentar era recomendado aos 4 meses até o ano de 2002. Atualmente a recomendação

é a partir dos 6 meses, tendo em vista a maturação do sistema digestivo (BRASIL 2019; VIEIRA et

al., 2020).

Segundo a SBP (2012) e o MS (2015), este método é caracterizada pela consistência inicial

de papa, purê e aumento progressivo da consistência até a criança atingir 1 ano de vida, com o intuito

de respeitar a mastigação e habilidade de engolir. Porém não é recomendado que se peneire ou

liquidifique os alimentos. Ao passar do tempo é indicado que se amasse cada vez menos, chegando a

alimentos inteiros até os 12 meses.

A introdução alimentar tradicional, deve ser feita de forma lenta e gradual, através de papas

com o uso de uma colher adequada para a criança. Aos poucos, a consistência pastosa deve ir

aumentando até atingir a alimentação da família, mais ou menos aos 12 meses de idade (BRASIL,

2009; BRASIL, 2013; SBP, 2017).

Este método é uma prática guiada pelo cuidador, que decide quais alimentos a criança vai

comer, a quantidade e o ritmo da alimentação. A oferta é feita através de alimentos pastosos, em papas

e purês, amassados com o garfo (VIEIRA et al., 2020).

Para comunicar que não quer mais comer, o bebê mostra sinais como virar o rosto e não abrir

a boca. É necessário observar os sinais de fome e saciedade do bebê para não ultrapassar os limites,

já que lactentes possuem capacidade de autorregular. Além do mais, respeitar os sinais de fome e

saciedade são importantes no processo de formação da alimentação. Induzir o bebê a comer além da

sua fome pode prejudicar sua percepção de saciedade e apetite, podendo gerar um ganho de peso

excessivo (BRASIL, 2019).


25

Segundo o Ministério da Saúde (2009 e 2013), através dos seus programas, apresenta que a

introdução alimentar através do método tradicional possui tanto vantagens como também

desvantagens, conforme o quadro 3.

Quadro 3. Vantagens e desvantagens do método tradicional.

Vantagens Desvantagens

Os pais têm controle direto sobre a seleção e Essa abordagem pode restringir a capacidade do
quantidade de alimentos oferecidos ao bebê. bebê de explorar os alimentos por conta própria,
já que os pais determinam o que e quanto é
oferecido.

A introdução de alimentos segue um processo A introdução gradual de texturas pode fazer com
gradual, começando com papas e purês e que o bebê seja relutante em aceitar alimentos
evoluindo para alimentos com texturas mais com texturas variadas, dificultando a transição
sólidas à medida que o bebê cresce. para a comida da família.

Os pais podem escolher alimentos que atendam Dependendo das escolhas dos pais, pode ocorrer
às necessidades nutricionais específicas do bebê, uma restrição excessiva de certos alimentos, o
assegurando uma dieta balanceada. que pode afetar a diversidade na dieta do bebê.

Fonte: BRASIL, 2009; BRASIL, 2013.

5.2 Interferência dos Hábitos Alimentares Familiar na introdução alimentar

A partir do momento da introdução alimentar, a criança inicia a fase de desenvolvimento de

novas habilidades e passa a compreender as diversas dimensões do ato de se alimentar, sendo

considerada uma fase essencial para formação de hábitos alimentares, que poderão ser mantidos em

outros ciclos da vida (DANTAS; SILVA, 2019).

É na infância que se inicia o desenvolvimento dos hábitos alimentares, sendo esta fase

considerada essencial para apresentar os alimentos ideais para cada idade, pois a alimentação e a
26

nutrição são elementos fundamentais para a proteção e para promoção da saúde, considerando que o

desenvolvimento alimentar na infância é gradual, longo e permanente (UNICEF, 2021).

Os hábitos alimentares podem sofre influências de inúmeros fatores, como genética,

socioeconômica, cultural, étnica, religiosa, entre outros. Tendo seu início já no período gestacional

através do contato do feto com o líquido amniótico (BEAUCHAMP; MENNELLA, 2011), a formação

dos hábitos alimentares continua durante a infância, principalmente nos primeiros 2-3 anos de vida, e

poderá sofrer influência de diferentes fatores ao longo da vida: família, amigos, escola, mídia

(HODGES et al, 2013).

Segundo Dantas e Silva (2019), os hábitos alimentares estão relacionados com fatores

genéticos e ambientais. Os fatores ambientais estão relacionados a influência da família na forma que

a criança come, processos psicossociais e culturais, bem como a maneira em que a criança é

influenciada socialmente, além do papel do ambiente em que vive.

As crianças não possuem autonomia na escolha dos alimentos, uma vez que ainda não

desenvolveram o conhecimento e a experiência necessários para tomar decisões baseadas na

qualidade nutricional. Nesse estágio, a responsabilidade de fornecer uma dieta equilibrada e saudável

recai principalmente sobre os pais ou cuidadores (DO CARMO AZEVEDO LEUNG; PASSADORE;

DA SILVA, 2016).

O ambiente em que uma criança cresce tem um impacto significativo em sua saúde física e

mental, sendo o comportamento alimentar dos pais um exemplo disso. As escolhas alimentares dos

pais muitas vezes influenciam as preferências alimentares das crianças. Se os pais têm hábitos

alimentares saudáveis, é mais provável que as crianças adotem esses mesmos hábitos. Por outro lado,

se os pais têm uma alimentação desequilibrada, as crianças podem seguir o exemplo (VILLA et al.,

2015).

Os pais e cuidadores têm um papel primordial na educação alimentar de seus filhos, pois são

considerados os primeiros educadores alimentares. O período de maior importância são os primeiros

anos de vida, pois além de promover interação familiar ainda auxilia no desenvolvimento do paladar,
27

no aprendizado de novos sabores e consistências, sendo importante a apresentação e exposição de

novos alimentos em diversas formas e texturas para que a criança se familiarize com eles e tenha o

desejo pela alimentação (MENDONÇA, 2020).

A maneira como os pais e cuidadores interagem com as crianças durante o preparo e o

momento das refeições são primordiais para a formação das preferências alimentares infantis, pois

essas características influenciam diretamente na forma como a criança irá se relacionar com os

alimentos. Essa interação nos primeiros anos de vida pode influenciar positivamente ou

negativamente na nutrição, no desenvolvimento social e cognitivo da criança (SILVA, COSTA,

GIUGLIANI, 2016).

Os hábitos alimentares podem, de fato, ser reflexos do modo e estilo de vida que existiu na

infância, com uma forte influência do componente familiar. As questões relacionadas aos hábitos

alimentares na infância estão intrinsecamente ligadas à saúde e à prevenção de doenças. Dessa

maneira, com os indicativos do aumento, a cada ano do número de crianças em situação de obesidade

e sobrepeso, a formação de hábitos alimentares saudáveis durante a infância desempenha um papel

fundamental na redução do risco de obesidade, sobrepeso e outras doenças relacionadas à

alimentação, tendo a influência familiar um papel central nesse processo (VILLA et al., 2015).

É responsabilidade do adulto ensinar a criança a comer saudável, pois ajuda a prevenir ou

retardar doenças cardiovasculares, hipertensão, obesidade, diabetes e alguns tipos de câncer. Durante

a infância estamos formando nosso paladar, de acordo com a combinação de fatores genéticos e

ambientais. A exposição de alimentos deve ser feita pelo menos 10 vezes, para a criança experimentar,

sentir gosto/textura e ver se ela gosta ou não. O ideal seria ter sempre à disposição da criança alimentos

saudáveis, para estimular o consumo (como frutas/legumes e verduras). Como criança aprende por

repetição, ter adultos à sua volta, que se alimentam de forma saudável, estimula muito o consumo. É

muito importante que a família cozinhe juntos, prepare os alimentos, isso ajuda a criança a criar

autonomia e identificar suas preferências, e também cria um laço maior com os pais, pois comida é

afeto. É importante que o momento da refeição seja um momento tranquilo, com conversas e trocas.
28

Quando todos comem juntos a criança sente que é especial, e gera uma relação melhor com a comida

(MELO et al., 2017).

Segundo a SBP, através do guia prático de atualização do departamento científico de

nutrologia (2017), ressalta a importância da realização das refeições do bebê à mesa, junto com a

família, exatamente para que ele tenha os pais como referência de hábitos alimentares saudáveis, além

disso, o guia também enfatiza a respeito dos pais comerem junto com a criança ao invés de apenas

ofertar a comida.

Além disso, o contexto familiar também influencia a disponibilidade de alimentos saudáveis em

casa, a educação alimentar que as crianças recebem e até mesmo o nível de estresse no ambiente

familiar, o que pode afetar o apetite e a relação com a comida das crianças. É verificado a cada ano

um consumo aumentado de alimentos de alto valor energético e um baixo consumo de frutas e

hortaliças, podendo estar ligado a disponibilidade de alimentos em casa, desempenha um papel

importante no consumo. Se alimentos não saudáveis estiverem facilmente disponíveis, as pessoas são

mais propensas a consumi-los (MELO et al., 2017).

A disponibilidade e acesso aos alimentos em casa, as práticas alimentares e o preparo dos

alimentos, influenciam diretamente o consumo alimentar da criança, uma vez que o ambiente familiar

é compartilhado e reflete os hábitos de cada membro da família. Hábitos alimentares saudáveis,

incluindo consumo de frutas e verduras, influenciam positivamente as crianças, conforme indicam

estudos que apontam a preferência das crianças por alimentos que fazem parte de sua rotina diária

(MELO et al., 2017).

Um estudo com uma amostra de 225 crianças/88 pais verificou que o consumo de frutas, sucos

naturais e vegetais é influenciado de forma positiva pela disponibilidade e acessibilidade destes

alimentos na residência familiar. Ainda é entendido que as crianças se inclinam a preferir os alimentos

que lhe são servidos frequentemente em detrimento dos alimentos estranhos (MADRUGA et al.,

2012).

Uma pesquisa feita com crianças de dois a cinco anos de idade mostrou que quando os pais

fazem as refeições junto com os filhos se cria um ambiente positivo, que em geral faz com que as
29

crianças melhorem a qualidade da alimentação, pois aumenta o consumo de frutas, vegetais, fibras, e

micronutrientes e diminuindo o consumo de gordura saturada e gordura trans, frituras, refrigerante,

assim como no consumo de alimentos de menor carga glicêmica (MELO et al., 2017).

5.2.1 Uso de telas

A exposição a distratores e telas em geral se tornou uma parte inevitável da vida de adultos e

crianças. Isso se deve em grande parte ao avanço da tecnologia e à proliferação de dispositivos

eletrônicos, como smartphones, tablets, computadores e televisões. Esses dispositivos oferecem uma

ampla gama de atividades e entretenimento digital, o que pode resultar em uma exposição significativa

às telas já que o tempo excessivo de telas está associado a comportamentos alimentares não saudáveis,

como o aumento no consumo de lanches e alimentos densos em energia e a redução da ingestão de

frutas e vegetais (NOBRE et al, 2021).

É de importância que os pais, cuidadores e indivíduos em geral estejam cientes dos possíveis

impactos negativos e busquem equilibrar o tempo gasto em frente às telas com atividades ao ar livre,

interação social e outras formas de entretenimento e aprendizado. Sendo fundamental também

estabelecer limites para o uso desses dispositivos eletrônicos e monitorar o tipo de conteúdo ao qual

estão sendo expostas (NOBRE et al,2021).

A OMS (2019) emitiu diretrizes que recomendam limitar o uso de telas em crianças,

especialmente em lactentes e crianças menores de 2 anos. De acordo com essas diretrizes, o uso de

telas não é recomendado para lactentes, e para crianças com idades entre 2 e 3 anos, o tempo de tela

não deve ultrapassar 1 hora por dia. Essas recomendações são baseadas em preocupações com o

desenvolvimento infantil, o sono e o bem-estar geral das crianças.

O estudo conduzido por NOBRE e colaboradores (2021); que observou uma média de 1,8

horas de tempo de tela por dia em 306 crianças com uma média de idade de 5,1 anos, é uma

informação relevante que ajuda a entender o uso de telas em crianças em uma faixa etária específica.
30

Esses dados indicam que, em média, as crianças nesse grupo etário estão passando aproximadamente

1,8 horas por dia em frente a telas, como dispositivos eletrônicos e televisão. É importante notar que

essa média esteja dentro do limite recomendado pela OMS (2019). No entanto, é fundamental que os

pais e cuidadores continuem a monitorar e garantir que o conteúdo a que essas crianças estão expostas

seja apropriado para suas idades e que o tempo de tela seja equilibrado com outras atividades

saudáveis, como brincar ao ar livre, interações sociais e tempo dedicado ao sono.

O uso excessivo de telas, como redes sociais, videogames e streaming de mídia, pode gerar

impactos variados na saúde e no bem-estar das pessoas, especialmente das crianças, conforme o

quadro 4 (NOBRE et al, 2021).

Quadro 4. Efeitos potenciais do uso de telas.

Problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão

Problemas de sono: O uso de telas antes de dormir pode interferir na qualidade do sono, devido à

luz azul emitida por esses dispositivos.

Redução da interação social cara a cara, levando a dificuldades no desenvolvimento de habilidades

sociais.

Dificuldades de concentração e atenção.

Crianças podem ser expostas a conteúdo inadequado para sua idade, sendo prejudicial para o seu

desenvolvimento.

Problemas de saúde física, estilo de vida sedentário, obesidade e problemas musculares.

Fonte: NOBRE et al, 2021.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo do trabalho ficou evidente que os pais e cuidadores desempenham um papel


fundamental na orientação dos hábitos alimentares das crianças. A interação positiva durante as
refeições, a exposição consistente a alimentos saudáveis e o estabelecimento de um ambiente
alimentar favorável são estratégias essenciais para moldar escolhas alimentares saudáveis.
31

A influência familiar, desde o período gestacional até os primeiros anos de vida, emerge como
um elemento central na prevenção de problemas de saúde, especialmente a obesidade. A exposição
contínua a alimentos saudáveis cria uma base sólida para escolhas alimentares futuras, impactando
positivamente a saúde infantil.

A chave para um desenvolvimento saudável reside na harmonia entre a influência familiar


positiva, a exposição adequada a alimentos nutritivos, além do gerenciamento responsável do tempo
de exposição ao uso de telas. Este estudo destaca a importância de ações proativas no ambiente
familiar para promover hábitos alimentares saudáveis e gerenciar o impacto crescente do mundo
digital na vida das crianças.
32

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