No Brasil, a história da segurança do trabalho começa em 1919, quando surgiu
a Lei n° 3724 com as primeiras regulamentações sobre acidentes de trabalho no país. Em 1943, o presidente Getúlio Vargas iniciou o processo de direitos trabalhistas com a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em seguida, houve a criação da FUNDACENTRO (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho), em 1966, que difundiu as medidas de prevenção de acidentes. A partir daí, a segurança do trabalho evoluiu gradativamente no Brasil com a criação de leis trabalhistas e fundos de pensão para acidentados. A criação das Normas Regulamentadoras (CNRs) As primeiras normas regulamentadoras (NRs) foram criadas em 1977 pela Lei nº 6.514, com intuito de regulamentar os procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e saúde do trabalhador. Essas normas também fornecem orientações aos empregadores e empregados quanto às especificações de segurança quanto a operacionalização de equipamentos e uso de ferramentas seguras. Dentre as NRs existentes, as principais são: NR 1 – Disposições Gerais; NR 5 – CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes); NR 6 – EPIs (Equipamentos de Proteção Individual); NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade NR 26 – Sinalização e Segurança; NR 33 – Espaços Confinados; NR 35 – Trabalho em Altura.
A evolução da segurança do trabalho ao longo dos anos
Até 1970, a legislação da segurança no trabalho do Brasil era corretiva e não
preventiva. Não havia preocupação em se investigar e prevenir as causas destes acidentes. Foi apenas com a aprovação das normas regulamentadoras que o cenário começou a mudar. Por essa razão, as normas são consideradas um marco na história da segurança do trabalho no Brasil.
Já em 1991, a Lei nº 8.213 implementou os planos de benefícios da
Previdência Social, dentre eles, o auxílio voltado aos trabalhadores que sofreram acidentes de trabalho.
Atualmente, os procedimentos que antes eram adotados por formalidades
legais, agora fazem parte da gestão das empresas. Sendo assim:
a segurança e saúde no trabalho é vista como fundamental na prática das
atividades;
os trabalhadores têm acesso às informações e cursos relativos à segurança e à
saúde no ambiente de trabalho;
os empregadores são responsáveis pela aplicação das normas de segurança e
saúde do trabalho.
Além disso, a segurança e a proteção à saúde do trabalhador são direitos
fundamentais previstos na Constituição Brasileira.
Quais foram os principais acontecimentos na segurança no trabalho?
Para você relembrar a história da segurança do trabalho e acompanhar a
evolução do tema, listamos os principais acontecimentos:
1802: publicação da Lei das Fábricas na Inglaterra;
1919: criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT);
1919: publicação da Lei n° 3724, primeira lei brasileira sobre acidentes de trabalho;
1943: criação da CLT no governo de Getúlio Vargas;
1966: criação da FUNDACENTRO;
1978: criação das normas regulamentadoras.
Qual é a importância de conhecer a história da segurança do trabalho?
Ao conhecer a história da segurança no trabalho, você consegue identificar os
avanços e as mudanças que ocorreram ao longo dos anos.
Em 1970, antes da criação das normas regulamentadoras, o Brasil era
campeão em acidentes de trabalho. Atualmente, está em 4º lugar no ranking.
As medidas preventivas foram cruciais para diminuir o número de acidentes,
mas ainda há muito trabalho a ser feito.
Os números de acidentes são alarmantes. De acordo com o Observatório de
Segurança e Saúde no Trabalho, entre 2012 a 2020, foram notificados mais de cinco milhões de acidentes no ambiente de trabalho.
Portanto, é preciso adotar medidas preventivas para evitar acidentes e, assim,
proteger a saúde e a integridade física dos profissionais.
Manual de segurança e saúde no trabalho: normas regulamentadoras - NRs: principais legislações trabalhistas aplicáveis à área de segurança e saúde no trabalho