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BEISIEGEL, Celso de Rui. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 44, e104010, 2018
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As primeiras iniciativas voltadas para a promoção de políticas públicas de
educação de jovens e adultos analfabetos não conseguiram escapar da imersão da
extensa burocracia escolar estabelecida para a educação infantil. Porém, em
condições de realização de trabalho, optou-se pela educação no período noturno o
ensino de pessoas analfabetas, se reduzindo assim, a uma simples repetição do que
se faz com o ensino infantil, agora, para adultos.
O autor nos apresenta uma reflexão acerca da educação popular como
formação de consciência, visto que a incorporação de jovens e adultos da massa sem
instrução aos destinatários da educação básica, a qual mudou, em certa medida, a
natureza desse costume social. Com isso, o verdadeiro plano de desenvolvimento
nacional determinará o conteúdo de educação social necessário naquele momento.
Assim, ocorreu uma notória expansão da rede de ensino superior particular, e,
mesmo que em escala menor, a concepção de novas escolas públicas de ensino
superior na esfera federal, estadual e também municipal, abriram muitas ofertas de
matrículas. Deste modo, nas últimas décadas, segmentos consideráveis dessa
procura foram atendidos indiretamente pelo poder público, por diversos
procedimentos de financiamento de vagas em escolas particulares.
No que tange ao ensino abordado por Paulo Freire, o mesmo tinha muitas
abordagens sobre o homem, o processo educativo, e a atualidade brasileira, era por
meio delas, que o educador examinava criticamente os distintos níveis e partes da
educação escolar, no entanto suas observações acerca do ensino superior eram
escassas e pouco aprofundadas. Freire se tornou conhecido no início dos anos 1960.
Ele aplicava um método de alfabetização de adultos baseado na formação e no
conhecimento de cada comunidade, respeitando a própria experiência de vida do
indivíduo.
No texto de Beisiegel, pode-se encontrar uma das muitas probabilidades da
colaboração de Freire para a prática do ensino superior. Visto a possibilidade da
consideração dos docentes pela bagagem sociocultural do estudante que ingressa no
nível superior, favorecendo o alcance para o ponto de chegada ao finalizar o processo.
Ainda que, segundo o autor, a conquista do possível acesso ao ensino superior por
sujeitos de classes subalternas seja de modo incipiente, envolve nesse nível da
escolaridade questionamentos que se focam na educação popular.
A existência de críticas acerca do nível superior ainda é semelhante nos últimos
anos, observando muitas vezes a má qualidade do ensino ministrado em escolas
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precárias, por professores sem preparo ou qualificação, como também por parte dos
alunos, muitos jovens despreparados para a escolaridade de nível superior,
impulsionando críticas que provoquem mudanças.
Assim, a valorização de um ensino de qualidade poderia ter marcado no nível
superior, no entanto, alimenta a rejeição de um processo o qual ficou apenas em
esboço, mas já duramente reprimível, que expande o atendimento popular em escolas
superiores.
Ao termino deste caso, observa-se que Beisiegel se propõe a estudar uma
possível contribuição para a educação superior baseada na concepção de Paulo
Freire sobre povo, educação e sociedade, assim como de situá-la no contexto das
transformações da educação escolar brasileira a partir do século XX. Consistindo
assim, em uma reflexão primitiva, até inesperada, tendo em vista que Paulo Freire
costuma ser associado à educação em massa e à alfabetização de adultos.
Desta forma, analisando como Freire contribuiu na prática do ensino superior,
de acordo com Beisiegel, é importante repensar e sempre reexaminar o treinamento
profissionais comprometidos com a própria realidade e atuação, isto se caracteriza
como romper barreiras dos modelos tradicionais de educação, vemos agora, uma
formação na qual está concentrada em professores que se focam em apenas um
determinado campo de conhecimento, com a preocupação de somente repassar o
conhecimento, não agregando ao aluno, pois para Freire, o ensino acontece através
do diálogo entre professor e aluno, desenvolvendo assim capacidade crítica e
preparando os estudantes para sua emancipação social.