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Exército Brasileiro
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
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À medida que o mercado fica mais exigente, maiores são os investimentos
em estudos e pesquisas sobre a importância da liderança. Em cada empresa, há
vários tipos de perfis. Como então extrair o que cada um tem de melhor para que
isso auxilie no alcance de resultados?
Os líderes são encontrados em várias áreas como, por exemplo, em políticas,
religiosas, culturais, movimentos sociais e também em organizações militares. Uma
organização militar é uma parte integrante das forças armadas de seu país. A
liderança militar é tão importante que, em específico no caso do Brasil, as três forças
armadas existentes sendo Marinha, Aeronáutica e o Exército Brasileiro possuem
doutrinas para formação de seus líderes.
Diante desse contexto, o presente estudo irá abordar o que é a liderança e
como ela é aplicada apenas nas forças armadas da Marinha do Brasil e do Exército
Brasileiro.
1. O LÍDER
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A liderança não é limitada ao presidente ou ao administrador, ela está
presente em todos os níveis das organizações. Temos que considerar também que
nem todos os administradores são líderes, só os bons que são. Também temos que
considerar nem todos os líderes são administradores. (Hevesi, 2004).
Para ser líder, é preciso ter as seguintes competências: Ser visionário
(preceder mudanças), ser corajoso para enfrentar riscos, ser flexível para se adaptar
as mudanças, almejar sucesso, ser honesto e comunicativo. Você se faz líder,
adquire essas habilidades e atitudes com muito esforço para chegar aonde deseja e
para se manter. (Hevesi, 2004).
“Os verdadeiros líderes causam impacto em sua empresa. São fortes. Atraem
as pessoas e recebem apoio de seus pares e funcionários. Conquistam seguidores
com sua habilidade de comunicar a sua visão e o seu compromisso”. (Hevesi, 2004,
p. 31).
Elencado as definições de um líder, o que ele então faz? De acordo com
Hevesi (2004, p. 32), o líder precisa passar a resiliência para aqueles que temem
perder a segurança do status quo por conta de suas limitações. O líder então educa,
motiva, comunica, apóia, lidera a mudança, transforma as mudanças em um
aprendizado positivo, é aberto a diálogos, inspira e cativa as pessoas. O líder é
como um treinador cujo seu maior desejo é fazer com que as pessoas despertem a
si mesmas suas habilidades e virtudes para que possam mudar as suas vidas.
Nessa relação, é importante que haja confiança entre as partes para a construção
de um relacionamento positivo onde seja franco e crítico (mas não ameaçador).
“A liderança é resultado de trabalho árduo, vigoroso, de visão, baseado na
força de vontade e na escolha das prioridades certas.” (Hevesi, 2004, p. 39).
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Para atingir os resultados, é preciso que a visão seja compartilhada por todos.
Mas as equipes conseguem assimilar da forma que se espera pela organização?
Será que não existe falhas de comunicação dos objetivos? A equipe está
comprometida, motivada e engajada? Para que essas características estejam
presentes na equipe é preciso a utilização de ferramentas de metodologia de
desempenho. (Escorsin e Walger, 2017, p. 149).
Segundo Soares (2015, p. 90, apud Escorsin e Walger, 2017, p. 153) destaca
três aspectos que contribuem para que uma equipe alcance efetividade nos
resultados, sendo:
a) Propósito em comum: oferecendo direção, aonde a organização pretende
chegar e como;
b) Metas específicas: são importantes para que os funcionários acompanhem a
evolução dos objetivos;
c) Tomada de decisão: com maior participação de todos, há maior interação e
comprometimento.
É preciso ainda desenvolver um plano de atividades para o desenvolvimento da
equipe.
Para Chiavenato (2010, apud Escorsin e Walger, 2017, p. 154)
O desenvolvimento de equipes é uma técnica que objetiva alterar o
comportamento das pessoas. Equipes de vários níveis da organização
podem precisar refletir sobre o seu comportamento, mesmo em cargos mais
elevados. A idéia básica é contribuir para que as equipes ampliem suas
mentalidades e busquem novas alternativas para resolver suas demandas e
seus problemas.
A equipe pode ainda enfrentar vários desafios como descreve Leoncini (2002,
apud Escorsin e Walger, 2017, p. 154) que é a disfuncionalidade. Em algum
momento, por algum motivo, a equipe começa a apresentar produtividade baixa e
relacionamento interpessoal em déficit. Segundo Leoncini (2002, apud Escorsin e
Walger, 2017, p. 155), algumas disfuncionalidades são:
a) Ausência de confiança entre a equipe;
b) Medo de conflitos;
c) Falta de comprometimento;
d) Tendência a evitar responsabilidades e obrigações;
e) Falta de interesse com os resultados.
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A base para o desenvolvimento de equipes, aponta Chiavenato (2010, apud
Escorsin e Walger, 2017, p. 157)
Está alicerçada em alguns fatores que precisam ser compreendidos
pelo profissional de Recursos Humanos ao elaborar um programa de
desenvolvimento de equipes, os quais são: filosofia e missão da empresa,
estrutura organizacional, sistemas organizacionais e políticas
organizacionais.
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O documento “EMA-137” dispõe sobre a doutrina da Marinha.
De acordo com a Doutrina de Liderança da Marinha, EMA-137, (Brasil, 2004,
p.1)
O exercício da chefia, comando ou direção, é entendido pelo conjunto de
ações e decisões tomadas pelo mais antigo, com autoridade para tal, na
sua esfera de competência, a fim de conduzir de forma integrada o setor
que lhe é confiado.
No desempenho das funções, os militares mais antigos ocupam as posições
de “chefe” e de “condutor de homens” ao mesmo tempo. Como chefe, prevalece a
autoridade do cargo que é associada a um posto ou graduação. Como líder, é
preciso que estes desenvolvam habilidades para influenciar e inspirarem os
subordinados. (Brasil, 2004, p. 1).
Sobre os objetivos de comando, o EMA-137 (Brasil, 2004, p.1)
Caracterizados esses dois atributos do comandante, o de chefe e o de líder,
pode-se afirmar que comandar é exercer a chefia e a liderança, a fim de
conduzir eficazmente a organização no cumprimento da missão. Sendo o
exercício do comando um processo abrangente, a divisão ora apresentada
será utilizada para efeito de uma melhor compreensão do tema em lide, pois
chefia e liderança não são processos alternativos e sim, simultâneos e
complementares.
Dentre os fundamentos descritos, é importante destacar que estão implícitos
nos agentes princípios como aspectos filosóficos, psicológicos e sociológicos que
definem os comportamentos de cada indivíduo. A doutrina então comenta que
estudados esses princípios, é possível auxiliar no desempenho de liderança. (Brasil,
2004, p. 2).
Quanto aos fatores da liderança, estes têm como base o documento sobre a
Liderança Militar, disponibilizada na Instrução Provisória IP 20-10, de 1991, do
Estado-Maior do Exército.
“O líder deve conhecer a si mesmo, para saber de suas capacidades,
características e limitações, evitando atribuir aos seus liderados falhas ou
restrições.” (Brasil, 2004, p. 10).
“Os bons líderes eficientes são também bons seguidores [...]” Brasil
(1991, p. 3, apud Brasil, 2004, p. 10) e cumpridores das orientações de seus
superiores, passando esse exemplo a seus subordinados. “O líder,
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independentemente de sua vontade, atua como elemento modificador do
comportamento de seus liderados subordinados. [...] A função militar está
relacionada com a segurança e a responsabilidade pela vida de seres
humanos.” Brasil (1991, p. 3,4, apud Brasil, 2004, p. 10) Provavelmente,
poucos profissionais são forçados a assumir tarefa tão grave ao liderar
subordinados. Brasil (1991, apud Brasil, 2004, p. 10)
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a injustiça contra um indivíduo do grupo prejudica a imagem e a confiança da
equipe, desestabilizando-a. (Exército, 2011, p. 29).
É importante destacar ainda que dentre os diversos valores militares, o que se
destaca e é tido como exemplo para outras organizações é a aplicação da disciplina.
De acordo com Exército (2011, p. 31)
A disciplina, um dos pilares de qualquer exército profissional, é um
importante valor que traduz a capacidade de proceder, de modo consciente
e espontâneo, conforme as ordens legais recebidas, as normas e as leis
estabelecidas. A disciplina não é contrária à liberdade e à iniciativa, como
alguns imaginam. Tratase, de fato, de condição indispensável para uma
vida social harmoniosa e de base fundamental para garantir o máximo uso
dos direitos das pessoas, sem perder de vista os direitos alheios. Observe
se que, nas sociedades mais evoluídas e mais ricas, as pessoas são
disciplinadas porque a disciplina é o aprendizado da solidariedade.
A liderança militar possui como aspecto imutável, a necessidade de
concordância com os valores desejados pelo Exército Brasileiro, tais como o
patriotismo, o civismo e a disciplina, mencionados acima. Independente então da
situação, seja ela de guerra ou não, os valores esperados na liderança militar são os
mesmos mudando apenas o cenário. No entanto, algumas competências terão mais
importâncias que outras devidas aos contextos de conflitos.
Em uma situação de conflito, por exemplo, a situação da liderança sairá da
zona de conforto e outros comportamentos surgirão contribuindo com agregação de
experiências no cargo. O fato de lidar com novas situações favorecem o crescimento
e o amadurecimento profissional. Novas características em seu comportamento
serão agregadas ao perfil utilizado no dia-a-dia. Fazendo jus ao comprometimento
da missão com a instituição, o grupo também será afetado de forma positiva ao
amadurecer diante de diversas circunstâncias. (Brasil, 2011, p. 52).
CONCLUSÃO
Muitas pessoas dizem ser líderes em algum grupo, seja ele na Igreja, no meio
político, em seu bairro ou até mesmo em escolas e/ou faculdades. Seja aonde for, o
líder almeja o sucesso de sua equipe, o sentimento de despertar nas pessoas o seu
potencial.
Com a crescente globalização, as empresas têm um custo alto com
investimento de pessoal para que os colaboradores auxiliem no sucesso da
empresa. É preciso reter talentos, desenvolver habilidades e criar uma gestão
eficiente de capital humano pois este é o principal recurso de qualquer organização.
Sem as pessoas, o serviço seria mecânico e talvez, não levaria o mesmo valor para
os clientes. No entanto, se esse tema é importante para a área privada e para as
organizações públicas para as forças armadas é ainda maior a sua relevância.
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teorias da administração. Além do mais, as Forças Armadas sempre foram
organizações de espelho para a população em geral com a implantação de seus
valores éticos, morais e da rigorosa disciplina que favorece a educação e o respeito.
Para o estabelecimento da Lei e da Ordem, são estabelecidos rigorosos
treinamentos de pessoal e o incentivo ao estudo e o sentimento de buscar sempre
mais e melhor. A liderança é uma virtude que precisa ser desenvolvida. Quanto mais
uma pessoa se dedica a algo, mais ela terá o conhecimento e sabedoria de forma
positiva para o seu crescimento profissional.
O capítulo IV da Lei Complementar Nº 97/99 comenta que para o
cumprimento da constituição das forças armadas é preciso
Preparar e compreender, entre outras, as atividades permanentes
de planejamento, organização e articulação, instrução e adestramento,
desenvolvimento de doutrina e pesquisas específicas, inteligência e
estruturação das Forças Armadas, de sua logística e mobilização.
Para que as mudanças possam levar a instituição em direção à realização
dos seus objetivos, os líderes precisam transformar a teoria em prática o que não é
tão simples por envolver mudanças culturais nas organizações. Tal processo só é
possível após os líder relacionar os tipos de perfis existentes e quais são as
melhores teorias de liderança a serem aplicadas para haver um melhor
desenvolvimento do time. O sucesso de um líder estratégico está relacionado a
deixar a sua equipe pronta para enfrentar quaisquer desafios e incertezas e no caso
da organização militar, estar preparada para o inimigo no meio de tantas incertezas.
É preciso planejar, criar e testar novos métodos e colocá-los em prática por meio da
liderança.
Em seu livro “A Arte da Guerra”, Sun Tzu (2000, p. 12) comenta que “se
quisermos que a glória e o sucesso acompanhem nossas armas,
jamais devemos perder de vista os seguintes fatores: a doutrina, o tempo, o
espaço, o comando, a disciplina”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Escorsin, Ana Paula. Walger, Carolina. Liderança e desenvolvimento de equipes.
Curitiba, PR: Ed. InterSaberes, 2017.
Hevesi, Gabriel. Teste sua lidrança. Rio de Janeiro, RJ: Ed. Rio, 2004.
Marinha, Doutrina de Liderança da. EMA - 137. 2004. Disponível em: <
https://www.marinha.mil.br/com1dn/sites/www.marinha.mil.br.com1dn/files/upload/E
MA%20137%20CAP%C3%8DTULO%201%20REV.1_1.pdf>. Acesso em 09 março
2018.
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