alimentares ao tempo da Guerra Civil espanhola e durante a II Guerra Mundial, em Portugal
Salazar disse: “Livro-vos da guerra, mas não vos
livro da fome”. E assim foi… Os produtos alimentares produzidos em Portugal eram exportados em grande parte para os países envolvidos no conflito, por isso muitos portugueses viveram o cenário da escassez e da fome. Racionamento de Géneros Moreira – Sousela – um exemplo anos 1940
Entre 1943 e 1944, o quilo do arroz e das batatas
aumentaram, respetivamente, de 3$50 para 4$80 e de 1$20 para 2$40, o peixe, de 10 para 20$00, a manteiga de 4$20 para 9$20, o açúcar de 3$60 para 4$20 e um par de sapatos de 180$00 para 300$00. Nesse ano os portugueses tiveram de contar com um agravamento da situação dos abastecimentos de tal forma sério que obrigou, a partir desse ano, o Governo a instituir o racionamento de produtos essenciais - ou seja, uma "política do consumo por via da autoridade", como disse então o ministro das Finanças, João da Costa Leite (Lumbrales).
Em Lousada, temos este exemplo do ano de 1945.
Por ele se pode verificar quão apertado era o controlo ao consumo dos bens. Todos os pormenores eram anotados “religiosamente” no “Boletim familiar de racionamento de géneros”, como é o caso do falecimento de um indivíduo nesta família, logo riscado do mapa das bocas a alimentar. Racionamento de Géneros Moreira – Sousela – um exemplo anos 1940
As filas para as senhas de racionamento passaram,
em muitas localidades, a ser palco de focos de socialização e de insatisfação social, à beira da revolta política. Os mais velhos iam bem cedo para as filas, regressavam não raras vezes sem nada na mão; quanto às crianças, recorriam sempre que possível à “sopa dos pobres” - massa com feijão ou grão, e “peles” com algum cheiro a carne -, ou “sopa do Sidónio”, nome que lhe adveio aquando da sua fundação durante a I Grande Guerra, por intermédio de Sidónio Pais. Racionamento de Géneros Moreira – Sousela – um exemplo anos 1940