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PARECER JURÍDICO 2

DANO MORAL E MATERIAL

DADOS:

 Requerida: Academia Bodytech;


 Valor: XXX
 Gerente: Sr. Hugo;
 art. 14, CDC;
 Trata-se de responsabilidade civil por furto de objetos e proteção da
confiança nas relações de consumo;

RELATÓRIO

A requerente em 30/05/2022, dirigiu-se como de costume a empresa


BODYTECH, por volta de 19h, para a realização de atividades físicas. Consta
nos autos que ela estava de posse de um anel de ouro amarelo e diamantes,
que retirou e guardou em sua bolsa, por se tratar de uma joia de valor alto e de
grande estima.

Após a colocação de trajes adequados para a pratica das atividades, entregou


a sua bolsa (bolsa essa que continha o anel dentro) à recepcionista da
empresa, para que a mesma fosse guardada em local seguro de acesso
restrito aos funcionários. Feito isto, praticou suas atividades até as 20:30h,
horário em que fez a retirada da sua bolsa junto a recepção e para sua
surpresa o anel havia desaparecido.

Com o intuito de localizar o objeto extraviado e sanar aquela infelicidade que a


assombrava, a requerente tentou diversas vezes contato com o gerente da
empresa, obtendo êxito no atendimento somente dois dias após o ocorrido.

Cabe frisar, que a empresa comprometeu-se em verificar o caso em suas


câmeras de segurança e que o bem seria recuperado, cabendo a autora
esperar a solução do caso o que não ocorreu. Partindo de uma espera sem fim,
realizou o registro do boletim de ocorrência junto a autoridade policial, a fim de
proceder com a instigação criminal do caso.
Sem solução e sentindo-se lesada a requerente não mais frequentou a
empresa.

FUNDAMENTAÇÃO

Com base no relatório por ser uma relação de consumo entre a requerente e a
requerida, o qual uma das partes presta o serviço na modalidade de academia,
o caso está regido sobre o olhar do Código de Defesa do Consumidor,
conforme exposto no art. 14:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o
consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - [...].
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
[...]

Diante disto, a empresa tem responsabilidade objetiva, ou seja, independe da


existência de culpa, mesmo que haja informativos alegando a não
responsabilização por bens guardados em seus armários. Seguindo esse
entendimento, já manifestou os tribunais:

DANOS MATERIAIS E MORAIS. FURTO DE COISAS GUARDADAS NO


INTERIOR DE ACADEMIA. DEVER DE VIGILÂNCIA.

1 - A academia que guarda os pertences de seus alunos em sua recepção,


habitualmente, assumindo, assim a vigilância desses, fica, em consequência,
obrigada a indenizar o aluno no caso de subtração.
2 - Na reparação dos danos materiais deve ser considerada a natural
desvalorização dos bens pelo tempo de uso, ainda mais no campo da
informática, em que o avanço tecnológico é constante.

3 - Para que se configure o dano moral faz-se necessário que haja intenso
desconforto emocional da pessoa prejudicada, em razão de uma conduta lesiva
de terceiro.

4 - Na fixação da indenização por danos morais deve se levar em conta, além


do nexo de causalidade (art. 403, do Cód. Civil), os critérios de
proporcionalidade e razoabilidade na apuração do quantum, atendidas as
condições do ofensor, do ofendido e do bem jurídico lesado.

CONCLUSÃO

Diante isto, a empresa BODYTECH é responsável pela reparação dos danos


causados a requerente.

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