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TEMA : A Influencia dos Vícios e Dependências na Transmissão do HIV e outras Doenças

Sexualmente Transmissíveis

1. Influencia dos vicios na Transmissão do HIV e outras Doenças Sexualmente


Transmissíveis

Vício (do latim "vitium", que significa "falha ou defeito" ) é um hábito repetitivo, que degenera ou
causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem.

Todos nós precisamos de nos controlar, para não nos tornarmos viciados em alguma coisa. Tudo o
de que precisamos é disciplina e ter em mente que há, no mundo, hábitos para o bem, que não irão
prejudicar o nosso corpo e nos darão um futuro melhor.

Com essa narativa podemos ter um analise profundo reparando a realidade dos vicios em
Moçambique, com isto posso reafirmar que a maioria dos jovens em Moçambique são viciados em
drogas, bebidas alcoólicas, o que coloca em risco a saúde da maioria. Hoje em dia mesmo nas
escolas muitos jovens são encontrados com com drogas nas mochilas com objetivo de fumarem
durante o intervalo, razão pela qual tem virado bandidos,gatunos, o que compromete o futuro de
muitos.

2. Dependencias na Transmissão do HIV e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis

Dependência é um conjunto de fenómenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos, que se


desenvolvem, com o repetido consumo de uma substância psicoativa. Anda tipicamente associada
ao desejo poderoso de tomar a droga, à dificuldade de controlar o consumo, à utilização
persistente, apesar das suas consequências nefastas, e à prioridade dada ao uso da droga, em
detrimento de outras actividades e obrigações. O termo foi recomendado em 1964, pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), para substituir outros termos, com maior conotação moral
negativa, como o termo "vício".

A ligação entre estes problemas e o HIV

O uso de drogas é considerado um comportamento de alto risco para a infecção pelo HIV. Os
usuários de drogas injetáveis podem se infectar quando usam a mesma seringa com outros.
Mesmo as pessoas que não se injetam drogas mas as consomem de outra maneira podem se
infectar por meio de relações sexuais sem preservativos. Diversos estudos têm mostrado que
as pessoas sob efeito do álcool freqüentemente se envolvem em relacionamentos sexuais sem
proteção.

Usuários de drogas representam uma população bastante vulnerável à infecção pelo HIV,
seja pelas próprias formas do consumo destas substâncias – via parenteral, com
compartilhamento de equipamentos de injeção (e, em menor escala, pelo compartilhamento
de apetrechos e matérias no uso não parenteral, como canudos, cachimbos para fumar o
crack etc.), seja pela prática do sexo não-seguro, ou pela superposição desses dois fatores –
por exemplo, devido ao fato de algumas drogas agirem como um estimulante sexual ou, em
algumas situações, pelo fato de a atividade sexual ser um meio para se conseguir um objetivo
– a aquisição de drogas (Ross & Williams, 2001).

o Quando perdemos a nossa inibição, podemos ter relações sexuais sem protecção – o que não
faríamos, se estivéssemos sóbrios. A prática do sexo sem preservativo, a violação sexual e outros
tipos de violência envolvem sangue, sémen, etc., o que aumenta o risco de contrair o HIV.

o A um nível mais profundo, quando as pessoas se sentem desamparadas, sem valor, abusadas,
zangadas, tristes etc., em geral, já não se importam com as consequências das suas acções. São
atraídas para comportamentos descontrolados, o que contribui para a expansão do HIV.

o Quem bebe muito tem mais perigo de ficar doente mais depressa, se ficar infectado com o HIV,
porque o álcool é um veneno, que enfraquece o sistema imunológico. (O comboio anda mais
depressa, no fim da linha). Às vezes, as pessoas, quando descobrem que estão infectadas com o
HIV, bebem para esquecer, reduzindo a capacidade do corpo de lutar contra a infecção.

Tanto as drogas como a infecção pelo HIV provocam mudanças no Sistema Nervoso Central
(SNC), alterando a atividade neuroendócrina e as vias de neurotransmissão dos neurônios.
O HIV atua de forma direta invadindo as células da micróglia e ativando a reposta imunológica

A associação entre a Dependência do uso de cocaína/crack e a infecção pelo HIV vem mostrando
ser uma combinação perigosa, atuando de forma sinérgica no comprometimento no Sistema
Nervoso Central (SNC). O HIV é um retrovírus neurotrópico que infecta as células da micróglia,
levando a produção de citocinas, que, por sua vez, vão causar perda neuronal no córtex cerebral e
danos na árvore dendrítica sináptica (WILLIAMS et al., 2009; EVERALL et al., 1993). A
dependência é uma doença crônica e recidivante em que o uso continuado de substâncias
psicoativas provoca mudanças na estrutura e no funcionamento do cérebro (VOLKOW et al.,
2007). Dentre as dependências, o uso de cocaína/crack é reconhecido como um sério problema de
saúde pública em muitos países do mundo, tanto pela gravidade da compulsão de seu consumo,
como também pelas alterações importantes que provoca no SNC.
Ambas as doenças possuem muitas semelhanças e pontos de convergência interessantes de serem
analisados. A epidemia de AIDS surgiu, no início da década de 1980, acometendo grupos
populacionais bem delimitados: Homossexuais masculinos, usuários de drogas intravenosas,
hemofílicos e haitianos (U.S. Centers fo disease Control and Prevetion, 1981). Nesta mesma
década da explosão da doença, o crack se popularizou nos Estados Unidos, também transitando em
redes sociais semelhantes às dos pacientes portadores de HIV. O estigma social é outro fator
importante presente nas duas patologias e que dificulta muitas vezes o diagnóstico precoce e o
início do tratamento, podendo contribuir para baixa adesão ao tratamento, que é quase regra nestes
pacientes. Foi demonstrado que nestas populações há altas taxas de transtornos depressivos e
ansiosos, bem como suicídio referência.

Tanto as drogas como a infecção pelo HIV provocam mudanças no SNC, alterando a atividade
neuroendócrina e as vias de neurotransmissão dos neurônios. O HIV atua de forma direta
invadindo as células da micróglia e ativando a reposta imunológica. Já as drogas como a cocaína e
o crack ativam de forma indireta o sistema imunológico. Este processo levará a alterações
neurocognitivas e neuroinflamatórias observadas em ambas as doenças, ocasionando importante
comprometimento psicossocial e altas taxas de morbidade e mortalidade.

É muito normal um indivíduo que consome drogas num dia anterior, e no dia seguinte ser
explicado tudo que ele vez, ele dizer que não me lembro de nada. Isto porque o seu Sistema
Nervoso Central tinha sido alterado pelas drogas.

Conclusão
Vício é um hábito repetitivo que causa vários prejuízos na vida de um indivíduo e também na
transmissão de HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, pois, na medida em que uma
pessoa consome drogas, o funcionamento normal do seu Sistema Nervoso Central fica adulterado,
razão pela qual o indivíduo começa a agir de uma forma anormal, sem nem se quer protege-se de
doenças sexualmente transmissíveis, não só, mas também fica com uma conduta duvidosa,
tornando agressivo, ladrão, desobediente... Vários jovens em Moçambique destroem as suas vidas
devido ao consumo de drogas e a maioria deles ficam infectadas pelas doenças de transmissão
sexual quando estes se envolvem em quanto estiverem alterados pelos vícios.

Referencia bibliografica

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE ,Departamento de HIV&SIDA e Género


(2016). Habilidades de Vida, Saúde Sexual e Reproductiva, Género e HIV&SIDA.Beira

https://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/arquivos/4234

https://www.google.com/url?q=https://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/quest_drogas/
drogas_aids.htm&sa=U&ved=2ahUKEwiq7LKmjLKBAxVFOnoKHQD8C8UQFnoECAcQAw&
usg=AOvVaw00r-KEdX_gClwii6c_q2xu

DOS REIS Neilane Bertoni (2010).Conhecimento sobre HIV/AIDS entre usuários de drogas.

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