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INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................2
HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA.................................................................................................................3
Epidemiologia da HDB.................................................................................................................................3
Etiologia da HDB..........................................................................................................................................3
Quadro clínico.............................................................................................................................................5
HDB aguda massiva.....................................................................................................................................5
HDB crónica ligeira......................................................................................................................................5
Complicações da HDB..................................................................................................................................6
Exames auxiliares e Diagnóstico..................................................................................................................6
Anamnese....................................................................................................................................................6
Diagnóstico diferencial da HDB...................................................................................................................8
Tratamento da HDB.....................................................................................................................................9
Hemorragia digestiva oculta........................................................................................................................9
Hemorragia digestiva de origem obscura....................................................................................................9
GASTROENTERITES AGUDAS (GEA) E DIARREIA AGUDA: DEFINIÇÃO E GENERALIDADES..........................10
GEA (Gastroenterite Aguda)......................................................................................................................10
Fisiopatologia das Diarreias Agudas..........................................................................................................12
Osmótica:..................................................................................................................................................12
Exsudativa:................................................................................................................................................12
Classificação Clínica das Diarreias e Possíveis Etiologias...........................................................................13
EXAMES AUXILIARES E DIAGNÓSTICO.......................................................................................................14
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS GEAs, DIARREIA AGUDA E CONDUTA....................................................15
Avaliação de Sinais de Desidratação..........................................................................................................15
Abordagem Terapêutica Inicial do Paciente com GEA e Diarreia Aguda...................................................17
Diarreia Viral:.............................................................................................................................................19
Diarreia Bacteriana:...................................................................................................................................19
Protozoários..............................................................................................................................................19
Tratamento Específico com Base na Etiologia...........................................................................................20
Educação Sanitária Preventiva...................................................................................................................20
Conclusão..................................................................................................................................................21
Bibliografia................................................................................................................................................22
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema hemorragia digestiva baixa e diarreia aguda. Iremos abordar
sobre algumas patologias que cursam com o HDB, dizer que A HDB classifica-se em: Aguda:
sangue vivo nas fezes com possibilidade eminente de choque hipovolémico. Crónica: perdas ao
longo prazo de pequenas quantidades de sangue, o que leva a anemia crónica. A origem da HDB
está intimamente associada à idade do paciente, com média aproximada de 65 anos, refletindo
aumento paralelo de doenças adquiridas responsáveis por sangramento do cólon.
Objetivos de Aprendizagem
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HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA
Refere-se a HDB quando o sangramento ocorre em consequência de lesão localizada distalmente
ao ligamento de Treitz.
Aguda: sangue vivo nas fezes com possibilidade eminente de choque hipovolémico.
Crónica: perdas ao longo prazo de pequenas quantidades de sangue, o que leva a anemia
crónica.
Epidemiologia da HDB
A HDB responde por cerca de 20 a 30% dos principais episódios de hemorragia digestiva e por
isso é muito mais raro do que a HDA. A origem da HDB está intimamente associada à idade do
paciente, com média aproximada de 65 anos, reflectindo aumento paralelo de doenças adquiridas
responsáveis por sangramento do cólon. As causas mais frequentes são a diverticulose e
angiodisplasias, mais comummente responsáveis por hemorragias severas (60% a 80% dos
casos), excepto em jovens, onde predominam as má-formações arteriovenosas. O sítio de
sangramento severo está localizado mais frequentemente no cólon (80%) do que no recto (12%)
ou no delgado (8%).
Etiologia da HDB
As causas de HDB mais comuns são:
Traumatismo rectal
Infecções (febre tifóide): é uma infecção causada pela salmonela typhi de transmissão
feco-oral, evolui em 3 fases. Na 1ª fase que corresponde a 1ª semana, o doente queixa-se
de febre, cefaleia, mialgia, obstipação ou diarreia e vómitos. Na 2ª semana, aparece com
uma erupção cutânea, esplenomegalia, tosse, distensão abdominal e hematoquezia. Na 3ª
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semana, evolui com delírios, perfuração intestinal, hematoquezia profusa, coma e morte,
se não for tratada.
Doença diverticular: divertículo é uma bolsa que se forma na parede dum órgão oco. É
uma espécie de “saquinho”. Os divertículos são frequentes no cólon, mas também se
encontram no esófago, no duodeno, no intestino delgado e no estômago. Eles causam
HDB quando há uma erosão na sua parede vascularizada.
Fonte: NIH
http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/magazine/issues/winter10/articles/winter10pg20-21.html
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Quadro clínico
As HDBs tipicamente manifestam-se pela presença de sangue vivo nas fezes (hematoquezia).
Felizmente a maior parte dos casos de sangramento estanca espontaneamente. Os sintomas e
sinais acompanhantes, bem como a gravidade, irão depender dos seguintes factores:
Da rapidez do sangramento
Da duração do sangramento
Pulso fino
Hipotensão
Sede
Alteração de consciência
A suspeita de fissura anal surge quando há eliminação de sangue fresco pelo recto, acompanhado
de dor intensa durante a defecação.
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Anemia e choque hemorrágico é a principal complicação. Insuficiência renal.
Exames auxiliares e Diagnóstico
Parasitologia das fezes poderá identificar o agente etiológico na disenteria (shigela, E.
histolytica), coprocultura. VS elevada sugere processo neoplásico ou infeccioso crónico (TB
intestinal). Hemograma para detectar anemia e distúrbios plaquetários (trombocitopenia). A
semelhança da HDA, a suspeita clínica, será baseada na forma de sangramento, manifestações
associadas, antecedentes médicos e no exame físico.
Anamnese
Abordagem inicial para o diagnóstico começa com uma boa anamnese, que orienta acerca dos
seguintes aspectos:
Localização do sangramento
Sangue vermelho cintilante normalmente se associa ao cólon esquerdo, excepção a esta regra
ocorre quando o trânsito do cólon direito está acelerado ou se houver HDA massiva.
Investigar a presença de dor associada, por exemplo, sangramento sem dor é comummente
associada a diverticulose, angiodisplasia ou câncer.
Fezes normais cobertas por sangue sugerem uma lesão no canal anal.
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Evacuações com grande quantidade de sangue vivo, praticamente sem a presença de
fezes, sugerem hemorragia de doença diverticular ou de angiodisplasia.
Uso de anticoagulantes.
PA FC Perda
Leve Deitado: sem alteração Deitado: sem alteração Menor que 1.000 mL
Em pé: diminuição de 20 mmHg Em pé: aumento de 20 bpm
Maciça Menor que 90 mmHg Cerca de 120 bpm Maior que 2.000 mL
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Exame da cabeça e pescoço: observar mucosas (pálidas e secas) ou sinais de
sangramento na orofaringe (a coexistência de hematemese implica diagnóstico
diferencial com HDA).
Exame rectal: buscar hemorróidas, fissura anal, fístula ou outra lesão que poderia
justificar o sangramento baixo.
Patologias anais:
Patologias rectais:
Patologias abdominais:
Tratamento da HDB
O tratamento inicial é feito com base no nível de gravidade do paciente.
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Nos casos de hemorragia aguda massiva, a abordagem não difere da do doente com HDA aguda.
O grande objectivo é prevenir o choque ou tratá-lo, para depois procurar a origem ou causa do
sangramento. Será abordado na aula de emergências. Se a etiologia é identificada e não há perigo
de vida, efectua-se tratamento específico (anti-bacterianos para shigelose, anti-protozoários para
a E. histolytica), manuseio das fissuras e hemorróides e das outras entidades causais.
Hemorragia digestiva oculta
Quando se fala de hemorragia digestiva oculta (HDO), há uma tendência para se confundir com
HDB crónica, o que não é verdade.
HDO é diagnosticada quando há detenção da perda assintomática de sangue pelo trato GI,
geralmente através do exame de sangue oculto nas fezes.
Está geralmente associada à anemia por deficiência de ferro, e alguns descrevem-na como a
principal causa de anemia ferropriva em homens adultos e mulheres pós-menopausa.
Hemorragia digestiva de origem obscura
A hemorragia digestiva de origem obscura é um sangramento agudo, crónico ou recorrente sem
local de origem identificado após endoscopia alta e colonoscopia.
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Persistente – quando dura além dos 14 dias
Representa uma resposta aguda inespecífica do intestino a diversas agressões como infecções,
infestações parasitárias, auto-imunidade, isquémica, reacções a drogas, cirurgias e neoplasias.
Etiologia em:
Fisiopatologia em:
Extra-intestinais ou
Intestinais ou Primárias
Secundárias
Não
Infecciosas Infecciosa Não infecciosa
infecciosa
sFungos
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sanguínea. Quando as pessoas com deficiência de lactase bebem leite ou consomem produtos
lácteos, a lactose não é transformada. Ao acumular-se no intestino, provoca diarreia osmótica.
A diarreia exsudativa é caracterizada por febre moderada, diarreia com sangue e/ou muco, dor
abdominal e tenesmo.
Secretora:
Como o próprio nome menciona, há grande secreção de fluidos e electrólitos para o intestino.
Esta secreção aumentada decorre de vários factores, entre eles, da acção de toxinas que
interferem no sistema adenilciclase com estímulo do AMP cíclico (p.ex. Vibrio cholera, E. coli
enteropatogénica), da secreção de hormônios (Vipoma, carcinóide) ou da lesão das vilosidades
intestinais (rotavírus).
Motora:
Resulta de alterações da motilidade intestinal, a qual está sob influência do sistema nervoso
autónomo e central.
Doenças que promovem uma hipermotilidade intestinal, como o hipertireoidismo e alguns casos
de diabetes, são exemplos de patologias que causam diarreia motora.
Classificação Clínica das Diarreias e Possíveis Etiologias
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EXAMES AUXILIARES E DIAGNÓSTICO
Hemograma – leucocitose numa diarreia infecciosa bacteriana exudativa. Anemia numa
diarreia exudativa ou secundária a malária. Trombocitopenia numa diarreia secundária a
malária.
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Complicações nos Doentes com GEA/Diarreia Aguda
Hipoglicémia: resultante da dificuldade em se alimentar (ora por causa das náuseas, ora
por causa dos vómitos), e da redução da absorção.
Acidose metabólica: perda de bases nas fezes; Alcalose metabólica por perda de ácido
pelos vómitos.
SHU (síndrome hemolítico urémico): síndrome composta por IRA, anemia hemolítica e
trombocitopenia. Também pode ter sinais neurológicos variáveis. Muito comum em
crianças depois de uma GEA/diarreia aguda por E.coli, Shigella ou Salmonella.
Síndrome do Intestino Irritável: É caracterizada pela presença de uma dor (de tipo
cólica) ou desconforto a nível abdominal (usualmente mas nem sempre ao nível inferior),
recorrente, associado à mudança na frequência ou consistência das fezes e tipicamente
aliviado pela defecação.
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Diarreias crónicas: diarreias com duração de mais de 4 semanas, que no início podem
ser confundidas com as diarreias agudas.
1. Estado De
Bom, alerta Agitado, irritado Letárgico, inconsciente
Consciência
Muito encovados e
2. Olhos Normais Encovados
secos
Volume reduzido e
8. Fluxo urinário Normal Anúria / oligúria intensa
cor escura
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10. Reenchimento
<2s +/- 2s >3s
capilar
Normal ou baixa,
11. Pressão Baixa ou imensurável
Normal hipotensão
sistólica
ortostática
2ª Etapa: Manutenção - substituição das perdas de líquidos que vão continuando até que a
diarreia pare.
Grupo A
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Transferir ou internar casos graves ou os com sintomas que pioram.
Grupo B
Pelo menos dois sinais ou mais de desidratação (sede+, mucosas secas+, olhos
encovados, etc.).
Pesar o paciente e mantê-lo por 3h no hospital, em uso de SRO, 1.000 ml/h adultos.
Se tiver boa tolerância aos líquidos, alta após estabilização com SRO e alimentação.
Se tiver má tolerância: manter SRO, iniciar solução salina 0.9% via endovenosa, reavaliar
após 2h.
Grupo C
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3ª Etapa: Alimentação do Doente
Recomeçar a alimentação com uma dieta normal quando os vómitos tiverem parado.PASSO 4:
Exclusão ou Identificação da Causa (ou causas) Específica Diagnosticável ao Nível do TMG
Diagnóstico: anamnese.
Diarreia Viral
Diagnóstico: comum nas crianças com menos de 5 anos, geralmente manifesta-se com vómitos
logo no início e evolui com diarreia aquosa sem muco e sem sangue que varia de leve a
moderada, mas que também pode ser severa com quadros de desidratação importante. A febre é
comum. O hemograma pode ilustrar linfocitose, e os exames de fezes são negativos.
Conduta: Reposição hídrica e electrolítica com base no nível de desidratação. A diarreia viral é
autolimitada (aproximadamente 1 semana), e não requer tratamento antibiótico, a menos que haja
sobreposição de uma infecção bacteriana.
Diarreia Bacteriana
Diagnóstico: doente vem com história de início brusco de vómitos, diarreia (que pode ser
acompanhada de sangue e/ou muco), perda de apetite, dor abdominal tipo cólica, tenesmo.
Dependendo da etiologia, pode apresentar-se com febre. O hemograma pode indicar leucocitose
e neutrofilia, e o diagnóstico etiológico é feito pela cultura de fezes.
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Na cólera - só hidratação (será abordado na próxima aula)
Protozoários
Diagnóstico: a apresentação da diarreia é variável e depende do agente etiológico e do estado de
saúde basal do paciente, podendo ser assintomática, aguda ou intermitente. Pode apresentar-se
com fezes moles e fétidas com muco e/ou sangue, cólicas, tenesmo, flatulência e sintomas gerais
como mioartralgias e fadiga. Peça um exame parasitológico de fezes.
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Controlar o armazenamento de água e alimentos;
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CONCLUSÃO
Para finalizar vale lembrar que A HDB resulta da perda de sangue pelo ânus proveniente de
qualquer ponto do trato digestivo, abaixo do ligamento de Treitz. É importante considerar como
uma emergência médica, embora a taxa de mortalidade quando comparada com a HDA seja bem
menor.
No paciente com anemia ferropriva, DEVE-SE sempre solicitar um exame de sangue oculto nas
fezes, porque a HDO é a principal causa dessa anemia em adultos.
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Bibliografia
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