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(PARTE 01 e 02)
Gilberto Theiss1
Desafie qualquer aspirante a líder com a seguinte indagação: "O que caracteriza
os líderes verdadeiramente eficazes?" As respostas frequentes geralmente envolvem a
capacidade de motivar, criar uma missão inspiradora, desenvolver uma cultura sólida,
fornecer direcionamento claro para projetos, resolver problemas com destreza, delegar
atividades com eficiência e ter uma visão ousada do futuro. No entanto, além desses
atributos notáveis, líderes genuinamente eficazes possuem uma habilidade crucial de se
adaptar e aplicar diferentes estilos de liderança conforme as necessidades do momento.
Essa flexibilidade é essencial para lidar com a diversidade de desafios e situações que
surgem no ambiente de trabalho, no lar, na igreja ou em situações diversas que se exige
a aplicação da liderança. É exatamente isso que os líderes eficazes fazem. Segundo os
eruditos da liderança, Eles não se limitam a um único estilo, mas entendem que a
liderança eficaz é uma sinfonia, na qual diferentes estilos podem ser harmoniosamente
integrados. Eles compreendem que, em determinados momentos, a visão inspiradora é
essencial, enquanto em outros, a abertura democrática para ideias pode ser a chave do
sucesso.
A capacidade de transitar entre estilos, seja o afetivo ao lidar com as pessoas ou
o coercitivo em momentos de crise, evidencia a versatilidade que diferencia os líderes
verdadeiramente eficazes. Assim, a eficácia na liderança vai além da aplicação de um
único conjunto de habilidades. Envolve uma combinação inteligente e estratégica de
diferentes estilos, adaptados de maneira hábil e contextualmente relevante. Desse
modo, líderes eficazes não apenas atendem às expectativas convencionais, mas
superam-nas ao moldar uma liderança dinâmica e ajustada às complexidades do
ambiente de relação coletiva.
Abordando a indagação sobre o papel dos líderes, surge a perspectiva de que, em
grupos experientes, a resposta comum é que determinados estilos de liderança são
fundamentais para alcançar resultados caracterizados como sendo de sucesso. Mas
1
Pastor Gilberto Theiss - Associação Ministerial ACE. Análise e pesquisa realizadas com base nas
concepções de alguns dos principais mentores em liderança.
curiosamente, como afirma Daniel Goleman (2015, p. 29 e 30), “não dispomos de
pesquisa quantitativa precisa que identifique quais desses comportamentos de liderança
efetivamente geram bons resultados”. O que temos, segundo Goleman, são conselhos
fundamentados em inferências, experiências e instintos, com resultados acertados em
alguns momentos e não tão precisos em outros.
Uma pesquisa conduzida pela consultoria Hay/McBer (GOLEMAN, 2015, p. 29)
apresenta uma interessante abordagem ao identificar seis estilos de liderança distintos,
cada um relacionado a um componente específico da inteligência emocional. Além
desses, um sétimo estilo, o autocrático, é incluído no estudo com base em considerações
de outros especialistas (REIS, 2018, p. 34, 35). O destaque da pesquisa recai sobre a
constatação de que líderes com os melhores resultados não se limitam a um único estilo
de liderança, sugerindo a necessidade de uma abordagem mais flexível e adaptativa para
enfrentar os desafios variados do ambiente de liderança.
A incorporação de diversos estilos de liderança é imperativa diante da
multiplicidade de situações e desafios presentes no cenário organizacional. Em cada
ambiente, equipe e projeto, características específicas demandam uma abordagem
flexível por parte dos líderes. Por exemplo, a liderança autocrática, com decisões firmes
e imediatas, pode ser crucial para garantir eficiência e agilidade em contexto de urgência.
Em contraponto, situações que requerem criatividade e inovação podem beneficiar-se
de uma liderança mais democrática, incentivando a participação coletiva.
Adicionalmente, a capacidade de adotar um estilo afetivo fortalece os vínculos
entre o líder e a equipe, promovendo um ambiente de confiança e harmonia. Em
momentos de crise, a liderança coercitiva pode ser necessária para assegurar a
implementação imediata de soluções.
A habilidade de assimilar e integrar diferentes estilos de liderança não apenas
evidencia a adaptabilidade do líder, mas também amplia a eficácia na gestão,
possibilitando uma resposta mais ajustada às demandas específicas de cada situação.
David McClelland, psicólogo da Univerdade de Harvard, fez exatamente essa afirmação.
Ele ratificou que líderes que desempenham seis ou mais competências de inteligência
emocional eram bem mais eficazes. A liderança fluida, que transita entre diferentes
estilos conforme a necessidade, emerge como uma abordagem estratégica e eficiente
para liderar equipes em um mundo dinâmico e complexo.
Um exemplo clássico é o do jogador de golfe e os seus tacos. Durante uma
partida, o jogador seleciona e maneja os tacos com base nas demandas de cada tacada.
Embora algumas escolhas exijam reflexão, devido a experiência, a maioria ocorre de
forma quase automática. O jogador antecipa o desafio, seleciona ágil e precisamente o
taco adequado, empregando-o de maneira precisa. Essa habilidade reflete o
procedimento de líderes que, para atingirem esse grau de atuação, demandam não
apenas de experiência, mas também de uma considerável dose de inteligência
emocional, que implica na capacidade de gerir suas emoções com base nas emoções dos
que estão ao seu redor. Também podemos chamar essa gestão das emoções de
autocontrole, que “evita que nos tornemos prisioneiros de nossos sentimentos”
(CHRISTENSEN, 2018, p.79).
CONHEÇA OS ESTILOS3
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As referências bibliográficas para a elaboração dos estilos de liderança contidos neste estudo podem
ser consultadas no final do artigo.
3
Para informações adicionais conferir as obras: GOLEMAN, Daniel. Desafios da Liderança. Rio de Janeiro:
Sextante, 2020; GOLEMAN, Daniel. Gerenciando Pessoas. Rio de Janeiro: Sextante, 2018
GOLEMAN, Daniel. Liderança. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015; JUNIOR, Jorge H. Estilos de liderança eficazes.
São Paulo: Ebook Kindle, 20—; REIS, Emilson dos. Como liderar. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2018
É eficaz em situação quase caótica: Tende a liderar com eficácia em ambientes
desafiadores e em situações caóticas.
É ousado em suas ações: Ousado na tomada de decisões, além da facilidade para
implementar ações de risco.
É persistente em sua visão: A paixão pela visão torna-o persistente nos objetivos.
Possui entusiasmo e visão clara: Sabe aonde quer chegar e vive um presente
inspirador com foco no futuro.
Assume riscos e preenche espaços vazios: Assume riscos calculados e não
desperdiça oportunidades.
Consegue mobilizar mudanças rápidas: Facilidade em motivar e instruir
rapidamente em direção às mudanças necessárias para atingir os objetivos.
Maximiza o compromisso do grupo: Facilidade em envolver e motivar os
membros da equipe, garantindo que todos estejam comprometidos com a visão.
Define padrões em torno da visão: Desenvolve padrões de desempenho
elevados, alinhados à visão, valorizando a excelência.
Feedbacks claros e incisivos: Trabalha o desenvolvimento dos liderados com o
objetivo de alcançar a visão.
É mais conselheiro do que chefe: Atua mais como mentor do que como um chefe
autoritário, priorizando o desenvolvimento pessoal e profissional dos liderados.
Elabora tarefas desafiadoras, mas não teme o fracasso se isso estimular o
aprendizado a longo prazo: Não despreza o crescimento através das experiências e que
o fracasso pode ser uma oportunidade de aprimoramentos.
Ouve as preocupações e desafios do liderado: Possui empatia e preocupa-se
com os desafios do grupo.
Encoraja a criação de metas e aperfeiçoamento dos talentos: Foca mais no
desenvolvimento dos talentos para aprimorar as metas.
Oferece instrução e feedback: Se interessa pela capacitação do grupo.
Preza pelo desenvolvimento constante: Aprecia promover oportunidades de
aprendizado e crescimento.
Valoriza as realidades e capacidades individuais: Reconhece que cada liderado
possui habilidades potenciais. Ao serem desenvolvidas exercerão mais eficazmente as
suas funções.
Busca orientar ao invés de repreender: Promove uma abordagem construtiva
diante de desafios e erros.
Busca resultados melhores através do desenvolvimento dos liderados: Crê que
resultados são frutos do desenvolvimento e capacitação dos liderados.
Seu grande diferencial é ouvir, dialogar e delegar: Se destaca pela habilidade de
ouvir. dialogar e delegar responsabilidades de forma construtiva.
Desenvolve a proatividade do grupo: Aprecia promover um ambiente de
encorajamento a iniciativa. Busca desenvolver a proatividade na busca por soluções.
Ajuda no comprometimento, porque a mensagem implícita do estilo é:
“Acredito em você, estou investindo em você e desejo que seus melhores esforços
sejam aprimorados”: Gera confiança incentivando o envolvimento pessoal e
profissional.
Usado com menos frequência: Não é tão comum quanto outros estilos de
liderança, sendo empregado em situações atípicas. É pouco apreciado por possuir um
estilo menos imediatista para resultados.
O imediatismo nos resultados impede sua aplicação: A aplicação do estilo
formador pode ser dificultada quando há uma necessidade urgente de resultados
imediatos, pois esse estilo demanda tempo para o desenvolvimento dos liderados.
O processo de ensinar as pessoas e ajudá-las a crescer é lento e tedioso: Reflete
a natureza gradual do processo de ensino e desenvolvimento, que pode ser percebido
como lento e exigente.
É mais eficaz quando os liderados estão conscientes de suas fraquezas e
desejam melhorar as suas habilidades e resultados: É mais eficaz quando os liderados
reconhecem suas limitações e têm a motivação para aprimorar suas habilidades.
Exige disposição do liderado para ser orientado: Depende da disposição dos
liderados em receber orientação e participar ativamente do processo de
desenvolvimento.
Liderados resistentes ao aprendizado ou à mudança de hábitos não apreciarão
esse estilo: Os liderados que resistem ao aprendizado ou à mudança podem não apreciar
o estilo formador.
O feedback gera medo e apatia em alguns: Pode gerar sentimentos de medo em
alguns liderados, especialmente se não estiverem abertos a críticas construtivas.
Se o líder visionário encoraja “venham comigo”, o líder afetivo diz “as pessoas vêm em
1º lugar”: Ao contrário do líder visionário que enfatiza a visão, o líder afetivo coloca as
pessoas como prioridade.
Gira em torno das pessoas valorizando o seu bem-estar: Prioriza o bem-estar e
o cuidado com os liderados.
As tarefas e metas vêm em segundo plano: As tarefas e metas estão abaixo das
pessoas como nível de importância.
Esforça-se para manter os liderados contentes e satisfeitos: Tende a se
preocupar em garantir a satisfação dos liderados como uma prioridade.
Gerencia fortes vínculos emocionais em busca de fidelidade extrema:
Desenvolve um estilo de relação que provoque uma lealdade profunda por parte dos
liderados.
Gera comunicação positiva: Aprecia promover um ambiente emocionalmente
positivo.
Compartilha ideias, inspiração e flexibilidade: Tem abertura para ideias e
flexibilidade diante de outras necessidades.
O círculo profundo de amizade gera confiança permitindo inovação habitual e
tomada de riscos: Facilidade para construir um forte vínculo de amizade para promover
confiança;
Não impõe regulamentos desnecessários: Promove uma atmosfera mais flexível
e menos burocrática.
Oferece liberdade para realizarem as atividades da forma que consideram mais
eficazes: Permite a efetivação de planos e ideias diferente, porém proativas.
Oferece amplo elogio e feedback positivo, proporcionando uma sensação de
reconhecimento e recompensa: Preza pelos feedbacks positivos para criar um ambiente
de satisfação e reconhecimento.
Celebra festivamente com o grupo: Celebra conquistas junto com o grupo.
Trabalha para atenuar as pressões emocionais: Se interessa em reduzir as
pressões emocionais da equipe, promovendo um ambiente mais leve e acolhedor.
Favorece a harmonia, o diálogo e a confiança: Favorece um ambiente
harmonioso, com ênfase no diálogo aberto e na construção de confiança mútua.
Pode inviabilizar a flexibilidade: Aponta para a possível rigidez do estilo coercitivo, que
pode limitar a capacidade da equipe de se adaptar a mudanças e ser flexível diante de
novas situações.
A tomada de decisões extrema do líder de cima para baixo mata novas ideias
na raiz: A abordagem autoritária do líder pode sufocar a geração de novas ideias e
inovação, pois as decisões são predominantemente unilaterais.
Os liderados se sentem desrespeitados: Reflete a percepção negativa dos
liderados em relação ao estilo coercitivo, sugerindo que a imposição unilateral pode
gerar falta de respeito e colaboração.
Imposição de ideias sem considerar a opinião da equipe. Não há motivação
para compartilhamento de ideias dentre os liderados: Destaca que a falta de
participação e consideração das opiniões dos liderados pode resultar na ausência de
motivação para compartilhar ideias e contribuições.
O senso de responsabilidade dos liderados se evapora: Aponta para a
possibilidade de os liderados perderem o senso de responsabilidade quando suas
contribuições e participação são desconsideradas. Não se sentem valorizados.
Destrói o espírito de iniciativa e participação: Pode inibir o espírito de iniciativa
e a disposição para participar ativamente, impactando negativamente o engajamento da
equipe.
Desgasta o senso de missão compartilhada: Indica que a imposição unilateral de
decisões pode minar a construção de um senso de missão compartilhada,
enfraquecendo a coesão e a identificação da equipe com objetivos comuns.
Esses desafios ressaltam a importância de equilibrar a aplicação do estilo
coercitivo e considerar alternativas que promovam um ambiente mais colaborativo e
motivador, incentivando a participação e o desenvolvimento conjunto de soluções.
CONCLUSÃO:
BRUCE, Anne. Como motivar sua equipe. Rio de Janeiro: Sextante, 2006
CHRISTENSEN, Clayton. Desafios da Gestão: Rio de janeiro: Sextante, 2018
FERGUSON, Dave. Formador de heróis. Brasília: Editora Palavra, 2018
GOLEMAN, Daniel. Desafios da Liderança. Rio de Janeiro: Sextante, 2020
GOLEMAN, Daniel. Gerenciando Pessoas. Rio de Janeiro: Sextante, 2018
GOLEMAN, Daniel. Liderança. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015
JUNIOR, Jorge H. Estilos de liderança eficazes. São Paulo: Ebook Kindle, 20—
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Sugiro a leitura do livro “O emocional inteligente” de Vera Martins. Uma excelente obra para
auxiliar na compreensão detalhada sobre a mente humana e suas emoções. O capítulo 4
intitulado “O ciclo das emoções negativas: entenda como funciona o seu emocional” expõe com
clareza como funciona as fases do ciclo das emoções e como criamos nossas estratégias
defensivas. Ao final do capítulo, algumas sugestões de como gerenciar essas emoções impulsivas.
MOREIRA, Leandro. Seja um líder de heróis. São Paulo: Editora Gente, 2019
REIS, Emilson dos. Como liderar. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2018
VIEIRA, Paulo. Poder e alta performance. São Paulo: Editora Gente, 2017