Você está na página 1de 15

MANUAL DE DESENHO E

ESCULTURA DENTAL COM AUXÍLIO


DO MÉTODO GEOMÉTRICO
(TÉCNICA REGRESSIVA)

Silvia Girlane Nunes da Silva

Maceió - AL
Escultura Dental com Auxilio do Método Geométrico (Técnica Regressiva)

A técnica regressiva é aquela onde a reprodução de um elemento dentário é feita a partir de um


bloco de cera, utilizando-se silhuetas desenhadas em papel milimetrado das faces proximal e
vestibular dos dentes sobre o bloco e posterior recorte (fase geométrica da técnica), desbaste e
finalmente escultura do referencial dentário obtido.
O conhecimento da forma dental e das proporções que dos detalhes anatômicos possuem é de
fundamental importância, uma vez que esta técnica permite apenas a obtenção de um esboço da
anatomia final do dente que deve ser realizada pelo aluno.
O objetivo desse treinamento é promover um adestramento manual do aluno assim como uma
revisão da anatomia dentária.

 Materiais e Instrumentais necessários para a Técnica


 Papel Milimetrado;
 Lápis, borracha e régua;
 Tesoura;
 Blocos de cera para Escultura tamanho Macro;
 Faca de corte reto;
 Sonda exploradora;
 Espátula Lecron;
 Esculpidor Hollemback 3S;
 Silhuetas de uma vista proximal e vestibular para cada dente;
 Meia fina para alisamento da cera (brilho final da superfície);
 Talco para avivar desenhos na superfície da cera;
 Escova de dente macio (para acabamento inicial da escultura);
 Alfinetes (2 ou 3 )

O método geométrico deve seguir os seguintes passos:

Ceroplastia dos Incisivos

1. Obtenção das silhuetas proximal e vestibular (no papel milimetrado, seguindo as medidas da
tabela para o tamanho macro);
2. Traçar no bloco de cera a linha divisória coroa-raiz de acordo com a medida da altura
coronária. Desenho do contorno da face proximal no bloco de cera, com o auxílio da sonda
exploradora (passar talco nessas linhas a fim de acentuá-las convenientemente);
3. Corte da projeção proximal, com LeCron ou faca de corte reto;
4. Desenho da projeção vestibular no recorte da projeção proximal;
5. Corte da projeção vestibular (observar as proporções das vistas vestibular e lingual, assim
como as vistas mesial, distal e posicionamento das bossas e linha de colo);
6. Demarcação das bossas e do colo;
7. Traçar as linhas longitudinais a partir do bordo incisal, seguindo o longo eixo do dente;
8. Demarcação da interseção das linhas longitudinais e transversais, unindo o ponto de
encontro das interseções na linha de colo proximal com a linha de colo vestibular, assim
como as interseções nas bossas proximais (não se desesperem, vejam os desenhos a seguir
que fica mais fácil!!!);
9. Após a união de “bossa com bossa” e “colo com colo”, obtém-se a linha eauqtorial da coroa
dentária, devendo-se recortar as porções expulsivas (F1)e retentivas (F2), primeiramente a
mésio-vestibular e disto-vestibular, para depois cortar na face lingual, que deve apresentar
apenas uma linha longitudinal no centro desta face. Todos os elementos dentários a serem
reproduzidos por essa técnica seguem esta mesma seqüência com pequenas variações,
que serão citadas oportunamente.
10. Na face palatina, o limite de recorte da parte retentiva não deve chegar à linha longitudinal
para não perder volume do dente durante o arredondamento. O recorte expulsivo dos
incisivos é muito pequeno.

Após estas etapas, inicia-se a escultura em si do elemento a ser reproduzido, utilizando-se o


LeCron e o Hollemback, arredondando todas as arestas vivas e ângulos do modelo geométrico, de
modo a obter, nesta etapa, um modelo ceroplástico com características anatômicas, construindo
convexidades e concavidades nas situações de morfologia adequadas, sulcos de desenvolvimento,
respeitando sua localização real, convergência para distal ou lingual das faces opostas, perfeita
definição da linha da colo e demais acidentes. O acabamento é realizado com auxílio de meia fina.
Canino Superior
O canino superior é um dente volumoso, portanto deve-se ter cuidado na fase geométrica da
escultura para que o dente não perca suas dimensões. Observar os seguintes detalhes:
 As linhas longitudinais são em número de uma para cada fase;
 Durante o recorte expulsivo e retentivo, deixar o recorte aquém do encontro de bossa com
bossa e colo com colo;
 A seqüência de cortes é basicamente a mesma do Incisivo Central Superior.
1° Pré-Molar Superior
Durante a ceroplastia deste elemento dentário, é importante detalhar a cúspide lingual menor
em relação à vestibular e deslocamento da mesma para mesial. Para obtenção desses detalhes, deve-
se seguir os passos abaixo :
 A linha longitudinal lingual deve estar deslocada para mesial;
 Diminuir o volume da cúspide lingual antes do recorte oclusal, desgastando mais por distal;
 Deslocar a aresta transversal da cúspide lingual para mesial.
A seqüência técnica para este dente é a seguinte:
 Projeção e recorte da silhueta proximal;
 .Projeção c recorte da silhueta vestibular;
 Marcação das linhas de bossa, linhas de colo e linhas longitudinais a partir das pontas de
cúspide.
 Recorte das porções expulsivas e retentivas mesiais e distais, evitando-se avançar nas linhas
de demarcação para durante o arredondamento, não ficar com uma dimensão menor que o
proposto inicialmente;
 Recorte da oclusal devendo-se desenhar o contorno desta face primeiro, marcando as arestas
e então se remove os excessos axiais;
 Definição das arestas medianas a partir das pontas de cúspides e fóssulas proximais;
 Recorte das vertentes internas mesiais e vertente interna da crista marginal transversal;
repetir o procedimento por distal;
 Escultura e arredondamento do dente.
Primeiro Molar Inferior
Este dente apresenta três cúspides vestibulares e duas linguais. As vestibulares denominam-
se mesial, mediana e distal (menor).
As características do recorte durante a fase geométrica são:
 Na silhueta vestibular, desconsiderar a cúspide lingual, deixando continuidade com a aresta
distal da cúspide mediana;
 Quando fizer o recorte da silhueta vestibular, não incluir o recorte do sulco vestíbulo-
oclusal;
 As linhas longitudinais partem das pontas de cúspide mesial e mediana;
 Somente desenhar a cúspide distal após o recorte expulsivo;
 Após os recortes expulsivo e retentivo das faces proximais, vestibular e lingual, verificar na
vista oclusal as arestas obtidas e as posições dos sulcos ocluso-vestibular e ocluso-lingual,
executando-se então o recorte das vertentes externas. A partir das pontas de cúspides,
demarcar as arestas das vertentes internas e recortá-las;
 Realizar escultura e arredondamento do dente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. PERITO; BORELLI. Anatomia Dental. Centro de Divulgação Científica - CEDIC, 1999.


2. SANTOS JR. J. S.; FICHMAN, D._M. Escultura e Modelagem Dental. Ed.Santos, 1989.
3. VIEIRA, G.F.; CAROLI, A.D.; GARÓFALO, J.C.; MATSON, E. – Escultura Dental com
Auxílio do Método Geométrico. GNATUS, 2001.

Você também pode gostar