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Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

3º Ano – 1º Semestre – Licenciatura em Psicologia

Unidade Curricular: Contextos de Aplicação da Psicogerontologia

Ano letivo: 2023/2024

Lar Augusto César Ferreira Cabido


Ribeira Grande

Docente: Professora Doutora Teresa Medeiros


Discentes: Cátia Teixeira Ledo (2020109533) e Raquel Tavares Pinheiro (20182685)

11 de janeiro de 2024
Índice

Introdução..........................................................................................................................3
Fundamentação Teórica.....................................................................................................4
Lar Augusto César Ferreira Cabido – Ribeira Grande......................................................7
Apresentação..................................................................................................................8
Orgânica Institucional....................................................................................................9
Atividades Desenvolvidas...............................................................................................10
Atividade 1 – Quebra-Gelo..........................................................................................11
Atividade 2 – Reconhecendo e Recordando o Passado através de Imagens...............12
Atividade 3 – Decoração de Flocos de Neve...............................................................13
Atividade 4 – Bolachas de Natal..................................................................................14
Atividade 5 – Construção de um Puzzle......................................................................15
Reflexão Critica e Conclusões.........................................................................................16
Referências Bibliográficas...............................................................................................18
Auto e Hétero Avaliação..................................................................................................18
Anexos.............................................................................................................................20
Anexo A: Consentimento Livre e Esclarecido..…………………….………………………..21
Anexo B: Consentimento Livre e Esclarecido assinado pela Dra. Paula....................21
Anexo C: Áudio da entrevista realizada à Dra. Paula Pimentel..................................22
Anexo D: Transcrição da entrevista realizada à Dra. Paula Pimentel.........................22
Anexo E: Atividade 1 - Quebra-Gelo..........................................................................34
Anexo F: Atividade 2 - Reconhecendo e Recordando o Passado por Imagens...........34
Anexo G: Atividade 3 - Decoração de Flocos de Neve...............................................35
Anexo H: Atividade 4 - Bolachas de Natal..................................................................35
Anexo J: Atividade 5 - Construção de um Puzzle.......................................................36
Anexo 1: Edifício um...................................................................................................37
Anexo 2: Edifício dois.................................................................................................44
Anexo 3: Fotografias tiradas durante a Atividade 2....................................................45
Anexo 4: Fotografias tiradas durante a Atividade 3....................................................45
Anexo 5: Fotografias tiradas durante a Atividade 4....................................................48
Anexo 6: Fotografias tiradas durante a Atividade 5....................................................51

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Introdução

No âmbito da unidade curricular de Contextos de Aplicação da


Psicogerontologia, lecionada pela Professora Doutora Teresa Medeiros, foi-nos proposto
um trabalho de grupo onde tínhamos de realizar quatro atividades com as pessoas idosas
de um lar. O objetivo principal desta iniciativa foi aprofundar o nosso conhecimento
sobre a realidade vivida por estas pessoas, nomeadamente daquelas que residem em
instituições, além de aplicar os conhecimentos teóricos psicogerontológicos adquiridos,
em sala de aula, em um ambiente prático.
Ao longo deste trabalho apresentaremos uma síntese das teorias e conceitos
relevantes que sustentam o nosso estudo, oferecendo uma base teórica, iremos fornecer
uma visão da instituição estuda, incluindo detalhes sobre a sua história, política
institucional, infraestrutura, ornograma, informações sobre o staff, entre outros.
Também descreveremos as atividades em grupo que foram realizadas, destacando os
objetivos, o que estas promoviam, o número de participantes, os recursos necessários e
os resultados alcançados. Também apresentaremos uma análise crítica dos dados
recolhidos e discutiremos as principais conclusões do estudo. Por fim, incluiremos uma
secção na qual realizaremos uma avaliação crítica do nosso trabalho, refletindo sobre o
seu desenvolvimento, pontos fortes e áreas de melhoria, as lições aprendidas e como a
experiência contribuiu para a nossa aprendizagem académica e como pessoa.
Como primeiro passo, foi realizado um pedido formal às instituições e ao ser
autorizada a nossa ida, frequentamos as mesmas durante cinco dias com o intuito de
realizarmos atividades e um estudo de caso. Posteriormente, foi-nos atribuído o Lar
Augusto César Ferreira Cabido, na Ribeira Grande, o qual frequentamos em 2023, nos
dias vinte e nove e trinta de novembro, sete, doze e quatorze de dezembro, entre as
14:00 e as 17:30 horas.
No primeiro dia (vinte e nove de novembro), fomos recebidas pela Doutora
Paula Pimentel, a assistente social do lar, que nos fez uma visita guiada às instalações e,
seguidamente, realizamos uma atividade quebra-gelo com um grupo de pessoas idosas.
No segundo dia (trinta de novembro) foi feita uma entrevista institucional com a Dra.
Paula, para ficarmos a conhecer melhor o lar, acompanhada de uma atividade que
consistia em apresentar diversos cartões com imagens de objetos e festividades de
antigamente, sendo necessário os denominarem e dizerem o que se lembravam dos
mesmos. No terceiro dia (sete de dezembro), foi realizada uma atividade que remetia

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para o Natal, na qual as pessoas idosas tinham de colar cotonetes em uma cartolina com
flocos de neve desenhados por nós, previamente. Foi também neste dia que,
individualmente, começamos a realização do estudo de caso, o qual realizamos até ao
último dia. No quarto dia (doze de dezembro), fizemos bolachas de Natal, e no dia a
seguir, como houve um jantar de alusivo a esta data no lar, as pessoas idosas puderam
comer as mesmas. Por fim, no último dia (quatorze de dezembro), apesar de já termos
concluído as quatro atividades pedidas, decidimos realizar a construção de um puzzle.

Fundamentação Teórica

O envelhecimento é um fenómeno mundial, uma vez que a esperança média de


vida tem vindo a aumentar. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2025,
existirá um total de, aproximadamente, 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos.
Portanto, viver cada vez mais tempo, sem doenças e com qualidade de vida, ou seja,
ficar velho mantendo a juventude (Neri,2007) é fundamental.
Metchnikoff (1903), falou pela primeira vez numa ciência para o estudo do
envelhecimento, a gerontologia e, desde então, começou a haver um maior interesse em
estudar todas as modificações que ocorrem durante este período, surgindo,
consequentemente, a geriatria, que se preocupa com o estudo terapêutico da
gerontologia e a psicogerontologia que, como aprendemos ao longo desta unidade
curricular, estuda a psicologia do envelhecimento.
Frequentemente, o envelhecimento é confundido como um estado, que começa
aos 65 anos e, a partir daí, deixa de haver desenvolvimento pessoal, no entanto, não é
isto que acontece. De acordo com Neri (2007), a realidade é muito mais complexa, uma
vez que o envelhecimento não é um processo linear, mas sim contínuo e
multidimensional, influenciado por fatores genéticos, biológicos e socioculturais,
marcados por ganhos e perdas concorrentes.
O envelhecimento, para além de ser cronológico (ocorre desde o nascimento) e
biopsicológico, também deve ser ativo e, para isto, devem de ser realizadas estratégias
de promoção do desenvolvimento ativo como investir na aprendizagem e em novas
atividades; reforçar a vida familiar; ter projetos; prevenir a segurança económica;
manter e aprofundar o sentimento de utilidade para si mesmo e para os que o rodeiam,
entre outros. Felizmente, no nosso contacto com os residentes do lar, pudemos
confirmar que grande parte deles mantêm este envelhecimento ativo, e, com as
atividades que realizamos, pretendemos contribuir para o aumento do mesmo.

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De facto, este é um período marcado por um declínio funcional, progressivo e
irreversível (Ribeiro, 2013), conhecido por envelhecimento primário. Também podemos
destacar o envelhecimento secundário, que é causado por doenças, abusos ou desusos.
Portanto, tendo em conta que esta faixa etária é acompanhada de diversas dificuldades,
proporcionar o bem-estar das pessoas idosas é fundamental, seja esse bem-estar físico,
psicológico, afetivo/social ou cognitivo. Durante os dias que fomos ao lar, tentamos
sempre desenvolver, pelo menos, um destes tipos de bem-estar.
Relativamente ao bem-estar físico, é incentivado que as pessoas idosas
mantenham uma prática de atividade física e mobilidade regular, uma vez que esta leva
a uma redução dos riscos de diabetes, da prevenção da tensão arterial, do colesterol, ao
aumento da força muscular e à resistência óssea, tendo também efeitos psicológicos
como melhoria do autoconceito e da autoestima (Newman e Newman, 2003) e uma
alimentação equilibrada que, por sua vez, previne a hipertensão, a trombose e as
doenças coronárias.
Segundo Ryff (1989), o bem-estar psicológico é alcançado quando o sujeito
alcança um conjunto de dimensões, sendo estas: a aceitação pessoal (tem uma atitude
positiva em relação a si próprio e vivencia sentimentos positivos como o entusiasmo, a
alegria e a felicidade); a autonomia (é independente, resistindo a pressões sociais); o
crescimento pessoal (sente que está em constante desenvolvimento e aceita o mesmo,
constantemente); o domínio do ambiente (sente-se capaz de lidar com desafios e cultivar
relações significativas); as relações positivas com os outros (amor, carinho e
preocupação com quem está à sua volta); e, por fim, o sentido da vida (integra o
passado, dá significado ao presente e procura o melhor para o futuro). No entanto, este
bem-estar psicológico muitas vezes é interrompido devido a riscos socioeconómicos
como a pobreza, exclusão social, baixa escolaridade e baixo status ocupacional ou
biológicos como a depressão, ansiedade e perturbações relacionadas com a
neurodegeneração (agressividade, regressão emocional, demência, entre outros).
O bem-estar afetivo ou social, segundo Keyes (1995), refere-se à aceitação
social (ter atitudes positivas em relação aos outros); integração social (sentir-se parte da
comunidade e apoiado pela mesma); realização social (preocupação com a sociedade);
coerência social (ver o mundo social como inteligível, lógico e previsível); e,
contribuição social (sentir que tem alguma coisa positiva para dar à sociedade). Porém,
uma das grandes dificuldades do envelhecimento é o idadismo, que se caracteriza por

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ser uma atitude discriminatória exercida sobre um grupo e que apenas decorre de uma
característica dos indivíduos: a idade (Moreira, 2020).
O envelhecimento pode afetar diversas funções cognitivas, incluindo a
inteligência, atenção e memória (Gouveia et al., 2006), que seguem trajetórias distintas
ao longo da vida, ou seja, algumas aptidões atingem o seu ápice mais cedo e outras
começam a mostrar um declínio tardio e vice-versa. Segundo Baltes & Mayer (1999),
estas cognições podem ser influenciadas por variáveis como a escolaridade e a profissão
(pessoas idosas que tiveram experiências educacionais e profissionais mais ricas
mostraram melhor desempenho intelectual) e o ambiente sociocultural (pessoas que
tiveram acesso a ambientes enriquecidos socioculturalmente mantinham níveis mais
altos de competência em idade avançada, tal como uma maior capacidade de resolver
problemas e de autocuidado).
De acordo com Simões (2006), a inteligência pode ser prática, já que está
associada à aplicação de conhecimento e habilidades para lidar com situações do dia a
dia, não havendo dificuldade com o aumento da idade, ou académica que, por sua vez, é
a capacidade de resolver problemas complexos e assimilar conhecimento em contextos
educacionais, passando a haver na primeira adultez uma dupla configuração, a qual
Cattell (1960) designou de inteligência fluída (habilidade de raciocínio abstrato e de
solução de problemas novos, que declina com o envelhecimento) e inteligência
cristalizada (aplicação de conhecimentos, nomeadamente, práticos, adquiridos ao longo
do tempo que continua a se desenvolver ao longo da vida e muitas vezes permanece
estável ou declina minimamente com o envelhecimento).
Quanto à atenção, esta também sofre um declínio com o envelhecimento, sendo
que aqui surge a Transtorno do Transtorno da Inibição (Kagan & Snidman, 2004), que
procura compreender a distração das pessoas idosas, especialmente no que diz respeito
ao controlo de informações em tarefas simultâneas e à dificuldade em realizar uma
atenção seletiva, isto é, focar a atenção em um assunto e inibir informações irrelevantes.
De forma a aumentar a atenção, é recomendado o conhecimento do momento (saber
quando esperar os distratores) e da informação prévia sobre a presença de distratores.
Os vários tipos de memória podem ou não sofrer algum declínio associado ao
envelhecimento. A memória a curto prazo funciona com base em uma quantidade
limitada de informações num período curto, registando declínios pouco significativos
com a idade. Por sua vez, a memória a longo prazo opera com base em uma quantidade
ilimitada de informações num período longo. A memória sensorial (visual, auditiva,

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olfativa e tátil) não sofre alterações significativas, ao contrário da memória operatória,
envolvida em sequências de operações. A memória episódica armazena informações
relativas a experiências pessoais, com componentes espaciais e temporais e a memória
semântica é composta por acontecimentos gerais sem referências de tempo e contexto,
sendo que a primeira sofre declínios notáveis, e a segunda sofre declínios praticamente
inexistentes. Por fim, a memória prospetiva é direcionada para intenções ou eventos que
devem ser realizados no futuro, e aqui verificam-se declínios, sendo uma das frequentes
queixas do envelhecimento (Simões, 2006; Taussik & Wagner, 2007).
A compreensão da complexidade do envelhecimento contribui para a
implementação de estratégias que visam melhorar a qualidade de vida das pessoas
idosas, sendo este o principal objetivo quando realizamos as nossas atividades no lar.

Lar Augusto César Ferreira Cabido – Ribeira Grande

No primeiro dia (vinte e nove de novembro), a Dra. Paula teve a gentileza de nos
fazer uma visita guiada às instalações do lar, o que nos ofereceu familiaridade com o
mesmo e uma maior sensação de conforto, uma vez que, inicialmente, como nunca
tínhamos tido a oportunidade de realizar um trabalho prático como o proposto,
estávamos nervosas e não sabíamos como as coisas iam correr. Para além disso, também
tivemos a oportunidade, durante a visita, de conversar um pouco com a Doutora e
esclarecer algumas dúvidas sobre o lar e como iriam decorrer as próximas visitas.
No segundo dia (trinta de novembro) que frequentamos o lar, foi feita uma
entrevista institucional com a Dra. Paula, visando obter uma maior compreensão da
instituição em causa, cujo guião foi realizado previamente, para conseguirmos realizar
todas as questões que pretendíamos, sendo que o mesmo foi partilhado com a Doutora
no primeiro dia (vinte e nove de novembro) a pedido da mesma, para poder se informar
sobre todas as informações que necessitávamos, o que demonstrou um grande auxílio da
parte desta. Antes de iniciar a gravação, entregamos o consentimento informado à Dra.
Paula e explicamos o mesmo (Anexo A e B). Para além disso, informamos que poderia
interromper a entrevista sempre que necessário e terminar a mesma se não quisesse
continuar ou se se sentisse desconfortável, garantindo sempre confidencialidade dos
dados fornecidas. Posto isto, iniciamos a gravação de áudio e a entrevista (Anexo C e
D), que foi realizada pelas duas estudantes.

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Apresentação

Augusto César Ferreira Cabido, nasceu a 9 de outubro de 1817 e veio a falecer a


11 de janeiro de 1881, com 64 anos. O Sr. Augusto Cabido era padre e decidiu deixar
um testamento, aprovado a 23 de outubro de 1880, com a intenção de fundar o lar.
A 11 de janeiro de 1885, foi então construído o lar que era designado por
Hospício de Augusto Ferreira Cabido, por familiares do testador, sendo estes Heitor da
Silva Âmbar Cabido e Martiniano Cabido os primeiros administradores. Os primeiros
estatutos foram aprovados pelo Governo Civil, em Ponta Delgada, a 25 de setembro de
1888, mudando o nome para Asilo de Mendicidade de Augusto César Ferreira Cabido.
Para além disso, a 13 de março de 1955 foi inaugurada a capela privativa da instituição
e, em 1956, entraram na instituição as irmãs da Congregação das Franciscanas de Nossa
Senhora das Vitórias, que ajudaram na administração. A 31 de outubro de 1996, esta
tornou-se uma IPSS, ou seja, uma Instituição Particular de Solidariedade Social,
passando a designar-se de Lar Augusto César Ferreira Cabido e, mais recentemente,
houve mais uma alteração para Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, ERPI.
O Lar Augusto César Ferreira Cabido, após algumas obras de ampliação, entre
1997 e 2005, tem capacidade para cinquenta e um residentes, uma vez que a instituição
está dividida em dois edifícios. O edifício um (Anexo 1) é constituído por dois quartos
individuais, um quarto triplo e treze quartos duplos. Ainda inclui a administração, duas
salas de convívio, casas de banho, cozinha, refeitório, lavandaria, armazém, posto de
enfermagem, escritório, capela, sala de staff, elevador, um alpendre onde colocam roupa
e um jardim para cultivarem. Já o edifício dois (Anexo 2) é mais pequeno, e é onde se
encontram as pessoas idosas que mais dependentes. É constituído por dois quartos
individuais e quatro quartos duplos. Residem, nesta instituição, pessoas idosas com
diferentes graus de dependência, sendo que, trinta idoso tem grau elevado, oito idoso
tem grau moderado e treze pessoas idosas tem grau ligeiro de dependência.
Esta instituição não tem fins lucrativos, mas acordos com a Segurança Social, ou
seja, a Segurança Social comparticipa X valor por cada utente, e esse X vai depender do
grau de dependência de cada pessoa. As pessoas idosas transferem 80% dos seus
rendimentos, sendo este calculado com base no IRS e, caso a pessoa não faça IRS, é com
base na declaração de rendimentos do ano. O lar providencia alimentação, produtos de
higiene, lavandaria, entre outros, contudo, despesas extras, como por exemplo, fraldas,
medicação, resguardos e consultas, são da responsabilidade do utente ou família.

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Orgânica Institucional

A instituição apresenta um organigrama que está dividido em 3 corpos sociais,


Direção, Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal. A Direção é composta por um
Presidente, Carlos Alberto P. Teixeira Gaipo; um Vice-presidente, Lúcia Madalena A. C.
Sousa; um Secretário, Mário Rodrigues Frade; um Tesoureiro, António Augusto Pascoal
Vieira Costa e um Vogal, Pe. Manuel da Silva Galvão. Já a Mesa da Assembleia Geral é
composta por um Presidente, José Luís Ferreira Rocha Pontes; um 1º secretário, Rosa
Maria Tomás Menezes e um 2º Secretário, José Carreiro D’Almeida. Por fim, o
Conselho Fiscal é constituído por um Presidente, José Manuel de Sousa Lima; um 1º
Vogal, Lina de Fátima Melo Borges e um 2º Vogal, José Eduardo da Costa Medeiros.
Quanto ao Staff do Lar Augusto César Ferreira Cabido, da Ribeira Grande, este é
composto por 3 trabalhadoras administrativas, 3 enfermeiras a tempo inteiro, 1
animadora sociocultural, 20 ajudantes de lar, 2 cozinheiras, 3 empregadas de
cozinha/refeitório, 1 fiel de armazém, 5 trabalhadoras de serviços gerais, 1 trabalhador
de manutenção que também é motorista quando necessário, 1 assistente
social/coordenadora, 1 médico em prestação de serviços e 1 dietista, também, em
prestação de serviços. O Staff mencionado são funcionários permanentes do lar.
Contudo, é importante referir que o médico e a dietista não estão no lar a tempo
inteiro, ou seja, a dietista faz um plano alimentar e um plano da ementa mensalmente; o
médico, também, vai ao lar uma vez por mês, atendendo aos casos mais críticos
primeiro, sendo as patologias mais predominantes as demências, a perda de mobilidade,
diabetes, tensão alta e o grau de dependência e, de facto, tivemos a oportunidade de
confirmar esta informação com a enfermeira, como proposto pela Doutora; e a
animadora sociocultural é responsável por elaborar um plano de atividades mensal,
tendo em conta as épocas festivas. Para além disso, ainda há, todos os anos, alunos da
Escola Secundária da Ribeira Grande que estagiam na instituição, sendo estes pontuais.
Em relação às qualificações da equipa a Doutora Paula afirmou que no momento
de contratar, preferencialmente, tentam admitir pessoas com formação na área da
geriatria, com carta de condução e com escolaridade obrigatório, mas nem sempre isso é
possível e optam por aceitar pessoas com pelo menos carta de condução e escolaridade
obrigatória, uma vez que às vezes é necessário acompanhar os residentes ao hospital ou
a outro local e que são necessários fazer registos escritos. Apesar disso, tem de fazer
uma formação obrigatória para poderem ser aceites. Além disso, não existem formações

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continuas internas, mas sempre que há formações exteriores o lar tenta inscrever alguns
funcionários, uma vez que não podem inscrever todos por não haver funcionários
suficientes para que isto ocorra. Ainda refere que poderiam ter formação para refrescar
técnicas de prestação de cuidados aos residentes, posicionamento e de comunicação,
sendo que considera que, às vezes, com o tempo, as pessoas vão perdendo as técnicas.
No que diz respeito à dinâmica institucional, a Doutora relata que existe uma
relação muito próxima entre todos. A relação entre funcionários e pessoas idosas é de
completa liberdade, ou seja, podem falar com quem quiserem e deslocarem-se para onde
pretenderem, desde que tenham capacidade para tal, já que muitas das pessoas idosas
têm limitações verbais e físicas. A relação de utente para utente é promovida através de
atividades e comemoração de épocas festivas, como por exemplo, o Natal e a Páscoa.
Para finalizar, à cerca do horário, o lar funciona 24 horas por dia o que exige um
Staff bastante alargado; as visitas podem ser feitas todos os dias das 15 às 17 horas; o
horário das refeições é composto por pequeno-almoço às 9 horas da manhã, almoço às
12 horas e 30 minutos, lanche às 15 horas e 30 minutos, jantar às 18 horas e 30 minutos
e ceia às 21 horas; o acompanhamento de enfermagem é feito das 8 horas às 20 horas,
tendo sempre um enfermeiro de prevenção, que é chamado se necessário no restante
horário; e o horário de higiene decorre desde as 6 horas e 30 minutos às 7 horas da
manhã para que não só seja possível às 9 horas estar a maioria dos residentes a tomar
pequeno-almoço, mas também, porque grande parte dos residentes dorme cedo e a esta
hora estão acordados.

Atividades Desenvolvidas

Ao longo dos cinco dias que estivemos no lar, realizamos cinco atividades com
as pessoas idosas, uma em cada dia, cujo principal objetivo foi alcançar resultados
positivos a nível do bem-estar afetivo/social, o que foi possível, já que todas as
atividades envolviam comunicação e esta, consequentemente, promovia a aceitação
social, a integração social e a contribuição social.
No entanto, é importante destacarmos que certas atividades contribuíram para
promover o bem-estar físico, psicológico e cognitivo (inteligência, atenção e memória),
sendo assim, ao longo do nosso trabalho, vamos abordar estes conceitos, que foram
mencionados na fundamentação teórica enquanto os conciliamos com as atividades
realizadas.

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Atividade 1 – Quebra-Gelo

Após fazermos a visita guiada pela Dra. Paula à instituição, fomos até à sala de
convívio e apresentamo-nos. Imediatamente, um grupo de senhoras que estavam
sentadas numa das mesas a colorir desenhos, iniciaram conversa connosco, o que tornou
mais fácil o nosso processo de integração, uma vez que, até então, estávamos nervosas.
No primeiro dia (vinte e nove de novembro), realizamos a primeira atividade
(Anexo E e Anexo 3), que consistia em uma atividade quebra-gelo, que foi dividida em
duas partes e contou com a participação de sete pessoas idosas, estes estavam sentados
numa mesa circular, o que possibilitava a visibilidade e a audição entre todos os que
estavam presentes. Esta atividade durou cerca de uma hora, já que passamos grande
parte do tempo a ouvir e a partilhar histórias. Esta atividade tinha como principal
objetivo criar uma base de confiança entre nós, as estudantes, e as pessoas idosas de
modo a transformar o espaço em um ambiente mais confortável para todos, e proceder à
estimulação da memória.
Na primeira parte da atividade, as estudantes explicaram como este momento
iria funcionar, exemplificando o procedimento. Cada participante, ao se apresentar,
tinha de compartilhar o seu nome, idade e naturalidade, e de modo a tornar o momento
mais dinâmico, quando uma pessoa acabava de falar, tinha de passar uma bola para a
pessoa do lado, o que indicava quem seria o próximo a compartilhar as suas
informações. Por sua vez, a segunda parte da atividade consistia em as pessoas idosas
compartilharem as suas vivências e lembranças sobre o Natal.
Esta atividade contribui para o bem-estar físico, ao estimular movimentos
simples como passar a bola. Observamos resultados positivos a nível do bem-estar
psicológico, já que permitiu haver uma aceitação pessoal, ao compartilharem
informações sobre si e crescimento pessoal, pois compartilhar histórias pessoais pode
promover uma sensação de desenvolvimento. A nível do bem-estar afetivo/social foi
promovida aceitação social, a integração social e a contribuição social. Por fim, a nível
do bem-estar cognitivo, ter de recordar eventos passados relativos ao Natal, estimulou a
atenção também teve um papel fundamental durante a atividade, pois os participantes
precisavam de ouvir atentamente as histórias compartilhadas pelos colegas, preparando-
se para se apresentarem, quando chegasse à sua vez.

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Atividade 2 – Reconhecendo e Recordando o Passado através de Imagens

A segunda atividade (Anexo F e Anexo 4) foi realizada no dia trinta de


novembro, e contou, novamente, com a participação de sete pessoas idosas que se
encontravam na sala de convívio, mas como estavam divididos em dois pares e em um
grupo de três, isto tornou a interação e o compartilhamento de histórias mais eficaz, no
entanto, isto também fez com que a atividade tivesse uma duração de,
aproximadamente, duas horas e meia. O objetivo principal desta atividade era estimular
a recordação e a partilha de memórias entre os participantes.
Antes de iniciarmos a atividade, certificamos que explicamos como iria
funcionar a atividade, sendo que esta consistia em apresentar cartões com imagens que
tínhamos escolhido previamente, que remetiam a objetos, tradições e festejos antigos
como o telefone; carro; relógio; chaleira; balança; pião; máquina de escrever; carroça;
máquina de costura; capote; Portas da Cidade, em Ponta delgada; Cavalhadas; Santo
Cristo; e Marchas Populares, para depois os participantes poderem denominar cada
imagem, ou seja, dizer o que aparecia na mesma e, em seguida, contarem histórias
pessoais, descreverem como utilizavam esses objetos n ou compartilhar recordações
específicas relacionadas às tradições e festejos apresentados.
Relativamente ao bem-estar físico, este não foi promovido durante esta
atividade. No entanto, o bem-estar psicológico foi, uma vez que houve domínio do
ambiente, porque houve uma reflexão sobre experiências passadas e o desenvolvimento
de relações positivas com os outros, porque os participantes começaram a conversar
todos entre si. A nível do bem-estar afetivo/social foi promovida aceitação social, a
integração social e a contribuição social. Por fim, em relação ao bem-estar cognitivo,
houve uma estimulação da inteligência, nomeadamente da inteligência prática, uma vez
que, ao recordar objetos antigos, tradições e festejos, os participantes podem aplicar as
suas experiências passadas de maneira prática, ou seja, dizer como utilizavam x coisa
antigamente e como utilizam agora e da inteligência cristalizada, já que os participantes
demonstraram a utilização de saberes adquiridos ao longo da vida. A atenção seletiva
também foi aprimorada durante a atividade, pois os participantes focaram em detalhes
específicos das imagens e lembranças, o que contribuiu para um aumento na atenção.
Esta atividade foi essencial para promover diversos tipos de memória, nomeadamente a
longo prazo e episódica (recordar eventos específicos de suas vidas relacionados ao que
está nas imagens).

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Atividade 3 – Decoração de Flocos de Neve

A atividade realizada no dia sete de dezembro (Anexo G e Anexo 5) tinha como


objetivo proporcionar aos participantes uma experiência natalícia, estimulando a
expressão criativa e o desenvolvimento da motricidade fina, algo que é muito
importante nesta faixa etária. Nesta atividade, que contou com uma duração de uma
hora e meia, só participaram cinco pessoas, já que havia limitação dos materiais
fornecidos e, como eramos apenas duas estudantes, tornava-se mais difícil ajudar
individualmente, quando necessário.
Os participantes sentaram-se numa mesa circular, o que permitia que todos
conseguissem ver o que estava a ser feito e que houvesse um suporte mútuo.
Previamente, nós, as estudantes, recortamos diversos círculos em duas cartolinas de
cores diferentes e diversos cotonetes, de modo que os participantes não se magoassem.
Depois, começamos por exemplificar o processo e ajudamos as pessoas idosas na
atividade, quando necessário, que consistia em desenhar a lápis diversos flocos de neve
e, por fim, colar os cotonetes dos tamanhos certos em cima do desenho dos flocos.
Algumas senhoras gostaram tanto da atividade que quiseram realizar mais do que um
floco de neve, como inicialmente pretendido. No fim, colocaram os flocos numa parede
de cortiça onde costumam colocar alguns dos seus desenhos.
No que toca ao bem-estar físico, houve um desenvolvimento da motricidade
fina, já que foram oferecidas diversas oportunidades para os participantes executarem
movimentos de precisão com controlo e destreza, nomeadamente no recorte das
cartolinas, na aplicação de cola, no manuseio dos cotonetes e na decoração detalhada
dos flocos. Relativamente ao bem-estar psicológico, houve uma promoção da
autonomia, porque os participantes tiveram controle sobre a atividade e crescimento
pessoal, uma vez que foi oferecido um espaço para aprendizado. No bem-estar afetivo e
social houve, novamente, aceitação, integração e contribuição social. Quanto ao bem-
estar cognitivo, ocorreu a estimulação da inteligência prática, já que esta atividade
exigia a aplicação prática do conhecimento na escolha e aplicação dos materiais. A
atenção seletiva também esteve presente, quando os participantes escolhiam entre cores,
padrões e técnicas de decoração. Quanto à memória, a execução de tarefas práticas,
como cortar e colar, envolveu a memória operatória, contribuindo para a retenção de
passos e técnicas utilizadas durante a atividade (Anexo G).

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Atividade 4 – Bolachas de Natal

A quarta atividade (Anexo H e Anexo 6) realizada no dia doze de dezembro,


decorreu durante uma hora e meia, e foi feita por seis pessoas idosas. Este momento
tinha como principais objetivos criar um ambiente de convívio intergeracional entre as
pessoas idosas e as estudantes, buscando estimular a ativação da motricidade, a
mobilidade e a criatividade. No dia sete de dezembro, tínhamos perguntado a algumas
pessoas receitas de Natal que costumavam cozinhar quando eram mais novas, e depois,
selecionamos a receita que parecia mais fácil de realizarem e que podia ser adaptada
para todas as pessoas do lar, uma vez que, apesar de nem todos cozinharem, todos iam
comer, e alguns indivíduos tem diabetes, assim, colocamos o dobro dos ingredientes e
metade do açúcar da receita original.
Esta atividade começou com os participantes a vestirem toucas e aventais para
garantir segurança e higiene. O próximo passo foi fazer a massa das bolachas, sendo que
cada pessoa idosa contribuiu de forma ativa, enquanto cada etapa da preparação da
massa foi supervisionada pelas estudantes. Após a massa estar pronta, foi dividida por
cada pessoa e estendida na mesa, de forma que se pudessem utilizar as formas de Natal.
Após estes passos estarem todos prontos, as bolachas foram levadas ao forno por nós, as
estudantes. Esta foi a atividade em que as pessoas demonstraram mais interesse e
empenho, sendo mencionada constantemente ao longo do dia. As bolachas foram
guardadas e comidas no dia a seguir, já que foi feito um Jantar de Natal no lar.
A participação ativa na preparação da massa e o movimento pela cozinha
durante as diferentes etapas da atividade promoveu mobilidade, estimulando a
flexibilidade e a coordenação motora, contribuindo, assim, para o bem-estar físico.
Quanto ao bem-estar psicológico ocorreu a promoção da autonomia, porque apesar de
terem sido dadas instruções, as pessoas idosas realizaram quase tudo
independentemente e domínio do ambiente, já que os participantes se sentiram capazes
de lidar com os desafios culinários propostos. No bem-estar afetivo e social houve,
novamente, aceitação, integração e contribuição social. Por fim, relativamente ao bem-
estar cognitivo, houve uma promoção da inteligência prática, já que os participantes
colocaram em prático o seu conhecimento prévio em culinária e a inteligência fluída foi
importante desde a decisão de formas e que ingredientes colocar em cima das bolachas
para decorar. Todos os procedimentos realizados também necessitaram de uma atenção
seletiva, por exemplo, para não errarem na quantidade dos ingredientes. E as principais

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memórias acionadas foram a memória sensorial, enquanto manipulavam os
ingredientes, sentindo texturas, cheiros e sabores e a memória operatória que foi
essencial ao seguir os passos da receita.

Atividade 5 – Construção de um Puzzle

Apesar de só terem sido propostas quatro atividade pela docente Teresa


Medeiros, decidimos realizar mais uma (Anexo J) no dia quatorze de dezembro, que
consistia na construção de um puzzle cuja imagem remetia para um campo, retratando
uma época mais remota e antiquada, o que consideramos ideal para oferecer às pessoas
do lar. Tivemos o cuidado de escolher um puzzle com poucas peças, para a sua
construção não ser muito difícil. O puzzle demorou, aproximadamente, uma hora a ser
concluído e contou com a participação de três pessoas, no entanto, deixamos o puzzle
no lar, podendo ser utilizado por qualquer pessoa.
No início da atividade, começamos por explicar como funcionava o puzzle, já
que ambas as participantes tinham dificuldades em compreender como o mesmo
funcionava, ou seja, em que locais encaixar as peças. Ao longo da construção, nós, as
estudantes, tivemos de ajudar inúmeras vezes as participantes, visto que as mesmas
tinham dificuldades em encontrar os locais ideias para encaixar cada peça. Ao longo
desta atividade, foram contando histórias ou acontecimentos que passaram, alguns
envolvendo a imagem que constava no puzzle como o carro e os patos.
A nível do bem-estar físico, a manipulação das peças pequenas do puzzle
envolveu a motricidade fina, havendo um grande controlo dos dedos e das mãos, bem
como da concentração e do foco, o que contribui para o refinamento das habilidades
desta motricidade. Quanto ao bem-estar psicológico, houve uma aceitação pessoal, já
que o sucesso na resolução do puzzle provocou um sentimento de realização pessoal em
ambas as participantes e, para além disso, houve um estabelecimento de relações
positivas entre estas duas senhoras que antes não comunicavam muito. No bem-estar
afetivo e social houve, novamente, aceitação, integração e contribuição social. Em
relação ao bem-estar cognitivo, houve a promoção da inteligência acadêmica, já que
puzzles desafiam a capacidade de raciocínio lógico e de resolução de problemas; a
atenção seletiva também esteve presente na escolha das peças adequadas; e, por fim,
houve um estímulo da memória a curto prazo para escolher as peças e da memória
prospetiva, ao planejar e antecipar movimentos futuros para completar o puzzle.

15
Reflexão Critica e Conclusões

De forma a concluir o nosso relatório sobre a nossa intervenção no Lar Augusto


César Ferreira Cabido, achamos importante apresentar uma breve reflexão crítica e
algumas conclusões, mencionando limitações e potencialidades do lar, como correu a
nossa intervenção e que contribuições este trabalho teve para o nosso dia-a-dia.
Alguns pontos negativos que achamos importante mencionar são os horários de
funcionamento, embora estes sejam necessários para manter a rotina, podem ser
desafiadores para as pessoas idosas, como conferimos com alguns deles, especialmente
no que diz respeito às atividades matinais e à ceia, portanto, seria benéfico considerar
ajustes que respeitem mais os ritmos de cada um dos residentes. A televisão com
volume elevado também dificultou um pouco a nossa audição e comunicação com as
pessoas, portanto, a gestão do volume da mesma poderia ser revista para criar um
ambiente mais tranquilo. Também reparamos que alguns residentes gostariam de
realizar atividades diferentes e, de facto, a ausência de atividades estimulantes pode
levar ao isolamento social e à falta de estímulo mental, afetando negativamente o bem-
estar das pessoas idosas. A falta de formação contínua também é uma limitação, já que
esta é crucial para capacitar os profissionais a lidar com as necessidades complexas de
cada idoso.
Relativamente às potencialidades, o espaço está corretamente adaptado para
diferentes graus de dependência, o que proporciona um ambiente mais seguro. A relação
entre residentes e profissionais, segundo o que observamos e segundo relatos de ambos,
demonstra ser muito positiva e saudável, sendo que os residentes se sentem confortáveis
com os mesmos. É muito importante mencionarmos que recebemos apoio da Dra. Paula
no processo todo, esta se encontrava sempre disponível para tudo o que precisássemos,
o que facilitou imenso o nosso trabalho, uma vez que a instituição não tem psicólogo.
Nem todas as pessoas idosas quiseram participar nas atividades, mas os que
participaram, o fizeram por livre vontade e de bom grado, tornando todas as atividades
produtivas e divertidas e permitindo com que os nossos objetivos fossem alcançados. A
nossa relação com as pessoas do lar também é um ponto positivo a destacar, já que nos
sentimos acolhidas e pudemos conversar sobre imensas temáticas e ficar a conhecer
melhor o que pessoas desta faixa etária pensam, sentem e fazem. Para além disto, foi a
primeira vez que tivemos a oportunidade de colocar em prática os conteúdos teóricos
fornecidos durante o nosso curso de Psicologia. E, por fim, como ponto positivo,

16
destacamos a nossa relação como equipa, já que nos ajudamos mutuamente em todo o
processo, desde a conceção à execução.
Quanto ao processo em si, destacamos a importância da visita guiada e da
entrevista institucional, que nos permitiram compreender a estrutura e a dinâmica do
Lar Augusto César Ferreira Cabido. A contextualização histórica, desde a fundação por
Augusto Cabido até a evolução para uma ERPI, e as informações obtidas sobre a
orgânica institucional enriqueceu a nossa compreensão da instituição. Já as atividades
desenvolvidas foram pensadas para estimular diferentes dimensões do bem-estar,
incluindo físico, psicológico, social e cognitivo. Na fundamentação teórica, exploramos
conceitos-chave relacionados ao envelhecimento e tentamos explicar detalhadamente
todo o processo realizado de forma clara.
Em síntese, com este trabalho, adquirimos uma compreensão mais profunda das
complexidades do envelhecimento, aprendemos a importância da adaptação das
estratégias de comunicação e das atividades, reconhecendo as limitações dos residentes.
Quando iniciamos este trabalho, o nosso objetivo principal era aplicar os conhecimentos
teóricos adquiridos em sala de aula, proporcionando atividades que promovessem o
bem-estar afetivo/social, e que contemplassem aspetos físicos, psicológicos e cognitivos
dos residentes do lar. Agora que concluímos o nosso processo, acreditamos que
conseguimos atender às necessidades diversificadas das pessoas idosas e contribuir um
pouco para o seu bem-estar nestes diferentes níveis. Portanto, esta foi, de facto, uma
oportunidade muito valiosa e enriquecedora.

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Referências Bibliográficas

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Taussik, I., & Wagner, J. R. (2007). Handbook of clinical geropsychology. Pergamon.

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Auto e Hétero Avaliação

Eu, Cátia Teixeira Ledo (2020109533), acho que mereço um 18 neste trabalho,
porque estive envolvida em todo o processo, desde a conceção à execução, apesar de
todas as dificuldades que fui enfrentando. Sendo assim, acho que mereço uma avaliação
que vai ao encontro do meu esforço. Fui responsável por criar, planejar e executar todos
os materiais necessários. A minha presença foi constante na produção prévia de
atividades, considerando tanto a componente teórica abordada nas aulas de Contextos de
Aplicação da Psicogerontologia, quanto as capacidades e limitações de cada uma das
pessoas idosas no lar. Durante as atividades, dei sempre o meu melhor para
proporcionar uma experiência positiva aos participantes e um ambiente saudável e
confortável, mantendo uma comunicação clara e adaptando as instruções de acordo com
as necessidades individuais dos residentes. Para além disso, também realizei a
elaboração do relatório escrito e do PowerPoint, garantindo que a informação estava
correta e bem elaborada. Todas as atividades foram igualmente e justamente divididas,
portanto, acho que a minha colega, Raquel Pinheiro, também merece um 18, uma vez
que esteve envolvida em todo o processo de conceção e realização, demonstrando
comprometimento para comigo e para com o nosso trabalho, o que tornou este processo
mais fácil e agradável.
Eu, Raquel Tavares Pinheiro (20182685), acho que mereço um 18 na avaliação
deste trabalho, uma vez que realizei todas as fases deste processo, desde a entrevista à
Dra. Paula à realização das atividades. Também tive sempre em consideração os
conteúdos teóricos adquiridos na sala de aula durante a planificação e execução das
atividades, de forma a proporcionar um trabalho prático eficaz para a promoção do bem-
estar das pessoas idosas. Durante a realização das mesmas, também me certifiquei de
que todos os participantes se sentiam confortáveis e estava sempre disponível caso
precisassem de ajuda. Para além disso, contribui ativamente para a elaboração deste
relatório escrito e do respetivo PowerPoint. Acredito que a minha colega, Cátia Teixeira
Ledo, também merece um 18, uma vez que participou ativamente em todo o trabalho,
havendo uma distribuição justa das tarefas.

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Anexos

Os anexos encontram-se divididos em ordem alfabética (A – J), que corresponde


ao material recolhido; e em ordem numérica (1 – 7), que corresponde às fotos tiradas ao
lar e às atividades realizadas.

Anexo A: Consentimento Livre e Esclarecido

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Anexo B: Consentimento Livre e Esclarecido assinado pela Dra. Paula Pimentel

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Anexo C: Áudio da entrevista realizada à Dra. Paula Pimentel

Anexo D: Transcrição da entrevista realizada à Dra. Paula Pimentel

Entrevistadora: “Boa tarde. Como já sabe, pode terminar a entrevista quando


quiser. Vamos só fazer assim umas perguntas acerca da instituição no geral, depois
vamos falar um bocadinho mais do staff dos residentes e das patologias dos
residentes, algumas atividades e as funções do lar e das instalações. Relativamente
ao lar, quando é que foi fundado?”

Entrevistada: “É assim, é uma instituição que não sei se vocês conhecem ou se já


ouviram falar, porque quem doou o terreno com esse objetivo foi um padre. Ele faleceu e
antes de falecer, deixou em testamento a intenção de construir um lar. Este edifício. Foi
construído em 1885 e chamava-se Asilo de Mendicidade. Só muito mais tarde é que
depois criou-se os estatutos próprios e depois começou a ser designado de IPSS,
Instituição Particular de Solidariedade Social e, hoje em dia, é conhecido como ERPI,
não sei se vocês já ouviram falar. Já não se chama lar de pessoas idosas , fala-se é em
Estrutura Residencial para Pessoas Idosas.”

Entrevistadora: “Sim senhora.”

Entrevistada: “Mas é uma instituição muito velhinha. É uma IPSS, a instituição


particular, mas não tem fins lucrativos, a Instituição Particular de Solidariedade Social.”

Entrevistadora: “Okay.”

Entrevistada: “Que tem acordos com a segurança social.”

Entrevistadora: “A senhora pode dizer os principais objetivos que o lar tem?”

Entrevistada: “Os principais objetivos. É assim, é uma instituição que a função é receber
pessoas idosas, pessoas idosas que já não têm capacidade para permanecer no seu

22
domicílio ou devido ao seu estado de dependência, ou são autônomos, mas não têm
familiares que possam orientá-los e cuidar deles, principalmente que tenham vontade de
vir para o lar, porque há muitos pessoas idosas que não querem vir, e é uma das
perguntas que a gente faz antes da admissão é sobre o interesse do idoso ou não em
integrar o lar. Hoje em dia, como a gente sabe, nem sempre há pessoas idosas que não
têm família. Há muitos pessoas idosas que têm família, mas, como todos trabalham,
ninguém tem capacidade para ficar a cuidar das pessoas idosas.”

Entrevistadora: “Infelizmente. Relativamente ao horário, a senhora pode dizer


como funciona mais ou menos?”

Entrevistada: “Funciona 24 horas por dia. É uma instituição que está sempre aberta e por
isso é que exige um mapa de pessoal bastante grande. O horário das visitas é todos os
dias das 3 às 5 da tarde. Não sei se vocês querem também que é falta os horários das
refeições?”

Entrevistadora: “Sim, pode falar.”

Entrevistada: “São os horários no geral, não é?”

Entrevistadora: “Sim, sim.”

Entrevistada: “O pequeno-almoço é às nove da manhã, o almoço meio-dia e meia, depois


o lanche às 3 e meia e o jantar às 6 e meia. E depois, antes de dormir, que é às 9 da noite,
ainda tem uma ceia.”

Entrevistadora: “Sim, senhora. Relativamente ao preçário, pode dizer como é que


funciona?”

Entrevistada: “É assim, é uma instituição que tem acordos com a segurança social e,
sendo assim, é uma instituição que está registada e neste momento está registada com
capacidade para 51 residentes. A segurança social comparticipa com x valor por cada
utente, que depende do grau de dependência. Um idoso que é independente recebe
menos do que um que é totalmente dependente.”

Entrevistadora: “Sim.”

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Entrevistada: “Isso é parte da segurança social. O que a segurança social transfere. Para
além disso, as pessoas idosas transferem 80% dos seus rendimentos, que é calculado
sempre com base no IRS ou se não faz IRS com base na declaração de rendimentos do
ano atual. Para além desses 80%, há despesas. Um conjunto de despesas que é todo à
parte, que é medicação, fraldas, resguardos, se precisarem de alguma consulta particular
de médicos, dentistas, são tudo despesas que são extras. Acompanhamento a consultas,
que não era cobrado nada e agora, também, já tem um custo.”

Entrevistadora: “Ummm. Pode me dizer quantas pessoas a integra o quadro


pessoal da instituição e as respetivas funções?”

Entrevistada: “Okay, o quadro pessoal é bastante alargado. Nós quase que temos um
trabalhador por cada utente. Ahhh, só ajudantes de lar temos 20, porque é assim uma
instituição que funciona 24 horas por dia (telefone toca) é preciso cobrir todos. Ahh,
com licença, vou só aqui atender.”

(Paramos a gravação para a Dra. atender a chamada)

Entrevistada: “Depois temos 5 trabalhadoras de serviços gerais, que incluí a limpeza do


edifício e lavandaria. Temos mais 5 senhoras que trabalham na cozinha. Secretaria
também temos 3. Médico, temos 1, mas é prestação de serviços. Ele vem aqui uma vez
por semana. Normalmente à terça-feira, ele não vê todos os residentes todas as semanas,
porque às vezes há senhoras que dizem: “Ahh nem sequer vi o médico”. Ele vê aqueles
processos que estão separados.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “Que são situações urgentes para ele ver. Temos uma dietista, também é
prestação de serviços. Enfermeiras, temos três a tempo inteiro. Não sei se me está
faltando, já falei na secretaria, não foi? Serviços gerais, cozinha, apoio ao idoso. Acho
que está tudo. Animadora. Uma senhora que trabalha no armazém, que é fiel de
armazém, que é a ela que é responsável por todas as compras aqui para o lar. Um
trabalhador de manutenção que faz também por vezes de motorista, porque nós temos
uma carrinha adaptada que leva as pessoas idosas para o hospital, aqueles que são de
cadeiras de roda e a ele é que, normalmente, conduz a carrinha. E pronto, acho que é
isso.”

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Entrevistadora: “Sim senhora.”

Entrevistada: “Se não me estou a esquecer de ninguém, mas eu depois posso vos ceder
uma lista com...”

Entrevistadora: “Sim senhora. Relativamente às qualificações que a equipa deve


ter, pode explicar mais ou menos?”

Entrevistada: “Preferencialmente o lar, quando tenta admitir as pessoas ummm, claro


que gostava de ter pessoas com formação na área de geriatria, com escolaridade, pelo
menos, obrigatória para a idade da pessoa. É verdade que nem sempre isso é possível,
por caso às vezes a gente pode encontrar alguém que até não tem escolaridade
obrigatória, mas que até reúne requisitos importantes para trabalhar num lar, porque para
trabalhar num lar é preciso que a pessoa goste, é preciso que a pessoa tenha habilidade
para ummmm que é difícil encontrar hoje em dia.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “Há muitas pessoas que vêm às entrevistas e depois se sabem que é para
cuidar mesmo de pessoas idosas e dar os banhos e trocar fradas, muitos dizem: ”Ahh
desculpe, mas não é para mim.” Pronto, o ideal seria isso. A gente tenta sempre pessoas
com carta de condução, porque também é uma exigência, porque a gente faz
acompanhamento a consultas médicas.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “E isso é uma mais-valia, porque senão não podem. À partida, já é uma
função que não podem fazer, ou seja, o ideal seria, pelo menos, a escolaridade
obrigatória, porque são obrigados a fazer registos escritos e se a pessoa tem dificuldades
em escrever é pior, mas não quer dizer, que por vezes, aconteça a gente admitir alguém
sem escolaridade obrigatória.”

Entrevistadora: “Sim senhora. Umm. Também relativamente ao pessoal, tem


profissionais que são pontuais ou voluntários que participam?”

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Entrevistada: “Voluntários, neste momento, não temos ninguém que faça serviço
voluntário. Agora pontuais, se for no sentido de só de, que não está a tempo inteiro é só
uma prestação de serviços?”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “Isso nós temos um médico, a dietista. Já tivemos enfermeiros a prestação


de serviços, mas, neste momento, não temos. Só temos 3 a tempo inteiro.”

Entrevistadora: “Mas também tem os estagiários?”

Entrevistada: “Recebemos quase todos os anos estagiários da Escola Secundária da


Ribeira Grande, escola Profissional de Ponta Delgada, …. mas pronto vem cá só poe
uma temporada. Às vezes de animação, também. Estagiários de animação.”

Entrevistadora: “Ummm e fazem informação contínua ou é um extra que os …?”

Entrevistada: “É assim, a formação para as IPSS é obrigatória. É obrigatório todos os


trabalhadores receberem formação. Ummm, se bem que a gente vá fazendo aquilo que
consegue, porque ummm internamente nós não temos formações, mas todas as
formações que vão surgindo no exterior, a gente aproveita e escreve.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “Alguns trabalhadores. Também não podemos inscrever muitos de uma


vez, porque também não temos muito pessoal disponível e se vão 3 ou 4 ou 5, já nos faz
falta aqui no dia-a-dia para assegurar o quadro de pessoal. Umm… ainda este ano, houve
um grupinho que foi para a formação de primeiros socorros, nos bombeiros… Eu tive,
também, uma formação de gestão de recursos humanos, ou seja, vamos mandando
alguns trabalhadores, por ano, para formações, mas acabam por não fazer todas as que
eram precisas.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “Porque a gente também não tem capacidade.”

Entrevistadora: “E sabe dizer, mais ou menos, qual eram os temas que deviam ter
mais formação ou que necessitam mais?”

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Entrevistada: “Eu acho que nessa área, é sempre bom refrescar um bocadinho os
próprios cuidados, técnicas de prestação de cuidados aos residentes, de posicionamentos,
mesma a forma de comunicar com o idoso, porque às vezes com o tempo as pessoas vão
perdendo um bocadinho.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “Qual é a melhor. Acham que pela experiência já sabem tudo, mas depois
a gente às vezes ouve formas de responder que não são as mais adequadas, por isso acho
que é sempre bom ir reformulando…”

Entrevistadora: “Ummm poderia dizer-nos como é que é a promovida a interação e


a comunicação, entre os residentes e a equipe, a administração?”

Entrevistada: “É assim, aqui a gente tem uma relação sempre muito próxima. Os pessoas
idosas têm liberdade para vir falar comigo, têm liberdade para falar com as enfermeiras,
até porque é tudo muito próximo, se vocês já viram, a sala é ali.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “O gabinete, ali enfermagem, eles próprios, quando precisam, deslocam-se


e dizem o que têm a dizer, têm bastante abertura. Agora, entre residentes? Entre
residentes em que sentido?... Promovido através das próprias atividades.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “De animação que se fazem, da comemoração das épocas festivas, Natal,
Carnaval, Halloween. Tudo isso a gente tenta fazer, sempre, uma. as festas e eles estão
ali preparando as atividades.”

Entrevistadora: “Sim senhora. Ummm quantas pessoas residentes tem de


momento?”

Entrevistada: “A capacidade é para 51 utente, mas, recentemente, faleceu um, a gente,


neste momento, estamos com 50. Estamos a tratar, agora, de uma admissão.”

Entrevistadora: “Sim senhora. Ummm e qual é a faixa etária que tem a


instituição?”

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Entrevistada: “Temos uma média de 80 e tal, perto de 90. As idades. Eu não sei agora ao
certo, mas temos idades bastante avançadas, mas o lar recebe pessoas a partir dos 65, só
excecionalmente, é que recebe pessoas mais novas, às vezes por situações ou AVC ou
estados de dependência.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “Às vezes, já chegamos a receber mais novos.”

Entrevistadora: “E quais são as condições que uma pessoa idosa tem que ter para
conseguir ser residente?”

Entrevistada: “É assim, eu costumo dizer que ninguém consegue entrar num lar sem
fazer um primeiro passo que é uma inscrição, porque às vezes há pessoas que liguem
“Porque eu preciso, mas já fez o primeiro passo? Tem que tratar primeiro da
inscrição.”.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “Agora, mesmo depois da inscrição. Agora funciona com uma lista única,
não sei se vocês já ouvirem falar? Quem quiser tratar de uma inscrição em lar, já não
necessita de deslocar-se aqui ao lar da matriz, ao lar do pique da pedra, ao lar de Luís
Soares de Sousa, ao lar de Rabo de Peixe e assim sucessivamente. Basta deslocar-se a
um, faz a inscrição e pede que quer largar a inscrição a todos os lares.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “Ou então só alguns e temos uma plataforma da Segurança Social, que é lá
colocada a informação e os lares que a pessoa escolheu, conseguem ter acesso à
informação. Aí é muito bom, porque para as famílias, não obriga a estar acorrer todas as
capelinhas.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “A partir daí a gente aplica escalas. Há uma escala que é de critérios de
prioridade e é dado uma pontuação às pessoas e, logo aí, é atribuído, quem tem mais
urgência. Claro que acabamos por ter muitos na mesma condição e quando é para
escolher é sempre difícil, mas qualquer instituição que tenha uma vaga tem que mandar,

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para todos os lares da ilha, que disponibiliza uma vaga para uma pessoa independente ou
para uma pessoa ligeiramente dependente ou totalmente dependente e todos os técnicos
dos outros lares podem propor uma pessoa para ser acolhida naquela vaga. Depois é feito
uma reunião com uma técnica responsável pela gestão de vagas, da Segurança Social, e
aí é que se decide quem é que vai ser admitido. Agora um processo muito, muito
transparente. Não se pode dizer.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “Nem que este entrou, porque conhecia.”

Entrevistadora: “Sim.”

Entrevistada: “Que vocês sabem que é de conhecimento geral, não é? Que as pessoas
diziam que funcionava assim. Agora não, é tudo muito claro.”

Entrevistadora: “E sabe me dizer quais são as razões mais comuns para as pessoas
entrarem?”

Entrevistada: “Quase sempre é o estado de dependência alinhado com a ausência de


família para prestar cuidados”

Entrevistadora: “Sim senhora.”

Entrevistada: “Idades muito avançadas.”

Entrevistadora: “Pronto, agora eu vou fazer algumas perguntas relativamente às


patologias, às atividades, às instalações e às funções que o lar desempenha.
Relativamente às patologias, consegue me dizer quais são as mais comuns entre os
residentes?”

Entrevistada: “Essa parte, depois se vocês quiserem ter uma informação assim mais,
mais correta, se calhar é melhor fazer a pergunta à enfermeira. Agora eu posso responder
de uma forma muito geral. Eu acho que na maior parte das vezes é a falta de mobilidade
por si, as pessoas entram já num estado de dependência muito elevado, as demências, as
tensões altas, a diabetes. Um… pronto, acho que é mais há volta disso, relacionado com
problemas mesmo da terceira idade.

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Entrevistadora: “Sim e como é que essas condições são gerenciadas?”

Entrevistada: “Temos acompanhamento aqui de, não é 24 horas de ienfermagem, mas


temos acompanhamento de enfermagem normalmente, das 8 da manhã até às 10 da
noite, todos os dias, e quando não há enfermeiro, nesse horário todo, pelo menos temos
sempre a manhã coberta e há sempre um enfermeiro de prevenção. Qualquer situação
que aconteça com um idoso de cá, comunicam à enfermeira e se for preciso deslocar,
desloca-se à instituição. Se não for preciso, dá a indicação telefônica do que os ajudantes
têm que fazer.”

Entrevistadora: “Okay.”

(Telefone toca novamente.)

Entrevistada: “Eles também já estão preparados para determinadas coisas. Já sabem


quando alguém passa mal, que têm que medir a tensão, ver os níveis de oxigênio,
febre.”

Entrevistadora: “Ummm e...”

Entrevistada: “Espera só um bocadinho senão o telefone não vai parar.”

(Doutora foi atender o telefone e decidimos, novamente, parar a gravação.)

Entrevistadora: “Pronto, em relação ao plano de atividades, como é que


funciona?”

Entrevistada: “O plano de atividades é sempre elaborado pela animadora aqui do lar. É


um plano que é feito mensalmente. Depois se é preciso fazer alguma alteração a meio do
mês, ela faz, mas à partida ela inclui logo as festividades próprias do mês, que a gente
comemora todas as épocas especiais e depois há outras atividades que são sempre todos
os meses iguais, que é hidroginástica que eles, neste momento, estão participando na
hidroginástica nos bombeiros, temos também um professor de educação física que vem
pela Câmara Municipal também aqui fazer atividade física com eles na sala. Ummm
todos os dias, a nossa animadora lê o jornal de manhã para os pessoas idosas , porque a
gente também recebe o jornal aqui todos os dias. O outro dia foram fazer a visita a RTP
Açores. Pronto, a gente tenta sempre organizar. Hoje receberam, isso no Pico da Pedra,

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aqui é só no dia 7, a visita dos polícias com cães, ou seja, a gente procura incluir
algumas atividades assim diferentes e depois eles gostam muito também de pintar
desenhos. Sei que há vezes que as pessoas podem dizer que é infantil, mas é uma coisa
que eles gostam. Temos aqui senhoras que mal acabam os desenhos pedem mais e mais
e mais.”

Entrevistadora: “A gente viu isso ontem. Ummm em relação ao Natal já tem


atividades estabelecidas?”

Entrevistada: “O Natal… este ano nós ainda não temos nenhum convidado já definido,
porque só ontem é que a gente definiu o nosso dia da festa, que vai ser no dia 13 de
dezembro, mas vamos ter a missa, porque a gente faz sempre uma missa como se fosse
já a missa do galo, a missa do dia 24 à noite. A gente faz sempre aqui uma missa no dia
da festa de Natal…preparamos o refeitório, juntamos as mesas todas e preparamos todo
decorado com as mesas de Natal e todos os trabalhadores, nesse dia, almoçam junto com
as pessoas idosas. Os funcionários, as famílias das pessoas idosas, a gente não tem
incluído, porque também não temos capacidade para muito, o espaço não dá para estar
incluindo muitos…, mas também no Natal há muitos pessoas idosas que saem e que vão
passar o Natal com as suas famílias.”

Entrevistadora: “Ummm os residentes têm algum plano nutricional?”

Entrevistada: “Sim, nós temos uma dietista, todos os meses, é ela que elabora a
ementa.”

Entrevistadora: “Há bocadinho, falou sobre o horário, mas foi da alimentação. Em


relação a acordar e a dormir?”

Entrevistada: “Ahh okay, é assim, os cuidados de higiene aos residentes estão já


estabelecidos para cada turno de trabalho dos ajudantes de lar. Ummm os banhos
começam, às vezes, a partir das 6 e meia às 7 horas da manhã, para aquelas pessoas
idosas, porque temos pessoas idosas que esta hora, mas, às vezes, alguém pode pensar,
“Mas isso é muito cedo”, temos pessoas idosas que esta hora já estão mesmo acordados,
porque eles também deitam-se cedo e, às vezes, até se põem em fila que quer tudo, tomar
o banho primeiro. Portanto, os cuidados de higiene, é a partir das 6 e meia começa.
Também para conseguirmos que às 9 horas esteja grande parte dos residentes aqui no

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refeitório para tomar o pequeno-almoço. À noite, eles começam a ir para cima depois do
jantar, por volta das 7 horas da noite, é prestado, outra vez, os cuidados de higiene
parcial. Aqueles que conseguem ainda ficar levantados, ficam. Aqueles que já passaram
grande parte do dia ou na cadeira de rodas ou no sofá. (Toca o telemóvel.) Alguns
querem ir para a cama mais cedo, vão para a cama mais cedo.”

Entrevistadora: “Okay.. Agora em relação às instalações, mais ou menos quantos


quartos é que tem, espaços de lazer, se tem espaços ao ar livre e assim?”

Entrevistada: “Em relação aos quartos, eu tenho aqui um documento já preparado com
quantos é que tem, porque eu não sei cor. É assim, nós temos dois edifícios, como eu
falei com vocês.”

Entrevistadora: “Sim senhora.”

Entrevistada: “E é assim, nesse edifício a gente tem 2 quartos individuais, 1 quarto triplo
e 13 quartos duplos, que dá um total de 31 pessoas idosas. No outro edifício, nós temos 2
quartos individuais e 9 quartos duplos, que dá um total de 20 pessoas idosas.

Entrevistadora: “E de que forma é que as acomodações são adaptadas para


garantir o conforto e a segurança dos residentes? “

Entrevistada: “É assim, no momento da admissão, quando a gente admite, a pessoa vai


para um quarto, mas é logo explicado à família que não quer dizer que entrou para
aquele quarto e que vai permanecer sempre, às vezes há pessoas idosas que não se dão
bem com os outros, às vezes o próprio estado de dependência de um idoso em relação ao
outro e que não combinam muito bem, porque uma é autónoma e a outra é camada e a
autónoma não gosta de se incomodada pelo auxiliar que vai trocar a fralda a quem é
camado. Por isso, a qualquer momento a gente pode ter a necessidade de trocar de
quarto. A gente comunica sempre previamente à família, antes de fazer as mudanças,
mas, no dia-a-dia, a gente tem que ir vendo, ir ajustando. Não quer dizer que a pessoa
entra e que vai ficar sempre ali, o que é que é melhor para cada um, não é? De forma que
fiquem todos acomodados.”

Entrevistadora: “Como é que o lar mantém a comunicação dos residentes com as


suas famílias?

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Entrevistada: “Hoje em dia, há pessoas idosas que já entram e até têm telemóvel consigo
e eles próprios quando querem ligar para as suas famílias, ligam livremente. Agora é
assim, a família também é o que a gente costuma dizer, não é pela pessoa entrar para um
lar que deixa de ter família. A família continua a existir e o lar não é nenhuma prisão. A
pessoa pode sair para ir passar a fim de semana com a família, pode sair para dar só um
passeio e tomar um lanche, para passar o Natal, para passar um aniversário. Nada disso é
proibido, só tem que nos avisar com 2 dias de antecedência e a gente prepara a
medicação e tudo para aquele dia e a pessoa sai, ou seja, a família. Para além disso, nós
temos um horário de visitas que é todos os dias da semana, das 3 às 5.”

Entrevistadora: “Existem oportunidades para a participação das famílias nas


atividades do lar?”

Entrevistada: “Normalmente nós não temos famílias que colaboram, por exemplo, em
cuidados de higiene, eu sei que o ideal será isso permitir que as famílias participem, mas
nós não temos, mas já aconteceu famílias que vêm cá e querem participar numa muda de
fraldas na hora da visita, e a gente até tem permitido. Às vezes os auxiliares até ficam
assim, um bocadinho assim, “Mas que dispara é esse?”, porque não estão preparados
para isso, não é? Porque não é uma coisa que acontece muito a vez. Às vezes eu própria
fico em dúvida, como é que eu vou agir naquele momento, porque o auxiliar não está
aceitando, mas depois eu digo “Espera, isto não é uma coisa completamente descabida.”,
porque acho que hoje em dia defende-se, ao máximo, não é? Que a família participe
naquilo que é possível. Pronto, temos alguns, alguns que pedem para colaborar na muda
das fraldas.”

Entrevistadora: “E o lar apresenta alguma limitação ou dificuldade que, no seu


ponto de vista, podia ser melhorado?”

Entrevistada: “Eu penso que o horário da visita, porque nós temos um horário de visita
que é, apesar de estar todos os dias, mas é das 3 às 5. Ao fim de semana, tudo bem para
quem não trabalha o fim de semana, mas durante a semana para quem trabalha é um
horário laboral, não é? A pessoa se quer vir visitar, são poucas as pessoas que saem às 4,
acho que é só quem sai às 4 e é em pouquinho tempo. Acho que era um aspeto que a
gente podia melhorar que é largar o horário da visita.”

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Entrevistadora: “Pronto, eu acho que a gente já fez as perguntas que a gente
achava necessárias. Não sei se quer acrescentar alguma coisa? Que a gente não
perguntou?”

Entrevistada: “Eu acho que, por enquanto está tudo dito.”

Entrevistadora: “Está sim senhora. Então muito obrigada.”

Entrevistada: “Obrigada.”

Entrevistadora: “Obrigada.”
Anexo E: Atividade 1 - Quebra-Gelo

Objetivos: Esta atividade tem como principais objetivos criar alguma confiança inicial
entre nós, as estudantes, e o grupo de pessoas idosas de forma a, consequentemente,
tornar o espaço num ambiente mais confortável. Também tínhamos como intenção
resgatar memórias alusivas ao Natal.
Número de Participantes: Sete pessoas idosas.
Atividade: Os participantes devem formar uma roda, de modo que todos se possam ver
e ouvir. Antes de começar a atividade quebra-gelo, as estudantes devem explicar e
exemplificar como vai ser realizada a atividade, começando por exemplificar. Cada
pessoa, ao apresentar-se, tinha de dizer o seu nome, a sua idade e a sua naturalidade,
passando, posteriormente, uma bola para a pessoa do lado para indicar quem seria o
próximo a partilhar as suas informações e, ao mesmo tempo, ser uma atividade mais
interativa entre todos os participantes, havendo, ao mesmo tempo, alguma
movimentação. Após todos partilharem as suas informações, inicia-se uma segunda
parte da atividade, na qual cada participante partilha como passava e passa o Natal.
Recursos Necessários: Sala; cadeiras; bola.
Duração: Uma hora.
Resultados Alcançados: Bem-estar físico; bem-estar psicológico (aceitação pessoal e
crescimento pessoal); bem-estar afetivo e social (aceitação social, integração social e
contribuição social); bem-estar cognitivo (atenção, memória episódica e semântica).

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Anexo F: Atividade 2 - Reconhecendo e Recordando o Passado através de Imagens

Objetivos: Esta atividade tem o intuito de não só fazer com que os participantes
relembrem objetos, tradições ou festejos como também denominem os mesmos. Para
além disso, tem o objetivo de ativar a memória.
Número de Participantes: Sete pessoas idosas.
Atividade: Antes de começar a atividade as estudantes explicaram o que era para fazer,
ou seja, que iam ser apresentados cartões com imagens, que era necessário denominar
os mesmos e para dizerem como era antigamente. Assim sendo, deverão ser
apresentadas imagens de objetos antigos, tais como, um relógio, uma chaleira, entre
outros e imagens de tradições ou festejos como, por exemplo, as cavalhadas, as
marchas, entre outros. Após o visionamento de cada cartão foi pedido ao participante
para dizer o nome do objeto, tradição ou festejo e, posteriormente, para que servia,
como utilizavam ou, simplesmente, como eram antigamente.
Recursos Necessários: Sala; cadeiras; cartões com imagens.
Duração: 40 minutos
Resultados Alcançados: Bem-estar físico; bem-estar psicológico (domínio do
ambiente, relações positivas com os outros, sentido de vida); bem-estar afetivo e social
(aceitação social, integração social e contribuição social); bem-estar cognitivo
(inteligência prática e cristalizada; atenção seletiva; memória a longo prazo e episódica).

Anexo G: Atividade 3 - Decoração de Flocos de Neve

Objetivos: Esta atividade tem como objetivo fazer com que os participantes usufruam
da motricidade fina e estejam mais ativos/as, a fazer decorações natalícias.
Número de Participantes: Cinco pessoas idosas.
Atividade: Os participantes devem sentar-se numa mesa em círculo de forma que seja
mais fácil de ajudar caso seja necessário. Devem ser cortadas, previamente, as cartolinas
em círculos e os cotonetes para que os participantes não se magoem. Para além disso,
deve ser desenhado a lápis os flocos de neve para facilitar o processo. Deve ser
explicado como fazer as decorações a cada participante e deixar que façam. Contudo,
caso alguém sinta dificuldade no decorrer da atividade as estudantes deverão assistir.
Materiais: Sala; cadeiras; mesas; cartolinas; cotonetes; cola.
Duração: Uma hora e meia.

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Resultados Alcançados: Bem-estar físico (motricidade fina); bem-estar psicológico
(autonomia e crescimento pessoal); bem-estar afetivo e social (aceitação, integração e
contribuição social); bem-estar cognitivo (inteligência prática, atenção seletiva e
memória operatória).

Anexo H: Atividade 4 - Bolachas de Natal

Objetivos: Esta atividade tem como principais objetivos não só criar um momento de
convívio entre as pessoas idosas e as estudantes como também fazer com que ativem a
mobilidade, a coordenação motora e a criatividade.
Número de Participantes: Seis pessoas idosas.
Atividade: Perguntamos, previamente, a várias senhoras residentes do lar que receitas
utilizavam para fazer bolachas antigamente e a partir de uma das receitas decidimos
fazer as bolachas. Assim sendo, no dia desta atividade os participantes devem colocar
toucas e aventais antes de começar a fazer bolachas. Após este passo devemos deixar os
participantes fazer a massa das bolachas, mas sempre supervisionando caso seja
necessário ajudar. Para além disso, colocamos o dobro dos ingredientes e metade do
açúcar da receita original para que todos os residentes do lar pudessem consumir as
bolachas, uma vez que alguns tem diabetes. Quando a massa está pronta, esta deve ser
estendida para ser possível utilizar as formas de Natal e, posteriormente, colocar num
tabuleiro para irem ao forno até estarem prontas.
Materiais: Cozinha; cadeiras; mesa; formas de Natal; recipiente; aventais; toucas;
tabuleiros; receita de bolachas; ingredientes; forno; pepitas de chocolate; rolo.
Receita: Raspa de limão; 6 ovos; 1 1/4 colher de sobremesa fermento royal; 1 colher de
café Bicarbonato; 600g Açúcar; 500g Leite quente; extrato de baunilha; 1 pacote de
Manteiga; 1kg de farinha.
Duração: Uma hora e trinta minutos.
Resultados Alcançados: Bem-estar físico (mobilidade; flexibilidade, coordenação
motora); bem-estar psicológico (autonomia e domínio do ambiente); bem-estar afetivo e
social (aceitação, integração e contribuição social); bem-estar cognitivo (inteligência
prática, inteligência fluída, atenção seletiva, memória sensorial e memória operatória).

Anexo J: Atividade 5 - Construção de um Puzzle

Objetivos: Esta atividade tem como principais objetivos trabalhar, novamente, a


motricidade fina, o raciocínio e a lógica.
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Número de Participantes: Duas pessoas idosas.
Atividade: No início desta atividade foi importante explicar como um puzzle funciona,

Anexo 1: Edifício um

Imagem 1: Exterior da instituição

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Imagem 2: Primeira entrada do lar

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Imagem 2: Segunda entrada do
lar

Imagem 3: Decorações do lar


alusivas ao Natal

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Imagem 4: Decorações do lar alusivas ao Dia do
Idoso

Imagem 5: Um dos quartos


partilhados

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Imagem 7: Um dos quartos partilhados

Imagem 8: Uma das casas de banho

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Imagem 9: Uma das salas de convívio

Imagem 10: Uma das salas de convívio

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Imagem 11: Refeitório

Imagem 12: Cozinha

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Imagem 13: Catedral

Imagem 14: Alpendre

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Imagem 15: Elevador

Anexo 2: Edifício dois

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Anexo 3: Fotografias tiradas durante a Atividade 2

Anexo 4: Fotografias tiradas durante a Atividade 3

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Anexo 5: Fotografias tiradas durante a Atividade 4

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Anexo 6: Fotografias tiradas durante a Atividade 5

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