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Exmo Senhor

Instrutor do Processo Disciplinar

Assunto: Resposta à Nota de Culpa

Wiliamo Sebastião José, Arguido no presente processo disciplinar que lhe move sua
entidade empregadora a Moz Security LDA ( doravante designada Entidade
Empregadora), vem, em virtude do processo disciplinar contra si promovido, e nos
termos do artigo 67, n° 2 , al.b) da Lei n°23/2007, apresentar a sua defesa, tendo por
base os seguintes factos e fundamentos:

Dos Factos

Constitui verdade que trabalhador-arguido no processo disciplinar é trabalhador da
empresa Moz Security Limitada, doravante designada por Entidade Empregadora
(EE), por contrato de trabalho celebrado por tempo Indeterminado, produzindo efeitos
desde a data do início do seu trabalho, exercendo a função de Vigilante C’,

O trabalhador-arguido, no âmbito das suas actividades, sempre prestou o seu trabalho
com zelo, honestidade e elevado sentido de respeito e responsabilidade, cumprindo de
forma rigorosa as normas vigentes na empresa.

O trabalhador-arguido concorda que no dia 18 de Setembro de 2023 encontrava se no
local de trabalho no "Instituto Nilia", porém sucede que o trabalhador teve o
conhecimento do desaparecimento do material supra citado no articulado 7 da nota de
culpa através dos seus superiores hierárquicos.


O trabalhador-arguido não tem certeza do material que foi furtado na Recepção e no
Departamento dos Recursos Humanos, porque nas imagens das camêras de vigilância
não da para ver o ladrão com os bens na mão, e só vê-se a pessoa que furtou os bens.

O trabalhador-arguido refuta ainda a acusação de o ladrão permaneceu no local por
volta de o4h00min e permanecido cerca de uma hora, visto que só viu as imagens e
não deu para ver a data e a hora em que o ladrão entrou.

O trabalhador-arguido não concorda com o 10º articulado da nota de culpa, porque
sucede que nas imagens que o coordenador viu no sistema de vídeo vigilância só vê-
se o ladrão a circular no recinto da escola e sem os bens.


O trabalhador- arguido não concorda que violou os seus deveres a que está adstrito,
sucede que o trabalhador não tem um contrato de forma escrita e apenas tem um
contrato verbal com a Empresa acima citada, sendo assim o trabalhador- arguido não
tem como ver as cláusulas estabelecidas no seu contrato.

De Direito


A aplicação das medidas disciplinares deve ser proporcional à gravidade da infracção
cometida e atender ao grau de culpabilidade do infractor, à conduta profissional do
trabalhador e, em especial, às circunstâncias em que se produziram os factos. É o que
nos diz o n°2 só artigo 64 da Lei do Trabalho.


Não vale a simples alegação do empregador em processo disciplinar de que o
trabalhador cometeu uma infracção disciplinar grave que torna insustentável a
manutenção do vínculo contratual, mas sim a demonstração factual apreciada
apreciada tendo em atenção as funções exercidas pelo trabalhador, comportamento
não remediável e definitivo da subsistência do vínculo contratual. É necessário ,
portanto, provar a gravidade da infraçcão.

10º
De qualquer forma, o trabalhador-arguido mostra-se disposto a corrigir o seu
comportamento e evitar que aconteçam situações da mesma natureza no futuro, assim
como pede desculpas pelo prejuízo.
11º
É de lei, em especifico o n° 3 do artigo 63, que para além da finalidade de repressão
da conduta do trabalhador, a aplicação das sanções disciplinares visa educar o visado.

DO PEDIDO
O trabalhador-arguido pede desculpas pelo sucedido, pede que seja absolvido, caso
seja necessário deve ser observado o princípio da proporcionalidade, previsto no nº 2
do artigo 64 da Lei de Trabalho, e considerando que a infracção não é particularmente
grave, pede que o empregador de abstenha de aplicar sanções graves, em especial a de
despedimento, por ser sanção excessivamente penosa para estás circunstâncias. Se,
contudo, considerar que deve haver lugar à aplicação de uma medida disciplinar, a
sanção deve corresponder às penas mais leves, aquelas que causem menos prejuízos
ao trabalhador-arguido e lhe permita regressar ao seu posto de trabalho. Pede ainda
que o empregador respeite os direitos e deveres para com os seus trabalhadores.

Maputo, 25 de Outubro de 2023

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(Wiliamo Sebastião José)

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