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DIAGNÓSTICO E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Transtornos do neurodesenvolvimento
enquanto diagnóstico diferencial:
Deficiência intelectual

Profa. Dra. Evelyn Kuczynski


Aula 02
Tópicos da disciplina

01. Deficiência intelectual


Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

“A detecção de casos de autismo por 1.000


crianças cresceu dramaticamente nos EUA de
1996 a 2007. Não se sabe quanto deste
crescimento (ou todo ele) se deve a
alterações na prevalência do autismo”.

Fonte: Fombonne (2005)


Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

Apesar do progressivo interesse da saúde mental pelos


TEAs, no Brasil, isso tem sido processado de forma rasa
e superficial, em detrimento da identificação e
abordagem dos indivíduos que apresentam deficiência
intelectual (DI), diagnóstico muito mais frequente na
população e em qualquer grupo étnico, social ou
cultural do planeta
Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

A formação do psiquiatra (bem como de outros


profissionais na saúde mental) carece cada vez mais
de intimidade com esta entidade reconhecida pela
medicina há vários séculos
Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

Em aproximadamente 50% dos indivíduos (em


contextos clínicos), não é possível determinar
qualquer etiologia para a DI (apesar da
investigação etiológica)

Fonte: Rauch et al. (2006)


Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

ATENÇÃO

60 a 70% dos pacientes com TEA cursam


com DI (de gravidade variada) e apresentam
graves prejuízos de adaptação

Fonte: Fombonne (2005)


Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

IMPORTANTE

Atualmente, são raros no Brasil os serviços


multidisciplinares envolvidos na detecção
precoce da DI, bem como na capacitação
de profissionais (de saúde e educação)
nesta área de conhecimento
Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

O funcionamento intelectual geral é definido pelo quociente de inteligência – QI (ou equivalente), obtido
mediante avaliação com um ou mais testes de inteligência padronizados de administração individual

Stern: quociente de inteligência

QI = (idade mental ÷ idade cronológica) x 100


Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

O funcionamento adaptativo se refere ao modo como


os indivíduos enfrentam efetivamente as exigências
comuns da vida e o grau em que satisfazem os critérios
de independência pessoal esperados de alguém de seu
grupo etário, bagagem sociocultural e contexto
comunitário específicos
Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

O funcionamento adaptativo pode ser influenciado por


vários fatores, incluindo educação, motivação,
características de personalidade, oportunidades sociais
(e vocacionais), transtornos mentais e condições
médicas gerais (que podem coexistir com a DI)

Fonte: Kuczynski (2014)


Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

Critério psicométrico (Binet & Simon): escalas de avaliação do desempenho intelectual

Deficiência intelectual: indivíduos com QI inferior a dois desvios-padrão da média fixada para a população
da qual fazem parte
Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

Habitualmente, os problemas adaptativos são mais


propensos a apresentar melhora com esforços
terapêuticos e de reabilitação do que o QI, que tende a
permanecer como um atributo mais estável

Fonte: Kuczynski (2014)


Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

Fonte: http://probestlgtn.blogspot.com/
Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

Fonte: Herrstein e Murray (1994)


Deficiência intelectual
(diagnóstico e diagnóstico diferencial entre os TEAs)

O DSM-5 preconiza a avaliação clínica da DI, bem como a testagem paramétrica da inteligência para fins
diagnósticos, priorizando o prejuízo do funcionamento adaptativo ao índice isolado de QI, enfatizando sua
importância no processo diagnóstico (com especial relevância em casos forenses), devendo ser incluída
na avaliação

Fonte: APA (2023)


Referências

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. Arlington: American Psychiatric Publishing,
2023.

FOMBONNE, E. Epidemiology of autistic disorder and other pervasive developmental disorders. The Journal of Clinical Psychiatry, v. 66, p. 3-
8, 2005.

KUCZYNSKI, E. Retardo mental: detecção precoce. Debates em Psiquiatria, v. 4, n. 1, p. 6-11, 2014.

HERRNSTEIN, R. J.; MURRAY, C. The bell curve: intelligence and class structure in american life. Glencoe: Free Prees, 1994.

RAUCH, A. et al. Diagnostic yield of various genetic approaches in patients with unexplained developmental delay or mental retardation.
American Journal of Medical Genetics, v. 140, n. 19, p. 2063-2074, 2006.

WING, L.; POTTER, D. The epidemiology of autistic spectrum disorders: Is the prevalence rising? Mental Retardation and Developmental
Disabilities Research Reviews Journal, v. 8, p. 151-161, 2002.
DIAGNÓSTICO E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

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