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Direito Internacional Privado ii.

Derivada: adquirida
posteriormente. Ex.: naturalização,
1. Partes: dupla nacionalidade.
São:
b. Formas de determinação:
a. Pessoas naturais (pessoas físicas): i. “jus solis”: nacionalidade
são os particulares por natureza; determinada pelo território,
b. Pessoas jurídicas de direito geralmente aplicada pelos Estados
privado: as empresas (não podem do Novo Mundo, ou seja, que
ser as públicas) e ONG’s. foram colonizados.
ii. “jus sanguinis”: determinação da
2. Conceito de Direito nacionalidade pela ascendência,
Internacional Privado: geralmente pelos Estados do Velho
Mundo, por exemplo, a Europa.
É o ramo do direito que regulamenta as
questões jurídicas dos particulares com O Brasil adota o critério misto, tanto
elemento de conexão externo. “jus solis” quanto “jus sanguinis”.

Por exemplo: contrato celebrado entre 3.1.2. Naturalização


uma empresa brasileira domiciliada no a. Definição: é a opção por uma outra
Brasil com uma empresa alemã, nacionalidade se guindo um
domiciliada na Alemanha. O elemento procedimento que difere de um
de conexão é o domicílio. estado para o outro, o qual no caso
do Brasil tem suas principais
3. Elemento de conexão: regras, previstas no art. 12, da CF e
É o fator determinador da no Estatuto do Estrangeiro.
nacionalização da relação jurídica entre Art. 12. São brasileiros:
particulares. E também auxiliará na II - naturalizados:
resolução dos maiores problemas de a) os que, na forma da lei, adquiram a
Direito Internacional Privado: a fixação nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa
da competência territorial e a lei
apenas residência por um ano ininterrupto e
aplicável ao caso concreto. idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer
3.1. Da Pessoa Natural nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos
3.1.1. Nacionalidade: é o vínculo de ininterruptos e sem condenação penal, desde
uma pessoa com o Estado que requeiram a nacionalidade brasileira.
seguindo regras de concessão Classicamente, a naturalização
determinadas pelo Estado determina a perda da nacionalidade
concedente. originária em favor de outra. A nova
a. Tipos: nacionalidade será derivada.

OBS.: se a razão que levou o pedido da


i. Originária: geralmente é
naturalização for por força das
decorrente do local do nascimento.
circunstâncias e não por vontade própria
do solicitante, a nacionalidade brasileira 3.1.5. Apátrida: é aquele que não tem
poderá ser mantida. nacionalidade. Pode ter
acontecido de ter perdido a
Exemplo: exigência para permanência nacionalidade.
em Estado estrangeiro; exigência do
empregador; necessidade de utilização A nacionalidade originária não é
de serviços de saúde. cassável, diferente da nacionalidade
derivada que pode ser cassada, mas há
No Brasil, apesar de não ser a várias regras;
característica da naturalização, ocorre
cumulação. Alguns Estados cassam a nacionalidade
originária, apesar da proibição
Há um regime especial para os internacional.
Portugueses residentes no Brasil, os
quais não precisam se naturalizar para Ex.: extinção do estado; cassação da
terem direitos de naturalizados. Podem nacionalidade derivada.
votar, se candidatar a determinados
cargos na política. As regras estão A ONU tem uma missão especial para a
previstas na CF/88 e no Tratado da busca de uma nacionalidade de quem a
perdeu. Geralmente, readquire-se a
Amizade (1970).
nacionalidade originária.
3.1.3. Cidadania: direitos e
obrigações, principalmente 3.2. Da Pessoa Jurídica:
3.2.1. Sentido: com a globalização
direitos civis, políticos.
3.1.4. Dupla nacionalidade: acúmulo esse sentido diminuiu. Cada vez
de nacionalidade não menos os Estados querem
diferenciar a empresa nacional
necessariamente duas, podendo
ser mais de duas. da estrangeira. Também, o Brasil
a) Critério: atender exigências alterou sua legislação. Em 1995,
ocorreu a Emenda à Constituição
daquele que concede. Alguns
Estados não aceitam que seu acabando com a diferença entre
as empresas.
cidadão tenha outras
nacionalidades, mesmo que de
forma cumulativa. Ex.: China. 3.2.2. Formas de determinação:
a) Sócios: nacionalidade dos sócios
Trata-se de um serviço consular e não determina a da pessoa jurídica.
da embaixada. As exigências dos Dependendo da nacionalidade
consulados são diferentes, no entanto, (país) dos sócios. Não é um bom
há um fator em comum: a ascendência critério.
(admitido diferentes graus de
parentescos dependendo do consulado). Ex.: um restaurante formado por um
Português e um Japonês no Brasil, a
Há pontos inconvenientes na dupla empresa teria nacionalidade portuguesa,
nacionalidade: declaração de imposto de japonesa, brasileira ou todas juntas? Por
renda (para evitar bitributação), visitar o isso não é um bom critério.
país uma vez por ano.
b) Local onde exerce sua principal domiciliado em mais de um
atividade econômica: Não é um país.
bom critério.
Há 3 tipos de domicílios: legal, judicial
Ex.: na época da crise econômica, o e voluntário. O domicílio legal é
mercado brasileiro sustentou muitas determinado pela lei (por exemplo,
empresas estrangeiras, por exemplo, a servidor público, militar, preso). O
GM. No entanto, a empresa continuou domicílio judicial é determinado por
americana, não se tornou brasileira. ordem judicial. E o domicílio
voluntário é determinado pela livre
c) De onde partem as principais escolha.
decisões da empresa, ou se já,
hierarquicamente superior: é um Havendo conflito:
critério mais aceitável.
a) Entre domicílio voluntário e o
Ex.: Volkswagen com grande domicílio legal, prevalece o
participação no Brasil, não é uma domicílio legal;
empresa brasileira, é uma empresa de b) Entre domicílio voluntário e o
origem alemã. Apesar de aqui serem domicílio judicial, prevalece o
tomadas decisões importantes, na domicílio judicial; e
Alemanha é de onde partem as c) Entre o local onde exerça suas
principais decisões e estratégias. principais atividades e atividades
secundárias, prevalece o local das
3.3. Domicílio principais atividades;
A lei aplicável e o foro competente são Em caso de nômade, por exemplo, os
as principais dúvidas quando se trata de circenses, será considerado domicílio o
Direito Internacional. local onde ocorreu o fato.
3.3.1. Conceito/Ideia: é o local onde
uma pessoa natural responde
por suas obrigações. Pode 4. Uniformização do Direito
ocorrer de uma pessoa ter mais
de um domicílio em um Estado 4.1. Ideia: é a coincidência de
ou ter domicílio em mais de semelhanças entre o direito em
um Estado. estados distintos ou até mesmo
3.3.2. Formas de determinação: atuação proposital para que se
encontrem semelhanças ou
a) local onde a pessoa se estabelece com identidade completa.
ânimo definitivo;

b) local onde exerça suas principais


atividades. 4.2. Formas:
a) Direito uniforme: alguns Estados
3.3.3. Conflito: entre domicílios em virtude de fatores históricos ou
internacionais. Sendo influência doutrinária possuem
grande semelhança em suas normas a) Ordem pública: desdobra-se em
e no Direito em geral. dois conceitos:
i. A ordem pública engloba a ordem
Por exemplo, o Brasil e Portugal são jurídica;
semelhantes em razão da colonização. A
semelhança não é proposital. Exemplo: casamento poligâmico árabe
não se homologa aqui, pois fere a ordem
b) Direito uniformizado: de forma pública, no que tange à ordem jurídica.
proposital alguns Estados acertam
entre si que terão para certas áreas ii. É a forma como uma sociedade se
normas idênticas. organiza.

Por exemplo, a relação entre Brasil e b) Soberania nacional: pode ser vista
Itália, Brasil e Japão. de duas formas:
c) Direito internacional privado i. Internamente: é o poder de um
uniformizado: trata-se da Estado sobre seus cidadãos e sobre
uniformização de suas normas de o seu território.
direito internacional privado entre ii. Externamente: é a autoafirmação
Estados. de um Estado, demonstrada pela
independência em relação aos
Por exemplo, na LINDB que trata de demais Estados.
sucessões, herdeiros, obrigações.
c) Bons costumes:
d) Direito comparado: é a análise do
direito de outro Estado objetivando Este conceito é visto como retrógrado
a construção de conceitos pela população em geral.
doutrinários, o auxílio na
elaboração de decisões, a Demonstra quais hábitos a sociedade
elaboração de normas no Brasil aceita. São as práticas, bons hábitos,
baseadas nas normas do exterior. aceitas e assim reconhecidas pela
cultura brasileira.
5. Conceitos norteadores da Exemplo: topless na Europa se faz em
aplicação do direito praça pública; no Brasil não é costume
estrangeiro no Brasil: nem mesmo em praias.
Os três primeiros conceitos são
d) Fraude à lei:
baseados no art. 17 da LINDB e são
considerados os limitadores da É a utilização de forma ardilosa da
aplicação do direito estrangeiro no norma de um Estado que seja mais
Brasil. benéfica em relação à de outro Estado,
transparecendo legalidade, para que
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país,
não se descubra a verdadeira má-fé de
bem como quaisquer declarações de vontade,
não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem seu beneficiário.
a soberania nacional, a ordem pública e os
bons costumes. Exemplo: quando da vigência do CC de
1916, casava-se no Uruguai, pois lá, se
permitia o casamento de maiores de 18 6.4. Decisões não judicantes:
anos, o que no Brasil era permitido
somente para maiores de 21 anos.
Portanto, apesar de tudo certo na forma,
o objetivo era fraudar a lei brasileira.

e) Qualificações:

Trata-se de determinação do ramo de


direito aplicável a certo caso.

f) Questão prévia:
a) Ideia: é uma decisão que não
Trata-se de decisão que tem de ser
resolve uma questão jurídica,
tomada em uma questão prejudicial,
como, por exemplo, uma
antes de se decidir a questão principal,
instrutória ou interlocutória
ou seja, uma pendência.
(citação, intimação, produção de
Exemplo: após a morte de homem provas, etc). Não coloca fim ao
casado e com filhos, mulher se processo. Não decide o mérito.
apresenta com criança que alega ser
O instrumento para esse tipo de decisão
filho dele. Antes, a questão principal era
é a carta rogatória, que é o
abrir o inventário, agora, apresenta-se
instrumento processual para o
uma questão prévia, que é a
cumprimento de atos no exterior.
investigação de paternidade.
Obs.: carta precatória utiliza-se para
6. Homologação de sentença
cumprimento de atos em outras
estrangeira no Brasil:
comarcas dentro do país, para
cumprimento de atos não judicantes. E a
6.1. Conceito:
carta de ordem é utilizada para que
É a validação, no Brasil, de decisão decisão de instância superior seja
judicante proferida no exterior, ou seja, cumprida pela instância inferior.
sua nacionalização, objetivando sua
b) Procedimento: a carta rogatória
execução, o seu cumprimento no Brasil.
deverá ser instruída com cópia da
6.2. Tipos: decisão devidamente traduzida e
a) Direta: o juiz brasileiro decide, no demais documentos necessários ao
Brasil, aplicando a lei de outro país; convencimento do juiz recebedor, a
b) Indireta: decide-se no exterior e qual será analisada pelo STJ.
traz-se para o Brasil para
O STJ analisará a competência do juízo
homologação.
originário, o cumprimento das
formalidade de instrução, e se fere o art.
6.3.Observação:
17 da LINDB.
A competência foi deslocada do STF
LINDB, Art. 17. As leis, atos e sentenças de
para o STJ, por força da EC 45. outro país, bem como quaisquer declarações de
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando c) Objetivo: convencimento do STJ
ofenderem a soberania nacional, a ordem para homologar a sentença
pública e os bons costumes.
estrangeira tornando-a exequível ou
Em caso de ferir o art. 17, a decisão não
executável.
será cumprida no país. O vício é
d) Sistema envolvido: processual e
considerado insanável.
internacional.
Se estiver tudo em ordem, determinará a e) Revisão de mérito pelo STJ?
oitiva da parte interessada (empresa  Total: não, revisa tudo.
brasileira) sobre o instrumento.  Parcial: não, revisa parcialmente.
 Reciprocidade diplomática: são
A parte brasileira poderá se defender do tratados que o Brasil firmou de
cumprimento da carta rogatória. Na cooperação judiciária para facilitar
defesa poderá ser alegado de feito de a homologação com outros países.
instrumentalização (falta de  Reciprocidade de fato: é aquela
documentos, procedimento, tradução). que demonstra através de
O vício é considerado sanável. precedentes que o outro Estado
Se o vício for considerado como sanável homologa nossas decisões, dessa
ele poderá ser reapresentado. Se a carta forma faremos o mesmo.
rogatória ferir o art. 17 da LINDB não  Delibação: não revisam o mérito.
poderá ser cumprida e não poderá ser
Ideia Total
reapresentada. Procedimento Parcial
Reciprocidade
Ao final, o Ministro do STJ decidirá Objetivo
diplomática
pelo cumprimento ou não, cabendo Decisões
Sistema Reciprocidade
recurso de agravo regimental. Judicantes
Envolvido de fato
Revisão de
c) “Exequatur”: é o nome da decisão
mérito pelo  Deliberação
do STJ de determinação da STJ?
execução (é o “cite-se”).

6.5. Decisões judicantes: 6.6. Resolução nº 9, do STJ:


a) Ideia: são as decisões que resolvem
Parte interessada é a autora da ação de
o problema jurídico. Decidem um
homologação, ou seja, a que quer fazer
litígio.
com que a decisão seja cumprida no
Exemplos de decisões judicantes: Brasil.
sentença, acórdão, arbitragem.
Observam-se os requisitos da petição
b) Procedimento: a homologação de inicial, previsto no art. 282, do CPC.
decisão judicante no Brasil ocorre
Cópia autêntica é a que passa pelo
através de uma ação judicial
Consulado Brasileiro.
movida no STJ. A ação judicial é a
homologação de sentença Art. 3º A homologação de sentença
estrangeira. estrangeira será requerida pela parte
interessada, devendo a petição inicial conter
as indicações constantes da lei processual, e para ser homologada no Brasil deve
ser instruída com a certidão ou cópia estar em fase de execução.
autêntica do texto integral da sentença
estrangeira e com outros documentos III - ter transitado em julgado; e
indispensáveis, devidamente traduzidos e
No inciso IV, fala-se em procedimento.
autenticados.
Art. 4º A sentença estrangeira não terá
IV - estar autenticada pelo cônsul brasileiro e
eficácia no Brasil sem a prévia homologação
acompanhada de tradução por tradutor oficial
pelo Superior Tribunal de Justiça ou por seu
ou juramentado no Brasil.
Presidente.
Art. 6º combinado com o art. 17 da
Provimentos não-judiciais, por
LINDB.
exemplo, a arbitragem.
Art. 6º Não será homologada sentença
§1º Serão homologados os provimentos não-
estrangeira ou concedido exequatur a carta
judiciais que, pela lei brasileira, teriam
rogatória que ofendam a soberania ou a ordem
natureza de sentença.
pública.
Não há necessidade das decisões Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro
estrangeiras serem homologadas por país, bem como quaisquer declarações de
inteiro. Se uma parte da decisão ferir o vontade, não terão eficácia no Brasil, quando
ofenderem a soberania nacional, a ordem
art. 17 da LINDB não será homologada,
pública e os bons costumes.
podendo outra parte que não fere o art.
Art. 8º trata do processo de
17 da LINDB ser homologada.
homologação.
§2º As decisões estrangeiras podem ser
homologadas parcialmente. Art. 8º A parte interessada será citada para, no
§3º Admite-se tutela de urgência nos prazo de 15 (quinze) dias, contestar o pedido de
procedimentos de homologação de sentenças homologação de sentença estrangeira ou
estrangeiras. intimada para impugnar a carta rogatória.
Art. 5º Constituem requisitos indispensáveis à Parágrafo único. A medida solicitada por carta
homologação de sentença estrangeira: rogatória poderá ser realizada sem ouvir a parte
interessada quando sua intimação prévia puder
No inciso I, o STJ analisará se o juízo resultar na ineficácia da cooperação
era competente para análise do caso. Se internacional.
as decisões forem proferidas por juiz No art. 9º, alega o vício formal, por
incompetente é nula. exemplo, autenticidade de documento.
I - haver sido proferida por autoridade Art. 9º Na homologação de sentença estrangeira
competente; e na carta rogatória, a defesa somente poderá
No inciso II, verifica-se se o processo versar sobre autenticidade dos documentos,
transcorreu adequadamente. Se tiver inteligência da decisão e observância dos
requisitos desta Resolução.
vícios, a sentença estrangeira não é
Art. 11 Das decisões do Presidente na
homologada pelo STJ. homologação de sentença estrangeira e nas
cartas rogatórias cabe agravo regimental.
II - terem sido as partes citadas ou haver-se
legalmente verificado a revelia.; No art. 12, será expedida carta de ordem
No inciso III, o STJ analisa se a ao Juiz Federal.
sentença estrangeira transitou em Art. 12 A sentença estrangeira homologada será
julgado. A decisão proferida no exterior executada por carta de sentença, no Juízo
Federal competente.
6.7. Arbitragem (Lei nº 9.307/96): A lei de 1996 deu a decisão arbitral a
mesma força de sentença, impedindo a
É um procedimento distinto do rediscussão no Poder Judiciário.
judiciário. A decisão arbitral proferida
no exterior deve ser homologada no A utilização da arbitragem, conforme
Brasil. art. 1º é válido somente para os direitos
patrimoniais disponíveis.
As partes devem expressamente
convencioná-la, ou seja, é uma opção a Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão
utilização da arbitragem, devendo ser valer-se da arbitragem para dirimir litígios
relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
documentado.
As regras de homologação de sentença
6.7.1. Constituição: arbitral são as mesmas que as da
a) Cláusula arbitral: são disposições sentença, bem como, devem ser
de um contrato determinando que observados os arts. 1º e 34 a 40 da Lei
em caso de desavença serão nº 9.307/96.
resolvidas por arbitragem.
b) Convenção de arbitragem: as O capítulo VI (arts. 34 a 40) dispõe do
partes firmam contrato de reconhecimento e execução de
arbitragem, podendo ser firmado sentenças arbitrais estrangeiras.
durante o litígio. Art. 34. A sentença arbitral estrangeira será
reconhecida ou executada no Brasil de
6.7.2. Vantagens: conformidade com os tratados internacionais
a) Especialidade da decisão: chance da com eficácia no ordenamento interno e, na sua
ausência, estritamente de acordo com os termos
questão discutida ser tecnicamente
desta Lei.
melhor julgada; Parágrafo único. Considera-se sentença arbitral
b) Celeridade. Se paga mais, no estrangeira a que tenha sido proferida fora do
entanto, é mais célere que o Poder território nacional.
Judiciário; Art. 35. Para ser reconhecida ou executada no
Brasil, a sentença arbitral estrangeira está
c) Sigilo;
sujeita, unicamente, à homologação do Superior
d) Irrecorrível; Tribunal de Justiça.
e) Define a câmara de arbitragem não Os arts. 483 e 484 do CPC tratam da
havendo discussão de competência. homologação de sentença estrangeira.
Altamente recomendável para
contratos internacionais, pois Art. 36. Aplica-se à homologação para
resolve a competência e a lei reconhecimento ou execução de sentença
arbitral estrangeira, no que couber, o disposto
aplicável.
nos arts. 483 e 484 do Código de Processo Civil.
Art. 37. A homologação de sentença arbitral
6.7.3. Lei 9.307/96: estrangeira será requerida pela parte interessada,
devendo a petição inicial conter as indicações da
No caso do Brasil, as decisões arbitrais lei processual, conforme o art. 282 do Código de
se tornaram eficazes com a lei própria Processo Civil, e ser instruída, necessariamente,
de 1996 e com a derrubada das medidas com:
I - o original da sentença arbitral ou uma cópia
que discutiam sua constitucionalidade.
devidamente certificada, autenticada pelo
consulado brasileiro e acompanhada de tradução I - segundo a lei brasileira, o objeto do litígio
oficial; não é suscetível de ser resolvido por arbitragem;
O inciso II trata da prova de que as Inciso II combinado com o art. 17 da
partes livremente optaram pela LINDB.
utilização da arbitragem.
II - a decisão ofende a ordem pública nacional.
II - o original da convenção de arbitragem ou Parágrafo único. Não será considerada ofensa à
cópia devidamente certificada, acompanhada de ordem pública nacional a efetivação da citação
tradução oficial. da parte residente ou domiciliada no Brasil, nos
moldes da convenção de arbitragem ou da lei
O art. 38 trata dos possíveis argumentos
processual do país onde se realizou a
trazidos pela defesa para que seja arbitragem, admitindo-se, inclusive, a citação
negada a homologação. postal com prova inequívoca de recebimento,
desde que assegure à parte brasileira tempo
Art. 38. Somente poderá ser negada a hábil para o exercício do direito de defesa.
homologação para o reconhecimento ou Art. 40. A denegação da homologação para
execução de sentença arbitral estrangeira, reconhecimento ou execução de sentença
quando o réu demonstrar que: arbitral estrangeira por vícios formais, não
Na hipótese do inciso I, a decisão é obsta que a parte interessada renove o
nula. pedido, uma vez sanados os vícios
apresentados.
I - as partes na convenção de arbitragem eram 7. Condição jurídica do
incapazes; estrangeiro
II - a convenção de arbitragem não era válida
segundo a lei à qual as partes a submeteram, ou,
na falta de indicação, em virtude da lei do país 7.1.Ideia: é o estudo da entrada, estada
onde a sentença arbitral foi proferida; e saída da compulsória de
III - não foi notificado da designação do árbitro estrangeiros do Brasil.
ou do procedimento de arbitragem, ou tenha
sido violado o princípio do contraditório,
7.2.Entrada
impossibilitando a ampla defesa;
a) Documentos: passaporte que é o
No inciso IV, as partes podem estipular
documento para viagens
limites das questões que serão
internacionais emitido pelo seu
submetidas à arbitragem.
Estado, atestados de idoneidade
IV - a sentença arbitral foi proferida fora dos moral, de saúde, vacinação.
limites da convenção de arbitragem, e não foi b) Visto: autorização consular para
possível separar a parte excedente daquela entrada em certo território.
submetida à arbitragem;
i. Tipos: turismo, trabalho,
V - a instituição da arbitragem não está de
acordo com o compromisso arbitral ou cláusula negócios, diplomático, oficial.
compromissória;
VI - a sentença arbitral não se tenha, ainda, Com relação ao visto, o Brasil adota o
tornado obrigatória para as partes, tenha sido princípio da reciprocidade, se exigem
anulada, ou, ainda, tenha sido suspensa por dos brasileiros, será exigido para o
órgão judicial do país onde a sentença arbitral outro.
for prolatada.
Art. 39. Também será denegada a homologação OBS.: Embaixada x Consulado.
para o reconhecimento ou execução da sentença
Embaixada é que aquela é a
arbitral estrangeira, se o Supremo Tribunal
Federal constatar que: representação política e uma de um
estado no outro, em regra, as
embaixadas ficam na capital, enquanto o d) Banimento: é a expulsão do próprio
Consulado objetiva prestar serviços aos nacional. É a mesma coisa que a
seus cidadãos no exterior, por exemplo, expulsão. No entanto, é proibida
serviços cartoriais. pela CF, sendo considerado um tipo
de pena.
7.3.Saída compulsória: é obrigatória. e) “Expulsão”: é a modalidade
a) Extradição: um estado que tenha prevista pelo Tribunal Penal
jurisdição sobre um indivíduo e Internacional (TPI) para convocação
contra ele há uma condenação penal de estrangeiro para julgamento.
requererá ao outro Estado onde ele Parece extradição, no entanto, não é
se encontre que o extradite. o Estado que solicita, mas o TPI que
O Brasil não extraditará por crimes faz a solicitação.
políticos ou de opinião, para
cumprimento de pena superior ao do
nosso ordenamento jurídico, crimes
prescritos, refugiados e asilados,
brasileiro nato.

As principais regras sobre extradição


estão em tratados firmados entre o
Brasil e outros Estados.

Por exemplo, caso do Ronald Biggs,


Salvatore Cacciola, Abadia.

b) Deportação: um estrangeiro tenta


ingressar irregularmente no
território de outro Estado (imigrante
ilegal) ou lá estando se torna
irregular, podendo ser deportado
(visto ilegal, visto deturpado, que é
o visto para uma determinada
finalidade e utiliza-se para outra, por
exemplo, quando se tem visto de
estudante e começa a trabalhar).

c) Expulsão: um estrangeiro regular no


território nacional, mas que se torna
elemento nocivo aos interesses
nacionais poderá ser expulso.

Exemplo, jornalista correspondente do


NY Times ao falar sobre o então
presidente Lula e sobre as mulheres
brasileiras.

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