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1 - Responda de forma fundamentada qual a teleologia do direito internacional

privado ?
R: A teleologia do Direito Internacional Privado (DIP) é assegurar a ordem nas relações
jurídicas internacionais, harmonizando normas de diferentes jurisdições. Seu propósito é
garantir justiça, previsibilidade e proteção dos interesses das partes envolvidas em casos
transfronteiriços, promovendo a resolução eficiente de conflitos. O DIP visa facilitar o
comércio internacional, promover a cooperação entre Estados e garantir o acesso à justiça
em um cenário global. Além disso, busca proteger os direitos humanos e individuais em
situações de conflito de leis. Em suma, a teleologia do DIP é conciliar a soberania estatal
com a necessidade de normas comuns, assegurando a estabilidade nas relações privadas
internacionais.

2 - No Japão, Ana e José se casaram no regime da comunhão parcial de bens,


assinando contrato de pacto antenupcial que prevê o pagamento de 100 mil dólares
em caso de infidelidade conjugal. Responda de forma fundamentada se esse
casamento no estrangeiro é válido no Brasil, se é obrigatório o registro do casamento
em cartório brasileiro, se o pacto antenupcial é exigido no Brasil e se é possível se
divorciar no Brasil ?

R: O casamento de Ana e José celebrado no Japão é válido no Brasil. O ordenamento


jurídico brasileiro reconhece casamentos estrangeiros desde que tenham sido realizados de
acordo com as leis do país onde ocorreram e sejam registrados em uma repartição do
consulado brasileiro. Embora não seja obrigatório e o casamento seja válido, para que
esteja apto a produzir plenamente seus efeitos, é recomendável registrar o casamento em
cartório brasileiro, pois facilita a comprovação do estado civil dos cônjuges em território
brasileiro, além de ser necessário para a obtenção de certidão de casamento brasileira.
O pacto antenupcial não é estritamente exigido no Brasil, mas é permitido. No
entanto, a cláusula que prevê o pagamento de 100 mil dólares em caso de infidelidade
conjugal pode ser questionada quanto à sua validade. O Brasil tende a não reconhecer
cláusulas que incentivem o divórcio ou imponham penalidades financeiras por infidelidade,
considerando-as contrárias à ordem pública.
É possível se divorciar no Brasil. Ana e José podem buscar o divórcio, desde que
cumpram os requisitos legais específicos para o tipo de divórcio desejado. A assistência de
um advogado especializado em Direito de Família é recomendada para orientação
detalhada e procedimentos legais adequados.

3 - Na Arábia Saudita o brasileiro João se casou simultaneamente com quatro


mulheres. Ao regressar ao Brasil deseja registrar seus casamentos em cartório de
ofício da cidade de Belém. Explique, fundamentando na lindb se é possível registrar
tais casamentos em cartório?

De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), o Brasil


reconhece o casamento celebrado no exterior, desde que seja válido segundo a lei do país
onde foi celebrado. No entanto, a legislação brasileira não permite o registro de casamentos
poligâmicos, nos quais uma pessoa esteja casada simultaneamente com mais de um
cônjuge, uma vez que esse tipo de casamento é contrário à ordem pública e aos princípios
do direito brasileiro.Portanto, no caso de João, que se casou com quatro mulheres
simultaneamente na Arábia Saudita, não é possível registrar tais casamentos no Brasil, uma
vez que a poligamia não é reconhecida nem permitida no ordenamento jurídico brasileiro.
João deverá cumprir as normas e regras brasileiras em relação ao estado civil e casamento,
o que significa que, perante a lei brasileira, ele só pode ser casado com uma única mulher.

4 - Pedro, empresário brasileiro deseja firmar contrato de exportação com uma


empresa da Suécia para comercializar soja. Entretanto o sócio proprietário da
empresa sueca tem 16 anos e conforme a lei sueca é plenamente capaz. Responda de
forma fundamentada se o empresário sueco pode firmar contrato válido no Brasil ?

No Brasil, de acordo com o Código Civil, a capacidade para celebrar contratos é adquirida
aos 18 anos de idade, a menos que seja emancipado antes disso. Portanto, a lei brasileira
não reconhece a plena capacidade do sócio proprietário da empresa sueca, que tem
apenas 16 anos, para celebrar contratos válidos sem a devida emancipação. Nesse caso, o
empresário sueco não pode firmar um contrato de exportação válido no Brasil, a menos que
obtenha emancipação legal de acordo com as leis brasileiras ou aguarde até completar 18
anos para que sua capacidade seja reconhecida no país.

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