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QUESTÃO 1
Um homem de 61 anos apresentou aumento da pressão intraocular em uma consulta de rotina no
oftalmologista. A acuidade visual estava normal em ambos os olhos. O olho dilatado ao exame físico não
revela evidência de dano do nervo óptico. Teste de campo visual mostra leve perda de visão periférica. Ele é
diagnosticado com glaucoma primário de ângulo aberto e é iniciado o tratamento com gotas oftálmicas de
pilocarpina. (0,5 PONTO CADA ITEM)
QUESTÃO 2
Mulher de 65 anos dá entrada na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital com sepse causada por
infecção do trato urinário. Ela está hipotensa, com pressão arterial de 80/40 mm Hg e frequência cardíaca
elevada (taquicardia), além de apresentar diminuição da produção de urina (oligúria). Junto com a terapia
antibiótica apropriada, é tomada a decisão de iniciar uma infusão de dopamina para tentar aumentar a
pressão arterial. (0,5 PONTO CADA ITEM)
C - Que efeitos ocorrem com doses mais altas de dopamina e quais receptores são ativados?
Com elevação da dose a dopamina passa a interagir com receptores alfa e beta adrenérgicos,
resultando em aumento da contratilidade e frequência cardíaca (beta 1), além da vasoconstrição (alfa
1) que juntos resultam em elevação da pressão arterial.
QUESTÃO 3
CONSTRUÇÃO DE 01 (UM) CASO CLÍNICO, COM ABORDAGENS SOBRE A
FARMACOLOGIA ADRENÉRGICA OU COLINÉRGICA. (1,0 PONTO CADA ITEM)
A - O PROBLEMA CLÍNICO
Paciente G.A.G, sexo masculino, 30 anos, refere visão “embaçada” há aproxidamente 3 meses, com piora à
noite e melhora ao acordar. Há cerca de dois meses, o paciente notou que as pálpebras estavam ficando
mais baixas e relatou início de desconforto persistente na região cervical, com melhora em repouso. No
último mês passou a apresentar dificuldade de deglutição, com frequentes engasgos com alimentos sólidos.
Relatou também fraqueza mandibular, com cansaço pelo ato da mastigação. Há aproximadamente duas
semanas, evoluiu com alteração da fala, fraqueza em MMSS e cansaço ao final do dia. Ao realizar exame
físico, notou-se paciente dispnéico porém com estado geral regular, mucosas coradas e hidratadas, afebril.
Pressão e frequência cardíaca normais. Expansibilidade da caixa torácica diminuída, com uso de
musculatura acessória. Constatou-se presença de semiptose palpebral bilateral, motricidade ocular extrínseca
fatigável e força muscular moderadamente diminuída em MSD e MSE. Demais grupos musculares,
incluindo em MMII, não demonstraram alteração significativa. Nos exames laboratoriais, presença de
elevados níveis de anticorpos séricos para AChR confirmou o diagnóstico de Miastenia gravis.
B – O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Numa sinapse, os potenciais de ação são conduzidos ao longo de nervos motores para os seus terminais,
onde iniciam um influxo de Ca2 + e liberam acetilcolina (ACh), que se difunde através da fenda sináptica e
liga-se a receptores na membrana pós sináptica, causando um influxo de Na+ e um efluxo de íons K+,
resultando em despolarização. Se grande o suficiente, esta despolarização resulta num potencial de ação.
Para prevenir a estimulação constante uma vez que a acetilcolina é libertada, uma enzima chamada
acetilcolinesterase está presente na membrana de placa terminal perto dos receptores na membrana pós-
sináptica, e rapidamente hidrolisa ACh.
A Piridostigmina age inibindo a degradação da Acetilcolina (ACh) pela acetilcolinesterase na fenda
sináptica a partir do bloqueio competitivo da enzima Acetilcolinesterase (AChE). Esse efeito prolonga a
duração e a intensidade da ACh nos terminais sinápticos, o que favorece a realização da contração muscular.
Além dessa inibição, a piridostigmina apresenta, em sua estrutura molecular, um grupo carbamil que se liga
à serina da AChE, mantendo-a no estado inativado por um período de tempo mais longo.