Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Gestão Escolar - Ies
Gestão Escolar - Ies
GESTÃO ESCOLAR
Andréa Garcia Furtado
Princípios
DE
e Concepções
de Gestão
IESDE BRASIL
2020
© 2020 – IESDE BRASIL S/A.
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito da autora e do
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Envato Elements
SFIO CRACHO/Shutterstock
Pode-se dizer que ambas as palavras objetivam conduzir alguém
a fazer algo. Todavia, administração está relacionada a planejamento,
controle e direcionamento de recursos humanos e materiais; já gestão
Vídeo
está voltada à mobilização de ações que incentivem a participação de
O programa Nós da
todos para atingir um objetivo comum.
Educação convidou Vitor
Henrique Paro, professor
Entendido isso, observe o que Ferreira afirma sobre gestão:
titular da Faculdade de
gestão é o processo de coordenação da execução de uma con- Educação da Universi-
dade de São Paulo, para
cepção em ação, que executa um plano. Gestão tem um conteú-
abordar questões refe-
do que pode incluir aspectos emancipatórios como autonomia rentes a conceitos sobre
e cidadania, dependendo das políticas que lhe fornecem a di- administração, assim
reção a ser dada e à forma de gestão. (FERREIRA, 2017, p. 111, como a diferença entre
administração escolar e
grifo do original) empresarial. O vídeo é de
2006 e foi produzido pela
Compete enfatizar que o termo administração escolar se constituiu TV Paulo Freire.
com base na extensão da administração geral, isto é, administração de Disponível em: https://www.youtu-
empresas. Desse modo, ambas as definições direcionam a necessidade be.com/watch?v=CNOdKTmgd0s.
Acesso em: 16 jun. 2020.
de viabilizar meios para administrar, coordenar, prever e propor estra-
tégias de como o trabalho precisa ser realizado no espaço e tempo do
campo de atuação.
Pr
da
od
u cti
ons mação para a cidadania.
/Shu
t te r stock
Figura 1
Elementos da gestão
escolar democrática Participação
Pluralidade Gestão
democrática Transparência
Autonomia
REFERÊNCIAS
BARROSO, J. O estudo da autonomia da escola: da autonomia decretada à autonomia
construída. In: BARROSO, J. O estudo da escola. Porto: Porto, 1996.
CASASSUS, J. A escola e a desigualdade. Brasília: Plano Editorial, 2002.
DOURADO, L. F. Progestão: como promover, articular e envolver a ação das pessoas no
processo de gestão escolar? Brasília: CONSED, 2001.
DOURADO, L. F. (org.). Gestão escolar democrática: a perspectiva dos dirigentes escolares
da rede municipal de ensino de Goiânia-GO. Goiânia: Alternativa, 2003.
FERREIRA, A. A.; REIS, A. C. F.; PEREIRA, M. I. Gestão empresarial: de Taylor aos nossos dias.
São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
FERREIRA, N. S. C. Formação humana e gestão democrática da educação na atualidade.
Curitiba: Appris, 2017.
FÉLIX, M. de F. C. Administração escolar: um problema educativo e empresarial. São Paulo:
Cortez; Autores Associados, 1985.
GRIGOLI, J. de J. Quatro modelos normativos de democracia representativa: as versões
elitista, liberal, pluralista, participativa e deliberativa. Pensamento Plural, Pelotas, Rio
Grande do Sul, n. 14, p. 113-126, jan./jun. 2014. Disponível em: https://periodicos.ufpel.
edu.br/ojs2/index.php/pensamentoplural/article/view/3239. Acesso em: 16 jun. 2020.
GABARITO
1. A equipe gestora precisa propor a todos os envolvidos nos processos educativos mo-
mentos de estudos acerca da concepção de gestão estabelecida pela instituição escolar.
Rawpixel.com/Shutterstock
modo que a gestão escolar tenha autonomia para melhor aplicar o di- Disponível em: https://www.
fnde.gov.br/index.php/acesso-
nheiro recebido. Para isso, a LDB n. 9.394/1996 institui que: “Art. 15 Os -a-informacao/fndegovernanca/
sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de edu- item/9784-licitacao-registro-pre-
cos-perguntas-frequentes. Acesso
cação básica que os integram progressivos graus de autonomia peda- em: 16 jun. 2020.
gógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas
gerais de direito financeiro público” (BRASIL, 1996).
de ensino, com a finalidade de elaborar e executar o planejamento Com relação aos recursos
financeiros disponíveis às
financeiro de modo que a escola viabilize ações para garantir o direito instituições de ensino, quais
à educação. ações são pertinentes para
que a gestão da escola destine
Nas escolas privadas, o uso dos recursos financeiros segue regula- a verba de modo transparente?
mentos aprovados nos estatutos e regimentos da instituição de ensino.
Além disso, as instituições são submetidas às legislações dos governos
federal, estadual e municipal quanto ao funcionamento e à utilização
Site
de recursos financeiros, sobre os quais também prestam contas ao po-
O Ministério da Educação
der público. Cabe destacar que, nas instituições privadas, a análise das é o órgão do Poder
Executivo Federal res-
necessidades da escola deve ser tão precisa quanto na pública, pois ponsável pela educação
elas são mantidas por empresas privadas que também prestam contas. no Brasil. Entre os órgãos
vinculados ao MEC, está
Baú e Grisard (2010, p. 31) afirmam: “para que possamos traçar um o Conselho Nacional de
Educação (CNE), órgão
diagnóstico fiel dos principais desafios que as equipes diretivas das normativo que coordena
a política nacional da edu-
instituições de ensino encontram no seu cotidiano, é necessário consi-
cação e as demais políti-
derarmos os riscos envolvidos na condução do negócio e as complexi- cas públicas instituídas no
Brasil, a fim de garantir a
dades deste ramo de atividade”. O planejamento financeiro, tanto nas execução dos dispositivos
instituições privadas quanto nas públicas, é tão importante quanto o legais estabelecidos às
instituições de ensino
planejamento das ações pedagógicas. públicas e privadas. Para
mais informações, acesse
Sabemos que cada escola está inserida em um contexto específico o site a seguir.
e, por isso, é imprescindível o acompanhamento das ações propostas a Disponível em: http://portal.mec.
gov.br/conselho-nacional-de-e-
fim de garantir o cumprimento legal das responsabilidades financeiras ducacao/apresentacao. Acesso em:
da escola, assim como da responsabilidade pedagógica, previstas nas 16 jun. 2020.
legislações vigentes.
REFERÊNCIAS
AZANHA, J. M. P. Educação: temas polêmicos. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
BAÚ, Á. L.; GRISARD, L. A. Gestão escolar integrada: uma proposta de diálogo financeiro e
jurídico. Curitiba: Positivo, 2010.
BRASIL. Constituição Federal (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF,
5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
htm. Acesso em: 16 jun. 2020.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/
id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf. Acesso em: 16 jun. 2020.
BRASIL. Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 10 jan. 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/
l10172.htm. Acesso em: 16 jun. 2020.
BRASIL. Licitação e Registro de Preços. 2020a. Disponível em: https://www.fnde.gov.br/
index.php/acesso-a-informacao/fndegovernanca/item/9784-licitacao-registro-precos-
perguntas-frequentes. Acesso em: 16 jun. 2020.
GABARITO
1. A LDB n. 9.394/1996 estabelece que a educação precisa ser ofertada a partir dos
princípios de liberdade e solidariedade humana, e tem como finalidade o desenvol-
vimento pleno do educando, o preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi-
cação para o trabalho.
2. Disponibilizar e informar sobre o regimento escolar são ações que a equipe da gestão
escolar precisa realizar na instituição de ensino, de modo que todos os envolvidos
nos processos educativos conheçam esse documento e que ele esteja presente nas
ações realizadas no dia a dia das escolas.
New Africa/Shutterstock
Diante do exposto, a gestão democrática se dá na instituição de en-
sino no momento em que ocorre o envolvimento de todos nas toma-
das decisões da escola, sendo que essa ação pode ser iniciada com a
eleição de gestores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O contexto das escolas brasileiras é marcado por desigualdades
sociopolítico-econômica-culturais. Todavia, o conhecimento oportuni-
zado na escola, por meio de ações pedagógicas intencionais, possibilita
discutir essa situação com base nos fundamentos legais de um gover-
no democrático.
Para isso, é fundamental que todos os profissionais que compõem a
instituição de ensino participem constantemente de cursos de formação
continuada, com o intuito de ampliar seu repertório teórico e prático para
o trabalho e a participação na tomada de decisões no contexto escolar.
Constantes estudos, reflexões críticas, teóricas e práticas acerca da edu-
cação na atualidade são essenciais para propiciar a construção de uma
escola democrática.
REFERÊNCIAS
ALONSO, M. O papel do diretor na administração escolar. Rio de Janeiro: Bertand Brasil,
1988.
BRASIL. Constituição Federal (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF,
5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
htm. Acesso em: 20 mar. 2020.
GABARITO
1. O gestor escolar precisa apresentar ações educativas que demonstrem ao coletivo
escolar o domínio teórico da função que exerce. Além disso, é preciso despertar e
contagiar a comunidade escolar com práticas pedagógicas que promovam um apren-
dizado constante, com base em desafios educacionais presentes na instituição de en-
sino, vislumbrando que o trabalho coletivo representa, direta e indiretamente, um
agir democrático. Sendo assim, as ações podem estar relacionadas à organização de
reuniões técnico-pedagógicas que possibilitem a participação da comunidade escolar
nas tomadas de decisões, desenvolvendo o diálogo, a escuta e o respeito diante das
opiniões contrárias das pessoas envolvidas; proporcionar momentos de interação e
valorização entre os profissionais da escola; acompanhar os professores em reuniões
específicas com os familiares e/ou responsáveis dos estudantes, entre outras ações
educativas que visem à garantia do direito à educação.
2. O gestor escolar precisa ser pesquisador, buscando alinhar os princípios que emba-
sam a gestão democrática escolar ao cotidiano escolar, além de ter consciência crítica
da sua função, incentivando e motivando a participação de todos nas tomadas de de-
cisões, de modo que as escolhas ocorram em prol da garantia do direito à educação.
Grêmio
estudantil
Conselho
APMF/ ÓRGÃOS escolar
APPF COLEGIADOS
Conselho de
classe
REFERÊNCIAS
ABRANCHES, M. Colegiado escolar: espaço de participação da comunidade. São Paulo:
Cortez, 2003.
BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
BRASIL. Constituição Federal (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5
maio 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
htm. Acesso em: 16 jun. 2020.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.
htm. Acesso em: 16 jun. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Conselhos escolares:
democratização da escola e construção da cidadania. Brasília, DF: MEC, SEB, 2004.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad1.pdf. Acesso
em: 16 jun. 2020.
COSTA, A. C. G. Protagonismo juvenil: adolescência, educação e participação democrática.
Salvador: Fundação Odebrecht, 2000.
CURY, C. R. J. Educação e direito à educação no Brasil: um histórico pelas constituições. Belo
Horizonte: Mazza Edições, 2014.
DALBEN, A. I. L. de F. Conselho de classe e avaliação: perspectivas na gestão pedagógica da
escola. Campinas: Papirus, 2004.
FREIRE, P. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo:
UNESP, 2000.
LIBÂNEO, J. C. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2010.
GABARITO
1. Primeiramente, a escola precisa assumir e entender qual é a sua função social diante
da construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Para isso, é preciso propor
reuniões em que ações educativas com propostas equânimes atendam a todos os
estudantes da escola, de modo a conceber a cidadania a todos como direito instituído
em dispositivos legais.
3. A gestão da escola precisa propor reuniões com os representantes dos órgãos colegia-
dos com a finalidade de discutir e refletir a importância da presença e da efetividade
da participação dos segmentos na tomada de decisões dos processos educativos rea-
lizados na escola. Diante disso, a responsabilidade coletiva sobre a garantia do direito
à educação torna-se o objetivo final da escola.
Avaliação da
aprendizagem
Avaliação Avaliação
somativa diagnóstica
mação que propicie condições para o estudante exercer sua cidadania Direção: Randa Haines. Estados
Unidos, 2006.
para além dos muros da escola.
Nessa perspectiva, Paro (2011, p. 114) afirma que “como toda ativida-
de humana, a educação não apenas é suscetível de avaliação, mas tem
a avaliação como elemento necessário de sua constituição”. Portanto, se
a educação visa formar um cidadão crítico e reflexivo, as práticas avalia-
tivas realizadas na escola precisam possibilitar melhorias educacionais.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Resolução n. 4, de 13 de julho de 2010. Brasília: Conselho Nacional de Educação.
2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_10.pdf. Acesso em:
16 jun. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Inep. Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
6 maio 2020. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/educacao-basica/saeb. Acesso em:
16 jun. 2020.
FERNANDES, C. de O.; FREITAS, L. C. de. Currículo e avaliação. In: BEAUCHAMP, J.; PAGEL,
S. D.; NASCIMENTO, A. R. do N. (org.). Indagações sobre currículo: currículo e avaliação.
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 34. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
HAYDT, R. C. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo: Ática, 2004.
HOFFMANN, J. O jogo do contrário em avaliação. 10. ed. Porto Alegre: Mediação, 2018.
KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 5. ed. Campinas, SP:
Papirus, 2007.
LIBÂNEO, J. C. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2013.
LIBÂNEO, J. C. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2010.
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. Goiânia: Alternativa,
2004.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. ed. São Paulo:
Cortez, 2011.
PARO, V. H. Crítica da estrutura da escola. São Paulo: Cortez, 2011.
ROMANOWSKI, J. P.; WACHOWICZ, L. A. Avaliação formativa no ensino superior: que
resistências manifestam os professores e os alunos? In: ANASTASIOU, L. das G. C.; ALVES,
L. P. (org.). Processos de ensinagem na universidade: pressupostos para as estratégias de
trabalho em aula. 6. ed. Joinvile: Univille, 2006.
3. A qualidade da educação pautada nos dispositivos legais estabelece que todos os es-
tudantes têm o direito de se desenvolver plenamente, de modo que os saberes esco-
lares trabalhados na escola permitam o exercício da cidadania e o acesso ao mercado
de trabalho.
Princípios
DE
e Concepções
de Gestão