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MÓDULO 3
PRÁTICAS EXPERIMENTAIS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL E NO ENSINO MÉDIO
Abertura do módulo
Cursista, chegamos à última etapa deste curso. Neste módulo, trataremos sobre como
o componente Práticas Experimentais pode ser desenvolvido nos Anos Finais do En-
sino Fundamental e na 1a série do Ensino Médio.
Convidamos você a aprofundar seus conhecimentos no componente curricular Prá-
ticas Experimentais e a verificar como ele pode propiciar a produção de atividades
interdisciplinares.
Para isso, dividimos o módulo em três unidades:
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Unidade 3 – O papel do professor e o protagonismo dos estudantes da 1a série do Ensino
Médio nas aulas de Práticas Experimentais de Ciências da Natureza e Matemática
Na unidade 3, vamos focar nossos olhares na 1a série do Ensino Médio e nos desafios que os
estudantes dessa fase enfrentam, com abordagens mais aprofundadas e práticas cada vez
mais voltadas tanto para o mundo acadêmico quanto para as situações do cotidiano. Além
disso, mostraremos como as áreas do conhecimento de Ciências da Natureza e Matemática
se articulam com as demais áreas do conhecimento em um trabalho interdisciplinar.
O objetivo do módulo é:
Conhecer a proposta de trabalho das Práticas Experimentais nos Anos Finais do Ensi-
no Fundamental e no Ensino Médio.
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Unidade 1
Cursista, vamos iniciar com algumas considerações, que serão elencadas a seguir, im-
portantes para que o professor construa suas concepções sobre o componente curri-
cular Práticas Experimentais de Ciências e Matemática.
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As Práticas Experimentais oportunizam que o estudante desenvolva o letramento
científico e o letramento matemático, o que, por sua vez, lhe possibilita o desenvol-
vimento de competências, como a capacidade de compreender e fazer uma leitura
crítica, investigativa e curiosa do mundo, necessárias para uma participação ativa nos
temas e situações que se relacionam com as ciências no cotidiano.
Assim, entende-se que uma concepção sobre Práticas Experimentais nos Anos Finais
do Ensino Fundamental e no Ensino Médio atenda ao pressuposto de que as ativi-
dades a serem trabalhadas devem possibilitar que os estudantes desenvolvam, tam-
bém, habilidades, como:
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Na Prática 1
Numa escola do PEI, que atende aos Anos Finais do Ensino Fundamental e ao Ensino
Médio, estão reunidos a PCG Rosana e o PCA de Ciências da Natureza e Matemática
Théo, conversando sobre a importância do componente curricular Práticas Experimen-
tais para o aprofundamento de conceitos trabalhados em Ciências e em Matemática.
Théo pensa em realizar uma formação a respeito disso nas próximas ATPCA com o
intuito de fundamentar as concepções dos professores da sua Área do Conhecimento
sobre o componente curricular Práticas Experimentais, de incentivar o trabalho in-
tegrado dos componentes curriculares da área e, também, de explorar o aprofunda-
mento das habilidades das atividades de Práticas Experimentais do Ensino Médio em
relação ao que é trabalhado nos Anos Finais do Ensino Fundamental.
A PCG acha a proposta interessante e sugere a Théo que converse com o Professor de
Práticas Experimentais, Cláudio, para ajudá-lo a articular essa ação.
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Théo, em conversa com Cláudio, pontua que é importante saber quais são as concepções
de ensino e de aprendizagem que embasam o Currículo Paulista e conhecer as Áreas do
Conhecimento que organizam esse documento, que tem como pressuposto que a Edu-
cação Básica deve garantir ao estudante o desenvolvimento das dez Competências Gerais.
Théo chama a atenção para o fato de que uma das consequências do compromisso
com o desenvolvimento de competências, buscando a formação integral, é que os
processos educativos devem ser pensados com foco nas experiências que devem ser
proporcionadas aos estudantes, ou nas aprendizagens que devem ser construídas por
eles, por meio do desenvolvimento de habilidades específicas a partir de objetos do
conhecimento estudados.
O PCA justifica isso porque as competências indicam claramente não apenas o que os
estudantes devem saber (conhecimentos), mas, sobretudo, o que precisam saber fazer
(habilidades) e querer fazer (atitudes), orientados por um saber ser e um saber convi-
ver (valores) que visem à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Cláudio acha interessantes as colocações e complementa dizendo que o professor
é tanto protagonista quanto mediador no desenvolvimento do currículo em sala de
aula e na construção das aprendizagens dos estudantes. Para ele, o trabalho com ha-
bilidades é fundamental, não só para a construção de uma concepção de aprendiza-
gem, mas também para a atuação do professor nas Situações de Aprendizagem, na
produção de materiais didático-pedagógicos e no gerenciamento das atividades em
sala de aula. Théo mostra-se satisfeito com as colocações de Cláudio, percebe que os
dois podem formar uma parceria interessante e, nas próximas ATPCA, planejam tra-
balhar com os professores a respeito da concepção de ensino deles que, sem dúvida,
reflete na concepção de aprendizagem que eles têm dos estudantes.
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Théo começa a organizar a ATPCA com a ajuda de Cláudio e acredita que, para início
de conversa, será fundamental entender como as habilidades estão estruturadas de
acordo com o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Para isso, usa como exem-
plo a habilidade do 7o ano do Ensino Fundamental EF07CI04, que está no Caderno do
Aluno – Ciências, Situação de Aprendizagem 3 – Equilíbrio Termodinâmico e a Vida na
Terra, na unidade temática Matéria e Energia, cujo objeto de conhecimento é “Equilí-
brio termodinâmico e vida na Terra”.
Théo destaca que os verbos identificar, analisar e avaliar se relacionam aos aspectos
cognitivos que se pretende desenvolver nos estudantes. Enfatiza que a habilidade
de identificar envolve um processo cognitivo mais simples do que as habilidades de
analisar e avaliar, que são processos mais complexos. Ele também observa que den-
tro da habilidade aparece o objeto de conhecimento e o seu contexto que, no caso, é
o equilíbrio termodinâmico para a manutenção da vida na Terra.
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Cláudio gosta bastante do exemplo de Théo e, para ajudar a completar sua explicação,
toma como base uma habilidade que percorre todo o Ensino Médio: EM13CNT105, que
está no Caderno Práticas Experimentais – Ciências da Natureza, unidade temática Ma-
téria e Energia, Situação de Aprendizagem – O Efeito Estufa e o Infravermelho, cujos
objetos de conhecimento são as ondas eletromagnéticas (comprimento de ondas;
radiações infravermelhas) e o efeito estufa.
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Cursista, vamos fazer uma atividade para entender melhor o que foi exposto?
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Na Prática 2
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No dia da ATPCG, Laura explica aos colegas professores que, na referida situação de
aprendizagem, a habilidade desenvolvida é a EM13MAT505, isto é, os estudantes de-
vem resolver problemas sobre ladrilhamento a partir da composição de polígonos.
Para isso, os estudantes desenvolvem competências socioemocionais como Iniciativa
Social, Autoconfiança, Organização, Responsabilidade e Curiosidade para aprender.
Laura pede aos professores que se reúnam em grupos para desenvolverem a atividade
da situação de aprendizagem mencionada. Nessa atividade, eles deverão compor um
mosaico com os polígonos distribuídos a partir de pedaços de papel recortados.
Ela espera que, ao compor o mosaico, os professores percebam quais polígonos pos-
sibilitam a pavimentação/composição e o porquê disso. A resposta esperada por ela é
a de que polígonos regulares (triângulo equilátero, quadrado e hexágono) propiciam
o ladrilhamento de um plano.
Em seguida, Laura pergunta aos professores se essa atividade pode relacionar-se com
o objeto de conhecimento de outro componente curricular.
A Professora Débora, de Arte, afirma que os mosaicos são responsáveis por várias
obras de arte e estão presentes no chão, nas paredes e no teto de palácios, igrejas e
mesquitas antigas de influência da cultura árabe.
Laura, em parceria com a Professora Débora, explica que as duas já desenvolveram
atividades de produção artística usando mosaicos com os estudantes, explorando,
também, o conceito de simetria axial e rotacional, e pergunta se todos já repararam
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no mural que tinha sido colocado no dia anterior, no pátio da escola. Alguns professo-
res tinham reparado nele, outros ainda não. Elas saem com os professores que ficam
encantados com o resultado obtido.
A Professora de História, Rose, fica animada com isso e pensa em trabalhar a impor-
tância da história dos mosaicos em palácios e templos religiosos e a influência da cul-
tura árabe presente neles.
Dica
Pixels: Entende-se por pixel “o menor ponto que forma uma imagem digital, sendo que
um conjunto de pixels com várias cores forma a imagem inteira”. (PIXEL. Wikipédia (CC
BY/SA 3.0). Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pixel. Acesso em: 4 out. 2021.)
Saiba Mais
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Unidade 2
Cursista, até agora vimos como é importante a sintonia entre o professor, seja de qual
componente for, e os estudantes. É vital que o professor reconheça qual é o seu papel
no processo de ensino – o de mediador da aprendizagem –, e é de suma importância
que as atividades planejadas possibilitem a reflexão e o desenvolvimento do protago-
nismo dos estudantes.
Em Práticas Experimentais dos Anos Finais do Ensino Fundamental, tanto em
Ciências como em Matemática, o professor deve:
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Na construção das atividades didático-pedagógicas, o professor deve:
O que fizeram?
Tome Nota
É preciso deixar claro para o estudante que a Ciência é uma atividade investigativa, e não
somente descritiva. As experimentações conduzem os cientistas a construírem concei-
tos e novas relações entre conceitos. Da mesma forma deve acontecer com os estudan-
tes nas atividades investigativas.
A etapa em que os estudantes explicam como fizeram e por que deu certo, na passagem
das relações qualitativas para a sistematização de uma fórmula, é quando o conceito se
concretiza. Outra etapa igualmente importante é quando se possibilita que o estudante
possa apresentar um texto escrito sobre suas atividades.
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A atividade da escrita complementa a argumentação oral, pois o discurso oral é flexível e
requer menor esforço para sua realização quando comparado com a atividade de escre-
ver, que demanda maior esforço cognitivo.
As interações orais entre os estudantes e entre os estudantes e o professor são impor-
tantes para compartilhar, gerar e clarificar ideias no coletivo, ao passo que as atividades
de escrita são focadas na construção pessoal do conhecimento.
Na Prática 1
Estamos numa escola do PEI que atende os Anos Finais do Ensino Fundamental. Os
professores estão reunidos em ATPCG. A Professora de Práticas Experimentais de
Ciências, Gisele, a Professora de Ciências, Juliana, e o Professor de Geografia, Joel, es-
tão conversando a respeito de alguns questionamentos que os estudantes fizeram
sobre um incêndio que aconteceu no bairro. A causa do incêndio foi uma falha no
circuito elétrico de uma residência.
Juliana comenta que um estudante trouxe a notícia de risco de apagão e queria saber
como, na sua casa, deveriam proceder para economizar energia elétrica.
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Ela explica que, para o bimestre, está previsto em seu Programa de Ação o trabalho
com a Situação de Aprendizagem 2 – Circuitos Elétricos e a Distribuição de Energia
Elétrica, cuja habilidade é EF08CI02 e os objetos de conhecimento a serem desen-
volvidos são: fontes e tipos de energia; transformação de energia; circuitos elétricos; e
uso consciente de energia elétrica (economia de energia elétrica). Ela esclarece que
há a possibilidade de trabalho interdisciplinar com outros componentes curriculares,
como Geografia, História, Matemática e Ciências.
Gisele, Juliana e Joel trocam ideias sobre como aproveitar os questionamentos tra-
zidos pelos estudantes. Gisele, de Práticas Experimentais, propõe as sequências de
atividades a seguir, o que foi prontamente aprovado pelos colegas.
Primeiramente, Gisele planeja trabalhar com as metodologias ativas sala de aula in-
vertida e laboratório rotacional e, na medida do possível, usar materiais de baixo custo.
Metodologias ativas: “são processos amplos que podem englobar diferentes práticas
em sala de aula como formas de interagir, dialogar e mobilizar conhecimentos”. (SÃO
PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação. Caderno do Professor.
Linguagens e suas Tecnologias. 1a série, Ensino Médio. 2021. v. 1, p. 13. Disponível em:
https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2021/01/Caderno-
do-Professor-–-Ensino-Médio-1ª-série-Linguagens-VERSÃO-PRELIMINAR.pdf. Acesso em:
4 out. 2021.)
Pretende também, a partir do que for desenvolvido nas situações de aprendizagem, ex-
plorar sugestões para a economia de energia elétrica na residência e o seu uso seguro.
Vamos ver a seguir como a professora organizará essas situações de aprendizagem.
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Situação de Aprendizagem – Etapa 1: Sala de Aula Invertida
A partir dos problemas trazidos pelos estudantes, Gisele solicita que, para a próxima
aula, eles pesquisem e tragam um resumo escrito sobre os temas:
circuitos elétricos;
corrente elétrica;
energia elétrica;
potência elétrica;
efeito Joule.
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Situação de Aprendizagem – Etapa 2: Laboratório Rotacional
Momento 1
Gisele discute com toda a turma sobre as informações pesquisadas, solicitando aos
estudantes que exponham os dados encontrados. Sua ideia é preparar a turma para
o Laboratório Rotacional e recolher os dados da pesquisa para discussões posteriores.
Momento 2
Gisele divide a turma em dois grupos: metade da turma ficará na sala de aula (ou la-
boratório) e metade vai para a Sala de Informática. Os dois grandes grupos devem ser
subdivididos em grupos menores de quatro estudantes.
Ela orienta a turma da Sala de Informática a utilizar o aplicativo Phet Colorado
(imagem abaixo) para montar um circuito elétrico e avisa para fazer as anotações
das observações.
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Para os grupos que ficaram na sala de aula (ou laboratório), Gisele recomenda que
construam um circuito elétrico utilizando os materiais de baixo custo disponíveis na
escola (imagem abaixo): fios, lâmpadas led, pilhas de 1,5 V, resistores e interruptores,
que foram organizados em pequenos kits.
A professora lembra aos estudantes que precisam fazer as anotações das observações.
Gisele sabe que um dos aspectos que caracterizam o Laboratório Rotacional é que as
duas turmas façam o mesmo experimento, porém utilizando recursos diferentes.
Durante todo o experimento, ela reconhece que não poderá estar ao mesmo tem-
po nos dois ambientes; por isso, estabelece um combinado com as turmas sobre as
responsabilidades de cada um durante o desempenho das atividades, lembrando de
escolher juntos um estudante monitor para cada ambiente.
Momento 1
Gisele realiza uma reunião com toda a turma para que os grupos apresentem as ob-
servações que fizeram.
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Ela, por meio de questionamentos, pretende que os estudantes entendam, identi-
fiquem, analisem e interpretem as principais características e efeitos presentes nos
circuitos elétricos:
a fonte de energia (no caso as pilhas, mas também pode ser a tomada da rede elétrica);
o efeito Joule (o movimento das cargas no interior do fio, que causa aquecimento);
a energia química da pilha, que é transformada em energia elétrica e térmica nos fios,
e em energia luminosa na lâmpada.
Contem quais foram os resultados. Deu certo (ou não)? Por quê?
Como vocês explicam, no caso do simulador, que o movimento das cargas provoca
aquecimento no condutor?
Ela aproveita para propor um desafio para eles refletirem: pesquisar o quanto um apa-
relho em stand-by consome energia elétrica.
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Ela, em seguida, demonstra como um pedaço de palha de aço entra em combustão
quando ligado a um trecho de um circuito elétrico (imagem abaixo). Também discute
as questões relativas à economia de energia elétrica como, por exemplo, o correto di-
mensionamento dos circuitos, inclusive com os itens de segurança.
Gisele entende que a estratégia do Laboratório Rotacional pode contribuir muito para
a aprendizagem da turma. Por um lado, os estudantes têm a possibilidade de ma-
nipular o material físico (vendo, por exemplo, a importância de as conexões entre os
elementos do circuito serem bem-feitas) e, por outro, o simulador permite melhor
compreensão do modelo teórico que explica a corrente elétrica.
Momento 2: Avaliação
Com os trabalhos finalizados e com os protótipos em mãos, Gisele acredita que a me-
lhor maneira de os estudantes validarem a ação desenvolvida por eles é a construção
de uma rubrica. Para isso, desenvolve com eles uma série de itens para compor esse
“documento”, que servirá como reflexão do quanto cada estudante desenvolveu o seu
protagonismo e, consequentemente, sua autonomia para o aprimoramento da habi-
lidade em questão (EF08CI02).
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Saiba Mais
Cursista, vamos fazer uma atividade para entender melhor o que foi exposto?
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Na Prática 2
Numa escola do PEI, que atende o segmento dos Anos Finais do Ensino Fundamen-
tal, o professor do 9o ano de Matemática, Paulo, pretende trabalhar com a Situação
de Aprendizagem 1 – Atividade 2 – Teorema de Pitágoras, cuja habilidade a ser desen-
volvida é a EF09MA13. Para isso, ele solicita ao professor de Práticas Experimentais de
Matemática, Henrique, que o ajude com a demonstração prática do teorema de Pitá-
goras para os estudantes.
Henrique gosta da ideia da parceria com Paulo e, para ajudá-lo, começa um trabalho
de investigação com os estudantes. Para início de conversa, ele os questiona: “Vocês
sabiam que existem 370 formas diferentes de se demonstrar o teorema de Pitágoras?”.
Os estudantes acham um exagero e, diante dos olhares incrédulos deles, Henrique
propõe a realização de uma dessas demonstrações.
Ele organiza os estudantes em grupos e distribui uma folha de papel quadriculado
para cada grupo, verificando se todos têm régua e tesoura, instrumentos necessá-
rios para construir um triângulo retângulo.
Em seguida, solicita a todos que criem um triângulo retângulo qualquer. Neste mo-
mento, Henrique espera que os estudantes criem diversos triângulos retângulos com
diferentes medidas.
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Com os triângulos desenhados, Henrique pede aos estudantes que criem outro triân-
gulo retângulo, agora com os lados medindo 3 cm, 4 cm e 5 cm.
Depois, dá a seguinte comanda: “Tomando como medida cada lado do triângulo re-
tângulo, construam um quadrado sobre cada um dos lados”.
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Henrique solicita aos estudantes que verifiquem o comentário de Diego, utilizando o
primeiro desenho que fizeram.
Pede para seguirem o mesmo passo: construir quadrados em cima de todos os lados
do triângulo.
Como sabe que os estudantes poderão ter dificuldades ao perceber o número de qua-
drados menores formados, solicita que recortem os quadrados e tentem montar em
cima do quadrado maior.
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Vídeo
Vamos agora assistir a um vídeo da Professora Gisele Perina, da E.E. Francisco Antônio
Gonçalves, da cidade de Mogi Guaçu, Diretoria de Ensino de Mogi Mirim, sobre como o
componente curricular Práticas Experimentais auxilia nas aulas de Matemática e sua
importância no processo de ensino e aprendizagem. Lembre-se de fazer suas observa-
ções no seu Diário de Bordo.
• https://youtu.be/Dq0Ow0foQqQ (elaborado especialmente para o curso).
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Unidade 3
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Agora, vamos refletir sobre como as ações do componente curricular Práticas Experi-
mentais de Matemática se desdobram na 1a série do Ensino Médio.
Na Prática 1 – Parte 1
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“Posso trabalhar com as profissões que existiam antigamente e que hoje foram subs-
tituídas por outras devido ao desenvolvimento das grandes cidades”, fala o professor
Joel, de Geografia.
E, assim, cada um vai dando sua contribuição.
Rosana agradece a ajuda de todos e solicita que pensem em atividades que levem os
estudantes a refletirem sobre suas escolhas e, em especial, sobre a escolha da profis-
são que pretendem seguir.
Diário de Bordo
Cursista, você já parou para se perguntar se na Unidade Escolar em que você trabalha
essa problemática também aparece? Agora, em seu Diário de Bordo, escreva um projeto
simples com o intuito de auxiliar os estudantes na escolha de profissões voltadas ao seu
perfil pessoal.
Na Prática 1 – Parte 2
Laura, por sua vez, já está pensando nas etapas das situações de aprendizagem que
desenvolverá com os estudantes. Para isso, ela faz uma adaptação do Caderno do
Professor (Currículo em Ação, Matemática, 1a série do Ensino Médio), unidade temá-
tica Números e Álgebra, objetos de conhecimento conceito de razão e proporciona-
lidade, porcentagens de cálculo de índices, taxas e coeficientes, cuja habilidade é
EM13MAT104.
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Laura organiza os estudantes em uma roda de conversa e realiza os seguintes
questionamentos:
Que profissões vocês gostariam de seguir e que vocês mencionaram em seus Projetos
de Vida?
Vocês já pararam para pensar que tipo de conteúdos escolares são necessários para
seguir essa profissão?
Quer dizer que um dos fatores para escolherem uma profissão está relacionado a con-
teúdos que vocês têm facilidade de aprender?
Se a profissão escolhida trabalhar com conteúdos com os quais vocês têm mais difi-
culdades, vocês a deixarão de lado?
Rotação por Estações: “A rotação por estações de aprendizagem consiste em criar uma
espécie de circuito dentro da sala de aula. Cada uma das estações deve propor uma ati-
vidade diferente sobre o mesmo tema central – ao menos uma das paradas deve incluir
tecnologia digital.” (SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação.
Caderno do Professor. Ciências da Natureza e suas Tecnologias. 1a série, Ensino Médio.
2021. v. 1, p. 165. Disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-
content/uploads/2021/01/Caderno-do-Professor-–-Ensino-Médio-1ª-série-Ciências-da-
Natureza-VERSÃO-PRELIMINAR.pdf. Acesso em: 4 out. 2021.)
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Primeira estação
Fica na Sala de Informática, para que os estudantes realizem uma pesquisa sobre as profis-
sões e os conteúdos matemáticos relacionados a elas.
Segunda estação
Fica na sala de leitura e conterá uma série de textos a respeito das profissões mencionadas
nos Projetos de Vida, para que os estudantes realizem a leitura e façam comentários.
Terceira estação
Fica na sala de aula, e os estudantes fazem um debate com o tema “Devo escolher minha
profissão baseado nas minhas vocações ou por afinidades?”.
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Conforme os estudantes vão preenchendo as tabelas com as informações obtidas nas
estações, há um espanto por parte de todos, pois, para surpresa deles, todas as profis-
sões mencionadas em suas pesquisas fazem uso de conteúdos matemáticos, como
puderam observar nos registros.
Laura reúne, novamente, os estudantes em uma roda de conversa para assistirem aos
vídeos produzidos no TikTok e fazerem discussões sobre as carreiras que desejam seguir.
Observando os relatos, percebe que alguns já querem fazer mudanças em seus Pro-
jetos de Vida.
Dica
Cursista, o professor deve sempre estar atento às novidades e às tendências que os es-
tudantes seguem, pois é uma forma de aproximar o ensino do estudante, tornando-o
mais atrativo. Em Na Prática 1, pudemos perceber o uso do aplicativo TikTok como uma
maneira dinâmica e descontraída para engajar os estudantes nas atividades e na refle-
xão sobre seus Projetos de Vida.
Vídeo
O vídeo a seguir mostra o trabalho da PCA Suzana Regina Silveira Costa Soave, da E.E.
Tullio Espíndola de Castro, da Diretoria de Ensino de Jaú, com os professores de Mate-
mática, Física, Química, Biologia e Práticas Experimentais, na elaboração de uma tabela
na qual constam as habilidades, os objetos de conhecimento, as situações de aprendiza-
gem e as práticas que se relacionam com esses componentes curriculares, mostrando
as evidências por meio do Padlet.
• https://youtu.be/Rxd5XMALmfw (elaborado especialmente para o curso).
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Em Na Prática 2, veremos como o papel do professor contribui para o protagonismo
dos estudantes de Práticas Experimentais de Ciências da Natureza na 1a série do En-
sino Médio.
Na Prática 2 – Parte 1
Numa escola do PEI que atende ao Ensino Médio, os professores, em ATPCG, discu-
tem com o PCG e os PCA possibilidades de produção de projetos interdisciplinares
para a 1a série do Ensino Médio que envolvam várias áreas do conhecimento e que
possam ser trabalhados conjuntamente com os Programas de Ação dos profissionais.
A PCG Rosana orienta para que, na medida do possível, os docentes procurem atrelar
o tema do projeto aos interesses dos estudantes. O grupo questiona que, em algumas
situações, sentem a necessidade de propor temas que possam contribuir para os Pro-
jetos de Vida e a formação integral dos estudantes.
O grupo de professores e coordenadores da escola, então, opta por trabalhar um pro-
jeto relacionado às questões de Saúde no Brasil, tema que desperta a curiosidade dos
estudantes e que aparece em boa parte de seus Projetos de Vida. O título do projeto
construído com os estudantes é: “História das Políticas de Saúde no Brasil: aspectos
sociais, políticos, econômicos e tecnológicos”.
O Professor de Geografia, Joel, afirma que esse é um tema que pode ser tratado como
Tema Contemporâneo Transversal, pois todas as áreas do conhecimento e todos os
componentes curriculares podem contribuir.
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Os professores resolvem que o projeto pode ser desenvolvido durante um semestre
letivo e, ao final dele, como produto final, as produções dos estudantes serão apresen-
tadas para a comunidade escolar.
O grupo docente entende que esse tipo de projeto contribui para a formação dos es-
tudantes, pois o Currículo Paulista, que tem por objetivo desenvolver as 10 Competên-
cias Gerais para a Educação Básica, estruturado por áreas do conhecimento, prioriza a
alfabetização em contextos de multiletramentos e apresenta os Itinerários Formativos,
de escolha deles, como parte flexível do currículo e que possibilita o aprofundamento
dos seus conhecimentos. Isso tudo facilita a proposição de projetos interdisciplinares.
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Na aula de Práticas Experimentais, Laura combina com os estudantes a temática da
próxima sequência de atividades, “Aplicações do Conhecimento Físico na construção
de equipamentos para a área da Saúde”, um tipo de projeto didático (ou explicativo),
que será a contribuição do seu componente curricular para o projeto interdisciplinar.
Projeto didático (ou explicativo): “Procura responder questões do tipo: ‘Como funciona?
Para que serve? Como foi construído?’. Busca explicar, ilustrar, revelar os princípios cien-
tíficos de funcionamento de objetos, mecanismos, sistemas etc.” (SÃO PAULO (Estado).
Secretaria da Educação. Currículo em Ação. Caderno do Professor. Linguagens e suas
Tecnologias. 1a série, Ensino Médio. 2021. v. 1, p. 14. Disponível em: https://efape.educa
cao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2021/01/Caderno-do-Professor-–-Ensi
no-Médio-1ª-série-Linguagens-VERSÃO-PRELIMINAR.pdf. Acesso em: 4 out. 2021.)
Vocês sabem em quais exames fazemos uso de equipamentos que utilizam radiações
eletromagnéticas?
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Laura estimula os estudantes com outros questionamentos:
Os estudantes ficam surpresos quando Laura observa que, para se realizar uma tomo-
grafia, se faz uso de radiação.
Como todos os estudantes se mostram curiosos para saberem mais sobre o uso
dos conhecimentos físicos na construção de equipamentos para a área da Saúde e
sobre os questionamentos feitos por Laura, ela divide a turma em pequenos gru-
pos que f icam responsáveis por pesquisarem subtemas relacionados ao tema
principal que trata das “Aplicações do Conhecimento Físico na construção de
equipamentos para área da Saúde: Ressonância magnética, Tomograf ia computa-
dorizada, Mamograf ia, Raios X, Densitometria óssea, Hemodinâmica, Cintilograf ia,
Cefalometria, Quimioterapia etc.”.
Ela orienta cada grupo para que organize a apresentação do subtema pesquisado. A
apresentação se dará num seminário, que é uma oportunidade para a exposição de
síntese dos estudos. Laura pensa em colocar os materiais dos seminários no blog da
escola em que o Projeto Interdisciplinar será tornado público.
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Antes de iniciar o projeto, Laura retoma com os estudantes algumas habilidades tra-
balhadas no 9o ano dos Anos Finais do Ensino Fundamental: EF09CI03 e EF09CI07.
Com isso, Laura planeja uma Sequência de Atividades em que os estudantes, por meio
da Competência Específica 1 (CNT) e da habilidade EM13CNT103, sejam capazes de:
Argumentar, com base em fatos, sobre o custo dos exames e o papel das políti-
cas públicas de saúde.
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Laura pretende articular a sequência de aprendizagem em que está trabalhando com
Biologia, Física e Química, pois a temática desenvolvida também é explorada por es-
ses componentes curriculares por meio da Competência Específica 3 (CNT) e da habi-
lidade EM13CNT301.
Tome Nota
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Vamos ver, agora, uma etapa do projeto que será desenvolvido pelos estudantes sob
a orientação da professora Laura.
Na Prática 2 – Parte 2
Vocês já pararam para pensar que radiação e radioatividade são aspectos diferentes de
um mesmo processo?
Você já ouviu falar de traçador? E de contraste? Vocês sabem qual é a importância de-
les para a produção/leitura de uma imagem?
Você sabe qual é a diferença entre o exame que faz uso de raios X daquele que faz uso
de um campo magnético?
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Os estudantes levantam algumas hipóteses acerca do que Laura está perguntando:
“Ah, meu pai fez um exame com contraste e teve que assinar uma autorização. Por quê?”
“Quando fui ao dentista, ele pediu raios X do meu dente e, depois, pediu uma tomo-
grafia completa da minha boca. Por quê?”
“Professora, existem vários tipos de radiação? As micro-ondas produzidas pelo forno
são um tipo de radiação?”
“Ah, o celular também tem micro-ondas? Elas são as mesmas do forno de micro-ondas?”
“Nossa! Se é isso, não ‘cozinha’ a cabeça da gente?”
Laura está animada com o engajamento dos estudantes e percebe que eles estão
focados nos subtemas que têm de pesquisar. Durante as pesquisas, eles constatam
alguns fatos: os exames que usam equipamentos baseados em princípios físicos são
uma realidade presente na medicina, pois melhoram a elaboração dos diagnósticos,
mas não são de fácil acesso para a população de baixa renda.
Ela recomenda aos estudantes que organizem a pesquisa e o seminário a partir dos
seguintes itens:
História da Ciência.
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A Professora Laura está satisfeita com o resultado obtido e sabe que tanto ela quan-
to os estudantes aprofundaram seus conhecimentos a respeito dos princípios físicos
usados para a construção de equipamentos para a melhoria dos diagnósticos.
A PCG Rosana e todos os docentes também estão contentes com o resultado final e
percebem que um trabalho interdisciplinar bem articulado é o caminho para que o
estudante possa, cada vez mais, inferir ideias e atribuir significado aos conhecimentos
adquiridos, tornando-se, dessa forma, um sujeito autônomo, solidário e competente.
Tome Nota
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Dica
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Encerramento do curso
E assim, cursista, sua jornada pelo curso de Práticas Experimentais chegou ao fim.
Ela começou no Módulo 1 – Concepção de ensino e de aprendizagem nas Práticas
Experimentais. Em seguida, ela nos levou ao Módulo 2 – Práticas Experimentais nos
Anos Iniciais do Ensino Fundamental e, finalmente, chegou ao Módulo 3 – Práticas
Experimentais nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
Desejamos ter contribuído para a sua formação continuada e a sua busca por uma
educação de qualidade.
Esperamos por você nos próximos cursos que virão.
Até lá!
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Gabaritos
1. Alternativas corretas: a; c.
Comentários:
As atividades mencionadas nas alternativas b e d não proporcionam o desenvolvimento das
habilidades mencionadas no enunciado e, assim, não propiciam o Protagonismo Juvenil.
2. Alternativas corretas: a; c; e.
Comentários:
As alternativas b e d apresentam situações em que o estudante não está no centro do proces-
so da aprendizagem para desenvolver o Protagonismo Juvenil; ele é levado apenas a cumprir
a comanda do professor.
3. Alternativas corretas: a; d.
Comentários:
Apenas as alternativas a e d representam o trabalho que o professor de Práticas Experimen-
tais desenvolve com os estudantes, pois as situações de aprendizagem são intencionalmente
planejadas, permitindo que eles ampliem seus conhecimentos e desenvolvam habilidades
específicas, construindo, assim, a sua autonomia.
Imagens com materiais elétricos (p. 19 e 21), triângulos e quadrados (p. 24 e 25) e tabela
(p. 31) elaboradas para o curso. Imagens de materiais de ensino (p. 6, 7 e 15): SEDUC-SP.
Imagem de simulador com circuito elétrico (p. 18): Phet Colorado Simulations. Demais
imagens: Getty Images.
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Anexo 1
Nome do Professor:
Série/Ano:
PRÁTICAS DOS
SITUAÇÃO DE OBJETOS DO PRÁTICAS QUE PODEM HABILIDADE EM
CADERNOS PEI E DO
APRENDIZAGEM CONHECIMENTO SER UTILIZADAS MATEMÁTICA
PROFESSOR
Tabela elaborada pela PCA Suzana Regina Silveira Costa Soave, da E.E. Tullio Espíndola de Castro, da
Diretoria de Ensino de Jaú.
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Expediente – Curso Práticas Experimentais
Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação
“Paulo Renato Costa Souza” – EFAPE
Coordenador – Marcelo Jerônimo Rodrigues Araújo
Departamento de Programas e Formação da Educação Continuada – DEPEC
Diretora: Naomy de Oliveira Ramos
Centro de Formação e Desenvolvimento Profissional de Professores da Educação Básica
– CEFOP
Diretora: Silvia Regina Peres
Centro de Formação e Desenvolvimento Profissional de Gestores da Educação Básica –
CEFOG
Diretora: Ana Bárbara Martins Garcia
Departamento de Recursos Didáticos e Tecnológicos de Educação a Distância – DETED
Diretora: Fernanda Henrique de Oliveira
Centro de Criação e Produção – CCRIP
Diretora: Ana Maria David Berbel
Centro de Infraestrutura e Tecnologia Aplicada – CITEC
Diretora: Rosangela de Lima Francisco
Centro de Avaliação e Certificação – CEAC
Diretora: Edivânia Oliveira Bezerra Pontes
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