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Procuradoria de
Pessoal
Estatutário
Nº do Processo 5028324-28.2015.8.21.0001
Autor Ademir de Oliveira Alves
1. A Advocacia Pública do Município de Porto Alegre, por seu Procurador Municipal, no interesse
e na defesa do referido Ente da Federação, em atenção ao Ato ordinatório praticado evento 11 e à
intimação evento 13, manifesto-me.
I. Realidade e Direito
4. O assunto já é bem conhecido do Judiciário, com entendimento pacificado.
conversão urv
6. O pedido é improcedente, em suma porque não houve qualquer redução nos rendimentos
percebidos pelo Autor diante da política pública adotada pela Lei Municipal nº 7.428, de 1994 – houve
aumento dos vencimentos.
7. Não houve qualquer prejuízo remuneratório ao Autor, aos servidores públicos. Pelo contrário.
8. A edição dos atos normativos municipais (Lei nº 7.428, de 1994 e Decreto nº 11.005, de 1994),
em cotejo com as determinações da lei federal (Lei nº 8.880/94) significaram um incremento, um
aumento, na remuneração do Autor.
10. Friso: o operado pelo Executivo Municipal não acarretou qualquer perda ou redução salarial aos
servidores.
11. A fim de facilitar o entendimento, cito um exemplo a partir de dados reais de um servidor
municipal, o qual pode ser estendido para quaisquer outros casos, inclusive ao do Autor.
(b) Vencimentos pagos abril 1994, conforme Lei Municipal nº 7.428, de 1994
Dia / Mês Vencimentos CR$ URV em CR$ Vencimentos URV
29/ 4/ 1994 180.152,90 1.302,65 138,30
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12. A conversão dos vencimentos em cruzeiros reais para unidades URV, operado pelo MPA, não
acarretou qualquer perda ou redução remuneratória.
14. A pretensão do Autor de primeiro converter para URV em 1/ 3/ 1994, com base na lei federal, e
depois reajustar em URV pelo índice de 115,74%, é inaceitável, uma vez que ignora o seguinte:
(i) tal índice teve como base a variação monetária decorrente da inflação ocorrida nos meses de
janeiro e fevereiro de 1994, de acordo com a legislação da época. E, assim, naturalmente, somente
utilizável para atualizar valores em cruzeiros reais (jamais URV, que é a expressão dos
vencimentos devidamente atualizados);
(ii) os servidores municipais, com antes afirmado, percebiam seus vencimentos com ainda em
cruzeiros reais (não com base na URV);
(iv) fazer incidir o índice de 115,74% sobre os valores em URV seria conceder um realiste real
(não mera recomposição da perda inflacionária), sem qualquer base legal, pelo qual, ademais,
mais que dobraria o valor da folha de pagamento, comprometendo os limites autorizados por lei
e a viabilidade do funcionamento da Administração Municipal, pois faltariam recursos.
15. Com efeito, é incabível a aplicação do índice de 115,74% sobre o valor obtido pela conversão
dos vencimentos, na data de 1/ 3/ 1994.
16. Destaco que, mesmo não tendo sido convertido o valor dos vencimentos para URV em março de
1994, o Autor não sofreu qualquer prejuízo. A partir dos dados reais do exemplo anterior, mais uma vez,
demonstro:
(c) Valor pago referente a março de 1994, conforme legislação municipal (*foram duas parcelas)
Dia / Mês Vencimento CR$
31/ 3/ 1994 171.368,20
29/ 4/ 1994 8.784,70
Valor total pago CR$ 180.152,90
(d) Valor pago a maior do que o determinado pela Lei nº 8.880, de 1994
CR$ 180.152,90 – CR$ 148.167,29 = CR$ 31.985,61
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17. Já a partir do mês de março não houve qualquer prejuízo ao Autor, pois sua remuneração ficou
em valor superior ao determinado pela Lei nº 8.880, de 1994.
jurisprudência pacífica
18. O TJRS, quanto à conversão da URV aos servidores municipais de Porto Alegre, reconhece e,
pois, tem decidido de forma reiterada no sentido de não estarem comprovadas perdas vencimentais.
São alguns exemplos (grifei e negritei):
prescrição quinquenal
19. Caso seja outro o entendimento, bem assim do não reconhecimento da prescrição do fundo de
direito, havendo condenação do MPA – o que admito apenas para argumentar –, por força da prescrição
quinquenal, a pretensão relativamente aos cinco anos anteriores à propositura da ação está prescrita –
Decreto nº 20.910, de 1932.
II. Requerimento
20. Requeiro o acolhimento da prescrição.