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Segundo o professor João Baptista Pianca, define

logo de início os primórdios da arquitetura nacional.


Segundo ele os fatores que “influenciaram” a nossa
arquitetura foram, por um lado, a terra e o clima,
e por outro, o homem. E subdivide o elemento
humano em três: o português, o índio e o
negro.
“se a história de nossa casa tem o seu começo nas
terras lusitanas, também tem vínculos com a oca
indígena e até perceptíveis compromissos com a
África e com o oriente”
Carlos Lemos
“(...) em vez de dura e seca, rangendo do esforço de adaptar-se a
condições inteiramente estranhas, a cultura européia se pôs em
contato com a indígena, amaciada pelo óleo da mediação africana”.
FREIRE, Gilberto. Op. Cit., p. 52.
Gilberto Freire se reportando ao clima Brasileiro
No começo da colonização o índio era
elemento de estrema importância no
âmbito econômico extrativista e
também nas relações sociais, ele
desbravava espaços abrindo caminhos na
mata, conhecia as plantas nativas e seus
benefícios, conhecia o solo onde pisava e
suas riquezas embora para o índio ainda
não entendesse o que eram riquezas.
“O que buscavam no fundo” dos matos a
distâncias abismais era a única mercadoria
que estava o seu alcance: índios para uso
próprio e para a venda; índios inumeráveis,
que suprissem as suas necessidades e se
renovassem à medida que fossem sendo
desgastados; índios que lhes abrissem roças,
caçassem, pescassem, cozinhassem,
produzissem tudo o que comiam, usavam ou
vendiam; índios, peças de carga, que lhes
carregassem toda a carga, ao longo dos mais
longos e ásperos caminhos. Desgastadas as
tribos escravizáveis que viviam por perto, os
brasilíndios paulistas os foram buscar nos
esconsos em que estivessem. “
(Ribeiro. O POVO BRASILEIRO, Editora Companhia
das Letras, 2006, pág. 107)”.
SURGIMENTO DO MAMELUCO:

além de suprir as necessidades físicas


eles supriam as necessidades
carnais dos portugueses
oferecendo-lhes as índias, neste instante
surgem os primeiros “brasilindios” ou
mamelucos como eram chamados.
“A máquina brasileira de morar, ao tempo da colônia e
do império, dependia dessa mistura de coisas, de bicho
e de gente, que era o escravo. Se os casarões
remanescentes do tempo antigo parecem inabitáveis
devido ao desconforto, é porque o negro está ausente.
Era ele que fazia a casa funcionar: havia negro para
tudo – desde negrinhos sempre à mão para recados,
até negra velha, babá. O negro era esgoto; era água
corrente no quarto, quente e fria; era interruptor de luz
e botão de campainha; o negro tapava goteira e subia
vidraça pesada; era lavador automático, abanava que
nem ventilador. Mesmo depois de abolida a escravidão,
os vínculos de dependência e os hábitos cômodos da
vida patriarcal de tão vil fundamento, perduraram, e,
durante a primeira fase republicana, o custo baixo da
mão de obra doméstica ainda permitiu à burguesia
manter, mesmo sem escravos oficiais, o trem fácil da
vida do período anterior “.
Texto de 1951, intitulado Depoimento de um arquiteto
carioca de Lúcio Costa.
“Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que
se deliciam nossos sentidos, na música, no andar, na fala,
no canto de ninar menino pequeno, em tudo que é
expressão sincera de vida, trazemos quase todos a marca
da influência negra. Da escrava ou sinhama que nos
embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer,
ela própria amolengando na mão o bolão de comida. Da
negra velha que nos contou as primeiras histórias de
bicho e de mal-assombrado. Da mulata que nos tirou o
primeiro bicho-de-pé de uma coceira tão boa. Da que nos
iniciou no amor físico e nos transmitiu, ao ranger da
cama-de-vento, a primeira sensação completa de
homem. Do muleque que foi o nosso primeiro
companheiro de brinquedo “.

Freyre, Gilberto. Casa grande e senzala.


“O uso dos edifícios também estava baseado na
presença e mesmo na abundância da mão de obra.
Para tudo servia o escravo. É sempre a sua presença
que resolve os problemas de bilhas d’água, dos barris
de esgoto (os ‘tigres’) ou do lixo, especialmente nos
sobrados mais altos das áreas centrais (...). Era todo um
sistema de uso da casa que, como a construção, estava
apoiado sobre o trabalho escravo e, por isso mesmo,
ligava-se a nível tecnológico bastante primitivo. (...) A
ausência de equipamentos adequados nos centros
urbanos, quer para o fornecimento de água, quer para
o serviço de esgoto e, mesmo, a deficiência do
abastecimento, eram situações que pressupunham a
existência de escravos no meio doméstico; a
permanência dessas falhas até à abolição poderia ser
vista, até certo ponto, como uma confirmação desta
relação.”
FILHO, Nestor Goulart Reis. Quadro da Arquitetura do
Brasil.
Jean-Baptiste Debret, Negros cangueiros. Escravos urbanos no Brasil, c. de 1830
Jean-Baptiste Debret, Escravidão no Brasil, c. 1830
Segundo Gilberto Freire, que “os negros
possuíam sensibilidade artística que
se manifestou tanto na escultura como na
pintura. Aleijadinho, mestre Valentim e
Manuel da Costa Atayde, foram expoentes
na arquitetura e na escultura, o último
somente na pintura, e descendiam de
negros”.
• Extrativista
• Imposição Religiosa(Jesuítas)
• Imposição de uma nova forma
social.
• Imposição estética -
classicismo europeu.
• ESCRAVOCRATA
• PERCUSSORA DE UMA ARQUITETURA
BRASILEIRA. (?!)
UM TRATADO – TIPOLOGIAS DE Em 1493, o papa Alexandre VI criou um
COLONIZAÇÃO DIFERENCIADAS. documento chamado Bula. Nesse documento,
ficava estabelecido que as terras situadas até 100
léguas a partir das ilhas de Cabo Verde seriam de
Portugal e as que ficassem além dessa linha
seriam da Espanha.
O medo que Portugal tinha de perder o domínio
de suas conquistas foi tão grande que, por meio
de forte pressão, o governo português convenceu
a Espanha a aceitar a revisão dos termos da bula e
assinar o Tratado de Tordesilhas (1494).
Então os limites foram alterados de 100 para 370
léguas.

Leste – Portugal
Oeste - Espanha
Considerações

John Bury, em seu texto da década de 1950, A arquitetura e


a arte no Brasil Colonial, é categórico:

Não houve contribuição artística indígena ou africana que estimulasse ou


explicasse a individualidade brasileira, e a ocupação holandesa de
Pernambuco (1630-1654) não teve posteridade artística. Portanto devem
ser atribuídas a outras causas as características originais da arquitetura
e da arte do Brasil colonial.
BURY, John. Op. Cit., p. 189.
Considerações
• Resumindo, desse caldo de cultura, resultou um produto híbrido com
duas faces opostas: uma pública, oficial, erudita, materializada no
uso da língua, vestimentas, religião, administração pública
portuguesa, que se contrapunha a outra domiciliar, em que os
modos de vida de origem berbere (ou moura) se harmonizavam
com a culinária, usos e costumes africanos e indígenas. É claro que
essa oposição nem sempre implicava exclusão. A senhora branca
ensinava as mucamas a fazer rendas de bilro; com as índias aprendeu
o preparo da tapioca e com as negras, o uso do azeite-de-dendê. Se o
negro aprendeu com o seu senhor a se expressar em português, este
aprendeu com aquele o gingado dos ritmos dos atabaques.
Lamentavelmente, o índio não conseguiu ensinar a seu senhor sua
maior virtude, que era a convivência harmônica com a natureza, mas
isso não quer dizer que tenha falhado em toda a linha: pelo menos
conseguiu convencê-lo a tomar um banho diário e a dormir na rede
• ESCRAVOCRATA
• PERCUSSORA DE UMA ARQUITETURA
2.1 – Influência Indígena

Carlos Lemos explica o primeiro contato entre


portugueses e índios e suas relações com a casa,
neste instante surge à primeira incongruência na
arquitetura porque para os portugueses o fogo era o
centro de tudo dentro das moradias, por Portugal estar
localizado no hemisfério Norte, portanto de clima frio,
o fogão e a lareira eram o centro da casa o aconchego
do lar, já no Brasil por ser localizado nos trópicos,
portanto clima quente a cozinha deveria ser ao ar livre,
sendo elas construídas artesanalmente onde o fogo
deveria ficar fora do espaço de estar e de dormir.
(Lemos, 1989, p.18)
“não era um programa cristão,
era promíscua.” (Lemos, História da
Casa Brasileira 1989, p.18)
2.1 – Influência Indígena

Já a influencia do espaço na arquitetura


indígena condiz segundo Lemos, “em um
sistema estrutural da morada indígena
que resulta sempre um espaço
abobadado de planta circular ou
elíptica” (Lemos, 1989. p.18) com a
intervenção portuguesa estes espaços
passaram a ser de plantas cubicas e
quadradas, desta forma sendo uma
doutrina diferente com os traços
perceptíveis das doutrinas originais.
2.1 – Influência Indígena
A arquitetura residencial de acordo com Lemos se
aperfeiçoa à medida que as índias, cozinheiras de plantão,
foram sendo substituídas pela mulher portuguesa que
passa a importar na sociedade. A área de serviço conforme
citado é transferida para área externa, houve uma tentativa
de se construir casarões medievais com chaminés no
Nordeste como Recife e Salvador, mas fracassados em
questão do clima, “o que vingou foi o afastamento do fogão,
onde em algumas casas existiram duas cozinhas a chamada
“cozinha suja” no fundo do quintal para cozimento mais
demorado” (Lemos, História da Casa Brasileira 1989, p. 20)
2.2 – Influência Negra

Segundo Günter Weimer ressalta a


influência do negro na arquitetura:
• África das “cubatas” (casas) de planta
redonda e tetos cônicos são raras em
nosso país porém, as casas de
“mocambo” (de cumeeira, ou
seja, de duas águas), características
do noroeste de Angola e, em parte, da
Costa da Guiné, que são encontradas
de norte a sul do Brasil.
2.2 – Influência Negra

Mucambo, mocambo, palhoça,


palhota, tejupar, cubata ou
choupana são denominações
dadas a moradias construídas
artesanalmente, muitas vezes de
frágil constituição
2.2 – Influência Negra

A oca indígena é uma


espécie de MOCAMBO!!!
2.2 – Influência Negra

• Os avarandados que,
na literatura brasileira,
são atribuídos a
influências do extremo
oriente, mas são muito
comuns tanto no norte
de Moçambique como
na costa central de
Angola.
2.2 – Influência Negra

A forma recorrente da construção de


edificações de um só espaço gerou um modo
muito peculiar de organização dos conjuntos
de prédios de cada família denominada
kraal, com seus cercamentos típicos, deixaram
resquícios indeléveis nas formas de
assentamentos no Brasil do mesmo modo como
uma tendência de associação das edificações
familiares sob a liderança da matriarca. Aí fica
patente a substituição da estrutura familiar
poligâmica africana pela familiar extensiva
no Brasil .
2.2 – Influência Portuguesa
2.2 – Influência Portuguesa
2.2 – Influência Portuguesa
2.2 – Influência Portuguesa

A arquitetura era bastante simples,


sempre com estruturas retangulares
e cobertura de palha sustentada por
estruturas de madeira roliça
inclinada. Essas construções eram
conhecidas por tejupares, palavra
que vem do tupi-guarani (tejy =
gente e upad = lugar). Com o
tempo os tejupares melhoram e
passam os colonizadores a construir
casas de taipa.
Casas de Taipa.
2.2 – Influência Portuguesa

Com essa evolução, começam a


aparecer as capelas e os
centros das vilas, dirigidas
por missionários jesuítas.
Nas capelas há crucifixo, a imagem
de Nossa Senhora e a de algum
santo, trazidos de Portugal.
2.2 – Influência Portuguesa

As primeiras cidades
construídas pelos
portugueses não possuíam
um planejamento urbano
definido, tendo casas
construídas muito próximas
das outras. Os materiais
empregados variavam de
acordo com a localização: no
litoral utilizava-se pedra e cal;
no interior, barro batido OU
TAIPA DE PILÃO, madeira e
barro ou pedra.
2.2 – Influência Portuguesa

O alpendre que é o telhado que se prolonga para fora da


parede mestra da casa e que é apoiado por colunas,
segundo Lemos tem suma importância tendo como
função fazer sombra a construção evitando que se
acumule na alvenaria o calor do sol, refrescando os
interiores. Eles aparecem nas casas de engenho do
Pernambuco e tem dissiminação ampla por todo o Brasil.
(Lemos, História da Casa Brasileira 1989, p.28)
O alpendre é uma peça coberta, geralmente
Varanda é o espaço resultante do
no pavimento térreo, com uma cobertura
prolongamento da água principal do telhado e
autônoma, que não se constitui
apoiado diretamente no solo, guarnecido por
prolongamento do telhado, como a varanda,
guarda-corpo, peitoril balaustrado ou grade de
mas é apoiada na parede principal do
ferro.
edifício
2.2 – Influência Portuguesa

Além das cidades litorâneas, outro ponto


importante de ocupação eram as fazendas onde
se produzia açúcar, o melaço e a cachaça.
2.2 – Influência Portuguesa

Alguns artistas dedicaram-se


a retratar as cenas das
fazendas e engenhos,
especialmente Fran Post
(século XVII), Debret (século
XIX) e, já no século XX, Cícero
Dias e Vicente do Rego
Monteiro.
2.2 – Influência Portuguesa

Alguns artistas dedicaram-se


a retratar as cenas das
fazendas e engenhos,
especialmente Fran Post
(século XVII), Debret (século
XIX) e, já no século XX, Cícero
Dias e Vicente do Rego
Monteiro.
2.2 – Influência Portuguesa

Alguns artistas dedicaram-se


a retratar as cenas das
fazendas e engenhos,
especialmente Fran Post
(século XVII), Debret (século
XIX) e, já no século XX, Cícero
Dias e Vicente do Rego
Monteiro.
2.2 – Influência Portuguesa

Alguns artistas dedicaram-se


a retratar as cenas das
fazendas e engenhos,
especialmente Fran Post
(século XVII), Debret (século
XIX) e, já no século XX, Cícero
Dias e Vicente do Rego
Monteiro.
2.2 – Influência Portuguesa
“FEITA NAS COXAS”
* Modo construtivo “ah, aqueles escravos não
TELHAMENTO faziam nada direito!”

Os telhados são, por assim dizer, a


marca da arquitetura colonial. Embora
no século XVI as boas construções,
como casas de Câmara e Cadeia O cálculo é do arquiteto José La
Pastina Filho, superintendente do
ainda usassem o sapé, eram depois Instituto do Patrimônio Histórico
substituídas por telhas. As telhas são Nacional, em seu ensaio “Eram as
sempre cerâmicas, de capa e canal, telhas feitas nas coxas das
ou capa e bica, também chamadas escravas?”
telhas canal ou colonial
“Para confirmar nossa convicção das
inconsistências da assertiva popular – telhas
feitas nas coxas dos(as) escravos(as) –
tomamos as medidas das coxas de um
homem de 1,80m de altura e verificamos que,
usando-a como molde, só seria possível a
fabricação de uma minúscula telha de 36cm
de comprimento. Sem maiores preocupações O cálculo é do arquiteto José La
Pastina Filho, superintendente do
com aspectos de anatomia humana, se
Instituto do Patrimônio Histórico
estabelecermos uma simples regra de três, Nacional, em seu ensaio “Eram as
poderemos verificar que, para fabricar uma telhas feitas nas coxas das
telha de 77cm, precisaríamos contar com um escravas?”
escravo de 3,95m de altura”
2.2 – Influência Portuguesa

* Modo construtivo

COBERTURA
ESTRUTURA

As tesouras (em Portugal Tesoura de linha suspensa


chamadas asnas) mais
utilizadas eram a tesoura
de linha suspensa, ou
canga de porco e a
tesoura de Santo André;

Tesoura de Santo André


2.2 – Influência Portuguesa

* Modo construtivo

COBERTURA
ESTRUTURA

A tesoura Paladina não Tesoura Paladina


não foi muito utilizada e a
tesoura romana foi
utilizada com ênfase no a
partir do séc. XIX

Tesoura Romana
2.2 – Influência Portuguesa

* Modo construtivo

Beirais e
Beiras
2.2 – Influência Portuguesa

* Modo construtivo

Beirais e
Beiras

Cachorros ornamentados.
Imagem Lemos 1979.
2.2 – Influência Portuguesa

* Modo construtivo

Beirais e “ sem eira nem beira”


Beiras
Eira é um pequeno quintal nos
fundos da casa; beira é a
decoração da alvenaria abaixo
do beiral, com o mesmo
material da parede da casa.
2.2 – Influência Portuguesa

* Modo construtivo
Forros

Tipos de forro. Fonte Santos, 1951.


2.2 – Influência Portuguesa

* Modo construtivo
Forros

Forro de taquara. Detalhe e assentamento. Imagem Santos, 1951.


2.2 – Influência Portuguesa

* Modo construtivo
Forros
Além da forma plana, os forros poderiam possuir a forma
abobadada, muito comum nas igrejas, ou a chamada forma de
esquife, caixão ou gamela
Tesoura Romana
2.3 – Influência Holandesa
* Invasão Holandesa
Após a União Ibérica - 1580 e 1640 -
a Holanda resolveu enviar suas expedições militares
para conquistarem a região nordeste brasileira,
através da Companhia Holandesa das Índias
Ocidentais.

Objetivo holandês - restabelecer o comércio do


açúcar entre o Brasil e Holanda, proibido pela
Espanha após a União Ibérica.

A primeira expedição invasora - 1624 contra


Salvador (capital do Brasil na época). Os holandes
foram expulsos no ano seguinte quando chegaram
reforços da Espanha.
2.3 – Influência Holandesa
* Invasão Holandesa
A segunda expedição invasora - Em 1630, desta
vez contra a cidade de Olinda (Pernambuco).
Após uma resistência luso-brasileira, os
holandeses dominaram a região, estabeleceram
um governo e retomaram o comércio de açúcar
com a região nordestina brasileira.

Em 1637, a Holanda enviou o conde Maurício


Frota de Maurício de Nassau - Gravura de desenho
de Nassau para administrar as terras
de Frans Post - Ilustração do livro de Gaspar Barleus
Acervo Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.
conquistadas e estabelecer uma colônia
holandesa no Brasil. Até 1654, os holandeses
dominaram grande parte do território
nordestino.
2.3 – Influência Holandesa
* Invasão Holandesa

Principais aspectos da administração de


Nassau no Nordeste do Brasil:

- Estabeleceu relações amigáveis entre


holandeses e senhores de engenho
brasileiros;
- Incentivou, através de empréstimos, a
reestruturação dos engenhos de açúcar do
Nordeste;
- Introduziu inovações com relação à
fabricação de açúcar;
2.3 – Influência Holandesa
* Invasão Holandesa

- Favoreceu um clima de tolerância e


libertade religiosa;
- Modernizou a cidade de Recife,
construindo diques, canais, palácios,
pontes e jardins.
- Estabeleceu e organizou os sistemas
de coleta de lixo e os serviços de
bombeiros em Recife.
- Determinou a construção em Recife de
um observatório astronômico, um Jardim
Botânico, um museu natural e um
zoológico.
Palácio de Friburgo
Gravura segundo desenho de Frans Post
Ilustração do livro de Gaspar Barleus
Acervo Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro
Planta do Palácio de Friburgo
Ilustração do livro de Gaspar Barleus
Acervo Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro
Estudos sobre a flora, a fauna, a
medicina e os naturais da terra, bem
como observações astronômicas e um
detalhado levantamento cartográfico da
região, atestam a importância da
presença de Maurício de Nassau à
frente desta missão de artistas e
cientistas.
Planta do Porto de Pernambuco em 1639 de Johannes Vingboons
Ilustração do Atlas Geral do Brasil Holandês
Acervo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Recife
2.3 – Influência Holandesa
* Invasão Holandesa

Em 1654, após muitos guerras e conflitos, finalmente os


colonos portugueses (apoiados por militares de Portugal e
Inglaterra) conseguiram expulsar definitivamente os
holandeses do território brasileiro e retomar o controle do
Nordeste Brasileiro.
2.4 – Influência Espanhola

Corrente migratórias - do final do século XIX e início do século XX.


Quantidade - 700 mil espanhóis
Motivo: a situação de miséria os impelia a buscar novas
possibilidades de vida.
Destino: pequena parcela - sul do país,
Maior parcela - fixou-se no estado de São Paulo. Eles deslocaram-se
para trabalhar nas fazendas de café do interior do estado paulista ou
fizeram parte do processo de metropolização da capital, São Paulo.
Dentre as correntes de imigrantes europeus que se dirigiram ao Brasil
até 1929, os espanhóis formaram o terceiro maior contingente.
2.4 – Influência Espanhola

Corrente migratórias - do final do século XIX e início do século XX.


Quantidade - 700 mil espanhóis
Motivo: a situação de miséria os impelia a buscar novas
possibilidades de vida.
Destino: pequena parcela - sul do país,
Maior parcela - fixou-se no estado de São Paulo. Eles deslocaram-se
para trabalhar nas fazendas de café do interior do estado paulista ou
fizeram parte do processo de metropolização da capital, São Paulo.
Dentre as correntes de imigrantes europeus que se dirigiram ao Brasil
até 1929, os espanhóis formaram o terceiro maior contingente.
2.4 – Influência Espanhola

Leis urbanas ditadas


por Felipe II. Criada para
ditar o traçado das cidades
colonizadas por espanhóis.
2.4 – Influência Espanhola
2.4 – Influência Espanhola
Características da Arquitetura Civil

• Construções simples por causa da falta de


recursos.
• Casa dos senhores – uso de adobe, pedra e cal.
• Casa dos pobres e senzalas – pau-a- pique
- Alvenaria em
pedra - pode ser feita
pelo assentamento das
mais variadas pedras
obtidas através do
desmanche de rochas,
podendo ou não se
utilizar da argamassa
(material aglutinante: cal
+ areia + água).

Alvenaria de pedra aparelhada argamassada, constituída por


pedras irregulares sendo algumas maiores e outras pedras
menores preenchendo as fendas
Alvenaria mista –
utiliza vários tipos de
materiais em sua
estrutura, no caso do
exemplo é claro aos
olhos, a presença de
pedras, e tijolos
cerâmicos
CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA CIVIL

RURAL:

* Complexo de Engenho : casa-grande e


Senzala.
• Casa Bandeirista.

URBANA:
* Casas e sobrados
Cidade esquisita, de casas sem moradores, pois os
proprietários passavam mais tempo em sua roças rurais,
só acudindo no tempo das festas. A população urbana
constava daqueles que exerciam seu oficio de mercador,
oficiais de Justiça, de Fazenda, de Guerra, obrigados à
residência. (FAUSTO, 2006, p.75).
O senhor de engenho é título a que muitos
aspiram porque traz consigo o ser servido e
respeitado de muitos. E [...] bem se pode estimar
no Brasil o ser senhor de engenho, quanto
proporcionadamente se estimam os títulos entre
os fidalgos do reino” (ANTONIL, apud FAUSTO,
2006, p.74)
Fazenda
Casa - grande
Casa- grande
Senzala
Casa Bandeirista

Segundo Fausto (2006), as bandeiras foram a grande marca deixada


pela sociedade paulista no período colonial do século XVII
FASES
•1ª FASE (1700 a 1750): Casa simples de pau-a-pique e
cobertura vegetal

•2ª FASE (1750 a 1800): Casa de pau-a-pique ou


alvenaria de adobes ou pedra, mas coberta de telhas

•3ª FASE (1800 A 1850): Casa com as mesmas


características, porém mais leve em função do uso do
vidro. Raramente a construção era em pedra. Inicia a
utilização de cimalha sobre os vãos, rótulos e sacadas ou
varandinhas nos sobrados

•4ª FASE (1850 A 1900): Começa a utilização do chalé. O


telhado passa a ter sua empena para frente, com o beiral
em madeira recortada. Inicia-se uma fase de expressiva
influência francesa
Com a proibição, em fins do século XIX, do uso de
alcovas, a plantadas casas se modificou. A partir de
então, sua disposição interna passou a adotar o
seguinte programa - duas salas na frente e dois
quartos nos fundos, um dos quais se unia a um
puxado utilizado como cozinha, sendo acrescida
ainda de um pequeno compartimento, integrado ou
não ao corpo principal, usado como W.C. Outras
mudanças se fazem notar, com o tempo, em relação
à cobertura das casas, inicialmente, em duas águas
e depois com as alterações nos lotes urbanos, em
quatro águas. A necessidade de adaptação ao clima
e de proteção dos efeitos intensos da insolação e
das chuvas, fez com que o uso do beiral fosse, cada
vez mais, valorizado nas construções, ampliando-o e
dando origem aos alpendres.
Casa de Câmara e cadeia
• Surgimento da Casa de Câmara e
Cadeia - afirmação de autonomia da
burguesia urbana contra o poder feudal.

• Transferência do sistema
administrativo de Portugal - seguiram
de perto tanto a função quanto a
aparência de suas congêneres
européias, inclusive após a
Independência.

• Após a proclamação da República, a


Casa de Câmara e Cadeia muitas vezes
passou a abrigar também o Fórum da
comarca e a Prefeitura, sendo então
chamada de Paço Municipal.
* Localização: referente a comuna
medieval, era localizada sempre em lugar
de honra na cidade — na praça central ou
do mercado

* Programa Básico de uma Casa


municipal (Casa de câmara e cadeia): O
programa tradicional das chamadas casas
municipais consistia em: cadeia, arsenal
de milícias, salas diversas, capela e salas
de reunião para magistrados

* Apoio: A Igreja, de modo geral, era solidária


ao movimento comunal

* Nomenclatura: Em Portugal - Paço do


Concelho, enquanto no Brasil - Casa de Câmara
e Cadeia.
* Distribuição: Câmara e Cadeia. A primeira acomodava-se em
salas simples para os serviços camarários e judiciários, enquanto
a última requisitava apenas celas para prisão. O
desenvolvimento da Casa de Câmara e Cadeia varia em função
dos recursos materiais de cada município, portanto, não se deve
considerar aplicável indistintamente a todos os exemplares a
extensão do programa básico.

* Função: tinha atribuições administrativas e judiciais, nos


campos cível e criminal. Cabia a ela legislar, administrar,
policiar e punir

* Formado por: “oficiais da câmara”, isto é: juiz, vereador e


procurador.
• Desdobramentos espaciais na casa de Câmera:

- Casa de Câmara: contemplava uma nobre sala para reunião dos


oficiais, onde tratavam de assuntos de bem comum, atendendo “ao
bom regime da República”

- Casa de Audiência: era também uma sala nobre, a qual servia para
as audiências dos ouvidores, juízes e outros cargos julgadores.

- “Casa da Secretaria”: destinada a Arquivo — designação para arcas


e armários em que eram guardados os bens camarários.

- Cadeia: era elemento de suporte. As prisões eram localizadas no


térreo das Casas de Câmara e Cadeia eram conhecidas como
enxovias.

- Casas do carcereiro e do corpo da guarda: destinadas aos


carcereiros.
*Mudanças :
- Com a Constituição de 1824, no Império, as Casas de Câmara e Cadeia
começaram a passar por reformas significativas.

Casa de Câmara e Cadeia de Ouro Preto, início


do século XIX (atual Museu da Inconfidência)
*Características
arquitetônicas das Casas de
Câmara e cadeia

* Casas de Câmara e Cadeia


de um só pavimento -
apenas Casas de Câmara -
construções assobradadas, o
que se prova pelos vestígios
de alçapão no teto das salas
que serviam de cárcere

* As Casas de Câmara e
Cadeia se localizavam no
centro do terreno, formando
pátios externos.
*Características
arquitetônicas das Casas de
Câmara e cadeia

* Proporção entre casa de


câmara e cadeia - Até o século
XVIII- cadeia maior que a da
câmara. A partir do século XIX,
o fato se inverteu.

* Geralmente as Casas de
Câmara e Cadeia eram
servidas por uma entrada
comum, ainda que existissem
aquelas com duas entradas —
geralmente as oriundas do
século XIX: uma para a
câmara e outra para a cadeia.
*Características
arquitetônicas das Casas de
Câmara e cadeia

Portas, portadas, torres, sineiras


e escadas concentravam-se ao
centro nas fachadas. As
escadas externas
eventualmente tomavam outra
posição, situando-se nas
fachadas laterais.

* Era comum conservar com


vergas retilíneas as portas e
janelas das fachadas, tratando
de forma diferenciada — tanto
formal como dimensionalmente
— apenas a porta principal, a
fim de destacá-la no conjunto.
*Características
arquitetônicas das Casas de
Câmara e cadeia
Durante o século XIX, era
comum ver janelas de peito
substituindo as de púlpito. Nas
enxovias, eram instaladas
janelas simples.

Os fechamentos dos vãos


podiam ser simples ou duplos
(com folhas de segurança), com
batentes de calha ou chanfro,
almofadados ou gradeados.
Bandeiras, caixilhos, vidraças e
grades caracterizavam as
Casas de Câmara e Cadeia e
suas finalidades.
*Características
arquitetônicas das Casas de
Câmara e cadeia
. A monumentalidade das Casas
de Câmara e Cadeia não residia
em suas dimensões, mas na
dinâmica de escalas — a das
proporções visuais e a humana.
A forma quadrada ou retangular
predominava, submetendo
fachadas e plantas a traçados
reguladores.
• Brasil – Governo de Tomé de Souza
em 1549, fundou Salvador com a igreja, o
paço do governo, a Casa de Câmara e
Cadeia, o pelourinho, a igreja matriz , o
colégio dos jesuítas e a alfândega
PALÁCIO DOS GOVERNADORES
Revista IPHAN nº 11 – ano 1947
Revista IPHAN nº 11 – ano 1947
As seteiras são pequenas aberturas verticais, utilizadas na
arquitetura militar como vão de observação, vigia e tiro. mas
são também usadas na arquitetura civil e religiosa. Os óculos
têm forma circular, quadrifólio ou outras. Na arquitetura militar
as seteira têm também o nome de balestreiro. Os óculos são
muito comuns nas igrejas, para luminação adicional das
tribunas, consistórios ou outros compartimentos. Neste caso
têm moldura de pedra e são esculpidas em perfís diversos.
As ferragens para
acionamento eram as
chamadas dobradiças
decachimbo ou dobradiças
de leme. O leme era a
chapa de ferro fixada nas
folhas das portas, os quais
tinham as mais variadas
dimensões e desenhos.
As aldrabas, ou aldravas er
am pequenas argolas ou
maças metálicas
fixadas em um eixo, para
o visitante bater na porta;
servia em outros casos,
para acionar uma
tranqueta e assim abrir a
porta pelo lado de fora.
ARQUITETURA JESUÍTICA

1549 - 1640 – 1º 1640 – 1763 – 1763 – 1822 –


PERÍODO: 2º PERÍODO: 3º PERÍODO:
PERIODICIDADE: “Estilo “Estilo “Estilo
Missionário”. Monumental” Mundano”
ARQUITETURA RELIGIOSA

Importância das ordens religiosas:

• Representavam o interesse da Coroa portuguesa em proteger as


divisas das terras brasileiras estabelecidas pelas Capitanias
Hereditárias e Catequização e evangelização dos índios.

• Possuia não apenas funções religiosas, mas também administrativas


(registros de nascimento, certidões de óbitos e etc.)
ARQUITETURA RELIGIOSA

• Os jesuítas (padres missionários católicos) começaram a chegar ao


Brasil por volta de meados do século XVI. Eram integrantes,
principalmente, da Companhia de Jesus, que tinha metas principais
difundir o catolicismo nas terras recém-descobertas (América e África)
e fazer a catequização dos povos nativos (indígenas).

• Para facilitar o processo de catequização dos índios no Brasil, os


jesuítas organizaram aldeamentos, que também eram chamados de
missões ou reduções.
* 1º momento – uso da força por parte dos soldados
portugueses para levar os índios para as missões
* 2º momento – interiorização das missões –
(séc. XVII)
PARTIDO ARQUITETÔNICO

“Predominava o
gosto clássico, mais
austero, despojado e a
presença de torre sineira,
dando
um sentido de
verticalidade à
construção,
manifestando o desejo
de mostrar o
caminho da
transcendência.”
PARTIDO ARQUITETÔNICO

A forma retangular e a
nave única na quase
totalidade dos
exemplares, está
relacionada à função
de pregação
religiosa. A planta
longitudinal é a ideal
para reunir uma
grande quantidade de
pessoas e mantê las
com a atenção voltada
para a capela-mor,
onde se desenvolve o
culto religioso.
ARQUITETURA RELIGIOSA

Consequências principais

- Aceleração do processo de povoamento do interior do Brasil.


Várias missões deram origem a vilas, que depois se transformaram
em cidades.

- Milhares de índios perderam sua identidade religiosa e cultural,


passando a ter o catolicismo como religião e o português como
língua principal. Muitas vezes esse processo era feito de forma
forçada.

- Colaborou para o processo de oficialização do catolicismo como


religião oficial do Brasil.

- Fundação de colégios católicos como, por exemplo, o Colégio de


São Paulo de Piratininga (fundado por José de Anchieta).
ORDENS RELIGIOSAS

A importância do papel que as ordens religiosas -


jesuítas, beneditinos, carmelitas, franciscanos –
desempenharam na ocupação das terras brasileiras,
pode ser percebida na herança física deixada por
suas obras arquitetônicas que pontuam e se
destacam, em especial, na escolha do local onde
construíam seus templos, sempre implantados em
pontos estratégicos, nos topos das colinas, em
situação de dominância do território.
RODRIGUES, Sérgio. ‘Nas coxas’ não tem nada a ver com telhas e escravos 14h32 - Atualizado
em 16 fev 2017, 14h38 in: http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/8216-nas-coxas-8217-nao-tem-
nada-a-ver-com-telhas-e-escravos/.

RUBEM, Jackson. A invasão Holandesa deixou marcas fortes na sociedade brasileira


09/04/2008 . IN: http://www.obrasileirinho.com.br/a-invasao-holandesa-deixou-marcas-fortes-na-sociedade-
brasileira/

http://www.suapesquisa.com/pesquisa/invasaoholandesa.htm

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/a-imigracao-espanhola-no-brasil.htm
https://pt.slideshare.net/JssicaSaito/cidade-colonial-salvador-apresentao

http://www.ceap.br/material/MAT1903201474733.pdf

http://www.abaco-arquitetura.com.br/pt-br/blogs/casa-de-camara-e-cadeia-luso-brasileira

https://keyimaguirejunior.files.wordpress.com/2014/11/guaratuba-2.jpg

www.sebraerj.com.br/custom/pdf/cam/sal/05_ArquiteturaReligiosa.pdf

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