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Do Chão se Ergue: Narrando a Metamorfose

Dadas as possibilidades da Metamorfose, os Narradores deveriam abordar esta Trilha de uma forma um
tanto diferente das outras. Em termos de jogo, a Metamorfose não é preparada para se iniciar com uma
pontuação alta na Trilha e evitar cair nas mandíbulas da Besta Interior. Ela é voltada para iniciar de baixo e caçar
qualquer informação ou desenvolver qualquer técnica que permita ao Cainita progredir. Em poucas palavras,
seja flexível com a Hierarquia dos Pecados, pois os investigadores de Azhi Dahaka encontram formas diferentes
de implementar seus ideais abstratos. Mas não deixe-os se perderem com qualquer coisa – sua progressão ao
longo da Trilha deveria ser construída sobre o que eles aprenderam antes. Eles podem esquecer alguns
elementos mas não sem questionar suas ações (ou seja, fazer muitas jogadas de Virtude).
Finalmente, Narradores e jogadores deveriam ter em mente que uma pontuação na Trilha da Metamorfose
não necessariamente representa quão próximo um Cainita está de Azhi Dahaka. Tudo isso representa por certo
quão bem suas crenças subjugam a Besta.

Uma Golconda Inferior


Se a Trilha da Metamorfose termina em Azhi Dahaka, então o Narrador poderia desejar explorar uma
história na qual um personagem atinge este estado. O que acontece? A despeito das regras, existências
superiores são enganadoras pois diretrizes duras e rápidas roubam a realização de seu mistério (“Se o
personagem ver Deus, ele pode fazer a ele 1d3 perguntas”).
A Metamorfose aumenta da mesma forma como a Golconda: se é possível em sua crônica, como um
personagem a alcançaria? De acordo com algumas informações, a não-vida permite apenas um estado definido
acima do vampirismo. Outras dizem que depende do indivíduo. O que acontece se Azhi Dahaka é apenas um
fim metafísico, alguma mudança que confere uns poucos benefícios mas é no final das contas apenas um
vampirismo avançado?
Embora o Narrador decida controlar esta questão, alcançar a Metamorfose deveria ser mais do que merecer
uma pontuação de Trilha de 11. Certamente, qualquer candidato à Metamorfose deve aderir fielmente à Trilha,
entretanto alguns Tzimisce consideram seus preceitos limitantes. O personagem pode ganhar tetos mais
elevados de pontuação do que sua geração normalmente permita (talvez 7 em lugar de 10 permitido pela
Golconda). Ele poderia adquirir uma compreensão avançada das Disciplinas Tzimisce. Talvez a Golconda não
seja apenas um mito, e a Metamorfose seja a Golconda.
Mantenha em mente que a Trilha se dedica a ser completamente desumana e, no final das contas, diferente
da Maldição de Caim – o personagem ainda precisa beber sangue ou temer a luz do sol e o frenesi? Uma nota
final: uma vez que o estado é tão estranho, ele muito provavelmente causa várias perturbações e pode deixar o
personagem inadequado para o jogo. Um Cainita que recém alcançou um estado superior de existência teria
algo em comum com seu antigo bando? Se você está jogando com um personagem que pode alcançar a
Metamorfose, fale com seu Narrador e discuta se isso enriqueceria a história ou apenas seu personagem no
momento de sua ascensão.

monstruosidades éticas. Minha pesquisa sugere que você


As Trilhas Menores perdeu este desenvolvimento em menos de 200 anos.
Os Metamorfosistas constituem uma pequena Existem umas poucas exceções ignorantes ou
porção do Clã Tzimisce. Os vampiros do Sabá conhecem abandonadas, mas nós Demônios temos menos
outras Trilhas da Iluminação. Nós Tzimisce as seguidores da Humanidade dentre todos os clãs. Se não a
inventamos, ou dizemos que as inventamos. Metamorfose, então, como alguns Exsanguinistas as
Na verdade, deve haver alguma verdade nesta chamam, uma das “Trilhas Menores”.
alegação – os Tzimisce, mais do que qualquer outro clã,
tendem a descartar sua humanidade em não-vida; as
condições em que somos Abraçados freqüentemente A Trilha de Caim
deixam-na irrelevante – o que há de humano em Muitos Tzimisce Nodistas têm uma inclinação
vasculhar o mundo espiritual atrás de anciões particular frente suas investigações sobre a não-vida de
adormecidos ou executar experimentos para determinar Caim – eles fazem com as teorias o mesmo que a
o que acontece às almas de fetos abortados? Mas os Vicissitude faz com a carne. Para um forasteiro, poderia
Tzimisce não se curvam a nada, nem mesmo à Besta, parecer que eles valorizam o esotérico e o implausível
então os mais tenazes se voltam a várias Trilhas para lidar sobre o preciso de forma que possam se exceder em
com a não-vida. “Inventadas” é uma hipérbole, mas os competições eruditas (os Tzimisce que ganham o mais
bandos desumanos de Tzimisce provavelmente alto entendimento desta Trilha devem ser pacientes,
estiveram entre os primeiros praticantes destas dada sua baixa opinião sobre Nodistas dos clãs menores

Livro de Clã: Tzimisce


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e os princípios da Trilha de compartilhar o que alguém
sabe com companheiros eruditos). Normalmente, a
natureza improvável de suas conclusões é um produto
de sua perspectiva particular. Os Demônios não estão
jogando um jogo de palavras ou tentando entreter
ninguém. Eles procuram nada menos que o próprio
poder de Caim.
Enquanto alguns Nodistas desperdiçam a
eternidade cavando na terra ou recolhendo
fragmentos de antigos pergaminhos, os Tzimisce na
procura do favor de Caim têm abordagens diversas –
conversas com anciões ou espíritos, memórias
roubadas através da diablerie, buscas por visões
sangüíneas, a composição de dramas e histórias para
explorar sua história, viagens ao Oriente Médio e, sim,
quando apropriado, pesquisa arqueológica e
bibliográfica.
Um círculo de Nodistas Tzimisce conhecido como
os Recuperadores contradiz as preferências de alguns
Demônios pela prudente diablerie. Não contentes em
meramente conhecer a natureza de Caim, eles a
“reformam” ao diablerizar outros vampiros de gerações
baixas para alcançar a estatura do Pai Sombrio. Os
Recuperadores consideram os Cainitas que confiam
no sangue mortal fracos. Eles bebem apenas da vitae
Cainita se puderem. Os Recuperadores tomam
qualquer oportunidade para saciar seus apetites e
freqüentemente se encontram conduzindo Caçadas
Selvagens ou Grupos de Guerra. Alguns passam suas
não-vidas na forma de zulo, mais confortável ao seu
estado “natural”, prontos para participar do Amaranto
com nada mais além de um breve anúncio.

A Trilha dos Cátaros


Os Tzimisce que seguem esta Trilha se tornam os
mais potentes agentes materiais do mal criador da
realidade. Eles se moldam em formas tão poderosas e
distorcidas quanto qualquer Metamorfosista mas não
se preocupam com a bagagem espiritual de seus
parentes transcendentais. Para os Demônios
Albigenses, os Auspícios distraem os Cainitas com as
qualidades efêmeras do bom criador, mas a Vicissitude
é um fim em si mesma, não um mero caminho para
uma existência maior. O poder físico se basta. A
modelagem da carne os permite maior influência no
mundo material, que, de acordo com os Albigenses, é o
ambiente dos Cainitas.
Os Demônios que percorrem a Trilha dos Cátaros
fazem de tudo exceto orar a zhupans por sua maestria na
forma de zulo. Se tornar feras fortes e intimidantes
também assegura sua sobrevivência. Muitos
Albigenses acreditam na reencarnação, e se algo
desagrada os Tzimisce, é a visão de se tornar mortal de
novo.
A Trilha dos Catáros tem muito a se recomendar
para crianças criadas por senhores Tzimisce
tradicionais – expressar egoísmo, vício e riqueza para

Capítulo Dois: Ego e Evolução


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