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Disciplina: Psicologia Social

ESTUDO DIRIGIDO
Tema: Subjetivação e Psicologia Social: Dualidades Em Questão

Alunas: Geovana de Sousa Ferreira;


Heloísa Geovanna Martins;
Maria Manoela de Oliveira.

Referência bibliográfica: PARPINELLI. Stubs Roberta; FERNANDES, Luders


Saulo. Subjetivação e Psicologia social: dualidades em questão. Fractal: Revista
de Psicologia, v. 23, n. 1, p. 191-204, 2011.

Respostas:

1. B

2. C

3.
Dentro do processo de sistematização da psicologia cientifica, a dualidade
entre as ciências naturais e sociais, foram expressivas em deixar registros
epistemológicos. Durante esse processo de desenvolvimento, Wundt constrói seus
estudos com base em duas vertentes psicológicas: a primeira intermediária entre as
ciências da natureza e do espírito, que se baseava no exame do funcionamento da
mente dos indivíduos e a investigação dos processos do espírito humano, o
psiquismo é definido como processos.
Seu outro projeto, “psicologia dos povos”, tendo como base formativa na
coletividade e na cultura, restringia-se às construções culturais da experiência
humana. Contudo, este pensamento não foi bem aceito pelos alunos de Wundt, que
o distorceram afirmando que era uma regressão a metafísica e a repudiaram por não
ter uma base metodológica nas ciências naturais. Mas para o psicólogo, as ciências
naturais eram muito restritas, não abrangiam todos os objetos da ciência. Com isso,
construiu a segunda vertente psicológica, com base nas ciências do espírito.
Quando a divisão entre o indivíduo e a coletividade ganhou notoriedade nos
Estados Unidos, pela hegemonia das ciências naturais no país e pela predominância
do individualismo, esse processo foi denominado como “americanização das
ciências socais”. Este pensamento reduziu o objeto de investigação da psicologia
social, que estudava as relações sociais, ao comportamento do indivíduo.
Essa mudança conceitual interferiu diretamente na psicologia social, que da
investigação dos fenômenos sociais, delimitou-se ao estudo do comportamento
individual. Dividindo-se em psicologia social psicológica (ciências naturais) e
psicologia social sociológica (ciências sociais). De qualquer maneira, fica entendido
que não há diálogo entre o sujeito e a coletividade, ambos estão restritos a afastar o
particular do geral, sujeito da coletividade ao qual está inserido.

4.

Sob a luz do pensamento de Gilles Deleuze e Félix Guattari a noção de


subjetividade é múltipla e permeia os desejos e afetos, atravessando o subjetivo,
signos e símbolos, valores e normas em determinados momentos históricos e
sociais.
A multiplicidade formadora do meio social e dos sujeitos é denominada por
Deleuze e Guattari “processo de subjetivação” inicialmente cunhado por Foucault.
Ao compreender a subjetividade relacionada às forças de saber e de poder
denominadoras de momentos e processos históricos compreende-se peculiaridade
de cada indivíduo ao relacionarem-se com os diferentes compositores da realidade.
Deleuze identifica no pensamento de Foucault quatro pregas da subjetivação: o
corpo do sujeito; as relações de forças que perpassam o sujeito social; o saber e a
verdade; e o mundo exterior. Desse modo, o véu da subjetividade está
completamente sobre a realidade e do mundo em que antes era “interno”.
É fundamental lembrar ainda, a subjetividade é aberta, versátil e modelável ao
conectar-se com os múltiplos fatores componentes da realidade. Discorrer sobre a
subjetivação é desconstruir a dualidade redutora de sujeito e objeto a um só. A
ontologia histórica de nós mesmos, destacada por Foucault, na qual a subjetividade
se mescla com inúmeras influências próprias de cada momento histórico. Essa
perspectiva interrompe uma corrente tradicional psicológica ao desenvolver a
subjetividade de forma essencialista, limitada e sob o aspecto da interioridade
psíquica, sendo a subjetividade, uma figura histórica também.
Diante do exposto é incabível reduzir a subjetividade a rótulos, proporciona o
efeito contrário ao que se propõe ao pensar a subjetividade como produto de
instâncias individuais, coletivas e institucionais, é concebê-la como um sistema vivo
e almejar para compreender o outro como um ser mutável, sem ser necessariamente
preso a uma identidade fixa. (Guattari, 2000 [1992]).

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