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CURSO DE NUTRIÇÃO
Rio de Janeiro
2023
Bruna Vereda Diniz Rossi
Isabele Sumil Martins
Thamires da Silva Bezerra
Rio de Janeiro
2023
Bruna Vereda Diniz Rossi
Isabele Sumil Martins
Thamires da Silva Bezerra
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(Orientador(a) com a titulação)
(Instituição que está vinculado)
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(Nome com titulação)
(Instituição que está vinculado)
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(Nome com titulação)
(Instituição que está vinculado)
RESUMO
A introdução alimentar é o processo pelo qual um bebê começa a receber alimentos sólidos
além do leite materno ou fórmula, e apresenta diferentes métodos e abordagens, como Baby
Led-Weaning (BLW), Baby Led Introduction to Solids (BLISS) e o Método tradicional. A
escolha do método pode depender das preferências dos pais, das recomendações profissionais
e do estágio de desenvolvimento do bebê, podendo influenciar sua relação com a comida. Este
trabalho teve o objetivo de analisar a influência da rotina familiar nos hábitos alimentares e na
saúde da criança na primeira infância. O estudo consiste em uma revisão bibliográfica de
artigos, livros, guias e manuais que abordam sobre o tema de introdução alimentar
complementar. Para garantir uma alimentação saudável, é fundamental que os pais estabeleçam
uma rotina alimentar equilibrada, pois uma vez que o ambiente familiar é compartilhado e
reflete os hábitos de cada membro da família, influenciam diretamente o hábito alimentar da
criança. O nutricionista desempenha um papel muito importante nesse período de introdução
alimentar, pois ele orienta os cuidadores a melhor maneira de se conduzir a oferta de alimentos,
de forma segura, sobre a evolução da textura, formato do alimento e os diferentes grupos
alimentares, respeitando cada fase do desenvolvimento da criança. Ao longo do trabalho ficou
evidente que os pais e cuidadores desempenham um papel fundamental na orientação dos
hábitos alimentares das crianças. A interação positiva durante as refeições, a exposição
consistente a alimentos saudáveis e o estabelecimento de um ambiente alimentar favorável são
estratégias essenciais para moldar escolhas alimentares saudáveis.
ABSTRACT
ROSSI, Bruna. MARTINS, Isabele. BEZERRA, Thamires. A influência da alimentação
familiar na formação de hábitos alimentares na primeira infância. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Nutrição). Centro Universitário Augusto Motta, 2023.
Food introduction is the process by which a baby begins to receive solid foods other than
breast milk or formula, and features different methods and approaches, such as Baby Led-
Weaning (BLW), Baby Led Introduction to Solids (BLISS) and the Traditional Method.
The choice of method may depend on the parents' preferences, professional recommendations
and the baby's stage of development, which may influence their relationship with food. Those
kind of work have as an objective to analyze the influence of family routine on children's
eating habits and health in early childhood. The study consists of a bibliographic review of
articles, books, guides and manuals that leads to the topic of introducing complementary
foods. To ensure a healthy diet, it's essential that the parents establish a balanced eating
routine, as since the family environment is shared, these behaviours reflects the habits of each
family member, they directly influence the child's eating habits. The nutritionist plays a very
important role in this period of food introduction, as he/she guides caregivers on the best way
to provide food, safely, on the evolution of texture, shape and different groups of foods,
respecting each stage of the child's development. Throughout the work it became clear that
the parents and the caregivers play a fundamental role in guiding children's eating habits. The
positive interaction during meals, eating healthy foods and establishing a favorable eating
environment are essential strategies for healthy food choices.
AM__________________________Aleitamento Materno
BLW_________________________Baby Led-Weaning
BLISS________________________Baby Led Introduction to Solids
IAT__________________________Introdução Alimentar Tradicional
MS__________________________Ministério da Saúde
OMS_____________________ ___Organização Mundial da Saúde
SCIELO______________________Scientific Electronic Library Online
SBP_________________________ Sociedade Brasileira de Pediatria
LISTA DE QUADROS
1. INTRODUÇÃO 9
2. OBJETIVOS 11
2.1 Objetivo Geral 11
2.2 Objetivo Específicos 11
3. JUSTIFICATIVA 12
4. METODOLOGIA 13
5. REVISÃO 14
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 31
7. REFERÊNCIA
9
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
4. METODOLOGIA
O estudo consiste em uma revisão bibliográfica de artigos, livros, guias e manuais que
Os estudos foram identificados nas bases de dados da Scientific Electronic Library Online
(Scielo), e Google Acadêmico, e nos sites da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério
da Saúde (MS). A busca foi realizada de abril de 2023 à outubro de 2023, e considerou também
livros e sites oficiais. Tendo como critérios inclusivos artigos e publicações, escritos na linguagem
portuguesa dos últimos 14 anos (2009 a 2023), com base nos seguintes descritores: nutrição infantil;
5. REVISÃO
A alimentação infantil inicia-se com o aleitamento materno (AM), conforme preconizado pela
OMS, exclusivo durante o primeiro semestre de vida e, após esse período, complementado por outros
alimentos pelo menos até os dois anos de idade (WHO, 2008; BRASIL, 2019).
A partir do sexto mês de vida, as necessidades nutricionais da criança já não são mais supridas
somente com o leite materno, sendo necessária a introdução alimentar, que fornece para a criança
energia, proteínas, vitaminas e minerais. (OLIVEIRA; AVI, 2017; BRASIL 2019). Desse modo, é de
suma importância que a alimentação complementar seja adequada nutricionalmente para prevenir
e a sua continuidade refletem o ganho de peso adequado, bem como o controle da obesidade na
complementação ao leite materno além de ser variada, garantindo aporte nutricional de vitaminas e
processados, de forma atrativa sensorialmente e provendo as refeições junto à família (OMS, 2014;
BRASIL, 2019).
A educação alimentar inicia-se muito cedo, logo nos primeiros meses de vida, quando são
criança aprende a gostar ou não de alimentos pela sua ingestão repetida, associando os sabores dos
alimentos com reação afetiva do contexto social e a satisfação fisiológica da alimentação, além disso,
o que comer; quando comer; por que certas substâncias são comestíveis e outras não (LIMA et al.,
2012).
Ainda que haja algumas recomendações do início da introdução alimentar para ser iniciado
entre 4 e 6 meses, a Sociedade Brasileira de Pediatria sugere que seja iniciada após o 6º mês, quando
alimentos que não sejam líquidos. A recomendação para crianças que não estão em aleitamento
A introdução alimentar é o processo pelo qual um bebê começa a receber alimentos sólidos
além do leite materno ou da fórmula. Existem vários métodos e abordagens para introdução alimentar,
e a escolha pode depender das preferências dos pais, das recomendações de profissionais de saúde e
do desenvolvimento do bebê, como o Baby Led-Weaning (BLW), Baby Led Introduction to Solids
documento de referência que oferece orientações sobre a alimentação adequada e saudável para bebês
e crianças nessa faixa etária. Ele é baseado em evidências científicas e diretrizes nutricionais e tem
Recomendação Características
Introdução de alimentos Após cerca de seis meses de idade, os bebês geralmente começam a
Sólidos introduzir alimentos sólidos, como purês de vegetais, frutas e grãos, em
adição ao leite materno ou fórmula.
Diversificação de Dieta É importante oferecer uma variedade de alimentos para as crianças, para
garantir que elas obtenham todos os nutrientes de que precisam. Isso
inclui frutas, vegetais, proteínas magras, grãos integrais e produtos
lácteos.
Respeitar as Preferências Cada criança é única, e suas preferências alimentares podem variar. É
Individuais importante respeitar essas preferências e criar um ambiente alimentar
positivo.
Evitar Restrições Restringir excessivamente a dieta de uma criança pode levar a problemas
nutricionais. É importante encontrar um equilíbrio entre promover
Excessivas escolhas alimentares saudáveis e permitir alguma flexibilidade.
De acordo com a OMS (2014) e o MS (BRASIL, 2015), a introdução alimentar é uma fase
crucial no desenvolvimento de um ser humano, marcando a transição da nutrição exclusiva por meio
do leite materno ou fórmula para a inclusão de alimentos sólidos em sua dieta. Durante esse período,
que normalmente inicia por volta dos seis meses de idade, o nutricionista desempenha um papel
da criança, bem como sua saúde a longo prazo. Nesse contexto, o nutricionista atua como um guia e
(BRASIL, 2015).
informações seguras sobre a introdução alimentar do bebê, orientando sobre evolução de texturas e
Assim, o nutricionista tem papel importante na introdução alimentar dos lactentes, pois ele
orienta como iniciar e introduzir os novos alimentos, no entanto, a alimentação infantil precisa ser
criança e trazendo muito mais qualidade vida. Deste modo, o profissional vai auxiliar as mães e/ou
Para decidir qual método de IA será utilizado, o nutricionista junto com outros profissionais
da saúde tem o papel de orientar qual estratégia dietoterápica será utilizada, considerando os hábitos
Como resultado de uma IA feita de forma precoce ou inadequada, pode ocorrer alergias
alimentares, preferencias por alimentos doces e produtos com altas quantidades de açúcar. E quando
não acompanhadas por profissionais da saúde, pode ter o risco de diabetes aumentada. A presença de
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profissionais atualizados e capacitados nesta etapa é crucial, sendo o nutricionista um exemplo destes
É fundamental integrar ações de nutrição e alimentação às estratégias de saúde para que haja maior
acesso ao público. Os Núcleos de Apoio à saúde da Família, conforme Portaria n.º 154 de 2008,
2023).
crianças de 6 a 214 meses em SC, verificou-se que em relação à orientação sobre introdução alimentar,
88,6% (n=31) dos responsáveis receberam orientações, porém, destes, 57,1% (n=20) relataram
que as informações foram repassadas por médico pediatra, 17,1% (n=6) por outro profissional e
apenas 14,3% (n=5) receberam orientação de profissional nutricionista .Da mesma forma, estudos
anteriores também observaram que o médico pediatra foi o profissional que realizou orientações
sobre alimentação complementar com mais frequência. Um estudo transversal realizado na cidade de
Canela (RS), com 89 mães de lactentes, apontou que 70,8% (n=63) das mães seguiram orientações de
médico pediatra, enquanto 43,8% (n=39) afirmaram que seguiram as indicações de um familiar ou
(WILLRICH, 2017). Em outro estudo transversal, realizado em Porto Alegre (RS), com 300 mães,
verificou-se que entre as que receberam alguma orientação sobre alimentação complementar, 43%
(n=151) receberam do médico pediatra ou outro profissional de saúde, e apenas 19,6% (n=37) foram
nutricionais para cada fase do desenvolvimento, tornando suas orientações e abordagens necessárias
para que as famílias possam realizar a introdução dos alimentos complementares de forma adequada,
O método BLW em português significa desmame guiado pelo bebê e é uma abordagem de
introdução alimentar para bebês que permite que a criança se alimente de forma autônoma e explore
alimentos em pedaços em vez de receber alimentos em purês ou papas. Este método é uma abordagem
de introdução alimentar que promove a independência da criança, permitindo que ela explore e
consuma alimentos sólidos em pedaços desde os seis meses de idade, com base em sua capacidade de
lo a comer mais do que deseja. Conforme o bebê se acostuma com a introdução alimentar, uma
variedade de alimentos saudáveis pode ser oferecida, como frutas, legumes, proteínas e grãos
Ele deve ser iniciado após os cinco sinais de prontidão, que são: diminuição do reflexo de
protrusão da língua, sentar sem apoio, ter interesse nos alimentos que a família come, segurar objetos
com as mãos e levar até a boca e ter no mínimo 6 meses. Nesse momento, a criança já desenvolveu
habilidades motoras que permitem segurar e levar alimentos à boca com segurança. Devem ser
escolhidos alimentos apropriados para a idade, incluindo frutas maduras, legumes cozidos e proteínas
macias, todos preparados em pedaços grandes e bem cozidos para evitar riscos de engasgo
O método BLW apresenta vantagens como o estímulo à autonomia desde a primeira infância,
são abordados desafios que podem surgir ao adotar o BLW, como o risco de engasgo, a bagunça e o
desperdício de comida, a necessidade de supervisão constante, a resistência inicial por parte dos pais
Vantagens Desvantagens
Promoção de hábitos alimentares saudáveis, pois Pais ou cuidadores devem supervisionar de perto
fomentar que os bebês tenham um papel ativo na o bebê durante as refeições para garantir sua
seleção e no controle de alimentos, o que pode segurança, exigindo atenção constante.
resultar em escolhas alimentares mais saudáveis no
futuro.
Pode auxiliar na prevenção da obesidade infantil, O BLW pode ser desafiador para garantir que os
já que capacita bebês a autorregular sua ingestão bebês recebam todos os nutrientes necessários,
de alimentos, evitando excessos. especialmente ferro, uma vez que alimentos ricos
em ferro podem ser difíceis de oferecer no início.
Promove a autonomia dos bebês, permitindo que O BLW envolve um risco potencial de engasgo,
participem ativamente das refeições familiares e embora a asfixia seja rara. Pais devem estar
desenvolvam habilidades de tomada de decisão atentos aos sinais de engasgo e preparados para
desde cedo. agir prontamente.
O BLW estimula a inclusão de bebês nas refeições Alguns pais podem relatar resistência inicial ao
familiares, criando um ambiente propício para a método devido a preocupações com engasgos e à
adoção bem-sucedida do método e fomentando necessidade de abrir mão de algum controle sobre
interações familiares saudáveis. a alimentação dos bebês.
Durante as refeições em família, os alimentos são dispostos ao alcance do bebê em seu prato
ou cadeira de alimentação, permitindo que ele tenha autonomia para pegar, explorar e comer os
alimentos por conta própria (SILVA, 2021). Nesse método, os pais oferecem alimentos adequados à
idade da criança em pedaços ou tiras, e o bebê tem a liberdade de pegar, tocar, cheirar, mastigar e
21
comer esses alimentos por conta própria, usando suas habilidades motoras e de coordenação
É de grande importância que o bebê participe das refeições em família, pois a imitação
desempenha um papel crucial em seu aprendizado. Isso contribui para a criação de um ambiente
positivo que favorece a continuação do método (GOMEZ et al., 2018). É importante que os pais e
cuidadores observem os sinais de saciedade do bebê e respeitar seu ritmo alimentar, interrompendo a
oferta de alimentos quando ele não estiver mais interessado (ARANTES et al., 2018).
durante as refeições, garantindo sua segurança e estando preparados para agir rapidamente em caso
de engasgo (SILVA, 2021). A preocupação em relação ao risco de engasgamento é uma das maiores
fontes de insegurança tanto para famílias como para profissionais de saúde quando se trata da prática
por BROWN (2018), não encontrou associações significativas entre o método de alimentação
utilizado, a frequência de uso de colher (especialmente para aqueles que adotaram uma abordagem
adaptada) e ocorrências de engasgamento. No entanto, observou-se que bebês cujos pais relataram
Segundo Gomez e colaboradores (2018) o método BLW apresenta como benefícios a prevenção
motoras, o estímulo à interação com os alimentos e o aprimoramento dos aspectos sensoriais. Apesar
da SBP (2017), ainda não há evidências e trabalhos publicados suficientes para afirmar que este
método seja a única forma correta de introdução alimentar, podendo ser utilizado a forma que o bebê
evolução física que pode variar de 6 a 7 meses. Logo, dependendo do bebê e de acordo com sua
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evolução, pode-se alternar entre o método convencional (papinhas e purê) e o BLW ou simplesmente
manter apenas aquele que melhor se adequou, tanto o bebê quanto os pais ou cuidadores (RAMOS;
Um estudo realizado por Townsend e Pitchford (2012) identificou que bebês alimentados pelo
método BLW possuíam um percentil de IMC mais próximo do ideal, enquanto os bebês alimentados
pelo método tradicional tinham maior probabilidade de serem classificados com sobrepeso. O estudo
também relata que bebês alimentados pelo BLW tiveram maior preferência na escolha de alimentos
saudáveis, que podem ajudar a prevenir a obesidade, quando comparados aos alimentados pelo
método tradicional.
método BLW, um grupo na Nova Zelândia desenvolveu um método chamado Baby-Led Introduction
to Solids, BLISS, que significa, em tradução livre, introdução aos sólidos guiada pelo bebê, ao
No BLISS, os cuidadores têm orientações adequadas para assegurar que o bebê receba os
nutrientes essenciais para seu desenvolvimento. Sobretudo na inclusão de alimentos ricos em ferro e
hipercalórico em todas as refeições. (NUNES, et al., 2021). É recomendado o corte dos alimentos do
recomendações para esses métodos incluem: não deixar a criança sozinha ao se alimentar; colocar a
criança em posição ereta na cadeira de alimentação; não ofertar alimentos em formatos de moeda,
farelentos, formadores de bolos na cavidade oral ou ainda duros como castanhas e pipoca (DANIELS,
et al., 2015).
23
O foco na redução de risco de engasgo no processo, com orientações sobre os cortes e texturas
adequadas, também é uma pauta importante neste método. Outras orientações específicas para evitar
o engasgo incluem: oferecer alimentos grandes, possibilitando que o bebê segure; provar os alimentos
antes para certificar que não se fixe na cavidade oral; não oferecer alimentos redondos; garantir que
o bebê esteja sentado sempre com a supervisão de um cuidador (NUNES, et al., 2021).
Ainda não se tem certeza se o método BLISS poderia influenciar o processo de crescimento
das crianças. Até o momento, as evidências disponíveis não revelaram nenhum caso de crescimento
Um estudo feito por Daniels e colaboradores (2018) mostrou que crianças alimentadas pelo
BLW modificado, o BLISS, pareciam ter maiores ingestão de ferro, zinco, vitamina c, vitamina b12
e cálcio do que as que seguiam o BLW não modificado. O estudo identificou que a taxa de crescimento
entre as crianças alimentadas pelo BLISS e pelo método tradicional eram similares, não havendo
estudo que bebês alimentados pelo BLISS eram mais propensos a se alimentarem sozinhos, tinham
maior inclinação a fazerem suas refeições em família e a comerem a mesma refeição que a sua família
Segundo Nunes e colaboradores (2021) o método apresenta como vantagens o maior enfoque
nutricional, como alimentos ricos em ferro e hipercalóricos, promove uma dieta equilibrada com
ampla variedade de alimentos e dispõe de orientações para reduzir os riscos de engasgo. Porém
brasileira.
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A Introdução Alimentar Tradicional (IAT) foi de grande importância em uma época que os
alimentos eram introduzidos muito precocemente e as opções ao leite materno eram escassas. O início
da introdução alimentar era recomendado aos 4 meses até o ano de 2002. Atualmente a recomendação
é a partir dos 6 meses, tendo em vista a maturação do sistema digestivo (BRASIL 2019; VIEIRA et
al., 2020).
Segundo a SBP (2012) e o MS (2015), este método é caracterizada pela consistência inicial
de papa, purê e aumento progressivo da consistência até a criança atingir 1 ano de vida, com o intuito
liquidifique os alimentos. Ao passar do tempo é indicado que se amasse cada vez menos, chegando a
A introdução alimentar tradicional, deve ser feita de forma lenta e gradual, através de papas
com o uso de uma colher adequada para a criança. Aos poucos, a consistência pastosa deve ir
aumentando até atingir a alimentação da família, mais ou menos aos 12 meses de idade (BRASIL,
Este método é uma prática guiada pelo cuidador, que decide quais alimentos a criança vai
comer, a quantidade e o ritmo da alimentação. A oferta é feita através de alimentos pastosos, em papas
Para comunicar que não quer mais comer, o bebê mostra sinais como virar o rosto e não abrir
a boca. É necessário observar os sinais de fome e saciedade do bebê para não ultrapassar os limites,
já que lactentes possuem capacidade de autorregular. Além do mais, respeitar os sinais de fome e
saciedade são importantes no processo de formação da alimentação. Induzir o bebê a comer além da
sua fome pode prejudicar sua percepção de saciedade e apetite, podendo gerar um ganho de peso
Segundo o Ministério da Saúde (2009 e 2013), através dos seus programas, apresenta que a
introdução alimentar através do método tradicional possui tanto vantagens como também
Vantagens Desvantagens
Os pais têm controle direto sobre a seleção e Essa abordagem pode restringir a capacidade do
quantidade de alimentos oferecidos ao bebê. bebê de explorar os alimentos por conta própria,
já que os pais determinam o que e quanto é
oferecido.
A introdução de alimentos segue um processo A introdução gradual de texturas pode fazer com
gradual, começando com papas e purês e que o bebê seja relutante em aceitar alimentos
evoluindo para alimentos com texturas mais com texturas variadas, dificultando a transição
sólidas à medida que o bebê cresce. para a comida da família.
Os pais podem escolher alimentos que atendam Dependendo das escolhas dos pais, pode ocorrer
às necessidades nutricionais específicas do bebê, uma restrição excessiva de certos alimentos, o
assegurando uma dieta balanceada. que pode afetar a diversidade na dieta do bebê.
considerada uma fase essencial para formação de hábitos alimentares, que poderão ser mantidos em
É na infância que se inicia o desenvolvimento dos hábitos alimentares, sendo esta fase
considerada essencial para apresentar os alimentos ideais para cada idade, pois a alimentação e a
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nutrição são elementos fundamentais para a proteção e para promoção da saúde, considerando que o
socioeconômica, cultural, étnica, religiosa, entre outros. Tendo seu início já no período gestacional
através do contato do feto com o líquido amniótico (BEAUCHAMP; MENNELLA, 2011), a formação
dos hábitos alimentares continua durante a infância, principalmente nos primeiros 2-3 anos de vida, e
poderá sofrer influência de diferentes fatores ao longo da vida: família, amigos, escola, mídia
Segundo Dantas e Silva (2019), os hábitos alimentares estão relacionados com fatores
genéticos e ambientais. Os fatores ambientais estão relacionados a influência da família na forma que
a criança come, processos psicossociais e culturais, bem como a maneira em que a criança é
As crianças não possuem autonomia na escolha dos alimentos, uma vez que ainda não
qualidade nutricional. Nesse estágio, a responsabilidade de fornecer uma dieta equilibrada e saudável
recai principalmente sobre os pais ou cuidadores (DO CARMO AZEVEDO LEUNG; PASSADORE;
DA SILVA, 2016).
O ambiente em que uma criança cresce tem um impacto significativo em sua saúde física e
mental, sendo o comportamento alimentar dos pais um exemplo disso. As escolhas alimentares dos
pais muitas vezes influenciam as preferências alimentares das crianças. Se os pais têm hábitos
alimentares saudáveis, é mais provável que as crianças adotem esses mesmos hábitos. Por outro lado,
se os pais têm uma alimentação desequilibrada, as crianças podem seguir o exemplo (VILLA et al.,
2015).
Os pais e cuidadores têm um papel primordial na educação alimentar de seus filhos, pois são
anos de vida, pois além de promover interação familiar ainda auxilia no desenvolvimento do paladar,
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novos alimentos em diversas formas e texturas para que a criança se familiarize com eles e tenha o
momento das refeições são primordiais para a formação das preferências alimentares infantis, pois
essas características influenciam diretamente na forma como a criança irá se relacionar com os
alimentos. Essa interação nos primeiros anos de vida pode influenciar positivamente ou
GIUGLIANI, 2016).
Os hábitos alimentares podem, de fato, ser reflexos do modo e estilo de vida que existiu na
infância, com uma forte influência do componente familiar. As questões relacionadas aos hábitos
maneira, com os indicativos do aumento, a cada ano do número de crianças em situação de obesidade
alimentação, tendo a influência familiar um papel central nesse processo (VILLA et al., 2015).
retardar doenças cardiovasculares, hipertensão, obesidade, diabetes e alguns tipos de câncer. Durante
a infância estamos formando nosso paladar, de acordo com a combinação de fatores genéticos e
ambientais. A exposição de alimentos deve ser feita pelo menos 10 vezes, para a criança experimentar,
sentir gosto/textura e ver se ela gosta ou não. O ideal seria ter sempre à disposição da criança alimentos
saudáveis, para estimular o consumo (como frutas/legumes e verduras). Como criança aprende por
repetição, ter adultos à sua volta, que se alimentam de forma saudável, estimula muito o consumo. É
muito importante que a família cozinhe juntos, prepare os alimentos, isso ajuda a criança a criar
autonomia e identificar suas preferências, e também cria um laço maior com os pais, pois comida é
afeto. É importante que o momento da refeição seja um momento tranquilo, com conversas e trocas.
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Quando todos comem juntos a criança sente que é especial, e gera uma relação melhor com a comida
nutrologia (2017), ressalta a importância da realização das refeições do bebê à mesa, junto com a
família, exatamente para que ele tenha os pais como referência de hábitos alimentares saudáveis, além
disso, o guia também enfatiza a respeito dos pais comerem junto com a criança ao invés de apenas
ofertar a comida.
casa, a educação alimentar que as crianças recebem e até mesmo o nível de estresse no ambiente
familiar, o que pode afetar o apetite e a relação com a comida das crianças. É verificado a cada ano
importante no consumo. Se alimentos não saudáveis estiverem facilmente disponíveis, as pessoas são
alimentos, influenciam diretamente o consumo alimentar da criança, uma vez que o ambiente familiar
estudos que apontam a preferência das crianças por alimentos que fazem parte de sua rotina diária
Um estudo com uma amostra de 225 crianças/88 pais verificou que o consumo de frutas, sucos
alimentos na residência familiar. Ainda é entendido que as crianças se inclinam a preferir os alimentos
que lhe são servidos frequentemente em detrimento dos alimentos estranhos (MADRUGA et al.,
2012).
Uma pesquisa feita com crianças de dois a cinco anos de idade mostrou que quando os pais
fazem as refeições junto com os filhos se cria um ambiente positivo, que em geral faz com que as
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crianças melhorem a qualidade da alimentação, pois aumenta o consumo de frutas, vegetais, fibras, e
assim como no consumo de alimentos de menor carga glicêmica (MELO et al., 2017).
A exposição a distratores e telas em geral se tornou uma parte inevitável da vida de adultos e
eletrônicos, como smartphones, tablets, computadores e televisões. Esses dispositivos oferecem uma
ampla gama de atividades e entretenimento digital, o que pode resultar em uma exposição significativa
às telas já que o tempo excessivo de telas está associado a comportamentos alimentares não saudáveis,
É de importância que os pais, cuidadores e indivíduos em geral estejam cientes dos possíveis
impactos negativos e busquem equilibrar o tempo gasto em frente às telas com atividades ao ar livre,
estabelecer limites para o uso desses dispositivos eletrônicos e monitorar o tipo de conteúdo ao qual
A OMS (2019) emitiu diretrizes que recomendam limitar o uso de telas em crianças,
especialmente em lactentes e crianças menores de 2 anos. De acordo com essas diretrizes, o uso de
telas não é recomendado para lactentes, e para crianças com idades entre 2 e 3 anos, o tempo de tela
não deve ultrapassar 1 hora por dia. Essas recomendações são baseadas em preocupações com o
O estudo conduzido por NOBRE e colaboradores (2021); que observou uma média de 1,8
horas de tempo de tela por dia em 306 crianças com uma média de idade de 5,1 anos, é uma
informação relevante que ajuda a entender o uso de telas em crianças em uma faixa etária específica.
30
Esses dados indicam que, em média, as crianças nesse grupo etário estão passando aproximadamente
1,8 horas por dia em frente a telas, como dispositivos eletrônicos e televisão. É importante notar que
essa média esteja dentro do limite recomendado pela OMS (2019). No entanto, é fundamental que os
pais e cuidadores continuem a monitorar e garantir que o conteúdo a que essas crianças estão expostas
seja apropriado para suas idades e que o tempo de tela seja equilibrado com outras atividades
O uso excessivo de telas, como redes sociais, videogames e streaming de mídia, pode gerar
impactos variados na saúde e no bem-estar das pessoas, especialmente das crianças, conforme o
Problemas de sono: O uso de telas antes de dormir pode interferir na qualidade do sono, devido à
sociais.
Crianças podem ser expostas a conteúdo inadequado para sua idade, sendo prejudicial para o seu
desenvolvimento.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A influência familiar, desde o período gestacional até os primeiros anos de vida, emerge como
um elemento central na prevenção de problemas de saúde, especialmente a obesidade. A exposição
contínua a alimentos saudáveis cria uma base sólida para escolhas alimentares futuras, impactando
positivamente a saúde infantil.
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