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Estrutura do tratamento

INTRODUÇÃO

● A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma teoria que pressupõe um


método científico. Por esse motivo, a metodologia adotada na abordagem
requer uma padronização entre seus métodos e estruturas.

● Destacam-se vantagens associadas à prática clínica pautada no método


científico e na estruturação das sessões:

○ ter uma prática clínica baseada em evidências científicas.

○ essa escolha gera segurança ao terapeuta.

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● A necessidade de estruturar o tratamento na TCC parte da premissa de que
este processo é composto por etapas bem definidas, com início, meio e fim.

PRIMEIRAS SESSÕES

● As primeiras sessões possuem estruturas bem definidas e tem como foco


primordial a construção de um vínculo terapêutico sólido e consistente que,
quando bem desenvolvido, possibilita que o paciente confie e colabore com o
tratamento.

● Avaliação do caso

○ A avaliação do caso, apesar de ser uma etapa fundamental para a


TCC, pode ser abordada em um momento posterior, após construção
do vínculo.

○ As primeiras sessões servem para a formação da aliança terapêutica e


para ouvir o paciente, intervindo através da psicoeducação, que é
parte fundamental da TCC.

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○ Na etapa de avaliação, o objetivo é recolher as informações relevantes
que apontem dados pertinentes sobre a história de vida do paciente.

○ A TCC compreende que o psicodiagnóstico é fundamental para todas


as etapas subsequentes e para a estruturação do tratamento.

● Agenda colaborativa

○ Nesta etapa do tratamento, também se constrói uma agenda


colaborativa como ferramenta utilizada pelo terapeuta para checagem
de humor, e que também serve como norteador da sessão em si.

○ Agenda colaborativa com o paciente:

■ Checagem de humor: como ele se sentiu durante a semana?


Como ele vem se sentindo? Qual o humor mais predominante
na semana? Qual a intensidade desse sentimento/humor
durante a semana?

■ Revisar previamente o problema e obter uma atualização:

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como ficou a situação, trabalhada na última sessão, durante a
semana? O que aconteceu? É importante que o paciente
apresente um breve resumo.

■ Psicoeducação: começar ou continuar a psicoeducação no


modelo cognitivo.

■ Espaço para o paciente falar da semana ou um ponto que ele


queira trabalhar naquela sessão.

■ Identificar expectativas do paciente quanto à terapia.

■ Educar o paciente sobre o seu transtorno

■ Estruturar um plano de ação.

■ Resumo e feedback: sempre ao final da sessão é pedido ao


paciente que ele faça um resumo sobre a sessão e dê um
feedback.

● O foco das primeiras sessões devem ser:

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○ estabelecer um vínculo, socializar o paciente com a TCC, fazer
psicoeducação sobre transtorno e do modelo cognitivo;

○ regularizar as dificuldades do paciente e instaurar a esperança,


adequando as informações à linguagem do paciente;

○ coletar história de vida e anamnese;

○ estabelecer metas bem definidas do tratamento.

SESSÕES INTERMEDIÁRIAS

● As sessões intermediárias referem-se ao maior período do tratamento clínico


e se subdividem nos seguintes itens:

○ checagem do humor;

○ atualização do problema e da semana;

○ agenda menos diretiva, mais conduzida pelo paciente, maior

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autonomia para o paciente;

○ ponte com a sessão anterior;

○ revisar plano de ação;

○ discutir tópicos da agenda;

○ estabelecer novo plano de ação;

○ resumo e feedback.

SESSÕES FINAIS

● As sessões finais têm como função estimular o paciente a prosseguir com o


tratamento de maneira engajada, além de ser um momento propício para
reforçar os ganhos obtidos até esta etapa.

● É crucial, nesta etapa do processo, avaliar o progresso do tratamento e iniciar


o trabalho de prevenção de recaídas.

● Objetivos das sessões finais:

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○ estimular o paciente a prosseguir nas tarefas/continuar fazendo o que
tem dado bons resultados;

○ reforçar os ganhos/evolução e a psicoeducação;

○ prever dificuldades no futuro;

○ avaliar progresso;

○ iniciar prevenção de recaídas;

○ trabalhar emoções e pensamentos sobre o processo de finalização da


terapia.

PLANO GERAL DO TRATAMENTO

● Compreendendo a estrutura das sessões, faz-se necessário construir o plano


geral de tratamento que consiste em um plano individual e específico de cada
paciente, baseado na conceitualização cognitiva do caso.

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● Dessa forma, o plano geral e tratamento é estruturado da seguinte forma:

1. Avaliação diagnóstica

2. Estabelecimento de objetivos e metas

3. Familiarizar o paciente no modelo cognitivo

4. Fazer a conceitualização de caso do paciente

5. Iniciar a aplicação das técnicas

6. Iniciar o processo de prevenção a recaídas

7. Término do tratamento terapêutico e alta

PONTOS IMPORTANTES DO TRATAMENTO

● Avaliar o paciente dentro da TCC

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○ Dentro do modelo cognitivo, o processo de avaliação é pensado para
ser realizado após o estabelecimento do vínculo terapêutico e não
deve conter uma limitação em relação ao número de sessões
destinada para este fim;

○ A avaliação também tem como objetivo estabelecer parâmetros,


modelos e métodos.

● Estabelecimento de metas

○ A delimitação das metas terapêuticas deve ser realizada mutuamente


entre o paciente e terapeuta, conduzida de maneira minuciosa e
realista, a fim de evitar frustrações futuras.

○ Em resumo:

■ as metas precisam ser factíveis e mensuráveis;

■ precisam ser comportamentalmente especificáveis;

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■ as metas não podem ser vagas. Elas precisam ser
comportamentos que o paciente faça passo-a-passo
(fracionamento da meta);

■ psicólogo é um profissional que entrega MEIO, não o FIM.

■ a meta precisa ser realista, atingível;

■ quando a meta é muito grande ou difícil, ela precisa ser


fracionada.

● Processo de prevenção de recaídas

○ O objetivo da TCC é tornar o paciente o seu próprio terapeuta.

○ O processo de prevenção de recaídas propõe estratégias interventivas


com paciente, com o intuito de ensinar habilidades necessárias para
prevenir o sofrimento com o retorno dos sintomas.

○ Sendo assim:

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■ para a TCC, recair é uma repetição, um retorno das
manifestações clínicas da doença após o seu desaparecimento
temporário;

■ é preciso comunicar para o paciente a possibilidade de recaída;

■ a recaída não é um problema do tratamento ou uma falha do


terapeuta. É da natureza do sintoma e do transtorno que ele
possa voltar, pois ninguém gira 180 graus;

■ a prevenção de recaídas propõe estratégias e intervenções ao


paciente, a fim de prevenir lapsos e ensinar habilidades
necessárias para quando a sintomatologia retornar.

● O processo de alta

○ Quando se aproxima da alta, é importante investigar os pensamentos


automáticos do paciente em relação ao fim da terapia.

○ Embora muitos pacientes não continuem com sessões formais de

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autoterapia, é indicado que um plano de autoterapia seja discutido e
que seu uso seja estimulado.

○ Em resumo:

■ consiste no espaçamento das sessões: semanal → quinzenal


→ mensal → 3 meses → 6 meses. O processo é gradativo a fim
de “desmamar” o paciente;

■ deve-se utilizar técnicas para os pacientes mais resistentes


(lista de vantagens x desvantagens para deixar a terapia);

■ é importante rever os ganhos que o paciente obteve na terapia

REFERÊNCIAS

BECK, J. S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 3 ed. Porto


Alegre: Artmed, 2021.

RUSH, A. J. et al. Comparative efficacy of cognitive therapy and pharmacotherapy in


the treatment of depressed outpatients. Cognitive Therapy and Research, v. 1, n.
1, p. 17–37, 1977.

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