Profa. Rebecca Abers Aula: 22 de outubro de 2007 Adam Przeworski (1940 -…) • Nasceu em Varsóvia, Polônia. • 1961: Faculdade Universidade de Varsóvia • 1966: PhD. Universidade de Northwestern • Atualmente Professor de Ciência Política Universidade de New York. • 1986: Capitalism and Social Democracy, Cambridge University Press. • (1991). Democracy and the Market; Political and Economic Reforms in Eastern Europe and Latin America. Cambridge University Press, • (2003). States and Markets; A Primer in Political Economy, Cambridge University Press Marxismo Analitico Marxismo com • “micro-fundações” e sem funcionalismo • teoria de jogos • escolha racional • “modelagem formal” Marxismo Analítico • G.A. Cohen, 1978. Karl Marx´s Theory of History: a Defence • Jon Elster, 1985, Making Sense of Marx • Adam Przeworksi, 1986: Capitalism and Social Democracy, Cambridge University Press. CAPITALISMO E SOCIAL- DEMOCRACIA Duas hipóteses 1. “No processo de competição eleitoral, partidos socialistas são forçados a minar a organização dos trabalhadores como uma classe.” (Capítulo 3) 2. “Compromissos sobre assuntos econômicos entre trabalhadores e capitalistas são possíveis sob capitalismo e em alguns momentos são preferidos por trabalhadores no lugar de estratégias mais radicais.” (Capítulos 4 e 5) O Estado capitalista como resultado da hegemonia – ou do consentimento CAPITULO 4 –As Bases materiais de Consentimento O desenvolvimento do problema • Pensamento econômico do Marx: há um conflito material fundamental entre as classes. • “Três conclusões principais, todas errôneas, emergem dessa análise de Marx. Em primeiro lugar, os conflitos acerca de interesses materiais no curto prazo acarretam inevitavelmente conflitos entre classes com respeito à forma de organização da sociedade. Em segundo, como a democracia (mais exatamente, o sufrágio universal) ´desencadeia a luta de classes´, o capitalismo somente pode ser mantido pela força. Finalmente o caminho para o socialismo passa pelas crises econômicas do capitalismo, e é um resultado imediato das mesmas”. (Adam Przeworski, 1985. “Bases materiais do consentimento” Capitalismo e Social-Democracia. São Paulo, Companhia das Letras, p. 162.) Gramsci • “Essas observações constituíram o ponto de partida de Gramsci. Seu problema central era concernente à estratégia do movimento revolucionário sob condições de inexistência de perspectivas de transição para o socialismo via insurreição revolucionária.... Gramsci formulou a questão crucial que deve preceder qualquer escolha de estratégia, de prática política: como o capitalismo perdura?” (Ibid 163) • R: Capitalismo ganha o consentimento ativo dos explorados Hegemonia precisa de bases materiais • “Os interesses dos grupos dominantes devem ser ´concretamente coordenados´ com os dos grupos subordinados. Nenhuma ideologia, incluindo-se aí o marxismo, pode desempenhar sua função de coordenar as vontades individuais a menos que seja validada continuamente pela vida cotidiana, denominada por Althusser, ´a experiência vivida´. Se uma ideologia pretende orientar as pessoas em sua vida cotidiana, deve expressar seus interesses e aspirações. Alguns indivíduos podem ser enganados, mas as ilusões não podem ser perpetuadas em grande escala. A hegemonia ideológica somente pode ser mantida se assentada em uma base material”. (Ibid 164) A questão de Przeworski: sobre qual base material a hegemonia pode ser organizada e mantida? A seqüência de argumentos 1) A sociedade depende dos capitalistas 2) Esta dependência real possibilita que capitalistas parecem como “carregadores de interesses universais” 3) Apropriação de lucros por capitalistas é necessária mas não suficiente para realização futura dos interesses de outros grupos 4) Precisa existir um mecanismo através da qual os outros grupos realizam seus interesses também 5) A democracia serve como este mecanismo. 6) Mas como os assalariados podem confiar que o produto hoje expropriado vai amanha produzir lucro a ser dividido com ele? • “Se é verdade que a reprodução do consentimento requer que o lucro seja transformado ao longo do tempo em melhora das condições materiais dos assalariados, dada a trajetória passada do lucro deve existir a qualquer tempo um nível de aumentos salariais que seja minimamente necessário para a reprodução do consentimento.” (Ibid: 177) • “... para haver a reprodução do consentimento, o salário deve igualar no mínimo uma dada proporção do lucro auferido no passado, sendo que essa proporção depende da militância econômica das organizações de assalariados.” (Ibid) 7) Hegemonia tem preço definido por: • Nível de militância : capacidade de exigir aumento salarial • Nível de incerteza (Capitulo 5) 8) Conclusão geral assalariados tem um interesse objetivo na continuidade da acumulação desde que seus salários atuais mostram que lucros passados forem distribuídos a eles • Os trabalhadores tem interesse em evitar crises de capitalismo Figura, Pág. 182
O produto dos lucros e os
salários sob diferentes níveis de militância. Ruptura do consentimento • “expropriação dos expropriadores” • ou dominação pelo “uso de força”. Capitulo 5: Interesses Materiais, Compromisso de Classes e o Estado. • Se fossem tão bem organizados que tivessem o poder real para expropriar o capital dos capitalistas, quais são as chances que os trabalhadores iriam optar para o socialismo? • Presumindo que socialismo, uma vez atingido, seria melhor para os trabalhadores. • Os custos da transição tendem a altos demais Implicações para Teoria Marxista do Estado. • A impossibilidade lógica da continuidade do capitalismo em condições democráticas e de organização sindical leva a um argumento funcionalista do estado. • Este problema some se as próprias classes sociais podem optar para compromisso de classe. • As políticas do estado não são as políticas de um estado autônomo frente uma classe potencialmente revolucionária • São a expressão de um compromisso.