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Quando seu rival oferece uma solução simplista para uma questão de política
pública complexa e você responde com uma explicação elaborada, a maioria
dos eleitores presume que é você que está tentando lhes passar a perna (p.
125).
Como Lynn Vavreck afirmou no verão de 2015, “parte do recente declínio [na
confiança] talvez tenha menos a ver com o modo como o governo tem
decepcionado as pessoas e mais com a ampliação do conhecimento de como
o governo funciona” (p. 126).
Por um lado, é difícil imaginar que pessoas comuns possam se voltar de forma
tão radical contra governos particulares — e assumir uma visão tão negativa do
funcionamento diário de suas instituições — sem criticar ainda mais o próprio
sistema. Por outro, a evidência de que a democracia está sob ataque só faz
crescer (p. 126-127).
Gostaria de sugerir pelo menos três coisas que a meu ver teriam de ser
verdade para acharmos que a democracia é a única opção — e, por dedução,
que continua tão segura quanto a maioria dos cientistas políticos imagina: • A
maioria dos cidadãos teria de ser fortemente comprometida com a democracia
liberal. • A maioria dos cidadãos teria de rejeitar alternativas autoritárias à
democracia. • Os partidos políticos e movimentos com poder real teriam de
concordar com a importância das regras e normas democráticas básicas (p.
127-128).
Uma maneira direta de medir o grau de apego dos cidadãos a seu sistema
político é perguntar-lhes até que ponto é importante para eles viver numa
democracia. Se as pessoas estão profundamente comprometidas com a
democracia, devem achar inaceitável viver numa ditadura (p. 130).
A maioria das pessoas mais velhas parece ter uma ligação mais fervorosa com
a democracia (p. 131).
Uma vez que alguns membros do sistema político estão dispostos a violar as
regras, os demais têm grande incentivo para fazer o mesmo (p. 141).
Não são apenas partidos de extrema esquerda que lucram com o desencanto
juvenil em relação à democracia. Em muitos países, os jovens também têm
maior tendência do que os mais velhos a apoiar os populistas da extrema
direita (p. 149).
Uma parcela crescente dos cidadãos tem visão negativa da democracia ou crê
que ela não seja particularmente importante. Uma parcela menor, mas de
crescimento mais acelerado, está aberta a alternativas inequivocamente
autoritárias, com déspotas no poder ou ditaduras militares (p. 152).
Em uma monarquia, o rei se eleva acima dos súditos pelo acaso de sua origem
nobre. Numa democracia, pelo contrário, todo cidadão tem direito ao voto,
independentemente da cor da pele ou da posição social de seus ancestrais (p.
158).