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05/01/2024, 07:16 Descomplica

Fatores ergonômicos

I ntrodução

O ambiente de trabalho pode apresentar características sonoras,


térmicas e de iluminância de impacto direto na atividade dos
trabalhadores. Uma boa condição ambiental pode não só trazer conforto e
segurança como também proporcionar maior produtividade para a
empresa, que deve sempre prover ambientes que atendam às
necessidades das tarefas e contribua para os aspectos cognitivos do
trabalho.

Neste módulo, vamos ver algumas questões práticas e legais que devem
ser observadas pelos profissionais de ergonomia

Objetivos da aula

• Avaliar os efeitos do ambiente térmico, sonoro e de iluminação.

• Entender os impactos dos fatores ambientais sobre o organismo.

• Compreender os aspectos cognitivos e da carga mental.

Resumo

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Existe uma diferença importante e fundamental nas avaliações ambientais


com foco na ergonomia para as demais normas regulamentadoras: os
parâmetros de conforto.

As avaliações de ruído e de temperatura são descritas na NR 17, mas


aparecem também na NR 09 e NR 15. Desta forma, como podemos
diferenciar as avaliações?

Sobre a NR 17, esses fatores serão aplicados apenas nas seguintes


condições:

“17.8.4 Nos locais de trabalho em ambientes internos onde são


executadas atividades que exijam manutenção da solicitação intelectual e
atenção constantes, devem ser adotadas medidas de conforto acústico e
de conforto térmico” (NR 17).

A norma explicita que apenas nas situações de solicitação intelectual e


atenção constantes é que devemos aplicar os valores estabelecidos na
NR 17, respectivamente, de até 65 dB para ruído e entre 18 e 25 graus
Celsius para temperatura.

Esse recorte é importante para diferenciar das avaliações do limite de


tolerância, estabelecidos, principalmente, na NR 09, que tem como
objetivo definir limites máximos de exposição para prevenção de doenças
ocupacionais.

Mais uma vez é importante reforçar a necessidade de um trabalho


integrado pelos profissionais de SST na empresa, de modo a elaborar
documentos que “conversam” entre si, não gerando dados conflitantes,
especialmente com valores objetivos como das medições ambientais.

Na Figura 1, podemos entender melhor como proceder com a avaliação


ambiental para que os dados sejam unificados e adequados às

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necessidades de cada situação de trabalho.

Figura 1 - Fluxo de informações na avaliação


ambiental

Neste fluxo de informações é possível notar que tudo começa com uma
etapa de reconhecimento, justamente para identificar em que
setores/funções dever-se-á prosseguir com avaliações qualitativas e
quantitativas.

Atividades operacionais em geral, serão enquadradas na imensa maioria


das vezes nas avaliações da NR 09 e 15, estabelecendo limites de
exposição que irão prevenir as doenças ocupacionais.

Tarefas administrativas, de controle, inspeção que exigem atenção


constante ou atividade intelectual predominante, deverão ter valores mais
adequados para ruído e temperatura de modo a não interferir diretamente
na carga de trabalho.

A exceção desta regra é a iluminação, tratada exclusivamente na NR 17 e


aplicada para todos os setores da empresa. Inclusive, com a revisão da
norma, o profissional deve avaliar a iluminação com base na norma de
higiene ocupacional número 11 da Fundacentro (NHO 11), citada na NR
17.

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Na Tabela 1, listamos os principais pontos da NR 17 em relação aos


fatores ambientais e as consequências ao organismo decorrentes da
exposição do trabalhador.

Fonte: Adaptado da NR 17 (2022) e Grandjean (1998).

Como observado na tabela, as possíveis consequências envolvem


algumas questões físicas e várias questões cognitivas.

Nosso cérebro (encéfalo) funciona como um computador central, que


controla diversas atividades simultaneamente, utilizando recursos como
memorização, atenção, concentração e percepção.

As exigências mentais estão cada vez mais presentes nos ambientes de


trabalho e devem ser consideradas sempre que o ergonomista julgar
necessário uma avaliação mais aprofundada.

Estabelecer um diagnóstico relativo à carga mental não é tarefa das mais


simples, sendo fundamental a participação dos trabalhadores, de modo a
verbalizar as situações mais importantes que podem acarretar agravos à
saúde.

Além de uma avaliação adequada, o profissional de SST deve sempre


buscar uma correta hierarquia para eliminação ou controle dos riscos,

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como por exemplo a sequência sugerida na ISO 45001 e replicada pela


NR 01:

1. Eliminação do perigo (risco).

2. Substituição.

3. Controles de engenharia (p.ex.: equipamentos de proteção


coletiva).

4. Controles administrativos (pausas, rodízios, outros).

5. Equipamentos de proteção individual.

Aplicando essa hierarquia é possível sempre identificar a causa raiz,


buscando eliminar o problema e alternativamente criando estratégias
enquanto o perigo ainda estiver presente nos ambientes de trabalho.

Como aplicar na prática o que aprendeu

A dica de ouro para uma correta avaliação dos fatores ergonômicos é


iniciar sempre com uma boa avaliação qualitativa.

Reconhecer a presença dos fatores de risco, como eles se apresentam,


de que forma impactam os trabalhadores é o primeiro passo para definir
corretamente os locais em que devemos aprofundar nossas análises e/ou
aplicar métodos quantitativos.

Conteúdo bônus

Tópicos avançados
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De todos os itens apresentados, sem dúvida o que demanda mais


conhecimento do profissional de ergonomia é a avaliação de iluminação,
atendendo a NHO 11.

Para que você possa entender mais sobre a dinâmica de avaliação,


sugiro que baixe gratuitamente a NHO 11 e o e-book “Como avaliar a
iluminação com a NHO 11”

• https://heitorborbasolucoes.com.br/wp-content/uploads/2019/09/A-nova-
NHO-11-da-FUNDACENTRO.pdf

• https://topergonomia.com.br/produto/como-avaliar-a-iluminacao-nr-17-
nho-11

Além disso, deixo o link de uma aula completa sobre análise preliminar de
iluminação em atendimento à NHO 11:

• https://www.youtube.com/watch?v=zu8kLbbZHpI

Referência Bibliográfica

BRASIL. Norma Regulamentadora Nº. 17 – Ergonomia. Brasília, 2021.


Disponível em: < https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-
regulamentadoras/nr-17-atualizada-2021.pdf >. Acesso em 23/09/2022

FUNDACENTRO, NHO 11. Avaliação dos níveis de iluminamento em


ambientes internos de trabalho. São Paulo: FUNDACENTRO, 2018,
64p.

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GRANDJEAN, Etienne. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho


ao homem. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

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