12. [J. M. THEODORO] a Divindade Do Estado (Criticidade Voraz) (1)
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Título original
12. [J. M. THEODORO] a Divindade Do Estado (Criticidade Voraz) (1)
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envolvido-me em discussões acerca desse assunto, algo notei com grande clareza. Algo que a maioria dos indivíduos de mesma opinião que a minha também percebeu. Sucede que sou contrário à existência do Estado, de sorte que o ataco em minhas argumentações. Meus adversários, sempre estatistas, assombram-se com a ideia de um ambiente sem Estado, anarcocapitalista, dizendo que o convívio tornar-se-ia caótico, que não mais haveria justiça nem lei. Refuto-os dizendo o seguinte: “ora, hoje, quem fornece os serviços de policiamento e arbitragem de conflitos é o Estado. Por que, em vez da agência Estado, outras agências, privadas, não os poderiam fornecer? Na verdade, assim seria muito melhor.” Não vem a calhar neste texto a justificativa de por que nos seria melhor se tais serviços fossem fornecidos por agências privadas em lugar do Estado. O importante de se perceber é que, mediante tal proposta, os estatistas enlouquecem, deitando a bradar que somente o Estado tem autoridade, somente o Estado pode impor a lei e a justiça. Eis o ponto onde eu queria chegar: a esmagadora maioria das pessoas vêem o Estado como uma entidade perfeita, quase um Deus. O Pai de Todos, infalível, infinitamente sábio. Essa visão não só denota ignorância, como caracteriza uma aguda síndrome de Estocolmo, debilidade genialmente percebida e devidamente explicada por Johel Rodrigues neste artigo. Está-se pensando que o Estado é um tipo de Deus. Ora, além de falho e enganoso, o Estado é altamente destrutivo senão para seus funcionários. O Estado rouba, sequestra, é necessariamente coercivo, e os tolos que o apoiam ainda dizem ser isso para o “bem público”; só não estupra porque não tem pênis. O Estado é uma ilusão. Disseram-me que não poderia haver agências de arbitragem privadas, pois estas objetivariam apenas o lucro, enquanto o Estado, Todo-Poderoso, objetiva a Justiça cega, a Ordem, a aplicação mais pura da Lei! Após enxugar minhas lágrimas, respondi que, de fato, o Estado tem esses nobres objetivos, contudo não tem vontade própria nem age por si mesmo. É uma ideia, uma instituição gerenciada por homens. Estes, sim, têm vontade própria e, além disso, não poderiam ser manipulados como um conceito. A instituição devida do Estado é utópica justamente por considerar que seus funcionários serão ideais, isto é, honestos e incorruptos. A menos que o controle do Estado esteja nas mãos de anjos, ele não funcionará como diz sua teoria. Se bem que os anjos, porque são bons, rapidamente o extinguiriam se pudessem.