Você está na página 1de 6

UNIVERSIDADE FEDERAL

MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

PROCEDIMENTO OPERACIONAL POP N° 90 Data: 01/12/2014


Revisão Nº 3 Data: 09/03/2020
PADRÃO
Exame Físico do Recém-nascido na Unidade Área de Aplicação: UTI Neonatal
Neonatal
Responsáveis Nome Cargo
Elaboração Bruna dos Reis Martins Enfermeira Rotina da Unidade Neonatal
Priscila Borges de Carvalho Matos Enfermeira Plantonista da Unidade Neonatal
Priscilla dos Santos Vigo Enfermeira Rotina da Unidade Neonatal
Revisão Viviane Saraiva de Almeida Assessoria de Planejamento Supervisão e
Isabela Dias Ferreira de Melo Cuidado
Aprovação Ana Paula Vieira dos Santos Diretora de Enfermagem
Esteves

1. EXECUTANTE

1.1 Compete ao Enfermeiro a utilização de técnicas para avaliação física minuciosa do recém-
nascido (RN) de alto risco ou enfermo, a fim de se obter subsídios para a definição de
diagnósticos de enfermagem, planejamento e implementação de um plano de cuidados
individualizado, análise dos resultados obtidos e reavaliação do programa terapêutico.

2. RESULTADOS ESPERADOS

2.1 Identificar quaisquer alterações físicas (anomalias congênitas, fenótipos sindrômicos, lesões e
outras); evidências de estresse ou trauma e anormalidades clínicas e/ou hemodinâmicas, através
das técnicas de inspeção, palpação, percussão e ausculta.
2.2 Revelar as necessidades de saúde afetadas do RN, sendo a base para avaliação da condição
clínica ou modificar condutas terapêuticas.

3. MATERIAL NECESSÁRIO

3.1 Luvas de procedimento.


3.2 Estetoscópio.
3.3 Termômetro clínico.
3.4 Fita métrica.
3.5 Monitor multiparamétrico ou oxímetro de pulso.
3.6 Caneta.

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241
UNIVERSIDADE FEDERAL
MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

3.7 Impressos próprios.

4. ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

4.1 Realizar a higienização das mãos (ver POP Higienização das Mãos).
4.2 Calçar as luvas de procedimento.
4.3 Aferir Frequência Respiratória, pulso apical e temperatura axilar (ver POP de Verificação da
Frequência Respiratória, Ver POP de Aferição do Pulso Apical em Recém-Nascidos, Ver POP
de Temperatura Axilar em Recém-nascidos).
4.4 Verificar a saturação de oxigênio.
4.5 Verificar escore para dor.
4.6 Realizar a inspeção geral do recém-nascido.
4.7 Realizar o exame físico no sentido crânio-caudal.
4.8 Confortar, organizar e posicionar o recém-nascido.
4.9 Retirar as luvas.
4.10 Realizar a Higienização das Mãos (ver POP de Higienização das Mãos)
4.11 Registrar o exame no prontuário, em impresso próprio da unidade.
4.12 Registrar a avaliação da escala de dor no impresso de Balanço Hídrico.
4.13 Comunicar as anormalidades identificadas à equipe médica.

5. CUIDADOS

5.1 Luvas de procedimento são utilizadas para recém-nascidos em precaução de contato e/ou com
menos de 24h de vida pela presença de secreções do parto.
5.2 A oximetria de pulso é um método não-invasivo utilizado para avaliar a oxigenação do paciente,
isto é, a saturação do oxigênio da hemoglobina arterial (Sp0 2). O oxímetro consiste em três
partes: o console, oxímetro de pulso, propriamente dito, o sensor e cabo do sensor. O sensor é
acoplado em extremidades do corpo do RN tais como pé e pulsos e pode ser descartável ou não.
5.3 O escore de dor é verificado pela escala Neonatal Infant Pain Scale (NIPS), utilizada em RNs
pré-termo e a termo e levam em conta as seguintes medidas:
5.3.1 Expressão facial.
5.3.2 Choro.
5.3.3 Padrão respiratório.

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241
UNIVERSIDADE FEDERAL
MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

5.3.4 Movimentos dos membros superiores.


5.3.5 Movimentos dos membros inferiores.
5.3.6 Estado de alerta.
5.4 A inspeção geral do RN deve levar em conta os seguintes aspectos:
5.4.1 Neurológico: atividade (sono ativo ou profundo, alerta, chorando, sedado) e reatividade;
irritabilidade; tipo de choro.
5.4.2 Tônus: movimentos, força muscular e postura.
5.4.3 Pele: coloração (pletora, icterícia, colestase, palidez; cianose), textura, umidade, turgor,
presença de lesões, manchas ou marcas, lanugem, vérnix, equimoses, petéquias, milium
sebáceo, eritemas, hemangiomas, nevos congênito.
5.4.4 Grau de hidratação.
5.4.5 Artefatos utilizados: tipo de acomodação e de monitorização, acessos vasculares, cateter
vesical, drenos, suporte ventilatório.
5.5 O exame físico do RN deve ser realizado por seus segmentos e sistemas:
5.5.1 Cabeça: simetria; fontanelas (abauladas, deprimidas ou normotensas); suturas
(cavalgamento, diástase); presença de tocotraumatismos (bossa serosanguinolenta,
cefalohematoma).
5.5.2 Face: simetria; mucosas (integridade e cor); implantação e formato das orelhas; reflexo
cócleo-palpebral; alinhamento, formato e distância dos olhos; presença de derrame nas
conjuntivas; abertura ocular; edema palpebral; pupilas (reagente à luz, simetria); presença de
secreção ocular; permeabilidade de coanas; secreções nasais; batimento de asa de nariz;
presença de lábio leporino e fenda palatina; língua (tamanho e posição dentro da cavidade
oral); salivação (normal, ausente, excessiva); presença de dentes; reflexo de sucção; fácies
de náuseas e dor.
5.5.3 Pescoço: formato; tamanho; simetria; integridade; presença de ostomias (traqueostomia,
esofagostomia – aspecto do estoma, presença de secreção); gânglios.
5.5.4 Tórax e pulmões: formato e simetria; mamilos; padrão respiratório e expansibilidade
torácica; presença de sinais de desconforto respiratório (gemido audível, retrações); ruídos
respiratórios à ausculta (roncos, sibilos, estertores; simetria); presença de dreno torácico
(permeabilidade, oscilação, fixação, volume e aspecto do conteúdo drenado); som à
percussão do tórax.

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241
UNIVERSIDADE FEDERAL
MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

5.5.5 Coração e circulação: ritmo cardíaco (regular, arritmias); som das bulhas cardíacas;
presença de sopro; precórdio (adinâmico, dinâmico, hiperdinâmico); frêmito; tempo de
preenchimento capilar; palpação dos pulsos periféricos (simetria, força e amplitude).
5.5.6 Abdômen: formato (globoso, plano); presença de distensão abdominal; alças intestinais
palpáveis ou visíveis; ruídos hidroaéreos (presentes, ausentes, diminuídos); som à
percussão; consistência à palpação (flácido, tenso); presença de massa e/ou visceromegalia;
integridade da parede abdominal (hérnia umbilical, gastrosquise, onfalocele);
paracentese/dreno (permeabilidade, aspecto e volume drenado); ostomias; resíduo gástrico;
via e tipo de alimentação; coto umbilical (gelatinoso, mumificado, cicatriz; presença de
secreção e/ou sangramento, mantendo umidificação, cateter umbilical presente).
5.5.7 Genitália e sistema urinário: tipo de genitália (feminina, masculina, ambígua, indefinida);
formato; presença de secreção (mucosa, sanguinolenta); criptorquidia (unilateral ou
bilateral); hidrocele; fimose; hérnia inguinal; meato urinário (hipospádia, epispádia); diurese
(espontânea, gotejamento/jato, cateterismo vesical de alívio periódico, cateterismo vesical
de demora; coloração, aspecto e débito urinário).
5.5.8 Reto: permeabilidade anal; posicionamento; fístulas; anomalias anorretais; integridade
(dermatite, assadura, fissura, lesão); presença de fezes (aspecto, quantidade).
5.5.9 Dorso: simetria; comprimento; formato; integridade da coluna espinhal; presença de massas;
abaulamento ou depressão; cistos.
5.5.10 Extremidades: simetria (tamanho, movimento, forma, postura, pulsos); presença de
tocotraumatismos (lesão de plexo braquial, fratura de clávicula); presença de fraturas ou
deformidades; números de dedos em mãos e pés; edema; cianose; perfusão periférica (> 3
segundos); pregas palmares e plantares.
5.5.11 Reflexos Primitivos: Moro; Sucção; Busca; Babinski; Prensão Palmar e Plantar, e Marcha.
5.5.12 Cateteres vasculares (venoso/arterial): local; permeabilidade; tipo (cateter umbilical
venoso/arterial; cateter epicutâneo; punção profunda; dissecção venosa; acesso venoso
periférico) e tempo de permanência do cateter; integridade do cateter, soluções e medicações
infundidas; velocidade de infusão; presença de sinais flogísticos; necessidade de troca de
curativo (sujidade, integridade do curativo alterada).
5.5.13 Sondas e drenos: permeabilidade; volume drenado; fixação; tempo de permanência.
5.6 O exame físico minucioso deve ser realizado na admissão dos recém-nascidos na unidade
neonatal, e diariamente para contínuo acompanhamento clínico do mesmo. Ao nascimento, deve
ser feito após algumas horas, preferencialmente antes de o bebê completar 12 horas de vida, tão

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241
UNIVERSIDADE FEDERAL
MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

logo se apresente estável, para minimizar a influência do estresse do parto, que pode mascarar
algumas respostas normais, dando falsa impressão de comprometimento.
5.7 É necessário respeitar as condições da criança e atentar para as oportunidades apresentadas para
se obter as informações. Não interromper o sono para a realização do exame físico. Aferir os
sinais vitais e palpação do abdômen com o RN dormindo, por exemplo, é uma excelente
condição. As avaliações, se obtidas no momento do choro, terão seu significado clínico
prejudicado. É recomendável a tentativa de confortá-lo, interrompendo o exame a fim de
identificar eventuais causas do choro prolongado.
5.8 Atenção ao controle térmico durante o exame, cuidando para que o ambiente, as mãos e os
instrumentos estejam em temperatura adequada. Lembrar que o RN tem pouca capacidade de
tolerar alterações térmicas ambientais, não devendo ser exposto nem ao frio nem às
temperaturas elevadas.
5.9 O exame físico é indicado para todo recém nascido internado na unidade neonatal.
5.10 Nos casos em que o paciente não possua estabilidade clínica e hemodinâmica, pode-se adiar
a realização do exame físico para um momento oportuno.

6. REFERÊNCIAS

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais
de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas e Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
2. TAMEZ, R.N.; SILVA, M.J.P. Enfermagem na UTI neonatal - Assistência ao recém -
nascido de alto risco. 5ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
3. SOUSA, V.D.; BARROS, A.L.B. O ensino do exame físico em escolas de graduação em
enfermagem do municipio de São Paulo. Rev. Latino-am. Enferm. Ribeirão Preto, v.6, n.3,
p.11-22, jul/1998.

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241
UNIVERSIDADE FEDERAL
MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ
DO RIO DE JANEIRO Divisão de Enfermagem

HISTÓRICO DE ALTERAÇÕES
DATA VERSÃO ELABORAÇÃO/REVISÃO APROVAÇÃO
01/12/2014 1 Bruna dos Reis Martins Ana Paula Vieira dos Santos
Priscila Borges de Carvalho Matos Esteves
Priscilla dos Santos Vigo/
Viviane Saraiva de Almeida
05/11/2018 2 Bruna dos Reis Martins Ana Paula Vieira dos Santos
Priscila Borges de Carvalho Matos Esteves
Priscilla dos Santos Vigo/
Viviane Saraiva de Almeida
09/03/2020 3 Bruna dos Reis Martins Ana Paula Vieira dos Santos
Priscila Borges de Carvalho Matos Esteves
Priscilla dos Santos Vigo/
Viviane Saraiva de Almeida
Isabela Dias Ferreira de Melo

Rua das Laranjeiras, 180 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ


CEP 22240-001 Tel. (21) 2265 5194 ramal: 241

Você também pode gostar