CURRÍCULO FUNCIONAL E PLANEJAMENTO DE ENSINO

O Currículo Funcional Natural (CFN) é uma proposta metodológica baseada no

desenvolvimento de habilidades que levem a pessoa a atuar da melhor forma possível, no
seu ambiente, de modo a torná-la mais independente e criativa, aumentando as respostas
adaptativas e diminuindo os comportamentos que a tornam menos integradas. [...] Essa
estratégia foi proposta na década de 1970, inicialmente por pesquisadores da Universidade
do Kansas, que discutiram a respeito de um currículo para o desenvolvimento de
habilidades que levassem crianças de cinco anos de idade a ter uma melhor atuação em
seu ambiente, de forma que elas pudessem viver mais independentes e criativas
(SUPLINO, 2009). Tal currículo foi denominado de Currículo Funcional. Na década de
1980, a Doutora Judith LeBlanc levou a proposta do Currículo Funcional para o Centro Ann
Sullivan no Peru, sendo esta modificada e adaptada para que se pudesse trabalhar com
pessoas com TEA e outras deficiências (Togashi, 2020, p. 35-36).

TOGASHI, Cláudia Miharu. Currículo funcional natural: propondo práticas

pedagógicas no atendimento educacional especializado. Tese (Doutorado) –
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Educação.2020.

Contribuições do Currículo Funcional para os processos de ensino e aprendizagem de

alunos com TEA.
O Currículo Funcional Natural é uma abordagem metodológica que se baseia no
desenvolvimento de habilidades para capacitar as pessoas a atuarem de maneira mais
eficaz em seu ambiente tendo como objetivo aumentar a independência e criatividade,
reduzindo comportamentos que prejudicam a integração, valorizando situações de
aprendizagem próximas ao mundo real.
Essa abordagem valoriza a individualidade e busca promover a autonomia das pessoas,
permitindo que elas desenvolvam habilidades funcionais relevantes para sua vida
cotidiana. É uma maneira de tornar o currículo mais significativo e aplicável às
necessidades reais dos alunos. É importante que será aplicado tanto na escola quanto na
família e na sociedade, visando a melhoria do ensino e da aprendizagem, com foco na
individualidade e na funcionalidade das habilidades.
É preciso considerar as necessidades específicas de cada criança, para propor ações tendo
como base sua realidade acreditando que todos podem aprender. É imprescindível um
planejamento individualizado.
As propostas precisam ter foco nas habilidades funcionais, ou seja, aquelas que são
relevantes para a vida cotidiana , promovendo ações de integração com a comunidade
participando ativamente do ambiente em que as crianças vivem, buscando através das
propostas tornar os alunos mais independentes e criativos, permitindo que desenvolvam
habilidades funcionais que os beneficiem ao longo da vida, auxiliando na melhora da
atenção, comunicação, memória, entre outros fatores.
Na elaboração do Plano Individualizado Educacional o educador busca garantir o direito à
educação mediante suas necessidades, funcionando como um roteiro personalizado,
definindo estratégias e ações para atender às necessidades específicas de cada individuo,
assegurando sua participação plena e o máximo desenvolvimento de suas potencialidades
no ambiente escolar e quando necessário é reavaliado, dialogado com a família e
profissionais especializados que acompanham.
Diante disso e para elaboração do Plano pautado no currículo funcional precisamos coletar
informações sobre o histórico do aluno, incluindo família, desenvolvimento, saúde e
interesses, avaliar habilidades, potenciais e necessidades educacionais, considerar
preferências e interesses para tornar o aprendizado mais significativo, estabelecendo
metas de curto, médio e longo prazo com base nas necessidades e habilidades do aluno,
organizando de acordo com as áreas de habilidades relevantes para cada aluno, definindo
estratégias, recurso e materiais para a implementação.
As propostos devem estar pautadas em atividades que desenvolvam habilidades sociais e
interação, basear o processo de aprendizagem em situações reais do cotidiano, soluções de
desafios do dia a dia, utilização de linguagem simples e clara, incluir a família no processo
educacional compartilhando estratégias e metas, reconhecendo que cada um é único e as
estratégias são adaptadas a cada um e são repensadas e reavaliadas conforme
necessidade.