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Pedagogia e aprendizagem inclusiva e diferenciada

A educação inclusiva pode ser entendida como uma conceção de ensino


contemporânea que tem como objetivo garantir o direito de todos à educação. Ela
pressupõe a igualdade de oportunidades e a valorização das diferenças humanas,
contemplando, assim, as diversidades étnicas, sociais, culturais, intelectuais, físicas,
sensoriais e de gênero dos seres humanos, entre outras. Implica a transformação da
cultura, das práticas e das políticas vigentes na escola e nos sistemas de ensino, de
modo a garantir o acesso, a participação, o desenvolvimento e a aprendizagem de
todos, sem exceção. A diferenciação pedagógica corresponde aos esforços do
formador em responder à diversidade dos formandos na sala de formação. A partir
do momento em que um formador adapta ou modifica seu ensino para criar a melhor
situação de aprendizagem possível, ele está no processo de diferenciação da sua
pedagogia. Em vez da imposição de planos de ensino e aprendizagem
preconcebidos, é preciso levar em conta o nível de desempenho do formando, seus
interesses e perfis de aprendizagem. A pedagogia diferenciada manifesta-se por um
elevado grau de abertura para qualquer estratégia de ensino ou de aprendizagem
que desenvolva a participação, a motivação e a perseverança dos alunos. adequar o
ensino às características de cada aprendiz não é só uma questão de bom senso
pedagógico, como também uma questão de respeito à pessoa. No entanto, isso não
significa que o formador deve fornecer um ensino diferente para cada formando da
sala. Ao planejar a prática pedagógica, ele deve levar em consideração cada
formando, para que todos tenham oportunidade de aprender.

Além de uma importante ferramenta na análise do discurso e das práticas, os


princípios da educação inclusiva também representam uma referência fundamental.
Revê-los com frequência pode ajudar educadores experientes e comprometidos com
a inclusão a não “perderem o rumo”.

• TODA PESSOA TEM O DIREITO DE ACESSO À EDUCAÇÃO;


• TODA PESSOA APRENDE;
• O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CADA PESSOA É SINGULAR;
• O CONVÍVIO NO AMBIENTE ESCOLAR BENEFICIA TODOS;
• A EDUCAÇÃO INCLUSIVA DIZ RESPEITO A TODOS;
Para promover a educação inclusiva propõe se uma rutura com a formação
tradicional, com o desenvolvimento curricular único, com o conceito de aluno-padrão
estandardizado, com a aprendizagem como transmissão de saber e a formação
como estrutura de reprodução. Defende uma gestão pedagógica mais complexa -
diferente da utilizada pelos formadores e pelas escolas - que reconhece diferentes
pontos de partida dos formandos, oferece percursos de aprendizagem diferenciados
e aceita que se atinjam patamares diferentes. Para promover uma verdadeira
educação inclusiva, as formações precisam de alterar as suas práticas e valores. A
necessidade de se ouvir e respeitar a diversidade que compõe a população,
encarando o desenvolvimento através de uma abordagem baseada na troca entre
parceiros sociais, como “um processo profundamente dialógico num duplo sentido:
de mim enquanto ser que interage com outros; e de mim enquanto ser multifacetado,
com identidades múltiplas que também dialogam entre si. A formação que se
preocupa com todos os formandos, que gere os seus recursos e se organiza
pensando nas diferenças existentes, na sua população escolar e na comunidade
que serve, transforma-se numa formação inclusiva. Esta mudança estruturante
transforma gradualmente a atuação e valores dos formadores, permitindo uma
reflexão crítica das suas práticas e melhorando as suas expectativas. Na formação
inclusiva, o formando é olhado como alguém que tem capacidade para aprender, o
objeto da sua aprendizagem tem por base as suas características, as suas
necessidades, as suas motivações individuais e familiares, e o desempenho de um
papel ativo na sociedade. Acompanha as atividades da sala de aula, aprende com
os colegas por modelagem e é um fator de aprendizagem para os seus pares, que
desenvolvem valores como a tolerância, a solidariedade e a prática da cooperação.
Neste contexto, os formandos são um recurso natural contribuindo com as suas
experiências e conhecimentos, para a diversidade das situações de aprendizagem.
Através da diferenciação curricular, da capacidade de improvisar, respeitando o
ritmo de aprendizagem de cada formando e promovendo situações de aprendizagem
baseadas nos interesses dos alunos, na experimentação e no fazerem colaboração,
o formador promove a educação inclusiva. Assim penso que o método ideal, teria
que ser aquele que melhor se enquadra-se ao grupo de formandos que estive-se a
nossa frente, uma vez que os grupos são heterogéneos, cada grupo com o seu
método. O formando organiza o seu próprio programa e forma-se através de
atividades de aprendizagem orientadas pelo formador.
Como o objetivo principal da diferenciação pedagógica é apoiar o progresso do
formando, é evidente que o ensino diferenciado pode ser feito a qualquer momento.
O formador pode, então, decidir em que período haverá diferenciação, ou
simplesmente diferenciar todo dia, usando uma variedade de estratégias,
abordagens e métodos de ensino. Não existe uma fórmula para a prática da
pedagogia diferenciada, pois a diferenciação é simplesmente responder às
necessidades dos alunos. A diferenciação pedagógica é uma medida de gestão
pedagógica, com esta medida pretende-se desenvolver estratégias de formação e
de aprendizagem diversificadas e diferenciadas, mas também modelos de
organização do trabalho, centrados nas diferenças individuais de cada formando. Os
formadores podem diferenciar os conteúdos, os processos e os produtos de acordo
com a preparação, o interesse e o perfil de aprendizagem de cada formando. No
entanto, existem quatro aspetos a diferenciar em sala de aula: conteúdo, processo,
produção e ambiente de aprendizagem. Os conteúdos representam o que os alunos
deveriam aprender e compreender, bem como os materiais e os mecanismos
necessários para obter estes resultados. O processo são todas as atividades que
ajudam os alunos a desenvolver competências; as produções são o meio pelo qual
os alunos podem demonstrar e reforçar a sua aprendizagem; o ambiente de
aprendizagem é a forma como os alunos aprendem e como eles se sentem. A ideia
de utilizar uma pedagogia diferenciada começa quando o professor constata a
dificuldade de um aluno ou um grupo de alunos de seguir o currículo proposto.

Para implementar o ensino diferenciado devíamos:

A. Definição da situação atual ou do problema: consiste no processo de


avaliação do formando ou do grupo de formandos, dos métodos e estratégias
utilizadas em formação e do ambiente da formação;
B. Definição da situação desejada: uma vez que a situação foi definida, é
importante delimitar a situação desejada – o que o formando ou os formandos
devem aprender e o que deve ser modificado ou adaptado;
C. Planificação da ação: momento em que o formador concebe as modificações
e/ou adaptações a serem efetuadas;
D. Ação: aplicação das ações planificadas;
E. Avaliação da ação: avaliar o impacto da ação implementada. Se a avaliação
mostra que as ações implementadas não surtiram os efeitos desejados, será
preciso realizar um novo;

“O Covid-19 foi bom para o ensino”

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