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PARVOVÍRUS CANINO
Resumo:
1. REFERENCIAL TEÓRICO
1.1. ANATOMIA E FISIOLOGIA DO INTESTINO DELGADO
O jejuno (parte mais longa do intestino delgado) está localizado entre o duodeno
e o íleo. Ele possui uma alta mobilidade e é suspenso pelo mesojejuno, uma
dobra do peritônio que o conecta ao teto abdominal. Essa suspensão dá ao
jejuno uma grande liberdade de movimento, permitindo que ele se adapte aos
movimentos e contrações do trato gastrointestinal durante a digestão e a
absorção dos nutrientes (KÖNIG, H. E., & LIEBICH, H. G. 2021)
O intestino delgado também possui uma rede complexa de fibras nervosas, que
são elas: plexo submucoso (Meissner) na submucosa, que desempenha um
papel importante no controle das secreções das células epiteliais e do fluxo
sanguíneo; há o plexo mioentérico (Auerbach), localizado entre as camadas
musculares, que é responsável pelo controle dos movimentos gastrintestinais.
Esses dois plexos nervosos constituem o sistema nervoso entérico, que tem sua
própria atividade elétrica e pode funcionar de forma independente do sistema
nervoso central. (REECE, W. O.; ROWE, E. W. 2020)
Os CPV (parvovírus canino) são vírus pequenos de DNA que não possuem
envoltório e necessitam de células em rápida divisão para se replicarem. Esses
vírus são altamente estáveis e resistentes a influências ambientais adversas.
Existem diferentes cepas de CPV, sendo o CPV-2 a mais comum e relevante
clinicamente, mas também pode ser incluído a CPV-2a, CPV-2b e CPV-2c.
Essas cepas do CPV pertencem ao subgrupo de parvovírus felinos do gênero
Parvovirus. (GREENE, 2015)
1.2.2. FISIOPATOGENIA
A infecção pelo CPV (parvovírus canino) pode afetar diversos tecidos, sendo os
principais o trato gastrointestinal, a medula óssea e o miocárdio. No entanto,
também pode ocorrer acometimento da pele e do tecido nervoso. Além disso,
complicações clínicas podem surgir devido a infecções secundárias ou
trombose. (GREENE, 2015). A apresentação clínica é amplamente influenciada
pela idade, linhagem e condições epidemiológicas (como transporte e
aglomeração de cães). (MORAILLON, 2013)
De acordo com Greene (2015), a enterite causada pelo CPV (parvovírus canino)
pode progredir rapidamente, especialmente quando ocorre infecção pelas cepas
mais recentes do CPV-2 (a, b, c). Os sintomas incluem:
Figura 1 - Cão com diarreia sanguinolenta grave, caracterís ca de enterite grave pelo parvovírus. (Fotografia de Craig
Greene © 2004 University of Georgia Research Founda on.)
Os proprietários relatam uma rápida e intensa perda de peso associada a essas
alterações. No exame físico, é comum observar taquicardia, palidez, congestão
ou icterícia das mucosas, desidratação e sensibilidade abdominal. Os intestinos
podem estar cheios de líquido ou, em casos raros, pode ser palpável uma
intussuscepção. Os filhotes também podem apresentar febre ou hipotermia e
podem vomitar ou ter diarreia durante o exame clínico. (TILLEY, JUNIOR, 2014).
Além disso, pode-se observar elevação das enzimas hepáticas, baixos níveis de
glicose no sangue, redução das proteínas em geral, presença de substâncias
nitrogenadas, desequilíbrios nos eletrólitos e evidências de comprometimento de
vários órgãos nos resultados da análise bioquímica. (TILLEY, JUNIOR, 2014)
De acordo com o estudo de análise in vitro realizado por Santana (2020) sobre
a atividade antiviral dos óleos essenciais, a avaliação do efeito citopático do vírus
nos ensaios de pré-tratamento, adsorção e virucida foi realizada em intervalos
de 24, 48 e 72 horas após a incubação. Na ausência de efeito citopático, foi
considerado que o óleo e a concentração correspondente possuíam uma
possível atividade antiviral, uma vez que não houve replicação viral nos
tratamentos e diluições utilizados. Neste estudo, o óleo essencial de eucalipto
(150 μg/mL) e de capim-limão (150 μg/mL) foram os tratamentos que
apresentaram as maiores reduções no número de cópias de DNA do CPV-2
(76,32% e 62,85%, respectivamente), em comparação com os óleos de lavanda
e tomilho.
De acordo com a pesquisa realizada por Traldi (2019), o uso de ozônio na terapia
de gastroenterites hemorrágicas mostrou-se efetivo quando aplicado por meio
da técnica de auto-hemoterapia maior, a cada 24 horas, durante 4 dias
consecutivos. Os resultados indicaram que o tratamento com ozonioterapia foi
mais eficaz em comparação com a terapia convencional, resultando em uma
recuperação mais rápida dos animais e redução subsequente da taxa de
mortalidade. Esses resultados podem ser atribuídos às propriedades
terapêuticas do ozônio, que melhoram a oxigenação sanguínea, estimulam o
metabolismo celular através do incremento do ciclo de Krebs e possuem
capacidade imunoestimulatória.
5. Profilaxia
REFERÊNCIAS
König, H. E., & Liebich, H. G. (2021). Anatomia dos Animais Domésticos: Texto
e Atlas Colorido (5ª ed.). Porto Alegre: Artmed.