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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

CURSO DE LICENCIATURA EM NUTRIÇÃO

DIETA E ANTROPOLOGIA: PESQUISA ETNOGRÁFICA EM CASA

Cesarita David

Lichinga, Agosto de 2022


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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

CURSO DE LICENCIATURA EM NUTRIÇÃO

DIETA E ANTROPOLOGIA: PESQUISA ETNOGRÁFICA EM CASA

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Nutrição da UnISCED.

Cesarita David

Lichinga, Agosto de 2022


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Índice
1. Introdução...............................................................................................................................4
1.1. Objectivos.........................................................................................................................4
1.1.1. Geral..........................................................................................................................4
1.1.2. Específicos.................................................................................................................4
1.2. Metodologia.....................................................................................................................4
2. Etnografia a partir da realidade da minha dieta......................................................................5
3. Conclusão................................................................................................................................9
4. Referências bibliográficas.....................................................................................................10
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1. Introdução
Moçambique é um país que demostra avanços culturais, sociais e económicos na área de
alimentação, onde a população para se manter precisa de se alimentar, qualificando o seu
quadro nutricional, sendo que o mesmo é feito de escolhas, cultura, necessidade, onde cada
indivíduo pode estabelecer a sua dieta. No entanto o trabalho tem como tema Dieta e
antropologia: pesquisa etnográfica em casa, onde o trabalho foca mais a minha dieta durante
uma semana, descrevendo o que comi ao longo duma semana, desde matabicho, almoço e
jantar. Entretanto, neste trabalho pretende-se estudar a influência dos hábitos alimentar da
estudante a cerca da dieta, e nesta pesquisa trabalhou-se na minha pessoa pois sobre este
assunto foi mais fácil já que tratava-se de mim, o que tornou mais fácil a minha situação da
dieta.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Analisar a influência dos hábitos alimentares da minha prática de deita alimentar.

1.1.2. Específicos
 Identificar os tipos de dieta feita pela praticante durante uma semana a fim de registrar
o tipo de dieta fiz no pequeno-almoço, almoço e jantar;
 Descrever o percurso alimentar da praticante de dieta durante uma semana a fim de
perceber quanto custa a minha comida;
 Avaliar o nível de conhecimento sobre dieta alimentar em função antropológica e
cultura.

1.2. Metodologia
O estudo baseou-se no método etnográfico, investigando as bases morais e simbólicas da
alimentação de mim mesmo, incluindo os meus limites, ambiguidades assim como paradoxos.
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2. Etnografia a partir da realidade da minha dieta


Segundo Canesqui, comer é um ato social (2005). Klaas Woortmann enuncia que “a comida
possui um significado simbólico – ela fala de algo mais que nutrientes” (2006). Mintz
explicita como o dever de comer sempre, durante toda a vida, levando em conta que
crescemos circundados de pessoas com hábitos e crenças particulares, molda também nossa
alimentação, mostra que “o que aprendemos sobre comida está inserido em um corpo
substantivo de materiais culturais historicamente derivados” (2001); ou ainda com Lody
entendo que se “Come ainda com os olhos, com o corpo inteiro, com o espírito. Pois comer é
uma ação muito maior do que simplesmente ingerir sais minerais, lipídios, glicídios, entre
outros componentes, para nutrir e promover metabolismo” (2008). Importante enfatizar que
não só o comer, como o próprio preparo da comida, e talvez até a compra desse alimento in
natura também é. Isso implica considerar que em casas com famílias numerosas, o cozinhar e
o comer provavelmente são atividades coletivas que reúnem diversas pessoas à mesa bem
como diferentes gerações.

Diante dos factos, consoante a tarefa de campo que fomos mandados descrevendo a dieta ao
longo duma semana, começo por seguinte:

Detalhando a minha deita, iniciou no dia 29 de Julho de 2022 e terminou no dia 04 de Julho
de 2023. Entretanto, nesse período pude descrever a dieta do pequeno-almoço, de almoço e de
jantar, isso durante uma semana, que deu para perceber o quanto gasto ao longo duma
semana.

Dieta do pequeno-almoço durante uma semana, duma forma resumida, no primeiro dia o meu
pequeno-almoço foi comer um pão inteiro, com uma salada com pouco óleo, posto sal e
limão, no segundo dia foi papinha de arroz posto sal, no terceiro dia, o meu pequeno-almoço
foi de batata-doce uma vez que estamos num tempo em que a Província de Niassa
concretamente cidade de Lichinga não da falta, o quarto dia o meu pequeno-almoço
novamente foi de bata doce acompanhada com salada de alface, o meu quinto dia o pequeno-
almoço foi mandiocas cosidas, o sexto dia foi pão sem acompanhante apenas com chá e por
ultimo o sétimo dia o pequeno-almoço foi de batata-doce.

Dieta do almoço durante uma semana, quanto ao primeiro dia do meu almoço foi de chima
com carapau, o segundo dia o meu almoço foi de chima com seu caril de folhas de abobora, o
terceiro dia xima acompanhado com ossipa Fresca um tipo de peixe que é trazido a partir de
Meponda cá na cidade de Lichinga, o quarto dia o meu almoço fiquei sem vontade de almoçar
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apenas na hora de almoço comi uma duas batatas doce que ficavam no pequeno-almoço, o
quinto dia tinha que comprar folhas de feijão acabei preparando água e sal porque esse dia
estava sem óleo acompanhado novamente com chima, o sexto dia foi diferente, isso porque o
meu almoço foi comprar carne de cabrito e fiz uma feijoada e acompanhado com arroz,
acompanhada com salada de alface e por último, o sétimo dia comeu-se chima com seu caril
de mutapassa a famosa matapa, posto amendoim, coco e um pouco de camarão.

Dieta de jantar durante uma semana, visto que o meu almoço no primeiro dia foi chima com
carapau o meu jantar foi repetir o mesmo caril, o segundo dia o meu jantar foi arroz com
feijão, o terceiro dia o jantar foi de chima com chambo um tipo de peixe que é trazido a partir
do lago Niassa, nesse dia o peixe era frito. O quarto dia chima com seu caril carne de porco, o
quinto dia o jantar chima com couve, e o sexto dia o jantar foi xima com ossipa frito com
tomate ao lado, por ultimo o sétimo dia o meu jantar foi repetir o carril do almoço que era de
matapa.

No que concerne a contextos do sociais económicos (Minha forma de alimentação), dizer que
a minha forma percebe-se que sou tão vegetariana, não porque passo dificuldades. Partindo do
meu meio familiar por estarem a alimentar-se de um modo diferente dos restantes membros
da família.

No entanto, só para ter uma ideia sempre que vou a mercado o meu tempo máximo que gasto
fazendo compras dura uns 40 minutos uma vez que estou num bairro onde tem um mercado.
Nas manhas quando vou a mercado comprar o matabicho sempre aproveito comprar o carril
de almoço e se possível haver dinheiro suficiente também o caril do jantar caso haja
necessidade.

Assim que chego a casa, o meu tempo máximo de preparando e consumo de alimentos
dependem dos dias, por exemplo o dia que o matabicho tem sido mandioca ou batata-doce
leva umas duas horas para estar pronto, e de seguida começo a cozinhar o caril de almoço
juntando com o tempo de matabicho chega umas 6h de tempo para o almoço, em especial os
dias que tem sido feijão. Ainda assim, para ter uma ideia com esse trabalho conclui que antes
de começar a fazer dieta semanal eu comia muito e gostava de alimentos calóricos.

O comportamento alimentar é influenciado pela interação entre aspectos ambientais,


psicológicos e biológicos. Essa interação caracteriza as atitudes perante o alimento, e o
comportamento alimentar apresenta-se como um dos fatores do estilo de vida que influencia
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diretamente a condição de saúde do indivíduo. Em função de suas particularidades o


comportamento alimentar tem a Psicologia como disciplina investigativa mais intimamente
relacionada a ele (VIANA, 2002). Para Freitas (2016), as quatro dimensões mais
significativas do comportamento alimentar são a ingestão emocional, a ingestão externa, a
ingestão compulsiva e a restrição alimentar.

Os hábitos adquiridos na infância criaram raízes profundas, por isso dificilmente os abandonar
assim que sou adulta, é desta maneira intendo uma alimentação saudável se baseia em pratos
mais diversificados, com: carboidratos, proteínas, nutrientes, lipídios, água, vitaminas e sais
minerais.

Assim percebi que em uma semana o custo da minha comida, foi razoável, não porque a
comida não seja tao cara, mais porque por exemplo tendo em vista o baixo custo com que
acessa o feijão.

O mesmo raciocínio aplica-se nas verduras, em Lichinga o caril mais consumido são as
verduras pelas famílias vêm em grande medida, da produção das hortas locais, cuidadas
principalmente pelas mulheres: alface, couve, repolho, folhas de abobora, dependendo da
preferência das famílias.

Diante dos factos, quanto a minha escolha alimentar da semana tem a ver com o meu passado
visto que na minha família gostavam comprar feijão, onde preparavam matapa nos finais de
sema, e em alguns finais de semana preparavam feijoada, para alem disso o feijão porque
contem o ferro. E a economia também influência nessas compras, só para ter ideia, nesse
tempo na cidade de Lichinga são poucos que no seu mata-bicho compram pão, actualmente o
que mais tem saída nas manhas é a bata doce e mandioca, e pra além disso gosto comer nas
minhas refeições aquilo que me apetece. Com disponibilidade. Na maioria das vezes na minha
família quanto os hábitos culturais, meu pais dizia o seguinte meus filhos os elementos da
estrutura social, bem como os sistemas de valores e as referências culturais, também têm
função. Onde o mesmo dizia cuidar da saúde e da alimentação, por exemplo, depende em
grande parte de vários tipos de recursos e limitações, relacionados ao trabalho, à renda ou à
vida familiar.

Curiosamente, a antropologia e cultura nunca ao meu entender não afetam a minha dieta na
medida em que a dieta é definida em Antropologia como a forma de pensar na alimentação
dentro dos parâmetros das condições de vida e trabalho, do próprio consumo, do corpo
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socialmente posicionado, dos atributos alimentares e da construção de identidades sociais, que


contraditoriamente favorecem ou negam a condição de ser pobre (Canesqui, 1988).

Ao meu caso a antropologia e cultura é importante, especialmente para a antropologia da


saúde e antropologia urbana na medida em que se procura analisar o quão é bom praticar dieta
alimentar, uma vez vivendo no meio urbano, onde o sedentarismo cria condições para o
surgimento de várias doenças, a dieta alimentar garante que as praticantes mantenham sua
saúde e estética do corpo.

Corroborando na ideia de Mintz (2001) no seu artigo reitera o pensamento de Fischler ao


dizer que “o comportamento relativo à comida liga-se diretamente ao sentido de nós mesmos
e à nossa identidade social, e isso parece valer para todos os seres humanos”. E mais, Mintz
coloca que “Comer é uma atividade humana central não só por sua frequência, constante e
necessária, mas também porque cedo se torna a esfera onde se permite alguma escolha”

A pratica da dieta em praticamente todas as culturas os alimentos sempre foram relacionados


com a saúde, não apenas porque sua abundancia ou escassez colocam em questão a
sobrevivência humana, mas porque o tipo de dieta e a explicação médica para sua utilização
sempre influenciaram a atitude diante da comida, considerando sua adequação a certas idades,
gênero, constituições físicas ou enfermidades presentes. Daí uma noção comum de regime
para a regulamentação do corpo e do estado (Carneiro, et al, 2006).

Em geral, analisar a produção antropológica referente às práticas, hábitos e concepções de


consumo alimentar de segmentos das pessoas rurais e urbanos. Estava de opinião que se faça
vários estudos no seio da nossa sociedade, para tentar perceber e analisar os hábitos da dieta.
Com esse trabalho, deu para perceber o quanto a minha comida custa.

Por outro lado, a tarefa aponta mudanças na alimentação que parecem ser denomidantes no
meio da sociedade desta província etnográfico, e que estão relacionadas com o aumento da
frequência no consumo de batata-doce, o aumento da necessidade de compra dos alimentos
consumidos como o caso de carnes.

No meu entender, a antropologia da alimentação contribui com estudos sobre os hábitos


alimentares dos mais variados povos e apresentar para os personagens políticos possibilidades
de políticas alimentares que minimizem os impactos da alimentação globalizada e os males
que a acompanham.
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3. Conclusão
Os estudos antropológicos apresentados nesta tarefa mostram a importância das contribuições
dessa área de conhecimento na elucidação das práticas, concepções e saberes sobre o
consumo alimentar entre setores sociais que representam as forças de trabalho urbana e rural.
A tarefa da entender particularmente aos aspectos materiais e não materiais, que envolvem a
produção dos meios de sobrevivência e a reprodução da força de trabalho, na sua dimensão
concreta e cotidiana, da qual a alimentação é componente fundamental.

Assim, a questão dos hábitos alimentares, noção empregada pela autora e as práticas de
consumo de acordo com outros autores, devem ser entendidas no conjunto de práticas dos
diferentes grupos sociais, com o cuidado de não particularizá-los e isolá-los dos determinantes
de ordem socioeconómico e de natureza ideológica que modulam a própria produção,
distribuição e o consumo em nossa sociedade.
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4. Referências bibliográficas
CANESQUI, A.M. (1976). Comida de rico, comida de pobre: um estudo sobre alimentação
num bairro popular. Campinas,

CANESQUI, A. M. (2005). Mudanças e permanências da prática alimentar cotidiana de


famílias trabalhadoras. In: CANESQUI, A.M.; GARCIA, R.W.D. (Orgs.). Antropologia e
Nutrição: um diálogo possível.

CARNEIRO, Henrique. (2006).Comida e Sociedade. In: ARAÚJO, W.; TENSER, C. (Org.).


Gastronomia, cortes e recortes, Volume I, Brasília: Editora SENAC,

MINTZ, S. (2001). “Comida e antropologia: uma breve revisão”. Revista Brasileira de


Ciências Sociais, São Paulo.

VIANA, Daniela. (2014). Análise nutricional das dietas da moda. Faculdade de Ciências da
Educação e Saúde. Brasília: Centro Universitário de Brasília-UniCEUB.

VIANA, R. S. G. (2003). Saberes e praticas alimentares do remanescentes do quilombo do


Curiau no Estado de Amapá. Brasilia.

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