O documento descreve a linha do tempo da prescrição intercorrente em execuções fiscais, incluindo que o despacho inicial da execução fiscal interrompe a prescrição retroativamente à data de ajuizamento, a citação por edital também interrompe a prescrição, e o pedido de parcelamento do crédito tributário, mesmo que indeferido, interrompe a prescrição por caracterizar confissão extrajudicial da dívida.
O documento descreve a linha do tempo da prescrição intercorrente em execuções fiscais, incluindo que o despacho inicial da execução fiscal interrompe a prescrição retroativamente à data de ajuizamento, a citação por edital também interrompe a prescrição, e o pedido de parcelamento do crédito tributário, mesmo que indeferido, interrompe a prescrição por caracterizar confissão extrajudicial da dívida.
O documento descreve a linha do tempo da prescrição intercorrente em execuções fiscais, incluindo que o despacho inicial da execução fiscal interrompe a prescrição retroativamente à data de ajuizamento, a citação por edital também interrompe a prescrição, e o pedido de parcelamento do crédito tributário, mesmo que indeferido, interrompe a prescrição por caracterizar confissão extrajudicial da dívida.
TIMELINE DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NAS EXECUÇÕES
FISCAIS
Um aluno da Turma 1 do TAR me fez uma pergunta interessante e
quero compartilhar com vocês a solução.
Dizia ele que tinha dificuldade para compreender os marcos temporais
relevantes da prescrição intercorrente na execução fiscal.
É um assunto complexo, considerando-se que precisamos alinhavar os
diversos repetitivos do STJ (além do Tema 390 do STF) para marcarmos os fatos interruptivos da prescrição.
Tomei a liberdade de adotar como ponto de partida, além dos marcos
temporais, também o que normalmente acontece nas execuções fiscais. Vocês vão ver que vai fazer sentido.
Então, vamos lá.
A INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO PELO DESPACHO INICIAL DA
EXECUÇÃO FISCAL RETROAGE AO AJUIZAMENTO
Qual é o momento da interrupção da prescrição do crédito objeto de
execução fiscal? Fixou o STJ que “...a propositura da ação constitui o dies ad quem do prazo prescricional e, simultaneamente, o termo inicial para sua recontagem sujeita às causas interruptivas previstas no artigo 174, parágrafo único, do CTN.” (STJ, REsp 1120295, Tema 383)
A CITAÇÃO EDITALÍCIA INTERROMPE A PRESCRIÇÃO
“A citação válida, ainda que por edital, tem o condão de interromper o
fluxo do prazo prescricional.” (STJ, Tema 82)
“A efetiva constrição patrimonial e a efetiva citação (ainda que por
edital) são aptas a interromper o curso da prescrição intercorrente, não bastando para tal o mero peticionamento em juízo, requerendo, v.g., a feitura da penhora sobre ativos financeiros ou sobre outros bens.” (STJ, Tema Repetitivo 658)
MERO PEDIDO DE PARCELAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
INTERROMPE A PRESCRIÇÃO
Premidos pela necessidade de obter uma certidão de regularidade
tributária, prevenir uma execução fiscal ou mesmo evitar penhoras, os contribuintes às vezes buscam o parcelamento das suas dívidas. No entanto, ele não sabe que esse benefício fiscal tem algumas peculiaridades normalmente desconhecidas. De forma positiva, podemos indicar que o parcelamento suspende a exigibilidade do crédito tributário, e, com isso, ficam impedidos realização de atos executivos. Enquanto parcelado, não se farão bloqueios, penhoras, leilão etc. O parcelamento – ou moratória individual – dá ao contribuinte uma não desprezível vantagem de pagar em parcelas mensais aquilo que deveria ter sido feito à vista.
Entretanto, o STJ expediu a Súmula 653, bastante gravosa para o
devedor, no sentido de que “O pedido de parcelamento fiscal, ainda que indeferido, interrompe o prazo prescricional, pois caracteriza confissão extrajudicial do débito”.
RETOMADA DA CONTAGEM DA PRESCRIÇÃO APÓS A RESCISÃO DO
PARCELAMENTO POR INADIMPLEMENTO
Importante assentar que a prescrição volta a correr apenas depois de
rescindido o parcelamento, como já o TFR entendia: “O prazo da prescrição interrompido pela confissão e parcelamento da dívida fiscal recomeça a fluir no dia que o devedor deixa de cumprir o acórdão celebrado.” (TFR, Súmula 248). Nesse mesmo sentido: “O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que a prescrição tributária, na hipótese de adesão a programa de parcelamento, volta a fluir no momento do inadimplemento da parcela, sendo irrelevante a data da intimação do contribuinte relativa a exclusão do REFIS. Precedentes.” (STJ, AgRg no AgRg no REsp 1410365)
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE EM 1+5 ANOS
Ao regular a crise da execução fiscal, o art. 40 da LEF diz que “O Juiz
suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição.”
“É constitucional o art. 40 da Lei nº 6.830/1980 (Lei de Execuções
Fiscais LEF), tendo natureza processual o prazo de 1 (um) ano de suspensão da execução fiscal. Após o decurso desse prazo, inicia-se automaticamente a contagem do prazo prescricional tributário de 5 (cinco) anos.” (STF, Tese fixada no Tema 390)
“O prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo
prazo prescricional previsto no art. 40, §§ 1º e 2º da Lei n. 6.830/80 - LEF tem início automaticamente na data da ciência da Fazenda Pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, o dever de o magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da execução.” (STJ, Tema 566) “Havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não pronunciamento judicial nesse sentido, findo o prazo de 1 (um) ano de suspensão inicia-se automaticamente o prazo prescricional aplicável.” (STJ, Tema 567)
INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
No entendimento do STJ, a prescrição intercorrente é interrompida
quando é localizado o devedor e efetivada sua citação e, ainda, quando bloqueados ou penhorados bens do executado: “A efetiva constrição patrimonial e a efetiva citação (ainda que por edital) são aptas a interromper o curso da prescrição intercorrente, não bastando para tal o mero peticionamento em juízo, requerendo, v.g., a feitura da penhora sobre ativos financeiros ou sobre outros bens.” (STJ, Tema 568)