Você está na página 1de 37

MÓDULO

Página 7
CAPÍTULO 1 – APH (ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR)

HISTÓRIA
Situações de emergência acometem cidadãos diariamente, colocando a vida em risco. Esses agravos à saúde
ocorrem no trabalho, no lazer, no domicílio, etc. Se as vítimas receberem atendimento precoce, através de manobras
simples, e possível salvar vidas e diminuir sequelas incapacitantes. Em muitos casos, não há tempo hábil para aguardar
a chegada do serviço do socorro para restaurar condições de vida. Os primeiros minutos são preciosos, e a ação de
pessoas preparadas para prestar os primeiros socorros pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

Os protocolos PHTLS (Pre hospital Trauma Life Support) e ATLS (Advanced Trauma Life Support) foram criados
para promover uma estrutura para o manejo do paciente politraumatizado. Têm como objetivo possibilitar que os
profissionais da área da saúde como: médicos, enfermeiros e socorristas tenham conhecimento do manejo efetivo do
paciente politraumatizado.

Esses protocolos originaram-se nos Estados Unidos em 1978, dois anos depois da queda de um avião particular

2
em uma área rural no estado do Nebraska que era pilotado por um cirurgião ortopédico que viajava com sua esposa
e seus quatro filhos. Sua esposa morreu e seus quatro filhos apresentavam ferimentos graves. Ele, então, aterrorizado
com o tratamento desordenado prestado aos seus filhos, revolucionou o atendimento Pré-hospitalar as vítimas de
trauma.

Após este acontecimento vários médicos, equipes e grupos de enfermeiros de Nebraska, começaram a criar um
conjunto de protocolos para o manejo destes pacientes. Estes protocolos foram então incorporados e modicados pelo
Colégio Americano de Cirurgiões, que publicou a primeira versão do ATLS em 1980. A publicação original e revisada e
atualizada constantemente.

Os conhecimentos dos protocolos de atendimento ao politraumatizado tornam-se essenciais aos profissionais


da área médica, de enfermagem, equipes de resgate, e relacionados, uma vez que estes pacientes necessitam de
cuidados especiais desde o primeiro atendimento, para que possam se recuperar sem sequelas, ou com o mínimo
possível de alterações na forma de viver.

Os primeiros registros acerca do serviço de atendimento pré-hospitalar brasileiro datam de 1893, quando o
Senado da República aprovou uma lei que pretendia estabelecer o socorro médico de urgência na via pública, no Rio
de Janeiro, no momento capital do país.

Em 1899, o Corpo de Bombeiros (CB), pertencente à capital do país, colocava em ação a primeira ambulância,
ainda de tração animal para realizar o atendimento de urgência, fato este que caracteriza sua tradição na prestação
desse serviço. Nos anos 50, instala - se o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU), na cidade
de São Paulo, órgão da então Secretaria Municipal de Higiene.
A partir da década de 80, o atendimento pré-hospitalar passou a ser aplicado de forma mais sistematizada
pelo Corpo de Bombeiros, os quais deram início à estruturação dos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar
(SvAPH). Paralelamente, foi iniciado em 1988, pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, o socorro extra
hospitalar aeromédico.

Outro modelo proposto pelo Ministério da Saúde (MS) consiste no Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma
e Emergências (SIATE), implantado em 1990, o atendimento era realizado pelos socorristas do Corpo de Bombeiros e
médicos dentro do sistema regulador. O SIATE serviu de modelo para uma reestruturação do atendimento pré-
hospitalar emnívelnacional.

DIFINIÇÕES CONFORME PORTARIA

PORTARIA Nº 2048, DE 5 DE NOVMEBRO DE 2002


O serviço de urgência e emergência, está baseado nas diretrizes da Portaria n.º 2048/GM de 5 de novembro de
2002 do ministério da saúde, que define os parâmetros para o atendimento de urgência e emergência no Brasil e as
formações básicas e especificas para os profissionais que podem atuar diante destas situações.

Página 8
SUS (SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE)

O Sistema Único de Saúde (SUS) segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em todo o
território nacional, sob a responsabilidade das três esferas autônomas de governo:
Federal,
Estadual
• Municipal, com a participação da sociedade civil.
Assim o SUS não é um serviço ou uma instituição, mas um SISTEMA porque é composto por um conjunto de
unidades, de serviços e ações voltados à promoção, proteção e recuperação da saúde prestada por órgãos e
instituições públicas e privadas contratadas.
O SUS é ÚNICO porque segue os mesmos princípios e diretrizes em todo o território nacional.

Quem faz parte do SUS:


O SUS é um Sistema Público, destinado a toda a população e financiado com recursos arrecadados através dos
impostos que são pagos pela mesma.
Fazem parte do SUS:
Centros e Postos de Saúde, Hospitais (incluindo os universitários), Laboratórios, Hemocentros, Fundações e
Institutos de Pesquisas.
O setor privado participa de forma complementar através de contratos e de convênios de prestação de serviços
ao Estado.
Princípios Doutrinários SUS:
Baseado nos preceitos Constitucionais, a construção do SUS se norteia pelos seguintes princípios doutrinários:

Universalidade:
- Todas as pessoas têm direito ao atendimento independentemente de cor, raça, religião, local de moradia,
situação de emprego ou renda, etc. A saúde é direito de cidadania e dever dos governos Municipal, Estadual e
Federal.
- Deixam de existir com isto os “indigentes” que eram os brasileiros não incluídos no mercado formal de
trabalho.
Equidade:
- Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme as suas necessidades.
- Os serviços de saúde devem considerar que em cada população existem grupos que vivem de forma
diferente, ou seja, cada grupo ou classe social ou região tem seus problemas específicos, tem diferenças no modo de
viver, de adoecer e de ter oportunidades de satisfazer suas necessidades de vida.
- O SUS não pode oferecer o mesmo atendimento à todas as pessoas, da mesma maneira, em todos os lugares.
Se isto ocorrer, algumas pessoas vão ter o que não necessitam e outras não serão atendidas naquilo que necessitam.
Integralidade:
- As ações de saúde devem ser combinadas e voltadas ao mesmo tempo para prevenção e a cura.
- Os serviços de saúde devem funcionar atendendo o indivíduo como um ser humano integral submetido às
mais diferentes situações de vida e trabalho, que o leva a adoecer e a morrer. O indivíduo não deve ser visto como
um amontoado de partes (coração, fígado, pulmões, etc.) e solto no mundo.
- As unidades prestadoras de serviço com seus diversos graus de complexidade formam também um todo
indivisível, configurando um sistema capaz de prestar assistência integral.SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
NO BRASIL URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Em 2001, o governo, preocupado com o atendimento de urgência e emergência em hospitais, publicou pelo
Ministério da Saúde uma cartilha contendo normas e orientações visando a:
• "Implantação dos Sistemas Estaduais de Referência Hospitalar para o Atendimento de Urgência e
Emergência" tendo por objetivo “estimular e apoiar em cada estado, a organização e conformação de Sistemas de
Referência Hospitalar no atendimento às urgências e às emergências”.
• “Tais Sistemas englobam a assistência pré-hospitalar (APH), centrais de regulação, hospitais de referência,
treinamento e capacitação das equipes de atendimento”.
• A implantação desse sistema, como consta do item intitulado conceito, levou em conta que: "As principais
causas de mortalidade na população das regiões metropolitanas, na faixa etária entre 15 e 49 anos, são acidentes,
envenenamentos e violência...".

Página 9
CONCEITOS

Emergência
• Só situações que apresentem alteração do estado de saúde, com risco iminente de vida.
• O tempo para resolução é extremamente curto, normalmente quantificado em minutos.
Tais como:
- Perda de consciência sem recuperação,
- Dificuldade respiratória de forma aguda acompanhada de cianose, chiado, dor intensa súbita no
peito acompanhada de suor frio, falta de ar e vômitos;
- Dificuldade de movimentação ou de fala repentina;
- Grande hemorragia;
- Quadro alérgico grave com placas vermelhas, tosse, falta de ar e inchaço;
- Movimentos descoordenados em todo o corpo ou parte dele acompanhado de desvio dos olhos,
repuxo da boca com salivação excessiva;
- Aumento súbito da pressão arterial, acompanhado de dores de cabeça de forte intensidade.
- Acidentes domésticos graves com fraturas e impossibilidade de locomoção do enfermo, queda
de grandes alturas, choque elétrico, afogamentos e intoxicações graves.

Urgência
• São situações que apresentem alteração do estado de saúde, porém sem risco iminente de vida, que por sua
gravidade, desconforto ou dor, requerem atendimento médico com a maior brevidade possível.
• O tempo para resolução pode variar de algumas horas até um máximo de 24 horas.
Tais como:
- Dores de cabeça súbitas de forte intensidade, não habituais e que não cedem aos
medicamentos rotineiros;
- Dor lombar súbita muito intensa acompanhada de náuseas, vômitos e alterações urinárias;
- Febre elevada em crianças de causa não esclarecida e rebelde a antitérmicos.

A diferença concentra-se mais no campo da medicina, ex.


• Hemorragias, parada respiratória e parada cardíaca são emergências.
• Luxações, torções, fraturas (dependendo da gravidade) e dengue são urgências.

INTRA – HOSPITALAR

• UPA - Unidade de Pronto Atendimento – funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana e podem
resolver grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame.
• A UPA inova ao oferecer estrutura simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de
exames e leitos de observação.
• Nas localidades que contam com UPA, 97% dos casos são solucionados na própria unidade. Quando o
paciente chega às unidades, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico.
• Eles analisam se é necessário encaminhar o paciente a um hospital ou mantê-lo em observação por 24
horas.
• Sala de Estabilização – deverá atender as necessidades assistenciais de estabilização do paciente
grave/crítico em municípios de grandes distâncias e/ou isolamento geográfico, bem como lugares de difícil acesso
considerados como vazios assistenciais para a urgência e emergência.
• Pronto Socorro - função do PS de um hospital, como o próprio nome diz, é atender pacientes que estejam
em estado de Urgência ou Emergência.
• São pessoas que correm risco eminente de vida, como acidentados, suspeita de infartos, derrames,
apendicite, pneumonia, fraturas, entre outras complicações.

PRÉ – HOSPITALAR

• Atendimento pré-hospitalar - APH ou Socorro pré-hospitalar é o atendimento emergencial em


ambiente extra hospitalar (fora do hospital).

Página 10
ATENDIMENTO PRÉ – HOSPITLAR E TRANSPORTE PRÉ HOSPITALAR

No mundo
• 1859 - H. Dunant, pleiteia o estabelecimento da convenção de Genebra da qual será originado a Cruz
Vermelha.
• 1865 - Serviço de ambulância nos Estados Unidos da América foi instituído pelo Exército Americano.
• 1869 - Criado serviço de ambulância (carruagem puxada por cavalos) em Nova York.
• 1870 - Primeiro registro de transporte Aeromédico, por meio de balão de ar quente, pelo exército prussiano
em Paris.
• 1899 - Primeira ambulância motorizada operada pelo Hospital Michael Reese Hospital de Chicago; alcançava
30 km/hora.
• 1924 - Chefe Cot - Cria o ”Serviço de Emergência para os Asfixiados”, dentro do regimento de Bombeiros
de Paris, que é o primeiro exemplo de postos de emergência móvel avançados, distinto dos serviços hospitalares.
• 1965 - Ministério de Saúde Francês impõe a certos centros hospitalares que se dotem de meios móveis de
socorro de emergência. Serviços de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) são criados para administrar as
chamadas médicas que apresentam um caráter de emergência assim como o funcionamento do SMURS (UTI Móveis).
• 1969 - Comissão sobre EMS (Emergency Medical Service) é criada pela Associação Médica Americana
• 1970 - Registrado o Treinamento Médico de Emergência
• 1979 - Comitê de acreditação em EMT-Paramedic formado
• 1981 – Pré hospital Trauma Life Support (PHTLS) aprovado
1981 - BTLS desenvolvido por Alabama Chapter
1983 - Curso piloto de PHTLS em Iowa, Connecticut, and Louisiana

No brasil
• 1893 – O Senado da jovem República Brasileira, aprova a Lei que pretendia estabelecer o socorro médico
de urgência na via pública.
• 1904 - foram instalados postos de Pronto Socorro e em 1907, o Prefeito Pereira Passos encomendou na
Europa várias ambulâncias.
• Década de 60 e 70 – Vários Serviços privados de atendimento domiciliar de urgência foram inaugurados
no Brasil
• A partir de 1975, com a Lei 6229, quando o município ficou com a responsabilidade do atendimento às
urgências, através de serviços próprios, conveniados ou transferidos para localidades com recursos, a distribuição de
ambulâncias transformou-se em moeda política, distribuída com grande alarde, pois se constituíam em “outdoor
móvel”, com grande identificação do doador e também do governante local que a havia conseguido.
• 1987 - O primeiro serviço de atendimento pré-hospitalar em Santa Catarina, sem a presença de médico, foi
implantado pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, em Blumenau, em parceria com outras entidades.
• 1990 - Início do atendimento pré-hospitalar pelos corpos de bombeiros no Brasil
• 1989 - Cooperação SAMU de Paris-São Paulo para introdução do pré-hospitalar com início do SAMU e
Paramédicos de São Paulo
• 1990 - Projeto Pró-Trauma em Santa Catarina e início do trabalho pré-hospitalar em Florianópolis
• 1991 - Início do SIATE em Curitiba
• 1994 - Início do Belém 192 urgente
• 1995 - Início do SAMU de Porto Alegre e início da rede 192
• 1996 - Início do SAMU de Campinas
• 1996 - Rede 192 transformada em Rede Brasileira de Cooperação em Emergências
• 1996-2002 - Início e desenvolvimento de diversos SAMU no Brasil: "SOS Fortaleza", o "SAMU-RESGATE”.
• 2003 – Portarias Ministeriais 1863 e 1864 tornam o SAMU – 192 um serviço nacional.
• Atualmente - Nas grandes cidades, o conceito de ambulância, deixa de ser o de Sistema de Transporte e
Remoção e se incorpora, como parte do Sistema de Saúde, com a função de diminuir o intervalo terapêutico nas
urgências.

Página 11
QUADRO DE COLABORADORES E INSTITUIÇÕES DO APH

Profissionais especialmente treinados:


Socorristas;
• Técnicos de Enfermagem;
Enfermeiros;
• Médicos.

Instituições
Corpo de Bombeiros Militares dos Estados;
• SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência);
• - O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) é um serviço de atendimento
médico brasileiro, utilizado em casos de emergência. Foi idealizado na França, em 1986 como Service d'Aide
Médicale d'Urgence — que faz uso da mesma sigla "SAMU" — e é considerado por especialistas como o
melhor do mundo e trabalha na lógica de um sistema organizado regionalmente e dentro do Estado, onde
dispõe de unidades próprias e atua em conjunto com outras instituições para o atendimento às urgências.
• Empresas particulares de emergências.
- Equipes altamente treinadas prontas a darem o suporte básico de vida aos traumatizados.
- Estes são subdivididos em Equipe de Resgate, Equipe de Suporte Básico à Vida (SBV) e Equipe de suporte
avançado à vida (SAV).

TRAUMA NO BRASIL

Trauma é uma das principais causas de morte no País. Nas regiões sul e sudeste, onde o número de pessoas
com mais idade é maior, ele ocupa o terceiro lugar entre as causas de mortalidade, precedido apenas pelas
doenças cardiovasculares e neoplasias malignas. Já nas regiões norte e nordeste, o traumatismo é a segunda causa
de morte e atinge,especialmente,os mais jovens.
Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, os Indicadores Sociais que o IBGE divulgou em 24
de fevereiro de 2005 revelam que o aumento de mortes de jovens do sexo masculino por causas externas, como
homicídios e acidentes, entre 1993 e 2003, mudou o perfil da população brasileira, tornando ainda maior o número
de mulheres em relação ao de homens existentes no País (95,2 homens para 100 mulheres). A pesquisa sugere,
também, que por trás das mortes violentas estão à expansão do tráfico de drogas, a imprudência no trânsito e o
acesso facilitado às armas de fogo.
O mais triste, porém, é que a taxa de mortalidade por traumatismos poderia ser reduzida com a
conscientização da sociedade e uma política governamental consistente.

ASPECTOS ÉTICOS MÉDICOS E LEGAIS

Responsabilidades
Um socorrista presta primeiros socorros visando sempre à segurança e o bem-estar da vítima, lidando com
emergência médica e as necessidades emocionais da vítima. A capacidade do socorrista de se comunicar com a
vítima é tão importante quanto, à capacidade dele se comunicar com parentes e transeunte. O socorrista deve
estar alerta para apercepção e compreensão pela vítima do seu estado geral, e deve ser capaz de obter
informações de pacientes apavorados, hostis, deprimidos. A capacidade de reconhecer onde é a emergência, que
tipo de procedimento pode ser iniciado e que tipo de socorro acionar, é a essência do julgamento profissional
requerido por um socorrista. Outra responsabilidade do socorrista é estar sempre se atualizando e treinando para
dominar perfeitamente as técnicas de atendimento. Outra descriminação do socorrista é pesar múltiplos fatores
como, estado geral da vítima facilidade de comunicação, tempo provável da chegada do socorro, distância do
centro médico, recursos disponíveis e decidir em alguns casos pelo transporte da vítima.

ÉTICA

Conjunto de princípios que identificam uma conduta considerada moralmente desejável. No caso de um
socorrista, a ética seria a sua conduta ideal em relação à vítima que ele atende. Podemos enumerar os principais
pontos de conduta ética que se espera de um socorrista:

Página 12
1. Sempre estar disposto a prestar socorro;
2. Ser imparcial, prestar sempre o melhor atendimento que puder independente de raça, religião, posição
social, ideologia política, nacionalidade;
3. Ser neutro e abster-se de prejulgar as pessoas, e não permitir que isso influêncie na qualidade do socorro;
4. Manter segredo de toda a informação de natureza confidêncial que lhe seja fornecida pela vítima, a
menos que seja requerida por lei a divulgação de tais informações;
5. Jamais utilizar os conhecimentos e técnicas aprendidas em detrimento da saúde e bem estar público;
6. Recusar-se a participar de procedimentos considerados pelo senso comum como antiético e denunciá-los
às autoridades competentes;
7. Respeitar os limites da prática de primeiros socorros, não só excedendo a efetuar procedimentos próprios
da medicina, enfermagem, demais corpos de saúde, como diagnosticar, medicar e prescrever tratamento, ou não
requisitar ajuda especializada.

ASPECTOS MÉDICOS LEGAIS

Durante uma emergência, o socorrista pode se deparar com questões jurídicas, por tanto comentaremos os principais
tópicos penais que podemser de interesse.
Dos crimes contra a pessoa
Dos crimes contra a vida

Homicídio simples:
Art. 121 - Matar alguém. Pena - Reclusão de seis a vinte anos. Parágrafo 3º - Se o homicídio é culposo. Pena -
Detenção de um a três anos.

Nulidade docrime:
Art. 19 - Não há crime quando o agente pratica o fato. I – Em
estado de necessidade.
– Em legítima defesa.
– Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito

Estado denecessidade:
Art. 20º - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar direito próprio ou alheio, cujo sacrifício nas
circunstancias, nãoera razoávelexigir-se.
Parágrafo 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
Parágrafo 2º- Embora reconheça que era razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, o Juiz pode reduzir
a pena de um a dois terços.

Lesões corporais:
Art. 129 - Ofender a integridade corporal ou saúde de outrem. Pena - Detenção de um a trêsanos.

Omissão de socorro:
Art. 135 – deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, a criança abandonada
ou extraviada, ou a pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave eminente perigo; ou não pedir, nesses
casos, o socorro da autoridade pública.

Exposição ao perigo:
Art. 132 – Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e eminente.

Fato Ilícito:
Ação ou omissão que resulta em dano;
Responsabilidades pelo fatoilícito:
Civil;
Penal;
Administrativa.

Página 13
RecusanoAtendimento
Adultos com atividades mentais regulares tem o direito de recusar o tratamento;
• Pacientes devem ser informados dos riscos, benefícios, tratamentos e alternativas;
• O socorrista deve obter a assinatura com uma testemunha presente, se possível;
• Submeter paciente a tratamento contra sua vontade é crime previsto em lei (art 146 do CP – 03 meses à
01 ano).

Abandono de Incapaz
• Término do tratamento sem o consentimento do paciente;
• Crime previsto no art. 133 do código penal:
• Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda.

Confidêncialidade
• Informação recebida do e sobre o paciente é considerada confidencial;
• Revelar informação sem permissão é considerado quebra de confidêncialidade.
• Crime previsto no art. 154 do Código Penal:
• Revelação de segredo profissional (03 meses a 01 ano).

Interrupção da Ressuscitação
• Não há norma específica para a interrupção do RCP no Brasil;
• Em outros países é possível a interrupção se houver certidão escrita da vitima com o desejo que não se faça tipo
de procedimento.

BIOÉTICA

“Tenha, em relação às doenças, duas coisas em vista: seja útil ou, ao menos, não prejudique.”
Hipócrates - c430 aC.
Hippocrate. Oevres completes d’Hippocrate. Vol. II Épidémies premier livre.Paris: Bailliéré, 1840:635

Bioética e aspectos jurídicos


• Bios, vida + ethos, relativo à ética.
• É o estudo sistemático da conduta humana no âmbito das ciências da vida e da saúde,
enquanto essa conduta é examinada á luz de valores e princípios morais.
• É o ramo moderno da moral, que pretende organizar os direitos do paciente face ao aumento
do poder médico.
• É o conjunto de conceitos, argumentos e normas que valorizam e legitimam eticamente os
atos humanos.

Algumas questões:
• Lei dos transplantes;
• Eutanásia;
• Abuso sexual;
• Morte cerebral;
• Malformações congênitas: anencefalia;
• Seitas, religiões, rituais.

Princípios:
• Beneficência: É o que estabelece que devemos fazer o bem aos outros, independentemente de desejá-lo
ou não. É importante distinguir estes três conceitos Beneficência é fazer o bem, Benevolência é desejar o bem e
Benemerência é merecer o bem.

• Respeito às Pessoas: PESSOA É o princípio central na Bioética. Características que o compõe: a


privacidade a veracidade e a autonomia.

Página 14
• Justiça: A assistência aos pacientes em emergência ou urgência pode gerar reflexões que envolvem temas
como critérios de acesso aos cuidados (triagem); limites de tratamento, medidas extraordinárias, medidas fúteis;
preservação da privacidade e confidencialidade. Triagem - utilizado para descrever a situação onde os profissionais de
saúde tem que escolher qual o paciente que irá ser atendido em primeiro lugar, especialmente em serviços de
emergência nos hospitais.

Para refletir
Sala de emergência com uma vaga disponível:
• Chegada de uma criança de 7 anos e um idoso de 65 anos vítimas de acidente de carro.
• Dois homens vítimas também de acidente automobilístico, um com 25 anos e o outro com 63 anos.
• Um homem e uma mulher ambos com 30 anos, vítimas de acidente.
Uma mulher com 3 filhos e uma com um filho.
Uma mulher casada e uma solteira.
• Duas mulheres com crise cardíaca, uma chega trazida pelo BM, pobre, mal arrumada, outra chega de carro
trazida pela filha, aparentando boa classe socioeconômica.
• Dois homens com forte crise de bronquite, um fumante e outro não.
• Duas mulheres com problemas hepáticos, uma por alcoolismo outra por hepatite.
Um assaltante baleado no abdome com sangramento abundante e o assaltado com um tiro na perna.

A única vaga será disponibilizada a qual dos pacientes?

¨O objetivo de solucionar problemas morais não é identificar um ideal moral, mas buscar
achar a melhor solução disponível nas circunstâncias reais. Algumas vezes as circunstâncias
podem ser alteradas, em outras não. ¨

Morrein EH. Philosophy lessons from the clinical setting: seven sayings that used to annoy me. Theoretical
Medicine 1986;7:47-63

HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

• O conceito de humanização das práticas e da atenção à saúde está na pauta de discussões mundo a fora há
várias décadas e, nos últimos anos, vem ganhando destaque na literatura científica nacional, principalmente nas
publicações ligadas à saúde coletiva.
• Este conceito pode ser traduzido como uma busca incessante pelo conforto físico, psíquico e espiritual do
paciente, família e equipe, elucidando assim a importância da mesma durante o período da internação.

Sendo assim, a humanização representa um conjunto de iniciativas que visam a produção de cuidados em
saúde, capazes de conciliar a melhor tecnologia disponível com promoção de acolhimento, respeito ético e cultural do
paciente, espaços de trabalho favoráveis ao bom exercício técnico e a satisfação dos profissionais de saúde e usuários

• A enfermagem é considerada uma profissão que sofre o impacto total, imediato e concentrado do stress,
que advém do cuidado constante com pessoas doentes, situações imprevisíveis, execução de tarefas, por vezes,
repulsivas e angustiantes, o que é comum nas unidades de pronto socorro.
• Os profissionais que atuam em unidades de atendimento de emergência devem ser capazes de tomar
decisões rápidas e precisas e capazes de distinguir as prioridades, avaliando o paciente como um ser indivisível,
integrado e inter-relacionado em todas as suas funções.
• Além disto, uma das características mais marcantes do pronto socorro é a dinâmica intensa de atendimento,
assim, agilidade e a objetividade se tornam requisitos indispensáveis aos profissionais, pois o paciente grave não
suporta demora na tomada de decisões ou mesmo falhas de conduta.
• Estas exigências tornam-se também fontes de stress para os profissionais destas unidades, o que muitas
vezes dificulta o cuidado humanizado.

Página 15
Assistência humanizada
• Assistência humanizada é o cuidado que se resgata dos pequenos e grandes eventos do dia-a-dia, que
tornam o ser humano único e especial nos diferentes espaços e situações em que se encontra no sentido de prestar
um atendimento personalizado, voltado não para a doença, mas para o ser humano que adoece.
• Alguns autores defendem a ideia de que a maior ação da enfermagem não é a cura, e sim uma ação que
engloba atitudes e comportamentos que visem aliviar o sofrimento e manter a dignidade.
• Ainda quando se fala em atendimento humanizado, pensa-se em um processo para facilitar que a pessoa
vulnerabilizada enfrente positivamente os desafios pelos quais está vivenciando naquele dado momento.
• Humanizar a assistência em saúde pressupõe considerar a essência do ser, o respeito à individualidade e a
necessidade da construção de um espaço concreto nas instituições de saúde que legitime o humano das pessoas
envolvidas.
• Acredita-se que profissionais que trabalham com o ser humano devem tratar o outro como humano, isto é,
com igualdade, aproximação, tentando fazer o melhor, respeitá-lo e acompanhá-lo.

Humanização no atendimento
• Atuar de forma humanizada em serviços de urgência e emergência nos hospitais é um desafio ao enfermeiro
e sua equipe.
• Nesse contexto, espera-se estar oferecendo segurança, atendimento rápido e eficaz, além de um efetivo
apoio emocional ao cliente e a sua família, aliados a uma atitude orientada para o aproveitamento dos recursos
tecnológicos existentes.
• Unidade de Emergência (UE) é apropriada para o atendimento a pacientes com afecções agudas específicas,
onde existe um trabalho de equipe especializado.
• A UE presta assistência ao enfermo hemodinamicamente grave que muitas vezes chega neste setor
inconsciente e acompanhado pelos familiares. Este cuidado deve ser realizado por meio de um relacionamento
interpessoal, cujo instrumento se dá por via da comunicação verbal ou não verbal e o toque, contribuindo para
amenizar a ansiedade e o medo do desconhecido desses enfermos.

COMPOSIÇÃO DAS EQUIPES

A composição das equipes seguirá o estabelecido pelas portarias do Ministério da Saúde nº. 2048/GM de 5 de
novembro de 2002, nº. 1863/GM de 29 de setembro de 2003 e 1864/GM de 29 de setembro de 2003, assim como da
Resolução do Conselho Federal de Medicina nº. 1.671/03 de 9 de julho de 2003.

Equipe Profissional:
• Os serviços de atendimento pré-hospitalar móvel devem contar com equipe de profissionais oriundos da
área da saúde e não oriundos da área da saúde.
• Considerando-se que as urgências não se constituem em especialidade médica ou de enfermagem e que nos
cursos de graduação a atenção dada à área ainda é bastante insuficiente.

A equipe de profissionais oriundos da área da saúde deve ser composta por:


• Coordenador do Serviço;
• Responsável Técnico;
• Responsável de Enfermagem;
• Médicos Reguladores;
• Médicos Intervencionistas;
Enfermeiros Assistenciais.
• Técnicos de Enfermagem: atuação sob supervisão imediata do profissional enfermeiro.

Além desta equipe de saúde, em situações de atendimento às urgências relacionadas às causas externas ou de
pacientes em locais de difícil acesso, deverá haver uma ação pactuada, complementar e integrada de outros
profissionais não oriundos da saúde – bombeiros militares, policiais militares e rodoviários e outros.

Equipe de Profissionais Não Oriundos da Saúde:


• Técnico – Auxiliar de Regulação: Profissional telefonista, habilitado a prestar atendimento telefônico às
solicitações.

Página 16
• Rádio Operador / Controlador de Frota: Profissional de nível básico habilitado a operar sistemas de
radiocomunicação e realizar o controle operacional de uma frota de veículos de emergência.
• Condutor de Veículos de Urgência – Motorista-Socorrista:
- Veículos Terrestres: Profissional de nível médio,
habilitado a conduzir veículos de urgência padronizados pelo código sanitário e pelo presente Regulamento como
veículos terrestres, obedecendo aos padrões de capacitação.

ACESSO A CADA CENTRAL E FLUXOS PARA O ATENDIMENTO

• Central 192 – SAMU - COMPONENTE DE SAÚDE - Regulação de Urgência da Saúde – Aspectos Médicos.
• Central 190 – COMPONENTE POLICIAL - Central de Chamadas da Polícia - Aspectos Policiais e de
Segurança Pública.
• Central 193 – COMPONENTE DE SALVAMENTO E RESGATE - Central de Chamadas dos Bombeiros –
Aspectos de Resgate e Segurança à Vítima.
• Central 0800 – COMPONENTE DE AUXILIO AO USUÁRIO DE RODOVIAS PEDAGIADAS – Central de
atendimento ao usuário em rodovias pedagiadas – Aspectos de Resgate, Salvamento, Sinalização e vias e remoções
de veículos.

DEFINIÇÃO DE FLUXO
• Após a entrada do chamado, ao TARM – Técnico Auxiliar de Regulação médica caberá à função de identificar
o chamador e localizar o evento, sem o qual não poderá ser realizado atendimento.
• Seguindo, o TARM passa ao médico regulador, que através de anamnese dirigida tria, levanta uma hipótese
diagnóstica, classifica o grau de urgência, e decide o tipo de resposta mais adaptada conforme vemos abaixo.
• A central de regulação encaminha, sempre que possível, diretamente ao destino final resolutivo para o
atendimento das necessidades do paciente/vítima.

CLASSIFICAÇÃO DAS URGÊNCIAS EM NÍVEIS


Com o objetivo de facilitar o estabelecimento de prioridades entre os diferentes casos de urgência, podemos
didaticamente classificá-las da seguinte forma:

• Nível 1: Emergência ou Urgência de prioridade absoluta.


- Casos onde haja risco imediato de vida e/ou a existência de risco de perda funcional grave, imediato ou
secundário.
• Nível 2: Urgência de prioridade moderada.
- Compreende os casos em que há necessidade de atendimento médico, não necessariamente de imediato, mas
dentro de poucas horas.
• Nível 3: Urgência de prioridade baixa.
- Casos em que há necessidade de uma avaliação médica, mas não há risco de vida ou de perda de funções,
podendo aguardar várias horas.
• Nível 4: Urgência de prioridade mínima.
- Compreendem as situações em que o médico regulador pode proceder a conselhos por telefone, orientando o
uso de medicamentos, cuidados gerais, encaminhamentos.

REGULAÇÃO
O termo regulação, inicialmente associado apenas ao componente financeiro, e com conotação de controle
econômico e financeiro, foi estendido às atividades médicas na área de urgência na década de 60 na França e vem
sendo trabalhado na área da saúde pública brasileira principalmente a partir de 1990.

Regulação = racionalização = racionamento

• REGULAÇÃO: Do verbo “Regular”, significa: “que é ou que age segundo as regras, as leis, dirigir, acertar,
ajustar, regularizar, guiar, orientar” (Segundo dicionário Michaelis)
• REGULADOR: “que regula, peça que ajusta o movimento de uma máquina”.
• No Estado de Santa Catarina conceituou-se Regulação como: “O Conjunto de ações e instrumentos
para organizar a oferta conforme a necessidade, estabelecendo competências, fluxos e responsabilidades, visando o
acesso a todos os níveis de atenção à saúde”. (Portaria n. º277/SES de 09/04/2002).

Página 17
REGULAÇÃO MÉDICA DAS URGÊNCIAS

• Baseada na implantação de suas Centrais de Regulação, é o elemento ordenador e orientador dos Sistemas
Estaduais de Urgência e Emergência.
• As Centrais, estruturadas nos níveis estadual, regional e/ou municipal, organizam a relação entre os vários
serviços, qualificando o fluxo de pacientes no Sistema e geram porta de comunicação aberta ao público em geral,
através da qual os pedidos de atendimento de urgência são recebidos, avaliados e hierarquizados. (Portaria 2048/GM)

Objetivos
Estes conceitos, aplicados inicialmente nos SAMU, materializam-se através dos seguintes objetivos:
• Garantir uma escuta médica permanente;
• Classificar e priorizar as urgências;
• Determinar e desencadear a resposta mais adequada a cada caso, evitando intervenções inúteis,
hospitalizações desnecessárias;
• Assegurar a disponibilidade dos meios de assistência pública ou privada adequada ao estado do paciente;
• Gerar o acesso aos serviços de urgência de uma maneira eficiente;
• Primar pelo interesse público (do cidadão);
• Qualificar e ordenar fluxos oferecendo respostas individualizadas, por necessidade, complexidade disponível
e proximidade segundo critérios de regionalização;
• Se entendermos as necessidades imediatas da população, ou necessidades.

Página 18
ANOTAÇÕES

Página 19
CAPÍTULO 2 – UNIDADES MÓVEIS (TIPOS DE AMBULÂNCIAS)

Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquático) que se destine exclusivamente ao
transporte de enfermos. Classificando-se em tipos, pois cada tipo tem seus materiais, equipamentos e equipe
específicos para atendimento e transporte.

TIPO A

Ambulância de Transporte
- Veículo destinado ao transporte em decúbito horizontal de pacientes que não apresentam risco de vida, para
remoções simples e de caráter eletivo.

Materiais e Equipamentos
- Sinalizador óptico e acústico; equipamento de radiocomunicação em contato permanente com a central
reguladora; maca com rodas; suporte para soro e oxigênio medicinal.

Equipe/Tripulação
- 2 profissionais, sendo um motorista e um Técnico de enfermagem.

TIPO B

Ambulância de Suporte Básico


- veículo destinado ao transporte inter-hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento
pré-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não classificado com potencial de necessitar de
intervenção médica no local e/ou durante transporte até o serviço de destino.

Materiais e Equipamentos
- Sinalizador óptico e acústico;
- Equipamento de rádio comunicação fixo e móvel;
- Maca articulada e com rodas;
- Suporte para soro;
- Instalação de rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro em local de fácil visualização e régua com
dupla saída;
- Oxigênio com régua tripla (alimentação do respirador; fluxômetro e umidificador de oxigênio e aspirador tipo
Venturi);
- Manômetro e fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação; cilindro de oxigênio portátil com válvula;
- Maleta de urgência contendo: estetoscópio adulto e infantil, ressuscitador manual adulto/infantil, cânulas
orofaríngeas de tamanhos variados, luvas descartáveis, tesoura reta com ponta romba, esparadrapo,
esfigmomanômetro adulto/infantil, ataduras de 15 cm, compressas cirúrgicas estéreis, pacotes de gaze estéril,
protetores para queimados ou eviscerados, cateteres para oxigenação e aspiração de vários tamanhos;
- Maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas, clampes umbilicais, estilete estéril para corte do cordão, saco
plástico para placenta, cobertor, compressas cirúrgicas e gazes estéreis, braceletes de identificação;
Página 20
- Suporte para soro; prancha curta e longa para imobilização de coluna; talas para imobilização de membros e
conjunto de colares cervicais;
- Colete imobilizador dorsal;
- Frascos de soro fisiológico e ringer lactato;
- Bandagens triangulares;
- Cobertores;
- Coletes refletivos para a tripulação;
- Lanterna de mão;
Óculos, máscaras e aventais de proteção e maletas com medicações a serem definidas em protocolos, pelos
serviços.

Equipe/Tripulação
- 2 profissionais, sendo um socorrista condutor de veículos de emergência e um Técnico de enfermagem.

TIPO C

Ambulância de Suporte Básico e Resgate


- veículo destinado para atendimento e resgate de vítimas em locais de difícil acesso, transporte inter-
hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida
desconhecido, não classificado com potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte
até o serviço de destino.

Materiais e Equipamentos
- Sinalizador óptico e acústico;
- Equipamento de rádio comunicação fixo e móvel;
- Maca articulada e com rodas;
- Suporte para soro;
- Instalação de rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro em local de fácil visualização e régua com
dupla saída;
- Oxigênio com régua tripla (alimentação do respirador; fluxômetro e umidificador de oxigênio e aspirador tipo
Venturi);
- Manômetro e fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação; cilindro de oxigênio portátil com válvula;
- Maleta de urgência contendo: estetoscópio adulto e infantil, ressuscitador manual adulto/infantil, cânulas
orofaríngeas de tamanhos variados, luvas descartáveis, tesoura reta com ponta romba, esparadrapo,
esfigmomanômetro adulto/infantil, ataduras de 15 à 25cm, compressas cirúrgicas estéreis, pacotes de gaze estéril,
protetores para queimados ou eviscerados, máscaras e cateteres para oxigenação e sondas de aspiração de vários
tamanhos;
- Maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas, clampes umbilicais, estilete estéril para corte do cordão, saco
plástico para placenta, cobertor, compressas cirúrgicas e gazes estéreis, braceletes de identificação;
- Suporte para soro; prancha curta e longa para imobilização de coluna; talas para imobilização de membros e
conjunto de colares cervicais;
- Colete imobilizador dorsal adulto/infantil;
Página 21
- Frascos de soro fisiológico e água destilada;
- Bandagens triangulares;
- Cobertores;
- Coletes refletivos para a tripulação;
- Lanterna de mão;
- Óculos, máscaras e aventais de proteção e maletas com medicações a serem definidas em protocolos, pelos
serviços.
- Binóculo, ABQUIM e EPIs para situações envolvendo Produtos Perigosos;
- Equipamentos para combate a princípio de incêndio (roupa de aproximação, capacete, extintores, etc.);
- Equipamentos para Resgate Veicular (desencarcerador, calços, escoras, protetores de estilhaço, etc.);
- Equipamentos para Resgate Vertical em Áreas Remotas (maca SKED, cintos, cordas, ferragens, etc.);
- Equipamentos para Resgate Aquático (boias flutuantes, nadadeiras, etc.)

Equipe/Tripulação
- 3 profissionais, sendo um socorrista condutor de veículos de emergência e dois socorristas resgatistas.

TIPO D

Ambulância de Suporte Avançado


- Veículo destinado ao atendimento e transporte de pacientes de alto risco em emergências pré-hospitalares
e/ou de transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve contar com os
equipamentos médicos necessários para esta função.

Materiais e Equipamentos
- Sinalizador óptico e acústico;
- Equipamento de rádio comunicação fixo e móvel;
- Maca com rodas e articulada; dois suportes de soro;
- Cadeira de rodas dobrável;
- Instalação de rede portátil de oxigênio como descrito no item anterior (é obrigatório que a quantidade de
oxigênio permita ventilação mecânica por no mínimo duas horas);
- Respirador mecânico de transporte;
- Oxímetro não invasivo portátil;
- Monitor cardioversor com bateria e instalação elétrica disponível (em caso de frota deverá haver
disponibilidade de um monitor cardioversor com marca-passo externo não invasivo); bomba de infusão com bateria e
equipo;
- Maleta de vias aéreas contendo: máscaras laríngeas e cânulas endotraqueais de vários tamanhos;
Página 22
- Cateteres de aspiração;
- Adaptadores para cânulas;
- Cateteres nasais;
- Seringa de 20ml;
- Ressuscitador manual adulto/ infantil com reservatório;
- Sondas para aspiração traqueal de vários tamanhos;
- Luvas de procedimentos;
- Máscara para ressuscitador adulto/infantil;
- Lidocaína geleia e “spray”;
- Cadarços para fixação de cânula;
- Laringoscópio infantil/adulto com conjunto de lâminas;
- Estetoscópio;
- Esfigmomanômetro adulto/infantil;
- Cânulas orofaríngeas adulto/infantil;
- Fios-guia para Intubação;
- Pinça de Magyll;
- Bisturi descartável;
- Cânulas para traqueostomia;
- Material para cricotiroidostomia;
- Conjunto de drenagem torácica;
- Maleta de acesso venoso contendo: tala para fixação de braço;
- Luvas estéreis;
- Recipiente de algodão com antisséptico;
- Pacotes de gaze estéril;
- Esparadrapo;
- Material para punção de vários tamanhos incluindo agulhas metálicas, plásticas e agulhas especiais para
punção óssea; garrote;
- Equipo de macro e micro gotas;
- Cateteres específicos para dissecção de veias, tamanho adulto/infantil;
- Tesoura, pinça de Kocher;
- Cortadores de soro;
- Lâminas de bisturi;
- Seringas de vários tamanhos;
- Torneiras de 3 vias;
- Equipo de infusão de 3 vias;
- Frascos de soro fisiológico, ringer lactato e soro glicosado;
- Caixa completa de pequena cirurgia;
- Maleta de parto como descrito nos itens anteriores;
- Sondas vesicais;
- Coletores de urina;
- Protetores para eviscerados ou queimados;
- Espátulas de madeira;
- Sondas nasogástricas;
- Eletrodos descartáveis;
- Equipo para drogas fotossensíveis;
- Equipo para bombas de infusão;
- Circuito de respirador estéril de reserva;
- Equipamentos de proteção à equipe de atendimento: óculos, máscaras e aventais;
- Cobertor ou filme metálico para conservação do calor do corpo;
- Campo cirúrgico fenestrado;
- Almotolias com antisséptico;
- Conjunto de colares cervicais;
- Prancha longa para imobilização da coluna.

* Para o atendimento a neonatos deverá haver pelo menos uma Incubadora de transporte de recém-nascido
com bateria e ligação à tomada do veículo (12 volts). A incubadora deve estar apoiada sobre carros com rodas
devidamente fixadas quando dentro da ambulância e conter respirador e equipamentos adequados para recém Natos.
Página 23
Equipe/Tripulação
- 3 profissionais, sendo um socorrista condutor de veículos de emergência, um enfermeiro e um médico.

TIPO E

Aeronave de Transporte Médico


- aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa
rotativa para ações de resgate, dotada de equipamentos médicos homologados pelo Departamento de Aviação Civil –
DAC.

Materiais e Equipamentos
- Materiais compatíveis para suporte avançado de vida
- Equipamentos de Resgate em Áreas Remotas
- Equipamentos de Resgate e Salvamento Aquático

Equipe/Tripulação
- 3 profissionais, o piloto, um enfermeiro e um médico para os casos de atendimento pré-hospitalar móvel
primário não traumático e secundário;
- 3 profissionais, o piloto, o médico e um operador de aeronave Resgatista para o atendimento a urgências
traumáticas em que sejam necessários procedimentos de salvamento/resgate, é indispensável a presença de
profissional capacitado para tal

ASA ROTATIVA – Helicóptero

- Utilizados para resgate e remoção inter-hospitalar de pacientes críticos porém estáveis, de até 100km.

Página 24
ASA FIXA – Aviões e Jatos

- Utilizados para remoção inter-hospitalar de pacientes de até 600km, normalmente utilizada para
repatriamento.

TIPO F

Embarcações
- Barcos, lanchas e moto aquáticas, utilizado para resgate ou transporte inter-hospitalar de vitimas no
ambiente aquático ou até mesmo transposição entre ilhas e municípios.

Materiais e Equipamentos
- Materiais compatíveis para suporte avançado de vida
- Equipamentos de Resgate e Salvamento Aquático
- Equipamentos de Resgate em Áreas Remotas

Equipe/Tripulação
- A equipe deve ser composta por, 2 ou 3 profissionais, de acordo com o tipo de atendimento a ser realizado,
sendo somente o piloto náutico salva vidas, com um salva vidas ou um técnico de enfermagem em casos de suporte
básico de vida ou resgate, e piloto náutico com um médico e um enfermeiro, em casos de suporte avançado de vida.

* Medicamentos obrigatórios que deverão constar nos veículos de suporte avançado, seja nos veículos
terrestres, aquáticos e aeronaves de transporte médico (Classes D, E F):
• Lidocaína sem vasoconstritor; adrenalina, epinefrina, atropina; dopamina; aminofilina; dobutamina;
hidrocortisona; glicose 50%;
• Soros: glicosado 5%; fisiológico 0,9%; ringer lactato;
• Psicotrópicos: hidantoína; meperidina; diazepan; midazolan;
Medicamentos para analgesia e anestesia: fentanil, ketalar, quelicin;
• Outros: água destilada; metoclopramida dipirona; hioscina; dinitrato de isossorbitol; furosemide;
amiodarona; lanatosideo C.

Página 25
TIPO VIR / VIM

Viatura de Intervenção Rápida / Viatura de Intervenção Médica


- Veículos de passeio, camionetes ou motos, ambos utilizados para reduzir o tempo resposta no atendimento à
vítima e/ou auxiliar no atendimento quando houver somente ambulâncias do tipo B ou C onde a equipe/tripulação
seja um socorrista condutor e um técnico de enfermagem.

Materiais e Equipamentos
- Materiais compatíveis para primeiro atendimento de suporte básico de vida;
- Materiais compatíveis para suporte avançado de vida;
- Não dispõem de transporte de vítimas.

Equipe/Tripulação
- 1 profissional quando VIR, sendo o socorrista ou enfermeiro condutor de veículos de emergência;
- 2 profissionais quando VIM, sendo um enfermeiro condutor de veículos de emergência e um médico;
- 3 profissionais quando VIM, sendo um socorrista condutor de veículos de emergência, um enfermeiro e um
médico.

Condutor de ambulâncias
A portaria nº 2048/02 MG estabeleceu que para conduzir uma viatura de emergência, o profissional deve ser
habilitado conforme o tipo de ambulância que irá operar e ter realizado o curso de condutor de veículos de
emergência. Ficando da seguinte forma:
- TIPO A – Categoria “D”
- TIPO B – Categoria “D”
- TIPO C – Categoria “D”
- TIPO D – Categoria “D”
- TIPO E – Piloto de Aeronaves conforme ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil)
- TIPO F – Carteira de Habilitação Náutica
- TIPO VIR – Para motolância a categoria mínima deve ser “A” e veículo de passeio dever ser categoria “B”
- TIPO VIM – Categoria “D”

Página 26
ANOTAÇÕES

Página 27
CAPÍTULO 3 – BIOSSEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL

OBJETIVOS

• Realizar os processos de limpeza e desinfecção das mãos, artigos e superfícies;


• Identificar as principais doenças infectocontagiosas e formas de contagio;
• Reconhecer os EPIs, seu uso e quando utilizá-los;
• Reconhecer as principais situações de risco na atividade de socorrista;
Saber as principais causas de dores no socorrista e como evita-las;
• Saber identificar situações de estresse e suas formas de controle.

CONCEITOS

Biossegurança:
Bios: Vida
• Segurança: disposição física e mental;
• Ocupacional: que advém da profissão

Doenças Transmissíveis:
• Uma doença que se transmite de uma pessoa à outra;
• O risco de contaminação e minimizado pelo uso de proteção apropriada.

Precauções Universais:
• Medidas de proteção desenvolvidas para prevenir trabalhadores:
Uso de EPIs
• Lavagem das mãos
Descarte de materiais perfuro cortantes
Luvas
• Óculos de proteção
• Máscara
• Roupa específica

Lavagem das mãos:


• Lavar as mãos antes e depois dos procedimentos!
Abrir a torneira com a mão dominante e molhar as mãos sem encostar na pia;
• Ensaboar mãos por 15 a 30 segundos não esquecendo o dorso, espaços interdigitais e punhos;
• Enxaguar as mãos com papel toalha e com esse fechar a torneira, desprezando-o no lixo.

Retirada de luvas:
• Pince o punho de uma das luvas e puxe-a com cuidado até a metade;
Pince a outra luva pelo punho, removendo-a totalmente;
Pegando pelo interior da luva, remova agora a outra;
Descarte as duas luvas, sempre tocando o lado interior.

PROCESSAMENTO DE ARTIGOS

O manuseio requer uso de EPI.


Artigos são classificadas em:
• Críticos: Apresentam alto risco de infecção se contaminados com microrganismos. Devem estar estéreis
(instrumentos cirúrgicos, cateteres urinários);
• Semicríticos: Entram em contato com a mucosa, (sondas de cateter de aspiração, tubos endotraqueais)
devem estar livres da maioria dos microrganismos sendo desinfetados ou esterilizados.
• Não críticos: são artigos que entram em contato com a pele integra, e não com as mucosas (comadres,
papagaios, Etc.;).

Página 28
Processamento Dos Artigos:
• O manuseio dos artigos requer que cada procedimento e o uso de EPI específico para cada indivíduo se
expõe.
• Artigos que não entram em contato direto com a vítima ou só apenas entram em contato com a pele integra
necessitam apenas de limpeza com água e sabão.
• Artigos contaminados com agentes de doenças infectocontagiosas requerem desinfecção.

Limpeza:
Oprimeiro passo deve ser:
Remover todas sujidades;
• Remover oudestruirosmicrorganismospatogênicosutilizando-se deáguamorna, detergente e açãomecânica.
• Observação: Falhas no processo de limpeza acarretam problemas na esterilização, porque a matéria orgânica
(sangue, secreções, pus e outros) constitui-se em um fator de proteção para os microrganismos.
• Enxágue
• Materiais não críticos e semicríticos com água potável corrente;
• Materiais críticos, lavagem seguido de esterilização.

Secagem:
Terminando o processo de limpeza, realiza-se a secagem rigorosa dos materiais, devendo este procedimento ser o
maisrápido possível;
Alternativa de secagem:
- Pano limpo;
- Ar comprimido;
- Secadora.

Desinfecção:
• Ocorre a destruição de muitos ou todos microrganismos patológicos na forma vegetativa, obtido por
desinfetante químico ou pela pasteurização úmida.

Esterilização:
• Processo pelo qual todas as formas de vida microbiana (bactérias, vírus) são eliminadas, mediante a
aplicação de agentes físicos (calor seco, calor úmido e outros), agentes químicos (produtos químicos) e outros;

Estocagem:
• Em área própria, em armários fechados, com controle rigoroso da data de validade;
• Não exposto à luz do sol
Sem umidade

Descarte seguro de Perfuro cortantes:


• O que são materiais perfuro cortantes?
Onde devem ser desprezados?

AMPOLA/FRASCO DE VIDRO AGULHA LÂMINA DE BISTURI COLETOR

Página 29
LIMPEZA DA AMBULÂNCIA

O manuseio requer uso de EPI.


Desinfecção Concorrente:
Diariamente.

Desinfecção Terminal:
• Sempre ao término de qualquer atendimento.

Passos a serem seguidos:


Com uso de luva retirar o excesso c/ papel absorvente;
Desprezar o papel em saco de lixo;
• Aplicar solução de hipoclorito de sódio 1% e água e aguardar 30 minutos;
• Remover a solução c/ pano limpo;
• Proceder a limpeza, água, sabão, secar e passar álcool 70.

Estabelecendo uma Rotina de Controle de Infecções:


• Faça do procedimento de controle de infecções parte da sua rotina diária;
• Limpe a ambulância rotineiramente após cada ocorrência;
• Dispense o lixo médico apropriadamente;
Remova a roupa contaminada.

Imunizações:
• Tétano-difteria (a cada 10 anos) – 3 doses IM (intervalo de 2 meses), depois de 10 anos –reforço.
• Sarampo, caxumba, rubéola – Dose única, aos 12 meses, depois reforço aos 4/6 anos.
• Gripe (anualmente) – IM.
• Hepatite B – 3 doses IM. 1ª - 1 a 2 meses a 2ª e depois de 5 meses a 3ª.

Dever de agir:
• O socorrista não pode negar-se a atender um paciente com suspeita de doença contagiosa, mesmo que o
paciente seja um risco a sua segurança;
• Negar um atendimento é considerado abandono ou quebra de dever; o socorrista também poderá ser
considerado negligente.

PRECAUÇÕES COM SECREÇÕES

Orais/Lesões/Excretas:
• Observar o uso de técnicas adequadas ao manusear lesões com secreções, bem como de material de
curativo (pinças) e luvas. Proceder a lavagem das mãos antes e depois de lidar com o paciente.
• Acondicionar os artigos utilizados em sacos impermeáveis fechados e identificados antes de serem levados
para a limpeza ou colocados no lixo.

Principais Doenças Transmissíveis:


Hepatite
AIDS
Meningite
Tuberculose
• Sífilis
Coqueluche

Página 30
HEPATITE
Inflamação no fígado, onde pode ser causada por infecções (vírus, bactérias), medicamentos, doenças
hereditárias e outros.

• Existem vários tipos sendo: A, B,C, D e E.


• É uma inflamação do fígado causada por um vírus chamado Vírus da Hepatite A (VHA).
• É transmitida pela via chamada fecal-oral

Sintomas
• Mal estar generalizado, dores no corpo, dor na parte direita superior do abdome, cefaleia, falta de apetite e
febre, icterícia. A urina fica escura e em alguns casos referida como avermelhada. O alívio dos sintomas ocorre
geralmente em 2 a 3 semanas.
• Durante o período de incubação, os sintomas podem não se manifestar, mas a pessoa infectada já é capaz de
transmitir o vírus.
• É raro, mas pode ocorrer a rápida perda de função do fígado.

Diagnóstico
• Histórico familiar, exame clínico e exames de sangue.

HEPATITE A

Incidência
• É maior nos locais onde o saneamento básico é deficiente ou não existe. Uma vez infectada a pessoa
desenvolve imunidade contra esse vírus por toda a vida. As crianças constituem o grupo de risco mais importante
Tratamento
• Não existe tratamento específico para a Hepatite A. O repouso é relativo e depende dos sintomas do
paciente. O consumo de álcool dever ser abolido e também qualquer medicação sem orientação médica. Em casos
raros o transplante de fígado é a única forma de tratamento.
Vacinação
• A vacina é recomendada para todas as crianças a partir de 1 ano de idade, profissionais de saúde pelo fato
de terem contato com pacientes ou materiais contaminados e também os indivíduos que não vacinados quando
crianças também podem receber a vacina.
• São duas doses da vacina com intervalo de 60 dias.

HEPATITE B
• Causada pelo Vírus da Hepatite B (HBV).
• As formas mais frequentes de transmissão da hepatite B está no uso compartilhado de seringas e agulhas,
no parto caso a mãe esteja com o vírus e nas relações sexuais sem o uso do preservativo.

Sintomas
• Mal estar generalizado, cefaleia e dores no corpo, falta de apetite, náuseas, febre, icterícia, urina escura.
Diagnóstico
Exames de sangue.
Vacinação
• Deve ser realizada em todos os recém-nascidos, iniciando o esquema vacinal já no primeiro ano de vida. O
uso dos EPI’s não deve ser descartado quando houver a possibilidade de contato com sangue ou secreções corporais.
O uso da camisinha é de extrema importância, pois a hepatite B também se adquirir pelas relações sexuais.

HEPATITE C
• Causada pelo Vírus da Hepatite C (HCV)
• Pode ser adquirida por transfusões de sangue, uso de compartilhado de seringas, pelo contato sem proteção
com sangue ou secreções contaminadas e/ou acidentes envolvendo profissionais da saúde.

Página 31
Sintomas
• São muito leves e semelhantes a de uma gripe. Na maioria dos casos os portadores do vírus só descobrem
devido a exames laboratoriais.
Tratamento
• Em alguns casos o tratamento é realizado com interferon por seis meses.
Prevenção
Controle rigoroso na qualidade dos bancos de sangue
• O não compartilhamento de seringas
• O uso de preservativos nas relações sexuais

AIDS
• Síndrome da Imunodeficiência Adquirida-SIDA ou AIDS
• Doença infecciosa que mais mata no mundo, o vírus causador é o retrovírus HIV.
Segundo a organização mundial da saúde (OMS), mais de 40 milhões de pessoas possuem a doença. A AIDS não
tem cura e já matou mais de 20 milhões de seres humanos desde sua descoberta.
• O vírus HIV age interferindo com a resposta imunológica do organismo e deixa a vítima indefesa contra as
infecções.
• O HIV penetra no corpo humano, infecta algumas células importantes do sangue, do sistema nervoso,
principalmente os linfócitos (células brancas constituintes do sistema imunológico). Aos poucos vai destruindo a
capacidade do organismo responder as agressões de alguns agentes (vírus, bactérias, fungos e etc) que provocam
doenças desenvolvendo assim um quadro de imunodeficiência. A pessoa fica sujeita a adquirir doenças graves,
chamadas oportunistas, porque se aproveitam da fraqueza imunológica que advém pela infecção pelo vírus.
• O organismo de uma pessoa que possui o vírus HIV torna-se incapaz de produzir anticorpos. Com a
imunidade debilitada pelo HIV, o organismo torna-se susceptível a diversos microrganismos oportunistas. As infecções
oportunistas mais comuns são: pneumonia, toxoplasmose entre outras. As principais causas de morte são infecções
banais, contra as quais o organismo debilitado não consegue reagir.

Transmissão por vírus HIV


• Somente no sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno. Para haver a transmissão, o líquido
contaminado de uma pessoa tem que penetrar no organismo de outra. Isso pode acontecer nos seguintes casos:
Contato sexual penetrante (vaginal, anal ou oral).
• Uso comum de agulhas contaminadas (usadas com maior frequência por viciados em drogas intravenosas).
• Sangue do indivíduo contaminado em contato com feridas ou cortes de outros indivíduos.
• Sangue e produtos de sangue contaminados em transfusão.
• De mãe para filho antes, durante ou logo após o nascimento: Leite Materno

Os primeiros sintomas são:


• Fraqueza, cansaço persistente não relacionado a esforço físico;
Grande perda de peso sem motivo aparente;
• Febre persistente acompanhada por calafrios e suores noturnos, que se prolongam por várias semanas;
Diarreia frequente e prolongada sem causa aparente;
• Gânglios linfáticos aumentados por todo o corpo;
• Tosse seca, com duração maior do que aquela que acompanha resfriados e diferente da provocada pelo
hábito do cigarro;
• Na criança que nasce infectada, os efeitos mais comuns são problemas nos pulmões, diarreia e dificuldades
no desenvolvimento.

Tratamento
• Atualmente não há tratamento definitivo para AIDS.
• Apenas as infecções oportunistas contraídas pelo doente têm tratamento específico. Diversos medicamentos
têm sido amplamente utilizados no tratamento da AIDS, com bons resultados tanto na sobrevida quanto na qualidade de
vida.
• Esses medicamentos são antirretrovirais (que impedem a multiplicação do vírus e fazem parte do coquetel
antiaids).

Página 32
Meios de Proteção
• Educação e conscientização são as medidas mais efetivas de prevenção.
• Ações adequadas pelas autoridades governamentais como por exemplo: triagem adequada do sangue doado
para detectar sangue contaminado pelo vírus HIV.
• Práticas sexuais seguras
• Uso de seringas e agulhas descartáveis
Uso de EPIs.

Condutas gerais Pós-exposição


• O artigo 269 do Código Penal obriga a notificação à autoridade pública de doença infecto contagiosa;
• Você deve ser tirado imediatamente após qualquer exposição;
• Todas as exposições devem ser reportadas para o responsável do seu sistema de atendimento pré-hospitalar.

ReduzindooRisco-Relembrando
Siga o plano de controle;
• Sempre use uma barreira entre você e o paciente;
Tenha cuidado ao manusear agulhas;
• Sempre lave suas mãos;
• Tenha certeza que todas as vacinas imunizadoras estão em dia.

IMUNIZAÇÕES

Recomendado:
• Febre Amarela (a cada 10 anos) – dose única.
- A febre amarela, também conhecida como Barbarose (Babonis Amarelus), é uma doença infecciosa
transmitida por mosquitos contaminados por um flavivírus e ocorre na América Central, na América do Sul e na África.
• Sarampo, caxumba, rubéola – Dose única, aos 12 meses, depois reforço aos 4/6 anos.
- Sarampo é uma doença viral, e é uma infecção do sistema respiratório;
- Caxumba é uma doença da infância, mas pode causar alguns problemas no adulto. A inflamação de uma ou
ambas glândulas salivares parótidas, responsáveis por produzir saliva, são sua principal característica;
- A rubéola, também conhecida como sarampo alemão, é uma infecção na qual há erupção na pele. Na
chamada rubéola congênita, a mulher grávida é infectada com rubéola e passa a doença para o bebê dentro do útero.
• Gripe (anualmente) – A gripe é uma doença infecciosa aguda que afeta mamíferos.
• Hepatite B – 3 doses IM. 1ª - 1 a 2 meses a 2ª e depois de 5 meses a 3ª.
-Hepatite é toda e qualquer inflamação do fígado e que pode resultar desde uma simples alteração laboratorial
(portador crônico que descobre por acaso a sorologia positiva), até doença fulminante e fatal (mais frequente nas
formas agudas).
• Tétano-difteria (a cada 10 anos) – 3 doses IM (intervalo de 2 meses), depois de 10 anos –
reforço.
- O tétano é uma doença infecciosa, não contagiosa. Sua principal característica é causar espasmos dolorosos,
rigidez dos músculos e distúrbios neurológicos.
- A difteria é uma doença infectocontagiosa causada pela toxina do bacilo Corynebacterium diphteriae, que
provoca inflamação e lesão em partes das vias respiratórias (amígdalas, faringe, laringe, traqueia, brônquios, nariz) e,
às vezes, da pele.

Página 33
ANOTAÇÕES

Página 34
CAPÍTULO 4 – MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DO APH

Materiais e equipamentos
• Com a evolução dos serviços de atendimento pré-hospitalar, vários equipamentos e materiais foram adaptados
e/ou desenvolvidos para o atendimento básico e avançado de vida.
• Todos os envolvidos no atendimento pré-hospitalar devem conhecer os equipamentos e estar familiarizado com
o seu funcionamento.

EQUIPAMENTOS DE PROTAÇÃO INDIVIDUAL – EPI

Os EPIs podem dividir-se em termos da zona corporal a proteger:

• Proteção do tronco e membros


- Uniforme longo (macacão ou calça e gondola)
- Avental TNT descartável
- Roupa de aproximação (combate incêndio e resgate veicular)

• Proteção da cabeça
- Toca TNT descartável
- Capacete

• Proteção ocular e facial


- Óculos, viseiras

Página 35
• Proteção respiratória
- Máscaras; aparelhos filtrantes próprios contra cada tipo de contaminante do ar: gases, aerossóis por
exemplo.

• Proteção de mãos e braços


- Luvas, feitas em diversos materiais e tamanhos conforme os riscos contra os quais se quer proteger:
mecânicos, químicos, biológicos, térmicos ou elétricos.

• Proteção de pés e pernas


- Sapatos, coturnos, botas, apropriados para os riscos contra os quais se quer proteger: mecânicos,
químicos, elétricos, térmico e de queda.

Página 36
EQUIPAMENTOS PARA VIA AÉREA, VENTILAÇÃO DE OXIGENAÇÃO

Aspiradores e Sondas de Aspiração de Secreção:


São aparelhos que realizam a aspiração de secreções e corpos estranhos das vias áreas (desde a orofaringe até os
brônquios).
• Podem ser fixos nas ambulâncias ou portáteis, elétricos, com bateria recarregável, ou manual.
• As sondas podem ser de ponta rígida ou maleável com vários tamanhos.

Cânulas e Tubos para permeabilidade de Via Aérea


São aparelhos utilizados para auxiliar na passagem de ar nas vias aéreas, têm diversos formatos e fabricados
em diferentes tipos de materiais.
• Permitem a passagem de ar pelo nariz, boca ou ainda um orifício realizado no pescoço obtendo acesso
diretamente pela traqueia. Permeabilidade de vias aéreas em vítimasinconscientes;
• Tamanhos para lactentes, crianças e adultos.

Página 37
Ventilação, Oxigênio e Reanimação Cardiopulmonar.
São aparelhos utilizados para auxiliar na oxigenação e continuidade de fluxo sanguíneo no organismo.
• Permitem maior porcentagem de oxigenação auxiliando na troca de gases (O2 x CO2)
• Permitem controle e auxilio na ventilação, oxigenação e circulação do paciente.
• Podem ser mecânicos ou manuais.
• Tamanhos para lactentes, crianças e adultos.
• (UM) – Uso médico

BVM (bolsa válvula máscara) MÁSCARA DE ALTA CONCENTRAÇÃO CATÉTER NASAL TIPO ÓCULOS

CATÉTER NASAL FLEXIVEL MÁSCARA PARA RESSUSCITAÇÃO POKET MÁCARA FILTRO DESCARTÁVEL

RESPIRADOR MECÂNICO (UM) CARDIOVERSOR (UM) DEA (desfibrilador externo automático)

AUTOPULSE (compressor torácico elétrico) (UM)

Página 38
Equipamentos de diagnóstico
São aparelhos utilizados para analisar os sinais vitais do paciente
• Permitem um melhor prognóstico da situação e estado de vida do paciente

OXIMETRO DE DEDO TERMOMETRO DIGITAL

TERMOMETRO DE MERCURIO LANTERNA PUPILAR

ESFIGMOMANÔMTREO ESTETOSCOPIO GLICOSÍMETRO

Página 39
Materiais para tratamento de ferimentos
Materiais utilizados para limpeza, contenção e proteção de feridas

ATADURA BANDAGEM TRIANGULAR BANDAGEM ISRAELENSE

CURATIVO CIRURGICO (CHUMAÇO) GAZE ESPARADRAPO MICROPORE

TESOURA PONTA ROMBA TESOURA CORTA VESTES/GESSO SORO FISIOLÓGICO ÁGUA DESTILADA

TORNIQUETE CAT TORNIQUETE MECÂNICO

Página 40
Materiais para imobilização
Materiais utilizados para imobilizações de membros e corpo por completo

TALA ARAMADA TALA DE PAPELÃO (Tamanhos: G, M, P, PP) TALA DE DEDO

TALA DE TRAÇÃO (TRACIONADOR DE FÊMUR) TALA SPLINT (Adulto e Infantil)

ESTABILIZADOR PÉLVICO CINTA PÉLVICA

MACA SCOOP MACA À VÁCO

Página 41
PRANCHA RIGIDA DE RESGATE KED (Colete dorsal de retirada)

IMOBILIZADOR IMPERMEAVEL DE CABEÇA MULTICINTO (ARANHA) TIRANTE

COLAR MULTITAMANHO COLAR AMBU 16 REGULAGENS

X-COLLAR LUBO

Página 42
ANOTAÇÕES

Página 43

Você também pode gostar