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CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS

MANUAL DE LINGUA PORTUGUESA III

ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 2022


UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS

MANUAL DE LINGUA PORTUGUESA III

2º ANO

TOTAL HORAS/1º SEMESTRE 10


CRÉDITOS (SNATCA) 6
NÚMERO DE TEMAS 14

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UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade da Universidade aberta ISCED, e contêm reservados todos os


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Agradecimentos

A Universidade Aberta ISCED endereça os seus agradecimentos às seguintes individualidades


e instituições na produção deste manual:

Autor Olga Tomás Manuel Nhacarize

Coordenação Vice-Reitoria para área académica da UnISCED

Design Universidade Aberta ISCED


Instituto Africano de Promoção da Educação à Distância
Financiamento e Logística (IAPED)
Revisão Científica e Olga Tomás Manuel Nhacarize
Linguística

Ano de Publicação
2018
Ultima revisão
2022
Local de Publicação
UnISCED – BEIRA

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III

Índice

VISÃO GERAL ................................................................................................................. 1

Bem-vindo à Disciplina/Manual de Língua Portuguesa III ......................................................1


Objectivos do Manual .............................................................................................................1
Quem deve estudar este Manual? ..........................................................................................1
Como está estruturado este manual? .....................................................................................2
Ícones de actividade ................................................................................................................3
Habilidades de estudo .............................................................................................................3
Precisa de apoio? ....................................................................................................................5
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .......................................................................................6
Avaliação .................................................................................................................................7

TEMA I: TEXTO ARGUMENTATIVO .................................................................................. 9

UNIDADE Temática 1.1 O Texto Argumentativo .....................................................................9


1.2 Introdução .........................................................................................................................9
1.3 Conceptualização do Texto Argumentativo .....................................................................9
1.4 O que é um argumento? ................................................................................................10
1.5 Características Essenciais do Texto Argumentativo .......................................................10
1.6 Estrutura do Texto Argumentativo ................................................................................11
1.7 O Discurso do Texto Argumentativo ..............................................................................12
1.8 Mecanismos de Coesão do Texto Argumentativo| Conectores / Articuladores do
Discurso Argumentativo .......................................................................................................13
1.9 Processos da Argumentação ..........................................................................................15
1.10 Sumário .........................................................................................................................16
1.11 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ...................................................................................16
Exercícios para AVALIAÇÃO ...................................................................................................19

TEMA II: CLASSES E SUBCLASSES DE PALAVRAS ............................................................ 22

UNIDADE Temática 2.1 Classes e Subclasses de Palavras .....................................................22


2.2 Introdução .......................................................................................................................22
2.3 Classes e Subclasses de Palavras ....................................................................................22
2.4 Sumário ...........................................................................................................................28
2.5 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .....................................................................................28
Exercícios para AVALIAÇÃO ...................................................................................................29

TEMA III: A MUDANÇA DA LÍNGUA NO TEMPO E NO ESPAÇO ....................................... 32

UNIDADE Temática 3.1 Mudança da Língua no Tempo e no Espaço....................................32


3.2 Introdução .......................................................................................................................32
3.3 Variação Linguística no Português / As Variedades Nacionais .......................................35
3.4 Variação Geográfica: Os Dialectos ..................................................................................35
3.5 Causas da Variação ..........................................................................................................36

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3.6 Variação e Norma ............................................................................................................38


3.7 Sumário ...........................................................................................................................38
3.8 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .....................................................................................38
3.9 Exercícios para AVALIAÇÃO .............................................................................................39

TEMA IV: A DISSERTAÇÃO ............................................................................................ 41

UNIDADE Temática 4.1 A Dissertação ...................................................................................41


4.2 Introdução .......................................................................................................................41
4.3 A Dissertação ..................................................................................................................41
4.4 Estrutura do Texto Dissertativo ......................................................................................41
4.5 Tipos de Dissertação .......................................................................................................42
4.6 Sumário ...........................................................................................................................43
4.7 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .....................................................................................44
Exercícios para avaliação .......................................................................................................45

TEMA V: A VOZ ACTIVA E A VOZ PASSIVA ..................................................................... 46

UNIDADE Temática 5.1 A Voz Activa e a Voz Passiva............................................................46


5.2. Introdução ......................................................................................................................46
5.3 O Conceito de Voz ..........................................................................................................46
5.4 O Caso de Outras Línguas ...............................................................................................50
5.5 Sumário ...........................................................................................................................51
5.6 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .....................................................................................51
Exercícios para AVALIAÇÃO ...................................................................................................52

TEMA VI: COESÃO TEXTUAL ......................................................................................... 54

UNIDADE Temática 6.1 Coesão Textual ................................................................................54


6.2 Introdução .......................................................................................................................54
6.3 Conceito ..........................................................................................................................54
6.4 As Partes da Redacção Como um Todo ..........................................................................54
6.5 Análise dos Elementos de Coesão Textual .....................................................................55
6.6 Mecanismos de Coesão Textual .....................................................................................56
6.7 Sumário ...........................................................................................................................56
6.8 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .....................................................................................56
Exercícios para AVALIAÇÃO ...................................................................................................57

TEMA VII: COERÊNCIA TEXTUAL ................................................................................... 58

UNIDADE Temática 7.1 Coerência Textual ............................................................................58


7.2 Introdução .......................................................................................................................58
7.3 Coerência Textual ...........................................................................................................58
7.4 Sumário ...........................................................................................................................59
7.5 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .....................................................................................59
Exercícios para AVALIAÇÃO ...................................................................................................60

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TEMA VIII: O TEXTO PUBLICITÁRIO ............................................................................... 61

UNIDADE Temática 8.1 O Texto Publicitário .........................................................................61


8.2 Introdução .......................................................................................................................61
8.3 A Publicidade ..................................................................................................................61
8.4 Estrutura da Mensagem Publicitária ..............................................................................62
8.5 Sumário ...........................................................................................................................63
8.6 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .....................................................................................63
Exercícios para AVALIAÇÃO ...................................................................................................64

TEMA IX: ORAÇÕES SUBORDINADAS ............................................................................ 66

UNIDADE Temática 9.1 Orações Subordinadas ....................................................................66


9.2. Introdução ......................................................................................................................66
9.3 Conceito...........................................................................................................................66
9.4 Sumário ...........................................................................................................................68
9.5 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .....................................................................................68
Exercícios para AVALIAÇÃO ...................................................................................................69

TEMA X: COMPLEMENTOS DOS VERBOS E DOS NOMES ................................................ 70

UNIDADE Temática 10.1 Complementos dos Verbos e dos Nomes .....................................70


10.2 Introdução .....................................................................................................................70
10.3 Os Complementos dos Verbos .....................................................................................70
10.4 Complementos do Nome .............................................................................................71
10.5 Sumário .........................................................................................................................73
10.6 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ...................................................................................73
Exercícios para AVALIAÇÃO ...................................................................................................73

TEMA XI: VERBOS COM PARTICÍPIO REGULAR E IRREGULAR ......................................... 75

UNIDADE Temática 11.1 Verbos com particípio passado regular e irregular .......................75
11.2 Introdução .....................................................................................................................75
11.3 Verbos com Particípio Passado Regular e Irregular .....................................................75
11.4 Sumário .........................................................................................................................76
11.5 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ...................................................................................76
Exercícios para AVALIAÇÃO ...................................................................................................77

TEMA XII: RELAÇÕES LEXICAIS ...................................................................................... 78

UNIDADE Temática 12.1 Relações lexicais ............................................................................78


12.2 Introdução .....................................................................................................................78
12.3 A Sinonímia ...................................................................................................................78
12.4 A Antonímia ..................................................................................................................78

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12.5 A Hiperonímia ...............................................................................................................79


12.6 A Hiponímia ..................................................................................................................79
12.7 A Homonímia ................................................................................................................79
12.8 As Paronímias ...............................................................................................................80
12.9 Sumário .........................................................................................................................80
12.10 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................80
Exercícios para AVALIAÇÃO ...................................................................................................82

TEMA XIII: PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS .................................................. 83

UNIDADE Temática 13.1 Processos de Formação de Palavras .............................................83


13.2 Introdução .....................................................................................................................83
13.3 Processo de Formação de Palavras por Composição ...................................................83
13.4 Processo de Formação de Palavras por Derivação ......................................................84
13.5 Sumário .........................................................................................................................87
13.6 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ...................................................................................87
Exercícios para AVALIAÇÃO ...................................................................................................88

TEMA XIV: RECURSOS ESTILÍSTICOS .............................................................................. 90

UNIDADE Temática 14.1 Recursos Estilísticos.......................................................................90


14.1 Introdução .....................................................................................................................90
14.2 Recursos Estilísticos ......................................................................................................90
14.4 Sumário .........................................................................................................................92
14.5 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ...................................................................................92
Exercícios para AVALIAÇÃO ...................................................................................................93
Referências Bibliográficas .....................................................................................................95

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III

Visão geral

Bem-vindo à Disciplina/Manual de Língua Portuguesa


III

Objectivos do Manual

Este Manual pretende ser uma importante ferramenta para a


formação dos futuros professores de língua portuguesa.
Esperamos que estes aproveitem-no da melhor forma e que o
mesmo lhes sirva de instrumento de auto-avaliação. Assim, ao fim
do estudo deste manual o estudante deve ser capaz de:

▪ Compreender discursos orais e escritos;

▪ Identificar um texto argumentativo oral e escrito;

▪ Produzir um discurso argumentativo coerente quer ao nível


Objectivos oral quer ao nível escrito;

▪ Analisar um texto argumentativo quer oral quer escrito;

▪ Expressar-se com coerência e coesão quer ao nível oral quer ao


nível escrito;

▪ Conhecer as características do texto publicitário;

▪ Identificar uma publicidade;

▪ Criar uma publicidade;

▪ Expressar-se com coerência e correcção;

▪ Utilizar os recursos linguísticos e não linguísticos nas


interacções comunicativas;

▪ Conhecer as características de uma dissertação;

▪ Produzir uma dissertação;

▪ Conhecer os diferentes processos de formação de palavras da


língua portuguesa.

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III

Quem deve estudar este Manual?

Este manual foi concebido para os estudantes do 2º ano do curso


de licenciatura em Ensino de Português da UnISCED. Todavia,
abre-se espaço para qualquer entidade que esteja interessada em
desfrutar deste manual.

Como está estruturado este manual?

À semelhança dos restantes manuais produzidos pela UnISCED, o


manual de Língua Portuguesa III está estruturado da seguinte
forma:

Páginas introdutórias

▪ Um índice Geral.

▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do manual


resumindo os aspectos-chave que o estudante precisa
conhecer para melhor estudar. Recomendamos que o
estudante leia esta secção com atenção antes de começar o
seu estudo, como componente de habilidades de estudos.

Conteúdo desta disciplina / manual

Este manual está estruturado em temas. Cada tema, por sua


vez, comporta unidades temáticas ou simplesmente unidades.
Cada unidade temática caracteriza-se por incluir uma
introdução, objectivos e conteúdos respectivamente.

No final de cada unidade temática ou do próprio tema, estão


disponíveis: sumário, exercícios de auto-avaliação e no fim, os
exercícios de avaliação.

Outros recursos

A equipa dos académicos da UnISCED, apresenta um conjunto


de materiais didácticos adicionais a este manual. Para tal a
UnISCED disponibiliza na biblioteca dos seus centros de
recursos material de estudos relacionado com o seu curso como
é o caso de livros CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material
físico ou electrónico disponível na biblioteca, o estudante tem
acesso à Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as
possibilidades dos seus estudos.

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Auto-avaliação e Tarefas de Avaliação

As tarefas de auto-avaliação para este manual encontram-se no


final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características:
primeiro são apresentados exercícios resolvidos com detalhes.
Segundo, exercícios que mostram apenas as respostas.

As tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-


avaliação, porém sem mostrar os passos, devem obedecer o
grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem,
umas a seguir às outras. Importa referir, que tais exercícios
acabam por constar do exame final de cada módulo. Portanto,
estimado estudante, realizar todos os exercícios de avaliação
acaba por ser uma grande vantagem.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar vários ícones situados nas


margens das folhas, eles irão ajudá-lo a identificar diferentes
partes do processo de aprendizagem. Estes ícones indicam uma
parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma
mudança de actividade, entre outros.

Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar a aprender.


Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, a


aquisição de bons resultados ao nível académico será o resultado
de muito empenho, dedicação e entrega à disciplina em estudo, já
que, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias
eficientes e eficazes. Razão pela qual, torna-se deveras importante
saber como, onde e quando estudar?

A ser assim, damos-lhe algumas sugestões esperando que o caro


estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos,
procedendo da seguinte maneira:

1º Praticar a leitura, pois aprender à distância exige o alto domínio


da leitura.

2º Fazer leitura diagonal dos conteúdos (leitura corrida).

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3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e


assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).

4º Realizar seminários (debate em grupos), para comprovar se a


sua aprendizagem confere ou não com a dos seus colegas e com o
padrão.

5º Realizar TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas


ou as de estudo de caso se existirem.

Nota:

Tendo em vista a observância do triângulo modo-espaço-tempo


que nos lava às questões relacionadas com o como, onde e
quando...estudar? Tal como foi referido no início deste item, antes
de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o
ambiente de estudo que considera ser ideal para si, por exemplo:
estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar, ou estudo
melhor de madrugada/de manhã/de tarde/ aos fins-de-semana/ao
longo da semana, ou ainda, estudo melhor com música/num sítio
sossegado/num sítio barulhento. Sem, no entanto, se esquecer de
definir o tempo de intervalo necessário em cada secção de estudo
independente.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido


estudado durante um determinado período de tempo devendo
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao
seguinte quando achar que já domina bem o anterior.

Permita-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e


estudar, que saber tudo superficialmente. Todavia a melhor opção
continua a ser saber com o máximo de profundidade possível toda
a matéria do seu manual.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por


tempo superior há duas horas.

Estuda por duas horas intercaladas por 10 (dez) a 15 (quinze)


minutos de descanso (chama-se a isto, descanso à mudança de
actividades).

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual


obrigatório pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento
da aprendizagem. Porque o estudante acumula um elevado volume
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por
fim ao perceber que estuda tanto, mas não aprende, cai em

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III

insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente


incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma


avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder às questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo,
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área
em que está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que


matérias deve estudar durante a semana; face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será


uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar.

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página
trocada ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a sua preocupação.

Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes


(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Daí a relevância da
comunicação no Ensino à Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.

As sessões presenciais são um momento em que você caro


estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com o

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staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central da


UnISCED indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais.
Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de
natureza pedagógica e/ou administrativa.

O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%


do tempo de estudos à distância, é de muita importância, na
medida em que lhe permite situar, em termos do grau de
aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira
ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas.
Desenvolver o hábito de debater assuntos relacionados com os
conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e
unidade temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e


auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.

Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não


cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.

Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os


mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.

Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,


contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.

O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma


transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um
autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante da UnISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância,


estando eles fisicamente separados e muito distantes do

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária,
propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

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docente/tutor! Nós dizemos: Sim é muito possível, talvez seja uma


avaliação mais fiável e consistente.

Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com


um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10% do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de
avaliação.

Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e


aprendizagem no campo, pesam 40% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.

Os exames são realizados no final da cadeira, disciplina ou módulo


e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 60%, o que adicionado aos 40% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.

A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da


cadeira.

Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)


trabalhos e 1 (um) (exame).

Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados


como ferramentas de avaliação formativa.

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em


consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.

Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de


Avaliação.

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III

TEMA I: Texto Argumentativo

UNIDADE Temática 1.1 O Texto Argumentativo

1.2 Introdução

A Primeira Unidade Temática do seu Manual de Língua Portuguesa III,


centra-se num aspecto muito importante das tuas actividades
quotidianas sociais e sobretudo linguísticas, que é o texto
argumentativo.

Para além disso, o teu manual também aborda outras questões


relacionados com a gramática.

Ao fim desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:

▪ Conhecer um texto argumentativo oral e escrito;

▪ Identificar um texto argumentativo oral e escrito;

Objectivos ▪ Produzir um texto argumentativo oral e escrito;

▪ Analisar um texto argumentativo oral e escrito;

▪ Usar um discurso coerente e coeso tanto ao nível oral quanto ao


nível escrito.

1.3 CONCEPTUALIZAÇÃO DO TEXTO ARGUMENTATIVO

A natureza argumentativa, tem total compromisso com a opinião,


tendo em conta que esta consiste na defesa de um ponto de vista,
contra ou a favor de um assunto. De um modo geral, o tema de um
texto argumentativo deve ser suficientemente polémico.

A intenção, do texto argumentativo é expressar uma opinião sobre


um facto ou defender uma tese. É portanto, neste aspecto, que
reside a característica fundamental daquilo que se considera o texto
argumentativo, porque a ideia defendida pelo autor pode
influenciar os leitores e chegar a fazê-los mudar de postura quanto à
polémica (assunto) retomada a partir do texto.

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III

1.4 O que é um argumento?

Na perspectiva de Sebastião et al (2000:45) “um argumento é uma


prova ou um raciocínio destinado a justificar ou refutar um a
determinada tese ou afirmação”.

Ao longo de um texto podem coexistir argumentos a favor ou contra


uma tese. Porém, o objectivo dos argumentos contra é, muitas
vezes, de reforçar o valor dos argumentos a favor da tese.

Para se apresentar ou redigir um texto argumentativo coeso


deverão ser adquiridas e utilizadas formas linguísticas que
asseguram o funcionamento da argumentação.

Assim, podemos afirmar que, a argumentação tem uma estrita


ligação com a questão do convencimento, persuasão e a influência
ainda que os leitores possam não concordar totalmente com as
ideias do texto, mas estes acabam se identificando com boa parte
dos embasamentos nos argumentos apresentados e a coerência no
raciocínio exposto.

O texto argumentativo como qualquer outro, deve ter: princípio,


meio e fim, havendo elementos que devem aparecer em cada uma
dessas partes. O atrelamento desses elementos e às suas
respectivas partes determinam a estrutura da tipologia textual em
causa.

Além disso, a argumentação conta com alguns recursos que


potencializam o seu efeito, oferecendo modos bastante eficazes de
provar o raciocínio escolhido e convencer o leitor.

1.5 Características Essenciais Do Texto Argumentativo:

• O texto argumentativo é concebido de forma a convencer ou


a persuadir;

• A tese defendida no texto argumentativo deve ser


claramente identificada pelo destinatário;

• O texto argumentativo deve usar um registo adequado ao

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destinatário e ao tema;

• Os argumentos utilizados no texto argumentativo devem ser


diversificados, dentre eles: Proverbiais / Universais /
Experiência pessoal / Históricos / Exemplares / Científicos
entre outros;

• A organização do texto argumentativo deve ter em conta os


articuladores do discurso mais adequados.

1.6 ESTRUTURA DO TEXTO ARGUMENTATIVO

Os textos argumentativos apresentam habitualmente uma ordem


mais ou menos fixa na disposição dos conteúdos. Em geral,
costumam distinguir-se nele três partes a saber:

Introdução/ Exposição da tese

A introdução desempenha o papel de informar a posição assumida


pelo autor do texto diante de algum assunto, é na introdução que se
explicita a tese do texto argumentativo.

No entanto, como em qualquer outro texto, a introdução do texto


argumentativo investe apenas em uma brevíssima apresentação do
tema, de modo a situar o leitor, familiarizando-o com a questão que
o motivou a escrita.

Assim, podemos afirmar que a introdução deve:

✓ Ser constituída por um único parágrafo, tal como a


conclusão;

✓ Tratando-se de sínteses teóricas, não deve conter


exemplos;

✓ Articula-se com a conclusão, uma vez que a conclusão


retoma a introdução.

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III

Desenvolvimento/ Conjunto argumentativo

Os argumentos são listados e aprofundados no desenvolvimento do


texto argumentativo. É nesta parte que a tese é expandida e
defendida de facto.

Há diferentes modos de argumentar, firmando uma posição sobre o


assunto em questão e trazendo à tona alguns conceitos e
informações que sustentem ainda melhor a ideia que se defende
obedecendo às regras que se seguem:

✓ Articula-se com a introdução;

✓ Integra referências concretas à obra do autor, recorrendo a


citações de excertos ou mesmo de títulos;

✓ Veicula juízos próprios apoiados em referências textuais.

Conclusão

A conclusão, sintetiza o texto, retomando na maioria das vezes, o


argumento principal, citado no desenvolvimento para sustentar a
tese, que por sua vez é retomada nesta parte.

1.7 O DISCURSO DO TEXTO ARGUMENTATIVO

O discurso do texto argumentativo possui características próprias,


que passamos a apresentar a seguir:

✓ Detalhamento

O detalhamento pode ser usado para aumentar o grau do


convencimento do texto. Ele garante maior credibilidade para a tese
defendida e assim a ideia apresentada tem maior aceitação do
público.

O acto de detalhar em um texto argumentativo exige do autor do


texto um certo didactismo, ou seja, é como se o autor guiasse os
seus leitores “pela mão” e cada passo fosse acompanhado pelo

12
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leitor de modo a dirimir dúvidas e aumentar as certezas e crenças


em relação à tese que está sendo defendida.

O detalhamento pode ser feito através da citação de exemplos, bem


como pela apresentação desdobrada de alguns dos argumentos
principais, de modo a consolidar a importância deles para o tema
debatido e para a posição assumida pelo autor desde a introdução.

✓ Citação de Exemplos e Fontes

Com o objectivo de embasar a tese defendida no texto, é comum


citarem-se autores de renome que partilham as mesmas posições
ou exemplos que tentam concretizar a ideia apresentada e
sustentada, de modo a unir a teoria e a prática.

O facto do autor do texto recorrer à autores de renome comprova


para o leitor que a ideia defendida no texto não é absurda, já que há
outros autores que partilham da mesma ideia.

Além disso, citar autores que já se pronunciaram sobre o tema que


está sendo debatido promove alguma credibilidade, o que sem
dúvidas, acaba por abrir um espaço para que o leitor avalie o
discurso do texto em causa, ou seja, do texto argumentativo.

✓ Raciocínio Lógico

Apesar de ser um princípio comum à construção de textos de


qualquer que seja a natureza, o raciocínio lógico torna-se mais
necessário ainda na construção de um texto argumentativo porque
a compreensão da ideia defendida pelo autor é o primeiro passo
para o convencimento do leitor.

✓ Antítese Como Pressuposto

A antítese corresponde à posição contrária, àquela defendida pelo


autor do texto. No entanto, mesmo assim é possível utiliza-la como
uma espécie de sombra, no momento da produção do texto
argumentativo, para tentar responder de antemão às questões que
podem ser levantadas pelo público que defende uma postura
diferente da do autor do texto.

Desta forma, haverá menos espaço para réplicas e atenderá um


bom número de expectativas. Este exercício por sua vez, ajuda a
aprimorar a argumentação porque investe na produção de um texto

13
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III

mais completo, mais claro e com argumentos menos frágeis.

1.8 2Mecanismos de Coesão do Texto Argumentativo| Conectores


/ Articuladores do Discurso Argumentativo

Os articuladores do discurso são conectores utilizados para fazer a


ligação de frases e parágrafos no texto. Do seu bom uso resulta uma
maior coesa do texto, estes por sua vez pertencem às diversas
classes de palavras podendo ser: conjunções, advérbios e locuções
adverbias.

Vejam-se abaixo alguns conectores / articuladores do discurso


argumentativo:

Acordo: Com certeza, naturalmente, é evidente que, …

Adição/sequencialidade: E, também, em primeiro lugar, em


seguida,…

Alternância: Fosse…fosse, ou…(…ou), ora…ora, quer…quer,…

Causa: Pois que, pois, visto que, já que, porque, dado que,…

Consequência /conclusão: Por tudo isto, de modo que, de tal forma


que,…

Incerteza: Talvez, provavelmente, é provável que,…

Oposição: Mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entanto, em


sentido contrário, refutando, pelo contrário, ao contrário,…

Modo: Como, conforme, também, tal como, deste como,…

Tempo e lugar: Antes, depois, então, dantes, hoje, em seguida,


além, ali, aqui, anteriormente, seguidamente, a princípio, por fim,
naquele lugar, o lugar em que, no meio, mais adiante, mais à
esquerda, mais à direita, ao centro,…

Reiterar/reafirmar: Retomando a questão, penso que, a meu ver,


creio que, estou certo que, em nosso entender,…

Condição/hipóteses: Se, a menos que, a não ser que, desde que,

2
Disponível em: https://www.trabalhosfeitos.com/topicos/conectores-ou-
articuladores-de-discurcos/0

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acaso,…

Relação disjuntiva: Ou, ou então, seja…seja, quer…quer,…

Semelhança/comparação: Do mesmo modo, tal como, pelo mesmo


motivo, esma razão, igualmente, assim como,…

Introdução: Comecemos por…, a princípio,…

Transições: Passemos à presença de…, Consideremos o caso de…,


antes de passar a…, é preciso…

Enumeração: Em primeiro lugar…, segundo…, antes de tudo…

Exemplo: Consideremos o caso de…, tomemos o exemplo de…, a


título de exemplo…

Uma vez conhecidas algumas fórmulas de interligação ao nível


frásico passar-se-á a fase de produção do texto. As duas grandes
noções que que sustentam a argumentação são: a de causa (para
apoiar ou justificar) e a de concessão (com vista a conciliar-se com o
adversário, saber a veracidade das suas teses).

1.9 PROCESSOS DA ARGUMENTAÇÃO

Nos textos de natureza argumentativa, os três tipos de discurso mais


comuns são:

✓ O deliberativo, no qual se tenta aconselhar ou levar alguém a


decidir-se sobre um determinado comportamento;

✓ O judiciário, em que se trata de acusar ou defender, julgando


um acto ou uma pessoa;

✓ O epidíctico, em que se louva ou reprova. Em que se faz um


elogio ou se censura.

Apesar de serem destacados separadamente, estes tipos de discurso

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quase sempre aparecem combinados num só.

Sintetizando, poderíamos dizer que, para elaborar um texto


argumentativo corrente é, sobre tudo, necessário:

✓ Saber justificar uma ideia, opinião, ponto de vista e saber


formular objecções à essa ideia, opinião ou ponto de vista;

✓ Defender algo (um livro, um filme, etc) ou acusá-lo;

✓ Formular uma hipótese, pondo-a depois em dúvida para propor


outra;

✓ Relatar criticando as teses do adversário.

Observem-se os seguintes exemplos:

Não atires papéis ao chão, o planeta já está suficientemente


poluído.

Não faltes injustificadamente as aulas, porque podes reprovar por


faltas.

Não fumes, porque fumar faz mal à saúde.

Nos exemplos citados, um dado emissor (ou locutor) apresenta a um


receptor (destinatário) uma razão suficiente, um argumento, para
lhe fazer admitir uma conclusão, ou seja, uma tese ou um dado
princípio.

O citado emissor parte do princípio de que todos concordam que


não se deve poluir o ambiente, que não se deve faltar injustamente
às aulas, que não se deve fumar. Além disso, apresenta argumentos
que julga serem facilmente aceites: o planeta já está suficiente
mente poluído; quem falta injustificadamente pode reprovar; quem
fuma, prejudica à saúde.

Vamos admitir que, no entanto, o receptor se recusa a aceitar os


princípios e os argumentos procurando refutar os argumentos,
inicialmente, apresentados pelo emissor.

Relativamente aos exemplos anteriores, o bom senso não aconselha


grande contra-argumentação. (O lixo polui efectivamente, as faltas
às aulas trazem consequências que qualquer estudante conhece e o
fumar faz mal à saúde, só não vê quem não quer).

Assim, admitimos que é possível apresentar alguns contra-

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argumentos, que só podemos responder apresentando novas


provas.

1.10 Sumário

De forma sumária, poderíamos afirmar que, o texto argumentativo


consiste em partir de uma afirmação e desenvolvê-la.

Um texto argumentativo tem, pois, como objectivo apresentar um


determinado assunto, um juízo próprio de uma forma organizada.

A clareza de um texto de natureza argumentativa, está muito


relacionada com a forma como o texto está estruturado.

1.11 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Como se define um texto argumentativo?

2. Analise cuidadosamente o texto “Hoje não Existem Moças para


Casar”, considerando que o mesmo é de natureza
argumentativa.

Hoje Não Existem Moças Para Casar

Este título não é ficção, mas sim, uma pura realidade.


Ninguém pode duvidar disso, porque são coisas que
acontecem no nosso dia- a- dia.
Falar deste tema é falar “dum bicho-de-sete-cabeças”.
Hoje, tornou-se muito difícil encontrar uma mulher
honesta, que não esconde a sua realidade. Moças de hoje
não encaram um namoro como realmente devia ser.
Acham que o namoro ou o casamento é uma brincadeira.
Existe muita coisa com que se pode brincar, caso algumas
moças pretendam viver felizes dentro dos seus lares, isto
não resta dúvida nenhuma. Eu não
sei o que se passa com algumas raparigas, na rua está toda
bonita, mas, em casa não. Levantam-se da cama e logo
abrem pela rua.

Quando as suas mães dizem: “Minha filha, fica perto de


mim aqui na cozinha, para aprenderes qualquer coisa”, as
filhas não querem saber disso. Só gostam de assistir

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III

novelas, pintar as unhas, desfrisar o cabelo e ir a curtição.


Isso de pegar em panelas não é com elas!

Algumas moças nem engomar a roupa sabem. Cozinhar?


Nem isso!

De que avale a um homem ter uma mulher deste tipo, mil


vezes um homem ficar solteiro! É vergonhoso ver um
homem levar uma moça para viver com ela e esta só criar
dores de cabeça, pois elas não têm noção verdadeira do
que é viver num lar.

Talvez pensem que podem entrar e sair de casa do marido


quando querem, fazer o que bem entenderem.

Para mim, hoje só existem moças do tipo “ alô” e não para


casar.

Domingos Geraldo, da Imprensa, 1998.

3. Redija um texto argumentativo discordando ou concordando


com a tese que o autor pretende defender no texto “Hoje não
Existem Moças para Casar”.

4. Quais são as características do texto argumentativo?

5. De que depende a clareza deu um texto de natureza


argumentativa?

Respostas:

1. De forma sumária, poderíamos afirmar que, o texto


argumentativo consiste em partir de uma afirmação e
desenvolve-la. Um texto argumentativo tem, pois, como
objectivo apresentar um determinado assunto, um juízo
próprio de uma forma organizada.

2. O texto “Hoje não Existem Moças para Casar” é de


natureza argumentativa, já que o autor do mesmo
apresenta a sua tese, segundo a qual, “Hoje não Existem
Moças para Casar” e procurar a partir de vários
argumentos provar até que ponto a sua ideia (tese)
constitui uma verdade actual.

3. Ainda há Moças para Casar

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Há pessoas que caem no erro de achar que as moças de


hoje não servem para o casamento. Este pensamento
revela de forma muito clara como as suas mentes são
fechadas e incapazes de acompanhar a globalização do
mundo que se vive actualmente.

As moças de hoje, também são chefes de família e ajudam


a construir a família e o país, e quando se diz construir uma
família, não se fala apenas em dar à luz e cuidar de
crianças, fala-se também de lutar trabalhando para colocar
o pão à mesa, uma mulher que é capaz de tomar as
responsabilidades de casa como suas e não somente do
homem, com certeza deve ser alguém com quem vale
apena se casar.

Definitivamente já não há Moças para Casar

As moças de hoje não servem para casar. Elas andam


demasiadamente ocidentais, assumiram de forma
inconcebível a questão da igualdade do género.

As esposas de antigamente não discutiam com os seus


maridos e eram totalmente submissas ao homem, os
deveres domésticos eram a sua especialidade e cozinhar
fazia parte dos seus pontos mais fortes.

A maior especialidade das moças de hoje são as redes


sociais, facebook pela manhã, whatsApp pela madrugada e
assim por diante, os seus maridos estão sujeitos a comer
take away e até as tarefas mínimas de casa são executadas
pelas empregadas domésticas.

Já não se fazem mulheres para casar, fazem-se amigas das


redes sociais apenas.

4. As características do texto argumentativo são:


✓ O texto argumentativo é concebido de forma a
convencer ou a persuadir;

✓ A tese defendida no texto argumentativo deve ser


claramente identificada pelo destinatário;

✓ O texto argumentativo deve usar um registo


adequado ao destinatário e ao tema;

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✓ Os argumentos utilizados no texto argumentativo


devem ser diversificados, dentre eles: Proverbiais /
Universais / Experiência pessoal / Históricos /
Exemplares / Científicos entre outros;

✓ A organização do texto argumentativo deve ter em


conta os articuladores do discurso mais adequados.
5.
A clareza de um texto de natureza argumentativa, está muito
relacionada com a forma como o texto está estruturado.

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. Nos textos argumentativos, há três tipos de discursos


recorrentes, quais são e em que consistem?

2. Nas frases que se seguem, identifique a tese e os


respectivos argumentos.

a) Não atires papéis ao chão, o planeta já está suficientemente


poluído.

b) Não faltes injustificadamente às aulas, porque podes reprovar por


faltas.

c) Não fumes, porque fumar faz mal à saúde.

3. O que é um argumento?

4. Redija um texto argumentativo falando sobre o ensino à distância.

5. À semelhança do que acontece no número dois (2), produza duas


(2) frases convidando seus amigos a aderirem ao ensino online.

Respostas:

1. Nos textos argumentativos, há três tipos de discursos


recorrentes, a saber:
✓ O deliberativo, no qual se tenta aconselhar ou levar alguém a
decidir-se sobre um determinado comportamento;

✓ O judiciário, em que se trata de acusar ou defender, julgando


um acto ou uma pessoa;

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✓ O epidíctico, em que se louva ou reprova. Em que se faz um


elogio ou se censura.

2. a) Não atires papéis ao chão (tese); o planeta já está


suficientemente poluído (argumento).

b) Não faltes injustificadamente as aulas (tese); porque podes


reprovar por faltas (argumento).

c) Não fumes (teses); Porque fumar faz mal à saúde


(argumento).

3. Um argumento é uma prova ou um raciocínio destinado à


justificar ou refutar um a determinada tese ou afirmação.

4. O Ensino Online

As dinâmicas laborais do mundo actual não abrem espaço de


modo que os membros das instituições empregadoras tenham
o seu pessoal a adquirir cada vez mais competências técnico-
profissionais.

Apesar disso, há cada vez mais exigências da parte das


instituições empregadoras aos seus empregados.

A ser assim, pensa-se no ensino online, como uma salvação


para todas as pessoas que se interessam em conhecer cada vez
mais coisas sobre as suas áreas de interesse e muito mais.

Outra vantagem do ensino online prende-se com o facto de as


pessoas não precisarem de se deslocar das suas áreas de
trabalho (geralmente zonas mais recônditas do país) para as
cidades, bastando apenas que os interessados tenham acesso à
internet.

Razão pela qual, no mundo actual, não há motivos para não


aprender.

Perguntas de escolha múltipla

1. A função de linguagem predominante no texto


argumentativo é...
a. informativa e apelativa
a. emotiva e poética
c. fática e conativa

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d. referêncial e metalinguística

2.Num texto argumentativo, a ideia defendida pelo


autor designa-se de...

a. Argumentos
b. Contra-argumentos
c. Perguntas

d. tese

3. todas as opções abaixo caracterizam os tipos de


discurso mais comum num texto argumentativo,
EXCEPTO...

a. político

b. deliberativo

c. judiciário

d. pidítico

4. A clareza de texto de um texto de natureza


argumentativa está muito relacionada com...

a. a forma como o texto está estruturado


b. os argumentos do autor
c. os articuladores discursivos
d. a tese do autor

5. Uma prova ou um raciocícnio destinado à justificar ou


refutar uma determinada tese, chama-se...
a. conector
b. tese
c. autor
d. argumento

6. As palavras com que designamos ou nomeamos os


seres em geral, chamam-se...
a. verbos
b. pronomes
c. substantivos
d. interjeicções

7. As palavras que no singular, usamos para designar um


conjunto de seres ou coisas da mesma espécie, designam-
se...
a. substantivos comuns
b. substantivos colectivo

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III

c. substantivos próprios
d. substantivos concretos

Perguntas de Verdadeiro Falso

8.“Um argumento é uma prova ou um raciocínio destinado a justificar


ou refutar um a determinada tese ou afirmação” Sebastião et al
(2000:45).
9.O texto argumentativo como qualquer outro, deve ter: princípio,
meio e fim, havendo elementos que devem aparecer em cada uma
dessas partes. O atrelamento desses elementos e às suas respectivas
partes determinam a estrutura da tipologia textual em causa.
10. A tese defendida no texto argumentativo nunca deve ser
claramente identificada pelo destinatário; O texto argumentativo não
deve usar um registo adequado ao destinatário e ao tema.

1. Respostas:
1. A
2. D
3. A
4. A
5. D
6. C
7. A
8. Verdade
9. Verdade
10. falso

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III

TEMA II: CLASSES E SUBCLASSES DE PALAVRAS

UNIDADE Temática 2.1 Classes e Subclasses de Palavras

2.2 Introdução

Ao completar esta unidade o estudante deverá ser capaz de:

▪ Conhecer as diferentes classes de palavra;

Objectivos ▪ Usar correctamente tanto em discursos orais quanto em


escritas as diferentes classes de palavras.

2.3 Classes e Subclasses de Palavras

As palavras subdividem-se em várias classes como se pode ver


abaixo:

Classes abertas: são palavras que englobam um conjunto


potencialmente infinito de palavras, passíveis de receber novas
unidades sempre que se justifique, podendo ser: substantivos,
adjectivos, verbos, e advérbios terminados em “mente”.

1. O Substantivo

Funções do substantivo: o substantivo é a palavra com que


designamos ou nomeamos os seres em geral. O substantivo é a
palavra que serve, privativamente, de núcleo do sujeito, do
objecto directo, do objecto indirecto e do agente da passiva.

Toda a palavra de outra classe que desempenhe uma dessas


funções equivalerá forçosamente a um substantivo (pronome
substantivo, numeral ou qualquer palavra substantivada).

São substantivos: os nomes de pessoas, de lugares, de


instituições, de um género, de uma espécie ou de um dos seus
representantes.

Exemplo

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III

António, Maputo, Assembleia da República, Flor, Jasmim, bem


como os nomes de noções, acções, estados e qualidades, tomados
como seres.

Exemplo

Lei, abertura, felicidade, generosidade etc.

Substantivos próprios: designam um indivíduo de determinada


espécie, nomes de cidades, de cargos institucionais.

Exemplo

João, Beira, Presidente da República, Moçambique, Humanidade,


etc.

Substantivos comuns: designam a totalidade dos seres de uma


espécie ou classe e podem designar abstracções.

Exemplo

Homem, país, cidade, etc.

Substantivos concretos: designam seres propriamente ditos, isto


é, nomes de pessoas, lugares, instituições, de um género, de uma
espécie ou ainda de um dos seus representantes.

Exemplo

Homem, Manica, Clero, Árvore, Maria, etc.

Substantivos abstractos: designam acções, estados, noções e


qualidades, considerados como seres.

Exemplo

Justiça, igualdade, beleza, glória, amor, etc.

Substantivos colectivos: substantivos comuns que, no singular,


designamos um conjunto de seres ou coisas da mesma espécie.

Exemplo

Alcateia, vara, cacho, coro, manada, etc.

Os substantivos flexionam em género (masculino e feminino),


número (singular ou plural) e grau (normal, aumentativo,
diminutivo).

Vejam-se abaixo alguns exemplos de substantivos.

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Cão, Gato, Cavalo, Gérson, José, Tomás, Jorge, Ana Carolina, Luísa,
Lurdes, galinha, Égua, Vaca.

2. Adjectivo

Funções do adjectivo: o adjectivo é essencialmente um


modificador do substantivo, ou seja, serve para diversos fins,
nomeadamente:

a) Para caracterizar os seres, os objectos ou as noções


nomeadas pelo substantivo, indicando-lhes uma qualidade /
um modo de ser / um aspecto / um estado;

b) Para estabelecer com o substantivo uma relação de tempo,


de espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade, de
procedência, etc.

De salientar que os adjectivos flexionam em género (masculino e


feminino), número (singular e plural) e grau (comparativo e
superlativo) e concordam sempre com o substantivo que
modificam. Atente para os exemplos que se seguem:

✓ Adjectivo masculino: (rapaz) bonito;

✓ Adjectivo feminino: (rapariga) bonita;

✓ Adjectivo no singular: (casa) amarela;

✓ Adjectivo no plural: (casas) amarelas;

✓ Adjectivo no grau comparativo de superioridade: A Daniela


é mais bonita do que a Rosa;

✓ Adjectivo no grau comparativo de igualdade: A Yguith é tão


bonita como Ana Carolina;

✓ Adjectivo no grau comparativo de inferioridade: O Pedro é


menos bonito do que o Tomás;

✓ Adjectivo no grau superlativo absoluto: A Yguith é


inteligentíssima / A Ana Carolina é muito inteligente;

✓ Adjectivo no grau relativo de superioridade: A Daniela é a


mais inteligente da sua turma;

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III

✓ Adjectivo no grau relativo de inferioridade: O Zacarias é o


menos inteligente de casa.

3. Verbo

Entende-se o verbo como sendo a palavra de forma variável que


exprime uma acção, ou seja, um acontecimento representado no
tempo.

Numa oração, é obrigatório haver um verbo (predicado), ou seja,


para haver oração tem que haver um (ou mais) verbos e, havendo
um verbo, há obrigatoriamente uma oração.

A Flexão dos verbos

Os verbos flexionam-se em:

✓ Número: singular e plural. Pessoa: 1ª, 2ª e 3ª.

✓ Modo: Indicativo, Conjuntivo, Imperativo (+ formas


nominais do verbo: Infinitivo, Gerúndio e Particípio).

✓ Tempo: Presente, Pretérito (imperfeito, perfeito, mais-


que-perfeito), Futuro.

✓ Aspecto (pouco notório no Português): pontual vs.


durativo, contínuo vs. descontínuo, incoativo vs.
conclusivo.

✓ Voz: Activa e Passiva.

Nota que, os quatro primeiros parâmetros relacionam-se


intimamente e os dois últimos são mais independentes.

Os verbos podem ser conjugados em 3 conjugações:

✓ 1ª-ar - estudar, amar, gostar, andar,... (a vogal temática é –


a-);

✓ 2ª-er – comer, escrever, poder, dever,... (a vogal temática é


–e-);

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III

✓ 3ª-ir – possuir, conseguir, redimir, dormir, (a vogal


temática é –i-).

Função

Verbos principais: verbo de significação plena, nuclear de uma


oração.

Exemplo

A Maria come o bolo.

Verbos auxiliares: verbo total ou parcialmente desprovido da


acepção própria; junta-se a formas nominais de um verbo
principal; verbos auxiliares mais comuns: ter, haver, ser e estar.

Exemplo

A Maria tinha comido o bolo. (aux+verbo principal no part.


Passado).

Classes fechadas: classes cujos elementos são finitos e contáveis,


a saber:

✓ Determinantes (artigos, possessivos, demonstrativos,


indefinidos, interrogativos);

✓ Pronomes (pessoais, possessivos, demonstrativos,


indefinidos, interrogativos, relativos);

✓ Numerais (cardinais, ordinais, colectivos);

✓ Advérbios (de tempo, de modo, de quantidade, de


afirmação, de negação, de dúvida, de exclusão, de
inclusão, de designação) + locuções adverbiais;

✓ Preposições;

✓ Conjunções (coordenativas, subordinativas);

✓ Interjeições.

Determinantes: colocam-se antes de um substantivo e são


especificadores do substantivo, estes por sua vez podem ser
artigos definidos e indefinidos.

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III

✓ Artigos definidos: o, a, os, a.

Exemplo

A casa era bonita.

✓ Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas.

Exemplo

Uma casa estava à venda no jornal.

Possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seus.

Exemplo

(o) Teu livro era bonito (≠ era o teu = pronome possessivo).

Demonstrativos: este, esse, aquele, o mesmo, o outro, tal, etc.

Exemplo

Este livro era bonito (≠ era este = pronome demonstrativo).

Indefinidos: todo, algum, nenhum, certo, muito, etc.

Exemplo

Todos os livros eram bonitos.

Interrogativos: que, quantos, qual, etc.

Exemplo

Que livro te parece mais interessante?

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III

2.4 Sumário

De um modo geral, as palavras dividem-se em classes (abertas e


fechadas) que por sua vez dividem-se por subclasses.

Para além disso, é preciso considerar que as mesmas estão


susceptíveis a transformações que as fazem mudar de categorias
gramaticais.

2.5 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Fale do substantivo e das suas funções.

2. O que são Substantivos Colectivos?

3. “A generosidade é algo que nos dignifica”. Indique o


substantivo da frase.

4. A Paula é carismática. Como se classifica morfologicamente a


expressão “Paula”?

5. O Presidente da República tem mostrado muito empenho.


Classifique morfologicamente a expressão “Presidente da
República”?

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. Escreva três (3) frases e sublinhe os respectivos substantivos.

2. Escreva três (3) frases que contenham substantivos colectivos.

3. Defina os adjectivos e dê exemplo de duas (2) frases que


contenham adjectivos.

4. Defina o verbo.

5. Como se flexionam os verbos?

6. Atente para o texto abaixo e diga a categoria gramatical das


palavras em destaque.

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III

Uma História de Outro Jeito

Era uma vez um beija-flor que se apaixonou por uma violeta. Não era
uma violeta maior nem mais bonita do que as outras, mas tinha um
jeitinho irresistível de se inclinar sobre a haste de se mostrar, meio se
escondendo, por entre as folhas. E o beija-flor, que beijava todas as
flores, só se encantava do perfume e da cor da violeta preferida.
Enquanto isso a violeta, beijada por outros beija-flores, só conhecia de
cor a cor de cada uma das penas, o ruído das asas, o toque manso do
bico de seu beija-flor preferido...

ROMERO, Fernanda Saraiva, (1989) Uma história de outro jeito. São


Paulo.

Respostas:

1. a) A Ana Carolina é uma menina especial.

b) A casa era bonita.

c) As férias estão prestes a chegar.

2. a) Vi uma manada de bois esta semana.

b) Enfrentar uma alcateia de lobos é uma atitude demasiado

arriscada.

c) Um cacho de uvas não produz vinho.

3. Os adjectivos são essencialmente modificadores do substantivo, ou


seja, servem para diversos fins, nomeadamente:

a) Para caracterizar os seres, os objectos ou as noções nomeadas


pelo substantivo, indicando-lhes uma qualidade / um modo de ser
/ um aspecto / um estado;

b) Para estabelecer com o substantivo uma relação de tempo, de


espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade, de procedência,
etc.

Exemplos:

a) A Yguith é tão bonita como Ana Carolina.

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III

b) A Daniela é a mais inteligente da sua turma.

4. Entende-se o verbo como sendo a palavra de forma variável que


exprime uma acção, ou seja, um acontecimento representado no
tempo.

5. Os verbos flexionam-se em:

✓ Número: singular e plural. Pessoa: 1ª, 2ª e 3ª;

✓ Modo: Indicativo, Conjuntivo, Imperativo (+ formas nominais


do verbo: Infinitivo, Gerúndio e Particípio);

✓ Tempo: Presente, Pretérito (imperfeito, perfeito, mais-que-


perfeito), Futuro;

✓ Aspecto (pouco notório no Português): pontual vs. durativo,


contínuo vs. descontínuo, incoativo vs. conclusivo;

✓ Voz: Activa e Passiva.

1. Era----- Flexão do verbos ser na primeira pessoa do singular.


Beija-flor------ Substantivo ou nome.
Apaixonou------ Flexão do verbo apaixonar na terceira pessoa
do singular.
Violeta--------- Substantivo ou nome.
Bonita--------- Adjectivo.
Haste--------- Substantivo ou nome.
Escondendo---- Flexão do verbo esconder no gerúndio.
Folhas----------- Substantivo ou nome.
Beijava---------- Flexão do verbo beijar
Flores------------ Substantivo ou nome.
Encantava-------- Flexão do verbo encantar
Perfume-------- Substantivo ou nome.
Penas------------ Substantivo ou nome.
Toque------------. Substantivo ou nome.

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III

Perguntas de múltipla escolha

1. Assinale a frase cujas palavras sublinhadas sejam substantivo


e pronome, respectivamente:

a. A lata de doce é dele.

b. A Inglaterra é um país muito bonito.

c. Fale sobre tudo o que lhe perguntar.

d. As pessoas estão inconformadas.

2. As expressões sublinhadas correspondem a um adjetivo,


exceto em:

a. João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.

b. Demorava-se de propósito naquele complicado banho.

c. Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.

d. Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga sem


fim.

3. A palavra 'encarecidamente' pertence à classe dos(as):

a. Substantivos.

b. B. Verbos.

c. Adjetivos.

d. Advérbios.

4. Marque a alternativa em que haja um artigo definido e um


artigo indefinido, respectivamente:

a. Roberta é a melhor aluna dessa classe.

b. Gostaria de comprar um celular novo e a sandália daquela loja.

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III

c. Uma boa noite de sono é a melhor maneira de evitar o


estresse.

d. A casa que comprei é um pouco antiga.

5."Os homens são os melhores fregueses" - os melhores encontram-


se no grau:

a. Comparativo de superioridade

b. Superlativo relativo de superioridade

c. Superlativo absoluto sintético

d. Superlativo absoluto analítico de superioridade.

6. O adjectivo está mal flexionado em grau em:

a. Livre: libérrimo

b. Doce: docílimo

c. Triste: tristíssimo

d. Fácil: facílimo

7.Assinale a frase em que o adjetivo está no grau superlativo relativo


de superioridade.

a. O quarto estava escuro como a noite.

b. Não sou menos digno de meus pais.

c. Aquela mulher é podre de rica.

d. Você foi o amigo mais sincero que eu tive.

Perguntas de Verdadeiro Falso

8. As palavras subdividem-se em várias classes como se pode ver


abaixo: Classes abertas: são palavras que englobam um conjunto
potencialmente infinito de palavras, passíveis de receber novas
unidades sempre que se justifique, podendo ser: substantivos,
adjectivos, verbos, e advérbios terminados em “mente”.

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III

9. Funções do substantivo: em caso algum o substantivo é a palavra


com que designamos ou nomeamos os seres em geral. Muito menos o
substantivo é a palavra que serve, privativamente, de núcleo do
sujeito, do objecto directo, do objecto indirecto e do agente da
passiva.

10. Entende-se o verbo como sendo a palavra de forma invariável que


exprime uma acção, ou seja, um acontecimento representado no
tempo. Numa oração, é completamente desnecessário haver um
verbo (predicado), ou seja, para haver oração tem que haver um (ou
mais) verbos e, havendo um verbo, há obrigatoriamente uma oração.

Respostas:

1 A

2 B

3 D

4 D

5 B

6 B

7 D

8 Verdade

9 Falso

10 Falso

TEMA III: A MUDANÇA DA LÍNGUA NO TEMPO E NO ESPAÇO

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III

UNIDADE Temática 3.1 Mudança da Língua no Tempo e no Espaço

3.2 Introdução

Ao fim desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:

▪ Entender melhor o processo das mudanças que ocorrem na


língua Portuguesa;
Objectivos
▪ Identificar os factores por detrás das mundanas linguísticas;

▪ Distinguir os dialectos da língua.

Sabemos que o Português provém do Latim vulgar falado no noroeste


da Península Ibérica, que foi modulado pela Influência de certas
características dos primitivos habitantes da região. Essa influência,
motivou a supressão do -l - e do - n- latinos entre vogais, produzindo
assim, uma das grandes diferenças entre o português e o espanhol,
língua em que essas consoantes se mantiveram (ex. port. Só, mau, cor,
mão; esp. Solo, malo, color, mano.)

Outro aspecto diferenciador, decorrente da mesma influência, levou à


manutenção das vogais breves latinas como abertas, sem a ditongação
que sofreram em espanhol (p.ex. sete, medo, porta, sorte, diferindo
de siete, miedo, puerta, suerte).

Mais tarde, o português recebeu larga contribuição do árabe,


sobretudo no campo do léxico e em algumas pronúncias particulares
(são arabismos açorda, albufeira, algodão, faquir, harém, etc., e a
pronúncia da consoante inicial de palavras como xaile ou xarope).

Evidentemente, como todas as línguas, o português foi enriquecendo


e mudando ao longo da sua história em contacto com outras línguas
próximas e afastadas.

Podemos afirmar, com base em nomes de pessoas e lugares e em


alguns aspectos lexicais de documentos da época, que entre os séculos
VI e VIII o português foi adquirindo características próprias que
permitem identificar esse período como o início do léxico comum
galaico-português. Mas só pelos séculos XII-XIII se encontram
documentos que revelam a utilização de uma nova língua com

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III

autonomia em relação à latina. E é evidente que, quando uma língua


começa a ser documentada graficamente, ela já é pertença de muitos
falantes desde há longo tempo.

É hoje largamente aceite que a primeira manifestação do português


escrito remonta ao reinado de D. Afonso Henriques. Trata-se de um
documento de dívidas, uma “Notícia de fiadores”, datada de 1175, da
autoria de Paio Soares Romeu.

Entre os séculos XII e XXI o português viveu novecentos anos de


alterações e expansão. Uma frase como “De notícia de torto que
fezerũ a Laurecius Fernãdiz por plazo que fece Gõcauo Ramiriz antre
suos filios e Lourẽzo Ferrnãdiz....” (início da Notícia de Torto, 12145 )
difere substancialmente da correspondente frase actual, que seria:
“Da notícia do prejuízo que fizeram a Lourenço Fernandes por (causa
do) pacto que fez Gonçalo Ramires entre os seus filhos e Lourenço
Fernandes...”.

Nesta caminhada de séculos a língua portuguesa, em contacto com


outras línguas, foi enriquecendo e mudando no léxico, na pronúncia,
na morfologia e na sintaxe. Na sua evolução reconhecem-se
habitualmente quatro períodos, ligados por épocas de transição. São
eles:

✓ O português antigo, desde os primeiros documentos escritos


em português até ao fim do século XIV;

✓ O português médio, durante o século XV;

✓ O português clássico, até meados do século XVI;

✓ O português moderno, a partir do século XVIII.

Algumas características das diferentes fases da língua portuguesa


estão indicadas a seguir:

✓ No português antigo encontram-se frequentes hiatos


provenientes da supressão de consoantes entre duas vogais
que, posteriormente, se reduziram a uma só por crase (p.ex.:
palatiu > pa-aço > paço, sedere > se-er > ser), formaram
ditongo (p.ex.: germanu > irmã-o > irmão) ou foram separadas
por um novo elemento (p.ex.: una > -a > uma, vinu > vinh-o >
vinho, arena > arẽ-a > areia)

Ocorrem também palavras gramaticais hoje desaparecidas.


Empregam-se formas verbais que mais tarde se integraram nos
paradigmas da língua (port.ex.: formas do futuro como verrei
“verei”, querrei “quererei”).

37
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III

✓ A segunda pessoa do plural era marcada pela consoante –d–


entre duas vogais (port.ex. podedes “podeis”, guardades
“guardais”).

✓ Durante o português médio a consoante –d– da segunda


pessoa do plural foi suprimida dando lugar às formas verbais
actuais, ao mesmo tempo que a terminação do particípio
passado em –udo de verbos da segunda conjugação era
substituída por –ido (port.ex.: teudo “tido”, temudo “temido”).
Nos textos do século XV encontramos escritas alternantes das
vogais nasais (port.ex.: encherom / encheram; tendilham /
tendilhom, “tendilhão”). O sistema de demonstrativos aqueste,
aquesto, aquesta, aquisto, aquesse é progressivamente
substituído por esse, este, etc., persistindo apenas aqueste.

✓ Durante o português clássico adquirem estabilidade as três


conjugações verbais actuais com a integração, na terceira
conjugação, de verbos de duas conjugações latinas (port.ex.:
enquerer “inquirir”, finger “fingir”, caer “cair”). Inicia-se uma
progressiva substituição de haver por ter (port.ex.: haver
enveja, “ter inveja”, haver roubada sua terra “ter roubado a
sua terra”).

✓ Relativamente às vogais átonas, sabe-se que em Portugal,


nessa época, o –a– tinha pronúncia reduzida, o –e– e o – i–
alternavam frequentemente e o –o– em final de palavra
pronunciava-se já como –u–.

✓ Foi só durante o período do português moderno que o –e–, e


por vezes o –i–, em posição pré-tónica e pós- tónica foram
progressivamente substituídos por uma vogal reduzida que
hoje é habitualmente suprimida no registo coloquial do
português europeu. Estas vogais eram, desde o início da língua,
bastante mais audíveis do que são hoje em Portugal
(semelhantes, portanto, às vogais átonas do português
brasileiro e do português falado em África).

✓ Por volta dos séculos XIV-XV teve início a separação que hoje
se verifica entre o português e o galego (port.ex.: no galego
não existem fricativas palatais sonoras, como se revela na
grafia de xeito, “jeito”, nem existem vogais nasais, como se
observa em unión, que difere de “união”). Esta progressiva
separação tem sido entendida por alguns especialistas como
tendo dado nascimento a duas línguas, enquanto outros
consideram tratar-se de um grupo de dialectos que se
distinguem, em conjunto, dos dialectos portugueses.

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III

3.3 Variação linguística no português / As variedades


nacionais

A mudança que se observa numa língua no decorrer do tempo


está em paralelo com a mudança dos conceitos de vida de uma
sociedade, na mudança das artes, da filosofia e da ciência e,
até, na mudança da própria natureza.

Essa evolução temporal, essa mudança diacrónica ou histórica


é um dos aspectos mais evidentes da variação inerente à
qualquer língua. Mas também a língua varia no espaço, razão
por que o português apresenta as variedades nacionais de
Portugal e do Brasil, países em que é considerado língua
nacional, e as de Angola, Moçambique, Cabo-Verde, Guiné-
Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor, em que foi adoptado
como língua oficial.

Outros aspectos em que as duas variedades se distinguem


situam-se nos níveis morfológico, sintáctico e, sobretudo,
lexical.

Assim, os pronomes pessoais clíticos de terceira pessoa têm


formas diversas (port.ex. em PE, “eu vi-o na rua”, “eu quero vê-
lo”, e em PB, “eu vi ele na rua”, “eu vi você na rua”, “eu quero
lhe ver”, “eu quero ver você”).

O possessivo é, em PE, normalmente precedido de artigo (o


meu carro) enquanto em PB ocorre sem artigo (meu carro).

Por fim, as formas de tratamento revelam-se muito mais


complexas em português europeu causando, por vezes,
dificuldades em falantes de outras variedades (port.ex.
enquanto o PE usa, para o tratamento diferente, o nome
próprio, o cargo, o título ou o grau de parentesco, o PB utiliza o
senhor, a senhora; no discurso familiar o PE usa tu e o você ao
passo que o PB utiliza maioritariamente você).

3.4 Variação geográfica: os dialectos

As variedades nacionais de uma língua não apresentam uma


uniformidade interna, mas são constituídas por variantes
geográficas que denominamos dialectos.

Os dialectos do português europeu não são muito distintos


entre si, talvez por razões de carácter histórico nas quais
ressalta o facto de Portugal ser o país europeu com as
fronteiras mais antigas.

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III

Essa aparente uniformidade fez com que, durante muito


tempo se considerasse o mirandês3 como o único dialecto do
português, dada a estranheza que as pessoas sentiam nessa
forma de falar.

Afinal, essa estranheza era devida ao facto de o mirandês ser


um dialecto de uma língua diferente, o asturiano ou asturo-
leonês, que tem características distintas do português.

A confusão desapareceu a partir de 1997, ano em que o


mirandês foi considerado oficialmente uma língua minoritária
com estatuto reconhecido no território linguístico português.

Do mesmo passo, Portugal deixou de ser um país monolingue e


os mirandeses passaram a ser indivíduos bilingues. Por outro
lado, o dialecto não é hoje considerado uma forma “diferente”
(e até desprestigiada) de falar uma língua, mas é “qualquer”
forma de falar uma língua conforme a região a que pertence o
falante.

3.5 Causas da Variação

Por que variam as línguas? Que causas desencadeiam a mudança no


decorrer dos tempos e a variação que, em cada momento, elas
exibem?

O contacto com outras línguas e com outras realidades sociais,


culturais e políticas é uma das principais causas de mudança e de
variação, uma causa exterior que provoca alterações internas.

As palavras estendem ou restringem o seu significado (a palavra


estremecida, que outrora significava tremida e muito amada, mantém
somente o primeiro significado; meter é usado hoje, muitas vezes, em
lugar de pôr por influência do francês mettre; capturar substitui, em
certas circunstâncias, captar, do inglês to capture). As frases alteram a
sua construção (“posso ter um copo de água?” é inspirado no inglês
‘may I have a glass of water?’).

O léxico acolhe novas entradas e esquece outras (chapéu entrou em


português no século XIII, importado do francês antigo chapel; antanho,
isto é, antigamente é desconhecido das novas gerações).

No campo do léxico globalmente considerado lembre-se a importância


das palavras que entraram no português pelo contacto, no Brasil, com

3
É a língua minoritária de Portugal, falada por sensivelmente, 7 000 a 10 000
pessoas no extremo nordeste de Portugal, sendo desde 1999 a segunda língua oficial
do país

40
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III

as línguas ameríndias e com as línguas das comunidades imigrantes


(alemão, japonês, holandês e quantas mais); lembre-se também da
entrada de empréstimos das línguas nacionais africanas no português
falado em África; na Ásia, considerem-se as palavras que emigraram
para o português vindo das regiões longínquas onde chegaram os
barcos portugueses.

Na Europa, as línguas de prestígio também contribuíram para uma


transformação do léxico: diariamente vamos integrando palavras que
vêm escondidas na tecnologia importada do inglês e em muitos
campos da nossa vivência quotidiana. Enfim, de geração para geração
as palavras mudam de forma.

A mudança proveniente do contacto não se resume ao léxico nem a


um número restrito de variações gramaticais ou fonéticas.

O contacto entre línguas pode dar origem ao surgimento de línguas


mistas – o sabir ou língua franca, os pidgins e os crioulos.

O pidgin é um género especial de língua reduzida que serve as


necessidades de um grupo de falantes de línguas diversas, ao passo
que o crioulo é uma língua nativa que surge em circunstâncias
especiais de colonização e tem, portanto, uma língua colonizadora
como base, constituindo-se o crioulo como língua autónoma com uma
gramática própria.

Está hoje completamente posto de parte o conceito errado de que o


crioulo era a língua de base “mal falada”, ou um dialecto. Em certos
países africanos que têm o português como língua oficial (em Cabo-
Verde, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe) existem crioulos como
língua materna da larga maioria da comunidade linguística.

As causas da mudança não são apenas exteriores. A mudança interna,


endógena, também se dá.

Os fenómenos fonéticos de supressão de consoantes e vogais, ou


mesmo de palavras inteiras com menor corpo fonético (como, em
português, as formas do acusativo dos pronomes pessoais, o, a, os, as,
que são substituídas em alguns dialectos do português brasileiro por
formas do nominativo ele, ela, você, etc.) desenvolvem-se muitas
vezes pelo mero facto de a língua ser falada, usada.

A simplificação de um dos sistemas da língua pode constituir-se em


factor de modificação e levar, por exemplo, à redução de várias
formas verbais a uma única, o que acontece no português do Brasil
com formas como tu fala, ele fala, nós fala, ou no inglês com as
conjugações verbais.

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3.6 Variação e Norma

Um dos problemas que mais ocupa e preocupa os falantes é o de


conhecer o que é correcto ou incorrecto no uso da língua, de saber
onde se fala correctamente e que formas linguísticas devem servir de
modelo.

Todos concordaremos que não se pode dizer que a língua falada no


século XV ou no século XVII é melhor do que a falada no século XXI. Do
mesmo modo, também não pode dizer-se que o português falado em
Portugal é melhor do que o que se usa no Brasil ou em Moçambique.
No entanto, não são raros estes julgamentos de valor relativamente à
variedades de uma mesma língua.

Mas se todas as formas que a língua assume na sua variação têm o


mesmo estatuto linguístico, poderemos falar de norma-padrão, ou
seja, de uma escolha entre variantes que se aceite como modelo e seja
utilizada no ensino da língua materna e estrangeira ou nos meios de
comunicação?

A existência de uma norma-padrão é necessária como referência da


produção linguística e como garante da aceitabilidade de um certo
comportamento no contexto sociocultural em que estamos inseridos.

Todas as variedades nacionais possuem a sua norma-padrão de que a


escola é especial depositária. Como em qualquer campo da actuação
humana, a norma tem justificações sociopolíticas e históricas, de
carácter pedagógico e comunicativo.

Ela (a norma-padrão) é, em certas circunstâncias, um factor de


identificação linguística e cultural e de solidariedade social. Em última
análise, o papel da norma linguística torna-a um instrumento essencial
de cidadania nas sociedades contemporâneas.

3.7 Sumário

De um modo geral, pode-se afirmar que a língua é um organismo vivo


sujeito a transformações denominadas por terminologias específicas e
que muitas vezes as pessoas tendem a confundi-las.

3.8 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Sobre a origem da língua portuguesa, diga qual é a sua


proveniência?

2. O que são dialectos?

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3. Por que variam as línguas?

4. Como surgem as línguas-mistas, pidgins, línguas francas


e crioulos?

5. Enumere as variedades do Português que conhece.

Respostas:

1. Sabemos que o Português provém do Latim vulgar falado


no noroeste da Península Ibérica, que foi modulado pela
Influência de certas características dos primitivos
habitantes da região.

2. São as variedades nacionais de uma língua e que não


apresentam uma uniformidade interna.

3. Devido o contacto com outras línguas e com outras


realidades sociais, culturais e políticas.

4. Surgem através do contacto entre línguas.

5. As Variedades do português são o PE e o PB, há porem que


considerar o facto de haver as variedades africanas, mas
que ainda estão em construção razão pelo qual pouco se
fala sobre elas.

3.9 Exercícios para AVALIAÇÃO

1. Dê exemplo de duas frases do PB e do PE.

2. Por que deve existir uma norma-padrão?

3. Acha que é de bom-tom que a língua portuguesa esteja sujeita a


transformações?

4. Justifique a tua resposta.

5. Escreva duas frases típicas do “Português Moçambicano” PM.

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III

Perguntas de múltipla escolha

1.“A variação é inerente às línguas, porque as sociedades são


divididas em grupos: há os mais jovens e os mais velhos, os que
habitam numa região ou outra, os que têm esta ou aquela profissão,
os que são de uma ou outra classe social e assim por diante. O uso de
determinada variedade linguística serve para marcar a inclusão num
desses grupos, dá uma identidade para os seus membros.
Aprendemos a distinguir a variação. Quando alguém começa a falar,
sabemos se é de São Paulo, gaúcho, carioca ou português. Sabemos
que certas expressões pertencem à fala dos mais jovens, que
determinadas formas se usam em situação informal, mas não em
ocasiões formais. Saber uma língua é ser “poliglota” em sua própria
língua. Saber português não é só aprender regras que só existem
numa língua artificial usada pela escola. As variações não são fáceis
ou bonitas, erradas ou certas, deselegantes ou elegantes, são
simplesmente diferentes. Como as línguas são variáveis, elas
mudam.” (FIORIN, José Luiz. “Os Aldrovandos Cantagalos e o
preconceito linguístico”. In O direito à fala. A questão do preconceito
linguístico. Florianópolis. Editora Insular, pp. 27, 28, 2002.) Sobre o
texto de José Luiz Fiorin, é incorreto afirmar:

a. As variações linguísticas são próprias da língua e estão


alicerçadas nas diversas intenções comunicacionais.

b. A variedade linguística é um importante elemento de inclusão,


além de instrumento de afirmação da identidade de alguns
grupos sociais.

c. O aprendizado da língua portuguesa não deve estar restrito ao


ensino das regras.

d. As variedades linguísticas trazem prejuízos à norma-padrão da


língua, por isso devem ser evitadas.

1. Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-


sucedida: aceitar a mudança da língua como um fato. Isso deve
significar que a escola deve aceitar qualquer forma de língua em
suas actividades escritas? Não deve mais corrigir? Não! Há outra
dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita,
não existe apenas um português correto, que valeria para todas
as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo dos manuais
de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo dos
cardinalistas; o dos editoriais dos jornais não é o mesmo dos
cadernos de cultura dos mesmos jornais. Ou do de seus
colunistas. (POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua
Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011 – adaptado). Sírio Possenti

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defende a tese de que não existe um único “português correto”.


Assim sendo, o domínio da língua portuguesa implica, entre
outras coisas, saber:

a. Adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.


b. Descartar as marcas de informalidade do texto.
c. Reservar o emprego da norma padrão aos textos de circulação
ampla.
d. Moldar a norma padrão do português pela linguagem do discurso
jornalístico.

2. Contudo, a divergência está no fato de existirem pessoas que


possuem um grau de escolaridade mais elevado e com um poder
aquisitivo maior que consideram um determinado modo de falar
como o “correto”, não levando em consideração essas variações
que ocorrem na língua. Porém, o senso linguístico diz que não há
variação superior à outra, e isso acontece pelo “fato de no Brasil
o português ser a língua da imensa maioria da população não
implica automaticamente que esse português seja um bloco
compacto coeso e homogêneo”. (BAGNO, 1999, p. 18). Sobre o
fragmento do texto de Marcos Bagno, podemos inferir, expceto:

a. A língua deve ser preservada e utilizada como um


instrumento de opressão. Quem estudou mais define os
padrões linguísticos, analisando assim o que é correto e o
que deve ser evitado na língua.
b. As variações linguísticas são próprias da língua e estão
alicerçadas nas diversas intenções comunicacionais.
c. A variedade linguística é um importante elemento de
inclusão, além de instrumento de afirmação da identidade
de alguns grupos sociais.
d. O aprendizado da língua portuguesa não deve estar restrito
ao ensino das regras.

Perguntas de Verdadeiro Falso

3. Considera-se que o Português provém do Latim vulgar falado no


noroeste da Península Ibérica, que foi modulado pela Influência de
certas características dos primitivos habitantes da região. Essa
influência, motivou a supressão do -l - e do - n- latinos entre
vogais, produzindo assim, uma das grandes diferenças entre o
português e o espanhol, língua em que essas consoantes se
mantiveram (ex. port. Só, mau, cor, mão; esp. Solo, malo, color,
mano.)

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III

5. Mais tarde, o português recebeu larga contribuição do árabe,


sobretudo no campo do léxico e em algumas pronúncias particulares
(são arabismos açorda, albufeira, algodão, faquir, harém, etc., e a
pronúncia da consoante inicial de palavras como xaile ou xarope).
Evidentemente, como todas as línguas, o português foi enriquecendo
e mudando ao longo da sua história em contacto com outras línguas
próximas e afastadas.

6. É hoje largamente negado que a primeira manifestação do


português escrito remonta ao reinado de D. Afonso Henriques.
Trata-se de um documento de dívidas, uma “Notícia de fiadores”,
datada de 1175, da autoria de Paio Soares Romeu.

7. A evolução temporal, a mudança diacrónica ou histórica é um dos


aspectos mais evidentes da variação inerente à qualquer língua. Mas
também a língua varia no espaço, razão por que o português
apresenta as variedades nacionais de Portugal e do Brasil, países em
que é considerado língua nacional, e as de Angola, Moçambique,
Cabo-Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor, em que foi
adoptado como língua oficial.

8. As variedades nacionais de uma língua não apresentam uma


uniformidade interna, mas são constituídas por variantes geográficas
que denominamos dialectos.

9. Por que variam as línguas? Que causas desencadeiam a mudança no


decorrer dos tempos e a variação que, em cada momento, elas
exibem? O contacto com outras línguas e com outras realidades
sociais, culturais e políticas não constitui uma das principais causas de
mudança e de variação, uma causa exterior que provoca alterações
internas.

10. O pidgin é um género especial de língua reduzida que serve as


necessidades de um grupo de falantes de línguas diversas, ao passo
que o crioulo é uma língua nativa que surge em circunstâncias
especiais de colonização e tem, portanto, uma língua colonizadora
como base, constituindo-se o crioulo como língua autónoma com uma
gramática própria.

Respostas:

1. D
2. A
3. A
4. Verdade
5. Verdade
6. Falso

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7. Verdade
8. Verdade
9. Verdade
10. Verdade

TEMA IV: A DISSERTAÇÃO

UNIDADE Temática 4.1. A Dissertação

4.2. Introdução

Ao fim desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:

▪ Conhecer um texto dissertativo oral e escrito;

▪ Identificar as características do texto dissertativo;

Objectivos ▪ Produzir um texto dissertativo.

4.3. A Dissertação
4 Dissertação (do latim disertatio ou dissertatione) é uma modalidade
de redacção ou composição, escrita em prosa ou apresentada de forma
oral, sobre um tema sobre o qual se devem apresentar e
discutir argumentos, provas, exemplos etc.

Nos meios universitários, equivale à tese, diferenciando-se no entanto desta


pelo volume de material: a dissertação seria o material que envolvesse poucas
páginas (até o limite de 100), enquanto a tese rotularia os textos que
ultrapassassem esse número. Já pelo aspecto qualitativo, a dissertação
pressupõe a capacidade de aplicação de um método de análise e interpretação,
enquanto a tese implica a originalidade do tema ou da abordagem à luz da qual
é exposta e discutida.

4.4. Estrutura do Texto Dissertativo

Dentro da dissertação, podem existir descrições, narrações, comparações etc.


Comumente, o texto dissertativo escolar é composto por 3 partes:

✓ Introdução: apresentação da ideia principal de acordo com o tema.

✓ Desenvolvimento: a parte onde desenvolve-se o argumento.

4
Informação disponível em:
https://www.conhecimentogeral.inf.br/texto_dissertativo

47
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III

✓ Conclusão: o resumo das ideias discutidas, o resultado final.

4.5. Tipos de Dissertação

Dissertação Explicativa

É a modalidade de texto explicativa sem a intenção de convencer o leitor,


debater, polemizar ou contestar posições diferentes.

Exemplo:
5 A velha controvérsia sobre o comportamento
dos viciados em entorpecentes — simples criminosos, ou doentes que
necessitam de tratamento — voltou à discussão no fim da semana passada,
depois que o Presidente Costa e Silva assinou decreto-lei alterando o artigo 281
do Código Penal, que legisla sobre o tráfico e uso de entorpecentes.

Dissertação Argumentativa

É a modalidade de texto que tenta convencer o leitor sobre algo com base
em raciocínio e evidências de provas. A dissertação argumentativa não dá
espaço para o leitor ter suas próprias conclusões uma vez que a conclusão já se
encontra no texto, de modo que a única possibilidade de interpretação é a
aceitação da conclusão proposta por parte do autor.

Quanto ao ponto de vista do autor presente na dissertação argumentativa,


temos, ainda, os seguintes tipos de dissertação:

Dissertação subjectiva

O autor se envolve claramente no texto ao expressar suas ideias e


usar verbos na primeira pessoa.

Exemplo:
6O texto aprovado na Câmara, a meu ver, vai saturar ainda mais o já
superlotado e caótico sistema carcerário do país e obstruir ainda mais

5
Revista Veja, O vício passa a ser crime com a nova lei, 1 de janeiro de 1969, p.19
6
Ronald Sanson Stresser Junior, A nova Lei de Drogas, Site Observatório da
imprensa, 04/06/2013 na edição 749

48
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III

o judiciário. Estamos às vésperas de sediar uma Copa do Mundo e Olimpíadas e


enquanto a polícia poderia continuar concentrando esforços em garantir a
segurança da população brasileira e turistas, bem como levar à justiça
criminosos de maior periculosidade, se a nova lei for aprovada
no Senado e sancionada pela presidente Dilma, certamente obrigará as forças
policiais a reprimir novamente os usuários.

Dissertação Objectiva

O autor usa verbos na terceira pessoa defendendo conceitos conhecidos ou


universais, já expressos anteriormente por outros. É o tipo de dissertação
comumente pedido em provas de concursos.

Exemplo
7Faz 30 anos que Edwin Schur pretendeu demonstrar, num livro que se tornou
célebre na literatura científica criminológica (Edwin Schur, Crimes Without
Victims, 1965), que o Estado carece de legitimação para intervir com o arsenal
punitivo em situações que se traduzam na permuta, sem coação e entre
adultos, de bens ou serviços escassos que, embora muito procurados, são
penalmente proibidos.

Críticas

Em seu conceito de educação bancária, Paulo Freire afirmou que a narração e a


dissertação são suas características marcantes:

Exemplo
8Anarração ou a dissertação que implica num sujeito - o narrador - em objectos
pacientes, ouvintes - os educandos. Mantendo a contradição entre educador e
educando, a narração não promove a educação: "narração de conteúdos que,
por isto mesmo, tendem a petrificar-se ou a fazer-se algo quase morto. (...) Essa
educação apresenta retalhos da realidade de forma estática, sem levar em
conta a experiência do educando.

7
Jorge de Figueiredo Dias, Uma proposta alternativa ao discurso da
criminalização/descriminalização das drogas , Site do Instituto Baiano de Direito
Processual Penal
8
Paulo Freire. Pedagogia do oprimido. [S.l.]: Paz e Terra. p. 65. ISBN 978-85-7753-
016-8

49
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III

4.6 Sumário

De um modo geral, dissertar significa apresentar ideias, analisá-las,


estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos, criar
relações de causa e efeito.

A dissertação é um tipo de texto que analisa dados e os interpreta por


meio de conceitos.

4.7 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Defina o texto dissertativo.

2. Quais são as partes de um texto dissertativo e em que


consiste?

3. Quais sãos os tipos de dissertação que conhece?

4. Em que consiste a dissertação argumentativa?

5. Em que consiste a dissertação subjectiva?

Respostas:

1. O texto dissertativo consiste numa uma modalidade


de redacção ou composição, escrita em prosa ou
apresentada de forma oral, sobre um tema sobre o qual se
devem apresentar e
discutir argumentos, provas, exemplos etc.

2. As partes que compõem os textos dissertativos são:

✓ Introdução: apresentação da ideia principal de acordo


com o tema.
✓ Desenvolvimento: a parte onde se desenvolve
o argumento.
✓ Conclusão: o resumo das ideias discutidas, o resultado
final.

3. Os tipos de dissertação que conheço são: Explicativa,


argumentativa, subjectiva, objectiva e crítica.

4. É a modalidade de texto que tenta convencer o leitor


sobre algo com base em raciocínio e evidências de provas.

5. O autor usa verbos na terceira pessoa defendendo


conceitos conhecidos ou universais, já expressos

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III

anteriormente por outros. É o tipo de dissertação


comumente pedido em provas de concursos.

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. Dê exemplo de uma dissertação argumentativa.


2. Qual é a origem etimológica da palavra dissertação?

3. Apresente um exemplo de uma dissertação subjectiva.

Respostas:

1. Um exemplo da dissertação argumentativa é a monografia


científica.

2. A palavra dissertação vem do latim.

3. Um exemplo que se pode apresentar da dissertação subjectiva


é o texto seguinte:

O texto aprovado na Câmara, a meu ver, vai saturar ainda mais


o já superlotado e caótico sistema carcerário do país e obstruir
ainda mais o judiciário. Estamos às vésperas de sediar
uma Copa do Mundo e Olimpíadas e enquanto a polícia
poderia continuar concentrando esforços em garantir a
segurança da população brasileira e turistas, bem como levar à
justiça criminosos de maior periculosidade, se a nova lei for
aprovada no Senado e sancionada pela presidente Dilma,
certamente obrigará as forças policiais a reprimir novamente
os usuários.

Perguntas de escolha múltipla

1. A sequência obedecida pelo discurso de um texto dissertativo


é...

a. Introdução, desenvolvimento e conclusão

b. Introdução, conclusão e desenvolvimento

c. Desenvolvimento, conclusão e introdução

d. Conclusão, introdução e desenvolvimento

2. São tipos de dissertação a...

a. Explicativa, argumentativa, subjectiva, objectiva e social

b. Explicativa, argumentativa, subjectiva, objectiva e económica

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III

c. Explicativa, argumentativa, subjectiva, objectiva e informativa

d. Explicativa, argumentativa, subjectiva, objectiva e crítica

3.Um exemplo da dissertação argumentativa é...

a. O relatório

b. A publicidade

c. A monografia

d. O aviso

4. A palavra dissertação, provém...

a. Da língua portuguesa

b. Da língua inglesa

c. Do espanhol

d. Do latim

5. A dissertação cuja finalidade prende-se em fazer uma apreciação ou


avaliação que se faz de uma coisa ou situação podendo ser positiva ou
negativa, classifica-se de...

a. uma crítica

b. uma crónica

c. uma notícia

d. uma monografia

6. A dissertação que tem com objectivo convencer o leitor sobre algo


com base em raciocínio e evidências de provas, classifica-se de...

a. Explicativa

b. Argumentativa

c. Subjectiva

d. Crítica

Perguntas de Verdadeiro Falso

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III

7. Dissertação Explicativa é a modalidade de texto explicativa sem a


intenção de convencer o leitor, debater, polemizar ou contestar
posições diferentes.

8. A dissertação argumentativa dá espaço para o leitor ter suas


próprias conclusões uma vez que a conclusão já se encontra no texto,
de modo que a única possibilidade de interpretação é a aceitação da
conclusão proposta por parte do autor.

9. Na dissertação subjectiva o autor se envolve claramente no texto ao


expressar suas ideias e usar verbos na primeira pessoa.

10. Na dissertação Argumentativa é a modalidade de texto que tenta


convencer o leitor sobre algo com base em raciocínio e evidências de
provas.

Respostas:

1. A

2. D

3. C

4. D

5. A

6. B

7. Verdadeiro

8. Falso

9. Verdadeiro

10. Verdadeiro

TEMA V: A VOZ ACTIVA E A VOZ PASSIVA

53
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III

UNIDADE Temática 5.1 A Voz Activa e a Voz Passiva

5.2. Introdução

Ao fim desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:

▪ Conhecer as formas de uso da voz activa e passiva;

▪ Identificar as características da voz activa e passiva;

Objectivos ▪ Usar correctamente a voz activa e passiva.

5.3 O Conceito de Voz

Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito
gramatical é agente ou paciente da acção. Na língua portuguesa existem três
vozes verbais:

✓ Activa;

✓ Passiva;

✓ Reflexiva.

A Voz Activa

Na voz activa, o sujeito é agente, ou seja, pratica a acção expressa pelo verbo.

Exemplo:

✓ O repórter (sujeito agente) leu (verbo) a notícia.

A Voz Passiva

Na voz passiva, o sujeito é paciente, ou seja, recebe a acção expressa pelo


verbo. O praticante da acção é classificado como agente da passiva. Admitem a
transposição de voz passiva somente os verbos transitivo
directo e bitransitivos.

Não admitem a transposição passiva os verbos: transitivo indirecto, impessoal,


intransitivo ou objecto directo preposicionado.

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III

Exemplo:

✓ O livro (sujeito paciente) foi escrito por Maria (agente da passiva).

Na língua portuguesa, a voz passiva pode ser analítica ou sintética.

A Voz passiva analítica

A voz passiva pronominal ou sintética é formada por um verbo na terceira


pessoa (do singular ou do plural) junto ao pronome pessoal se como partícula
apassivadora (ou pronome apassivador), indicando um agente, que não
costuma vir expresso na voz passiva sintética, indeterminada.

Neste tipo de construção, a partícula "se" é usada formalmente como pronome


oblíquo reflexivo na função de objecto directo de um verbo transitivo, que
naturalmente concorda com o sujeito.

O emprego de "se" como partícula apassivadora não deve ser confundido com o
seu uso como objecto directo da voz activa reflexiva (por exemplo, na frase
"feriu-se com a faca." = "ele feriu a si mesmo com a faca.") ou como indicador
de sujeito genérico ("vive-se bem aqui." = "uma pessoa geralmente vive bem
aqui." = "qualquer pessoa geralmente vive bem aqui.").

Exemplo:

✓ Alugam-se barcos. (voz passiva sintética) equivale à "barcos são alugados."


(voz passiva analítica) e a "alguém aluga barcos." (voz activa), todas com
agente indeterminado. (Além de você).

✓ Passaram-se roupas.

Que é formada por um verbo transitivo directo na 3º pessoa, acompanhado do


pronome apassivador se e do sujeito paciente. Na passiva sintética, o agente da
passiva nunca aparece, e o sujeito sempre vem depois do verbo. Como por
exemplo: Criam-se códigos indecifráveis. Criam-se = Criam- VTD (3º pessoa) se=
pronome apassivador / códigos indecifráveis= sujeito paciente. Sintético vem da
palavra síntese, que significa “resumo”.

A voz passiva analítica é formada por um verbo auxiliar (normalmente o verbo


ser), o particípio de um verbo transitivo, uma preposição e o agente da passiva.

Exemplo:

O trabalho (sujeito paciente) foi (verbo auxiliar) feito (verbo no


particípio) por (preposição) ele (agente da passiva).

55
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III

Em determinadas frases, o agente da passiva pode não estar explícito.

Exemplo:

As roupas (sujeito paciente) foram (verbo auxiliar) passadas (verbo no


particípio).

A Voz Passiva Sintética

A voz passiva pronominal ou sintética é formada por um verbo na terceira


pessoa (do singular ou do plural) junto ao pronome pessoal se como partícula
apassivadora (ou pronome apassivador), indicando um agente, que não
costuma vir expresso na voz passiva sintética, indeterminado.

Neste tipo de construção, a partícula "se" é usada formalmente como pronome


oblíquo reflexivo na função de objecto directo de um verbo transitivo, que
naturalmente concorda com o sujeito.

A Voz Reflexiva

Na voz reflexiva, o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, ou seja,


pratica e recebe a acção ao mesmo tempo. A voz reflexiva é formada pelo
pronome oblíquo reflexivo ("me", "te", "se", "nos" ou "vos") que se refere ao
próprio sujeito.

Exemplo:

O repórter vestiu-se e foi trabalhar.

A Voz reflexiva recíproca

Na voz reflexiva recíproca, o sujeito é composto, e cada um dos seus elementos


pratica a acção descrita pelo verbo nos demais.

Exemplos:

Fernando e Ana se beijaram.

Nós nos veremos na escola.

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III

A Voz Neutra

Chamam-se neutros os verbos que não são activos nem passivos nem
reflexivos. São os verbos impessoais e os de ligação.

Exemplos:

O vinho é bom.

Aqui chove muito.

Algumas Excepções

Há formas passivas com sentido activo.

Exemplos:

É chegada a hora. (= Chegou a hora.) Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não
tinha nascido.) És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou).

Inversamente, usamos formas activas com sentido passivo.

Exemplos:

Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas) Mandou-o lançar na


prisão. (= ser lançado).

Os verbos chamar-se, baptizar-se, operar-se (no sentido cirúrgico) e vacinar-se


são considerados passivos, logo, o sujeito é paciente. O pronome assume
formas de primeira, segunda e terceira pessoa.

Exemplos:

Chamo-me chibata Baptizei-me na Igreja do Carmo.

Operou-se de hérnia.

Vacinaram-se contra a gripe.

Uso

A escolha entre a voz activa e passiva é basicamente uma questão de estilo. A


voz activa é geralmente mais sucinta, simples, directa, e fácil de entender. A voz
passiva pode ser usada no lugar da activa para aumentar a ênfase no objecto

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III

directo e reduzir a importância do sujeito, ou suprimi-lo inteiramente.

Exemplos:

A empresa depois colhe, embala e vende as frutas.

As frutas depois são colhidas, embaladas e vendidas pela empresa.

5.4 O Caso de Outras Línguas

Construções semelhantes à voz activa e à voz passiva analítica do português


existem em muitas outras línguas indo-europeias, incluindo inglês ("the cat eats
the mouse" versus "the mouse is eaten by the cat"). A voz passiva sintética
existe no espanhol e no italiano ("si vendono case") mas não no francês nem no
inglês.

Algumas Observações

1) Aos verbos que não são activos nem passivos ou reflexivos, são
chamados neutros.

Exemplo:

O vinho é bom.

Aqui chove muito.

2) Há formas passivas com sentido activo.

Exemplo:

É chegada a hora. (= Chegou a hora.)

Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)

És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou).

3) Inversamente, usamos formas activas com sentido passivo.

Exemplo:

Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas).

Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado).

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III

5.5 Sumário

De um modo geral, 9a voz passiva refere-se à acção que o sujeito sofre


(paciente) num dado contexto frásico e a voz activa, refere-se ao
sujeito que pratica a acção, ou seja, o sujeito é o agente.

5.6 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Qual é o conceito de voz?

2. Em que consiste a voz activa? Mostre através de


exemplos (duas frases).

3. Em que consiste a voz passiva? Mostre através de


exemplos (duas frases).

4. Quais são os verbos que admitem a voz passiva?

5. O que são verbos neutros?

Respostas:

1. Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para


indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da
acção. Na língua portuguesa existem três vozes verbais:
activa, passiva e reflexiva.

2. Na voz activa, o sujeito é agente, ou seja, pratica a


acção expressa pelo verbo.

Exemplo:

O Paulo dormiu mais cedo na noite passada.

A Maria gostou da surpresa.

3. Na voz passiva, o sujeito é paciente, ou seja, recebe a


acção expressa pelo verbo. O praticante da acção é
classificado como agente da passiva.

9
CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 3a ed..2001.

59
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III

Exemplo:
O livro Balada de Amor ao Vento foi escrito por Paulina
Chiziane.
Niketche, um dos meus livros favoritos, foi escrito por
Paulina Chiziane.

4. Admitem a transposição da voz passiva somente os


verbos transitivo directo e bitransitivos. Verbo
transitivo indirecto, impessoal, intransitivo ou objecto
directo preposicionado não admite.

5. Aos verbos que não são activos nem passivos ou


reflexivos, são chamados neutros.

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. Em que situação devem ser usadas as vozes activa e passiva?

2. Em que consiste a voz reflexiva? Dê exemplo de duas frases.

3. Em que consiste a voz reflexiva recíproca? Dê exemplo de duas


frases.

4. Dê exemplo de duas frases na forma passiva com sentido


activo.

5. Como se forma a voz passiva analítica?

Respostas:

1. A escolha entre voz a activa e passiva é basicamente uma


questão de estilo. A voz activa é geralmente mais sucinta,
simples, directa, e fácil de entender. A voz passiva pode ser
usada no lugar da activa para aumentar a ênfase no objecto
directo e reduzir a importância do sujeito, ou suprimi-lo
inteiramente.

2. Na voz reflexiva, o sujeito é ao mesmo tempo agente e


paciente, ou seja, pratica e recebe a acção ao mesmo tempo. A
voz reflexiva é formada pelo pronome oblíquo reflexivo ("me",
"te", "se", "nos" ou "vos") que se refere ao próprio sujeito.

60
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III

Exemplo:

Beijamo-nos intensamente.

Surpreendemo-nos ao ler Amor de Perdição, de Camilo Castelo


Branco.

3. Na voz reflexiva recíproca, o sujeito é composto, e cada um dos


seus elementos pratica a acção descrita pelo verbo.
Exemplo:
Tu e eu nos amamos.
Pedro e Júlia procuraram por ti.

4. É Chegada a hora.
O Osvaldo ainda não era nascido, quando viajei pela primeira
vez.

5. A voz passiva analítica é formada por um verbo auxiliar


(normalmente o verbo ser), o particípio de um verbo transitivo,
uma preposição e o agente da passiva.

Perguntas de múltipla escolha

1.A forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito gramatical é


agente ou paciente da acção, denomina-se...

a. Voz
b. Género
c. Modo
d. Aspecto

2. Os verbos que admitem a voz passiva, designam-se...

a. Transitivos directos e indirectos


b. Defectivos
c. Impessoais
d. Transitivo directo e bitransitivos

3. Os verbos que não são activos nem passivos ou reflexivos, são


chamados de...

a. Activos
b. Defectivos
c. Neutros
d. Transitivos

61
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III

4. Em outubro de 1967, quando Gilberto Gil e Caetano Veloso


apresentaram as canções Domingo no parque e Alegria, Alegria, no
Festival da TV Record, logo houve quem percebesse que as duas
canções eram influenciadas pela narrativa cinematográfica ...
Transpondo-se a primeira das frases em itálico acima para a voz
passiva e a segunda para a voz ativa, as formas verbais resultantes
serão, respectivamente:

a. Se apresentaram − influencia.
b. Foi apresentado − se influenciaram.
c. Eram apresentadas − influenciou.
d. Foram apresentadas − influenciava.

Perguntas de Verdadeiro

5. Na frase “ O poema foi e escrito pela Ana.” A expressão sublinhada


desempenha a função de agente da passiva transitivo directo e
intransitivos

6.Na frase “Nós nos vermos na Faculdade.” O pronome nela patente


expressa a voz... sintética

7.Funções do substantivo: em caso algum o substantivo é a palavra


com que designamos ou nomeamos os seres em geral. Muito menos o
substantivo é a palavra que serve, privativamente, de núcleo do
sujeito, do objecto directo, do objecto indirecto e do agente da
passiva.

8. Na voz passiva, o sujeito é paciente, ou seja, recebe a acção


expressa pelo verbo. O praticante da acção é classificado como agente
da passiva. Admitem a transposição de voz passiva somente os verbos
transitivos directo e bitransitivos. Não admitem a transposição passiva
os verbos: transitivo indireto, impessoal, intransitivo ou objecto direto
preposicionado.

9. A voz passiva pronominal ou sintética dificilmente é formada por


um verbo na terceira pessoa (do singular ou do plural) junto ao
pronome pessoal se como partícula apassivadora (ou pronome

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UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

apassivador), não indicando um agente, que não costuma vir expresso


na voz passiva sintética, indeterminada.

10. Neste tipo de construção (passiva analítica), a partícula "se" é


usada formalmente como pronome oblíquo reflexivo na função de
objecto directo de um verbo transitivo, que naturalmente concorda
com o sujeito. O emprego de "se" como partícula apassivadora não
deve ser confundido com o seu uso como objecto direto da voz ativa
reflexiva (por exemplo, na frase "feriu-se com a faca." = "ele feriu a si
mesmo com a faca.") ou como indicador de sujeito genérico ("vive-se
bem aqui." = "uma pessoa geralmente vive bem aqui." = "qualquer
pessoa geralmente vive bem aqui.").

Respostas:

1. A

2. D

3. C

4. D

5. Verdade

6. Falso

7. Falso

8. Verdade

9. Falso

10. Verdade

TEMA VI: COESÃO TEXTUAL

UNIDADE Temática 6.1 Coesão Textual

6.2 Introdução

Ao fim desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:

▪ Conhecer a coesão textual;

▪ Indicar os principais elementos da coesão textual

63
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III

Objectivos ▪ Produzir um texto coeso.

6.3 Conceito

Os conceitos de coesão, ligação das palavras entre si segundo as regras ou


mecanismos da gramática da língua, e de coerência, ligação lógica das ideias,
estão intimamente ligados.

A conectividade do texto assenta na interdependência dos seus elementos


lógicos e gramaticais.

Um texto apresenta coesão, e coerência, temporal quando nele os


acontecimentos ou o estado das coisas são referidos de acordo com o que os
destinatários sabem tendo em conta a sequência possível dos fenómenos do
mundo “natural”.

6.4 As partes da redacção como um todo

Ao lado da coerência, a coesão é outro requisito para que sua redacção seja
clara e eficiente. A seguir, passamos a apresentar os elementos que fazem com
que a redacção seja coesa. Para entender melhor a coesão textual, reflicta
sobre como algumas palavras ou frases estão ligadas entre si ao longo de uma
sequência no texto que se segue.

O cão e a lebre

Um cão de caça espantou uma lebre para fora de sua toca, mas depois de longa
perseguição, ele parou a caçada. Um pastor de cabras vendo-o parar
ridicularizou dizendo: “Aquele pequeno animal é melhor que você”. O cão
de caça respondeu:

Você não vê a diferença entre nós: eu estava correndo apenas por um jantar,
mas ela por sua vida.

Moral da história:

O motivo pelo qual realizamos uma tarefa é que vai determinar a sua qualidade
final.

6.5 Análise dos elementos de coesão textual

✓ No início da fábula, as personagens são indicadas por artigos indefinidos


que marcam uma informação nova (ou não dita anteriormente): “um
cão de caça” + “uma lebre” + “um pastor de cabras”.

✓ “Sua toca”: o pronome possessivo refere-se à casa da lebre.

64
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III

✓ No lugar de repetir a palavra “cão” foi usado o pronome pessoal por três
vezes: “ele” = cão; “vendo-o” + “ridicularizando-o” = vendo o cão +
ridicularizou o cão.

✓ Para retomar o substantivo “lebre” foi usada uma expressão


semelhante: “aquele pequeno animal”.

✓ No meio do texto há uso do artigo definido “o cão de caça e não mais


um cão” como no início. Aqui a referência ao animal está sendo
retomada: já se sabe qual cão era.

✓ A conjunção adversativa “mas10” indica um contraste: o cão corria por


um jantar, mas a lebre corria para salvar a sua vida.

A partir das informações acima referidas, nota-se naturalmente que os sentidos


do texto são uma espécie de “fios entrelaçados” e não palavras soltas ou frases
desconectas.

São elementos coesivos que organizam o texto de forma a constituir também


sua coerência.

6.6 Mecanismos de coesão textual

✓ Retoma de palavras, expressões ou palavras já ditas anteriormente


(anáfora) ou antecipação do que será dito (catáfora).

✓ Encadeamento de partes ou segmentos de textos: são palavras ou


expressões que criam relações entre os elementos do texto.

No texto que apresentamos acima, a conjunção mas que além de ligar as duas
partes do texto (uma que se refere a atitude da lebre e outra ao cão),
estabelece uma determinada relação entre elas, ou seja, um contraste.

A coesão por retomada ou antecipação pode ser feita através de: pronomes,
verbos, numerais, advérbios, substantivos e adjectivos.

6.7 Sumário

De um modo geral, podemos afirmar que o texto é tanto produto


como processo. Ao escrever, o autor planeja seu texto, a partir dos

10
A conjunção adversativa mas indica a oposição à uma ideia já apresenta e
geralmente aparece antecedida por uma vírgula.

65
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III

seus objectivos, abrindo pistas da sua intencionalidade, fazendo com


que o leitor vá atrás das mesmas com vista a interpretar o texto.

6.8 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Define a coesão.

2. Em que assenta a conectividade do texto?

3. Em que consiste a anáfora?

4. Em que consiste a catáfora?

5. Como é feita a coesão por retomada ou antecipação?

Respostas:

1. Coesão é a ligação das palavras entre si segundo as regras ou


mecanismos da gramática da língua.

2. A conectividade do texto assenta na interdependência dos seus


elementos lógicos e gramaticais.

3. A anáfora é a repetição de palavras ou expressões ao longo de


um texto.

4. A catáfora é a antecipação do que será dito ao longo do texto.

5. A coesão por retomada ou antecipação pode ser feita através


de: pronomes, verbos, numerais, advérbios, substantivos e
adjectivos.

Exercícios para AVALIAÇÃO

Na tabela abaixo associe os elementos de coesão às respectivas


frases.

Frase Elementos de
coesão

1. Devagar …….. se chaga à frente. mas

2. Trate os outros …….. quer ser do que


tratado

3. A aparência pode ser mudada ….. é que

66
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III

a natureza não.

4. Ao carneiro …….. peça lã. como

5. Mais vale paciência pequenina ….. somente


força de leão.

Respostas:

Frase

1. Devagar é que se chaga à frente.

2. Trate os outros como quer ser tratado.

3. A aparência pode ser mudada, mas a natureza não.

4. Ao carneiro peça somente lã.

5. Mais vale paciência pequenina do que a força de


leão.

Perguntas de múltipla escolha

1.Um dos procedimentos responsáveis pela coesão de um texto é o


uso adequado de formas pronominais como eficiente sistema de
referências. Com relação a isso, é correto afirmar que: I – sua – (3°
parágrafo) gera ambiguidade: tanto pode se referir a pessoas, quanto
à competição. II – Ela – (2° parágrafo) estabelece uma relação coesiva
adequada com o antecedente. III – isso – (3° parágrafo) faz referência,
de forma resumida, a elementos já mencionados no texto. Assinale a
alternativa correta.

a. Somente a afirmativa i está correta.


b. Somente as afirmativas i e ii estão corretas.
c. Somente as afirmativas ii e iii estão corretas.
d. Todas as afirmativas estão corretas.

67
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III

2.Manuel Bandeira - Filho de engenheiro, Manuel Bandeira foi


obrigado a abandonar os estudos de arquitetura por causa da
tuberculose. Mas a iminência da morte não marcou de forma lúgubre
sua obra, embora em seu humor lírico haja sempre um toque de funda
melancolia, e na sua poesia haja sempre um certo toque de morbidez,
até no erotismo. Tradutor de autores como Marcel Proust e William
Shakespeare, esse nosso Manuel traduziu mesmo foi a nostalgia do
paraíso cotidiano mal idealizado por nós, brasileiros, órfãos de um país
imaginário, nossa Cocanha perdida, Pasárgada. Descrever seu retrato
em palavras é uma tarefa impossível, depois que ele mesmo já o fez
tão bem em versos. (Revista Língua Portuguesa, n° 40, fev. 20) A
coesão do texto é construída principalmente a partir do (a):

a. Repetição de palavras e expressões que entrelaçam as


informações apresentadas no texto.
b. Substituição de palavras por sinônimos como “lúgubre” e
“morbidez”, “melancolia” e “nostalgia”.
c. Emprego de pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos:
“sua”, “seu”, “esse”, “nosso”, “ele”.
d. Emprego de diversas conjunções subordinativas que articulam
as orações e períodos que compõem o texto.

3.Coesão Textual: Os pronomes prestam-se à coesão textual por sua


função anafórica palavras, orações e frases expressas no texto.
Observe os fragmentos:

“publicou-se há dias o recenseamento do Império, do qual se colige


que 70% da nossa população não sabem ler.” “Eles dizem as coisas
pelo nome, às vezes um nome feio, mas não havendo outro, não o
escolhem.” “A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:”
É correto afirmar que:

a. O pronome relativo do qual retoma a palavra recenseamento; o


pronome oblíquo o, a palavra nome, e o pronome demonstrativo
isto, a frase anterior.
b. O pronome relativo do qual retoma a palavra império; o
pronome oblíquo o, a palavra outro e o pronome demonstrativo
isto, a palavra direitos.
c. O pronome relativo do qual retoma a palavra recenseamento; o
pronome oblíquo o, a palavra outro e o pronome demonstrativo
isto, a palavra direitos.
d. O pronome relativo do qual retoma a palavra império; o
pronome oblíquo o, nome feio e o pronome demonstrativo isto,
a frase anterior.

4. Coesão Textual. Observe o trecho abaixo e responda à questão: “(…)


Uma noite, daquelas em que eu estava mais possuído do livro, lia com

68
UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

expressão uma das páginas mais comoventes da nossa biblioteca. As


senhoras, de cabeça baixa, levavam o lenço ao rosto, e poucos
momentos depois não puderam conter os soluços que rompiam-lhes o
seio. (…)”. O vocábulo em negrito faz referência a uma palavra já
enunciada no texto. Essa palavra a que se refere o vocábulo lhes é:

a. Soluços
b. Páginas
c. Senhoras
d. Momentos

Perguntas de Verdadeiro/Falso

5. Os conceitos de coesão, ligação das palavras entre si segundo as


regras ou mecanismos da gramática da língua, e de coerência, ligação
lógica das ideias, estão intimamente ligados. A conectividade do texto
assenta na interdependência dos seus elementos lógicos e
gramaticais.

6.Mecanismos de coesão textual: Retoma de palavras, expressões ou


palavras já ditas anteriormente (catáfora) ou antecipação do que será
dito (anáfora).

7. Um texto apresenta coesão, e coerência, temporal quando nele os


acontecimentos ou o estado das coisas são referidos de acordo com o
que os destinatários sabem tendo em conta a sequência possível dos
fenómenos do mundo “natural”.

8. A conectividade do texto não assenta na interdependência dos seus


elementos lógicos e gramaticais.

9. A anáfora pode ser vista como a repetição de palavras ou


expressões ao longo de um texto.

10. Em termos de conceitualização, não existe nenhuma diferença


entre a anáfora e a catáfora.

Respostas:

1. C
2. C
3. A
4. C
5. Verdade
6. Falso
7. Verdade
8. Falso

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III

9. Verdade
10. Falso

TEMA VII: COERÊNCIA TEXTUAL

UNIDADE Temática 7.1 Coerência Textual

7.2 Introdução

Ao fim desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:

▪ Definir a coerência textual;

▪ Distinguir a coerência da coesão textual.

Objectivos

7.3 Coerência textual

A coerência textual também chamada por coerência conceptual é a rede de


relações que organiza e cria o texto.

Corresponde àquilo que os destinatários aceitam como organização do mundo

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III

“normal”, ou seja, a relação lógica ou ligação ajustada das ideias na sua


interdependência com os elementos lógicos gramaticais; reflectimos sobre o
conteúdo – o que se diz, como se diz.

A coerência e a coesão são duas vertentes simultâneas na construção de um


texto. A coerência pode ser externa ou interna.

Coerência externa

Analisa a situação referencial, ou seja, o mundo extralinguístico, concreto ou


abstracto e constitui as condições de realização do acto de linguagem a cumprir
pelo sujeito de enunciação.

Exemplo

Ontem fui ao cinema e voltarei amanhã se o filme for “O Diabo no Banco dos
Réus”.

É a partir do triângulo enunciativo – eu/aqui/agora: que se estabelece um antes


(ontem) e um depois (amanhã), num determinado lugar (o cinema) e em
relação a um determinado referente (O Diabo no Banco dos Réus).

A coerência interna

A coerência interna também chamada de intratextual analisa situação co-


referencial. Esta comporta no seu desenvolvimento linear elementos
linguísticos recorrentes.

A co-referência ou identidade referencial está ao serviço da coerência interna


do texto.

Para que o texto seja coerente é necessário que, no seu desenvolvimento se


relacione a informação já conhecida do receptor/leitor e as informações novas
dadas ao longo do texto.

7.4 Sumário

De forma conclusiva, pode-se dizer que a coerência textual é a rede de


relações que criam e organizam o texto, podendo ela ser externa ou
interna.

7.5 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Define a coerência textual.

2. Distinga o conceito da coerência do conceito da coesão.

71
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III

3. Na coerência textual reflectimos sobre duas questões, quais


são?

4. Quais são os tipos de coerência que conheces?

5. Em que consiste a coerência externa?

Respostas:

1. A coerência textual é a rede de relações que organiza e cria o


texto.

2. Os conceitos de coesão consistem na ligação das palavras entre


si segundo as regras ou mecanismos da gramática da língua,
enquanto a coerência textual é a rede de relações que organiza
e cria o texto.

3. Na coerência textual reflectimos sobre o que se diz e como se


diz.

4. Os tipos de coerência que conheço são interna e externa.


5. Coerência externa analisa a situação referencial, ou seja, o
mundo extralinguístico, concreto ou abstracto e constitui as
condições de realização do acto de linguagem a cumprir pelo
sujeito de enunciação.

Exercícios para AVALIAÇÃO

Na tabela abaixo associe os elementos de coesão às respectivas


frases.

Frase Elementos de
coesão

1. Grão a grão ……. O papo. Enche a galinha.

2. Quem com ferro fere….. Com ferro

3. Quem… a aparência não vê o Olha para


coração.

4. Trate aos outros …..ser tratado. Como gostaria de

5. Quem planta o mal colhe….. Tempestade

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III

Respostas:

Frase

1. Grão a grão enche a galinha o papo.

2. Quem com ferro fere com ferro será ferido.

3. Quem olha para a aparência não vê o coração.

4. Trate aos outros como gostaria de ser tratado.

5. Quem planta o mal colhe tempestade.

Perguntas de Verdadeiro/Falso

1. A coerência textual faz com que um texto seja mais interativo


dando a possibilidade de melhor compreensão.
2. Não é possível na coerência textual se refletir sobre o que se diz e
como se diz por mais que esta seja importante na produção do
texto.

3. Os conceitos de coerência consistem na ligação das palavras entre


si segundo as regras ou mecanismos da gramática da língua,
enquanto a coesão textual é a rede de relações que organiza e cria
o texto.

4. A coerência textual é a rede de relações que organiza e cria o


texto.

5. A Coerência externa analisa a situação referencial, ou seja, o


mundo extralinguístico, concreto ou abstrato e constitui as
condições de realização do acto de linguagem a cumprir pelo
sujeito de enunciação.

6. Para que o texto seja coerente é necessário que, no seu


desenvolvimento se relacione a informação já conhecida do
receptor/leitor e as informações novas dadas ao longo do texto.
7. A coerência interna não comporta no seu desenvolvimento linear
elementos linguísticos recorrentes.
8. A co-referência ou identidade referencial está ao serviço da
coerência interna do texto.
9. Os tipos de coerência existentes são: interna, externa, intermedia,
passiva e conjuntural.

73
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III

10. Um texto coerente deve transmitir ambiguidade ao leitor, com


vista, a fazer com que se perceba melhor o texto.

Respostas:
1. Verdadeiro
2. Falso
3. Falso
4. Verdadeiro
5. Verdadeiro
6. Verdadeiro
7. Falso
8. Verdadeiro
9. Falso
10. Falso

TEMA VIII: O TEXTO PUBLICITÁRIO

UNIDADE Temática 8.1 O Texto publicitário

8.2 Introdução

Ao completar esta unidade o estudante deverá ser capaz de:

▪ Conhecer o texto publicitário;

Objectivos ▪ Identificar as vantagens e desvantagens do texto publicitário;

▪ Caracterizar textos publicitários impressos, radiofónicos e


televisivos;

▪ Distinguir textos publicitários de notícias;

8.3 11A publicidade

Os textos publicitários visam sempre adequar a mensagem que


pretendem veicular aos diferentes meios de comunicação social

11
MACIE, Filipe e MUHATE, Simião, (2013), Língua Portuguesa 10a Classe, Person, 1a
ed.

74
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III

(imprensa, cartaz, rádio, TV, cinema…) e aos diferentes públicos ou


universos (crianças, jovens, donas de casa, elites, idosos, público em
geral, ect.).

8.4 Estrutura da mensagem publicitária

A estrutura da mensagem publicitária é, frequentemente, a


seguinte:

✓ Frase-guia ou slogan: apresenta o essencial da mensagem e


procura cativar a atenção do público. Por vezes, a
publicidade utiliza um título, por exemplo (VENDE-SE,
ALUGA-SE).

✓ Corpo do texto: informa, argumenta, sintetiza e apela a


acção (de adquirir, de usufruir). A linguagem é fortemente
conotativa: a palavra não se limita ao seu sentido primeiro,
assumindo antes um valor polissémico que visa despertar
uma sinfonia de sentidos e emoções; recorre
frequentemente à metáfora e ao ritmo (como na poesia), as
frases de construção inesperada e original, assim como à
estímulos dirigidos à emoção.

✓ Imagem (linguagem icónica): seleccionada para


complementar o texto e para apelar a leitura do mesmo.

✓ A fórmula AIDMA: a sigla do guião que procura sintetizar os


passos ou elementos que constituem o processo publicitário
chama-se AIDMA.

75
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III

a. Atenção: procura captar a atenção do público


destinatário.

b. Interesse: procura despertar a simpatia pelo que é


publicitado.

c. Desejo: procura desencadear a necessidade de


usufruir, possuir ou adquirir aquilo que é anunciado.

d. Memorização: Procura facilitar a retenção da


mensagem. Para tal, a publicidade recorre a
estratégias, como slogan, e associação do produto ou
marca a sensação de êxito, prazer, prestígio,
conforto, segurança, etc.

e. Acção: procura mobilizar, dar instruções ao


destinatário para que satisfaça a necessidade
desencadeada, levando a adquirir ou aderir ao
objecto ou marca publicitada.

8.5 Sumário

Entenda-se o texto publicitário, como todo aquele que procura “iludir”


ou criar uma situação de conforto em relação a determinado produto,
serviço, marca, etc.

8.6 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Atente para imagem abaixo e associe-a a uma tipologia textual

76
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III

2. Indique o slogan desta imagem publicitária.

3. Qual é a marca divulgada na imagem?

4. Acha que a imagem no cartaz tem alguma relação com a marca


publicitada?

5. Justifique.

Respostas:

1. A imagem em causa remete-nos ao texto publicitário.

2. O slogan desta imagem publicitária é “Todos os dias delícias


fresquinhas para a sua família”.

3. A marca divulgada na imagem é “Padaria França”.

4. Sim.

5. Porque os produtos publicitados vão de encontro aos


objectivos da marca considerando que os mesmos são feitos a
partir de trigo e principalmente pelo facto destes produtos
serem destinados a lanches e não refeições propriamente
ditas.

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. O que é publicidade?

77
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III

2. Defina frase-guia ou slogan.


3. O que entende por corpo do texto?
4. No texto publicitário, para que serve a imagem?
5. Fale sobre a fórmula AIDMA.

Respostas
1. Publicidade é um texto que visa sempre adequar a mensagem que
pretendem veicular aos diferentes meios de comunicação social
(imprensa, cartaz, rádio, TV, cinema…) e aos diferentes públicos ou
universos (crianças, jovens, donas de casa, elites, idosos, público
em geral, etc.).

2. Frase-guia ou slogan: é o essencial da mensagem, que procura


cativar a atenção do público.

3. Corpo do texto: é aquele que informa, argumenta, sintetiza e apela


a acção (de adquirir, de usufruir). A linguagem é fortemente
conotativa: a palavra não se limita ao seu sentido primeiro,
assumindo antes um valor polissémico que visa despertar uma
sinfonia de sentidos e emoções; recorre frequentemente à
metáfora e ao ritmo (como na poesia), as frases de construção
inesperada e original, assim como à estímulos dirigidos à emoção.

4. A imagem serve para complementar o texto e para apelar a leitura


do mesmo.
5. A fórmula AIDMA: a sigla do guião que procura sintetizar os passos
ou elementos que constituem o processo publicitário chama-se
AIDMA.

✓ Atenção: procura captar a atenção do público


destinatário.

✓ Interesse: procura despertar a simpatia pelo que é


publicitado.

✓ Desejo: procura desencadear a necessidade de usufruir,


possuir ou adquirir aquilo que é anunciado.

✓ Memorização: Procura facilitar a retenção da


mensagem. Para tal, a publicidade recorre a estratégias,
como slogan, e associação do produto ou marca a
sensação de êxito, prazer, prestígio, conforto,
segurança, etc.

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III

✓ Acção: procura mobilizar, dar instruções ao destinatário


para que satisfaça a necessidade desencadeada,
levando a adquirir ou aderir ao objecto ou marca
publicitada.

Perguntas de múltipla escolha

1.Sobre o texto publicitário propaganda, é correcto afirmar:

a. A escolha do estilo, tipo e função da linguagem não é relevante


quando se pretende criar um texto publicitário.
b. A linguagem dos textos publicitários é pensada no sentido de
atingir um grande número de interlocutores, ou seja, as massas, e,
por essa razão, deve ser de fácil compreensão, objetiva, simples e
acessível a interlocutores de todos as classes e faixas etárias.
c. De maneira geral, podemos dizer que não existem textos
publicitários sem o auxílio de textos não verbais, já que é mais
difícil anunciar um produto sem que este esteja exposto no
anúncio.
d. A linguagem dos textos publicitários é, na maioria das vezes, mais
rebuscada, já que pretende alcançar um público consumidor das
classes A e B.

2. Sobre o texto publicitário propaganda, é correcto afirmar:

a. Apenas o texto não verbal é responsável pela persuasão.


b. Quanto maiores as frases, mais convincente será o anúncio.
c. Toda propaganda tem como proposição básica uma destas
intenções: vender um produto ou conscientizar sobre um tema
social.
d. O texto publicitário não é, necessariamente, argumentativo

3. Com relação à linguagem empregada nos textos publicitários,


assinale a alternativa correcta:

a. A escolha do estilo, tipo e função da linguagem não é relevante


quando se pretende criar um texto publicitário.
b. A linguagem dos textos publicitários é pensada no sentido de
atingir um grande número de interlocutores, ou seja, as massas,
e, por essa razão, deve ser de fácil compreensão, objetiva, simples
e acessível a interlocutores de todos as classes e faixas etárias.
c. De maneira geral, podemos dizer que não existem textos
publicitários sem o auxílio de textos não verbais, já que é mais
difícil anunciar um produto sem que este esteja exposto no
anúncio.

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UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

d. A linguagem dos textos publicitários é, na maioria das vezes, mais


rebuscada, já que pretende alcançar um público consumidor das
classes A e B.

4. O texto que visa adequar a mensagem que se pretende veicular aos


diferentes meios de comunicação social, designa-se...
a. C
onvocatória
b. N
otícia
c. R
eportagem
d. P
ublicidade

5. Na publicidade, o essencial da mensagem, que procura cativar a


atenção do público, chama-se...
a. F
rase-guia ou slogan
b. A
ntetítulo
c. I
magem
d. C
artaz

6.Na publicidade, o elemento que serve para complementar o texto e


para apelar a leitura do mesmo, designa-se...
a. F
rase-guia ou slogan
b. A
ntetítulo
c. I
magem
d. I
magem

Perguntas de Verdadeiro/Falso

7. Entenda-se o texto publicitário, como todo aquele que procura


“iludir” ou criar uma situação de conforto em relação a determinado
produto, serviço, marca, etc.

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III

8. Sobre o texto publicitário propaganda, é correcto afirmar que


apenas o texto não verbal é responsável pela persuasão.

9. Publicidade é um texto que visa sempre adequar a mensagem que


pretendem veicular aos diferentes meios de comunicação social
(imprensa, cartaz, rádio, TV, cinema…) e aos diferentes públicos ou
universos (crianças, jovens, donas de casa, elites, idosos, público em
geral, etc.).

10. A fórmula AIDMA diz respeito a sigla do guião que procura


sintetizar os passos ou elementos que constituem o processo
publicitário chama-se AIDMA.

Respostas:

1. B
2. C
3. B
4. D
5. A
6. D
7. Verdadeiro
8. Falso
9. Verdadeiro
10. Verdadeiro

TEMA IX: ORAÇÕES SUBORDINADAS

UNIDADE Temática 9.1 Orações Subordinadas

9.2. Introdução

81
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III

Ao fim desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:

▪ Dividir e classificar as orações subordinadas;


▪ Usar devidamente o pronome relativo que em diferentes
contextos interfrásicos.

9.3 Conceito

Diz-se que uma oração está subordinada à outra, a subordinante,


quando, em relação a esta, desempenha uma determinada função que
lhe completa o sentido.

Observem-se as frases:

a. Queres que te fale com toda a franqueza?


b. Queres toda a minha franqueza?

No primeiro exemplo, temos duas orações que formam uma frase


composta; e no segundo caso, temos uma frase simples de sentido
equivalente à primeira.

Na frase composta, a oração “que te fale com toda a franqueza”,


introduzida pela conjunção que corresponde ao sintagma nominal.
“toda a minha franqueza”, que depende da oração “queres”.

Há, pois, entre as duas orações da frase composta uma relação de


dependência, de subordinação.

a. “Queres” é a oração subordinante.


b. “Que te fale com toda a franqueza” é a oração subordinada,
que corresponde ao sintagma nominal da frase simples,
desempenhando a função de complemento directo.

O que como pronome relativo

Os pronomes relativos referem-se a um nome (ou seu equivalente)


geralmente já mencionado e introduzem uma oração que o qualifica
ou determina.

Exemplo

A entrevista que eu fiz correu muito bem.

82
UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

O que como conjunção consecutiva

Traduz uma consequência do que foi expresso na oração


subordinante.

Exemplo

O rapaz corria tão velozmente que caiu.

O que como conjunção integrante ou completiva

A oração integrante ou complectiva, completa o sentido da frase


principal, exercendo a função de sujeito ou complemento directo da
oração subordinante.

Exemplo

É provável que vá ao hospital. (com função de sujeito).

Ele disse que estava atrasado. (com função de complemento directo).

O que como conjunção causal

A oração causal, como a própria denominação sugere, exprime a causa


do que é expresso na oração principal.

Exemplo

Não vais, que ainda não terminei o tratamento, rapaz! (que =porque).

9.4 Sumário

Em geral as orações subordinadas são aqueles em que uma depende


da outra para completar o sentido.

9.5 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Fale sobre a relação entre as orações subordinadas e


subordinantes.

83
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III

2. Apresente dois exemplos das orações subordinadas.

3. Como se comporta o que enquanto pronome relativo?

4. Apresente um exemplo em que apareça o pronome relativo


que.

5. Como se comporta o que enquanto conjunção consecutiva?

Respostas:

1. Diz-se que uma oração está subordinada à outra, a


subordinante, quando, em relação a esta, desempenha uma
determinada função que lhe completa o sentido.

2. Queres que te fale com toda a franqueza?

Queres toda a minha franqueza?

3. Os pronomes relativos referem-se a um nome (ou seu


equivalente) geralmente já mencionado e introduzem uma
oração que o qualifica ou determina.

4. A entrevista que eu fiz correu muito bem.

5. Traduz uma consequência do que foi expresso na oração


subordinante.

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. Apresente um exemplo em que o que se comporte como


conjunção consecutiva.
2. Fale do que enquanto conjunção integrante ou completiva.
3. Apresente um exemplo.
4. Fale do que em situação de causa.
5. Apresente um exemplo.
Respostas:

1. O rapaz corria tão velozmente que caiu.


2. A oração integrante ou complectiva, completa o sentido da
frase principal, exercendo a função de sujeito ou
complemento directo da oração subordinante.

84
UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

3. É provável que vá ao hospital.


4. A oração causal, como a própria denominação sugere,
exprime a causa do que é expresso na oração principal.
5. Não vais, que ainda não terminei o tratamento, rapaz!

Perguntas de múltipla escolha

1.Na frase “Não falte aos fóruns, pois podes reprovar.” A oração
sublinhada é:
a. Subordinada causal.
b. Subordinada explicativa.
c. Coordenada conclusiva.
d. Subordinada relativa.

2.a frase “Irei ao seu encontro quando terminar a aula”, a oração


sublinhada tem o valor...
a. Temporal
b. Temporal e condicional
c. Condicional
d. Causal

3.Na frase, “A Maria tinha comido o bolo”, a forma verbal sublinhada é


um...
a. Verbo auxiliar
b. Pronome
c. Verbo principal
d. Verbo no gerúndio

Perguntas de Verdadeiro /Falso

4. Diz-se que uma oração está subordinada à outra, a subordinante,


quando, em relação a esta, não desempenha uma determinada
função, não lhe completando o sentido.
5. A oração integrante ou complectiva, completa o sentido da frase
principal, exercendo a função de sujeito ou complemento directo da

85
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III

oração subordinante. Exemplo: É provável que vá ao hospital. (com


função de sujeito).
6. Como se comporta o que enquanto conjunção consecutiva? Traduz
uma consequência do que foi expresso na oração subordinante.
7. O pronome relativo traduz uma consequência do que foi expresso
na oração subordinante.
8. A oração integrante ou complectiva, completa o sentido da frase
principal, exercendo a função de sujeito ou complemento directo da
oração subordinante.
9. A oração causal, como a própria denominação não pode sugerir, e
exprimir determinadas causas do que é expresso na oração principal.
10. A conjunção consecutiva traduz uma consequência do que foi
expresso na oração subordinante.

Respostas
1. A
2. A
3. A
4. Falso
5. Verdade
6. Verdade
7. Falso
8. Verdade
9. Falso
10. Verdade

TEMA X: COMPLEMENTOS DOS VERBOS E DOS NOMES

UNIDADE Temática 10.1 Complementos dos verbos e dos nomes

10.2 Introdução

Ao completar esta unidade o estudante deverá ser capaz de:

▪ Conhecer os complementos dos verbos e dos nomes;

▪ Usar os complementos dos verbos e dos nomes de forma


correcta;
Objectivos
▪ Identificar os diferentes tipos dos complementos dos verbos e

86
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III

dos nomes.

10.3 Os complementos dos verbos

Os verbos apresentam diferentes tipos de complementos a saber:

a) Complemento Directo (CD).

São palavras ou expressões que completam o sentido de um verbo


sem auxílio da preposição.

Exemplo:

Escrevi um livro em 2009. / Escrevi-o em 2009.

b) Complemento indirecto (CI)

São palavras ou expressões que completam o sentido de um verbo


com auxílio das preposições.

Exemplo:

Ele ofereceu uma flor à mãe. / Ele ofereceu-lhe uma flor.

c) Complemento circunstancial (CC)

São palavras ou expressões que indicam uma circunstância da


acção (lugar, tempo, etc.) expressa pelo verbo.

Exemplo:

Comprei um guarda-chuva porque tem chovido demasiado. (C.C.


de Causa).

Custou-me 100.00 Meticais. (C.C. de Preço).

Hoje irei à cidade. (C.C. de Tempo).

Irei com o meu amigo. (C.C. de companhia).

Ele vive no bairro da Munhava. (C.C. de lugar).

Chamá-lo-ei com um assobio. (C.C. de modo).

Levou-o para conhecer o museu da arte. (C.C. de Fim)

87
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III

d) Agente da passiva

Refere-se ao nome que designa o agente da acção sofrida pelo


sujeito.

Exemplo:

A frase foi dita pela Abigail.

e) Predicativo do complemento directo

Palavra ou expressão que qualifica o complemento directo.

Exemplo:

O director de turma nomeou o chefe Ariel.

10.4 Complementos do nome

Os nomes também possuem seus próprios complementos, que


passamos a apresentar.

a) Aposto

O aposto é o nome que se junta ao outro para o caracterizar ou


lhe atribuir maior individualização.

Exemplo:

Domingos Arão, o professor de ginástica, é o nosso director de


turma.

b) Complemento determinativo

É o nome que se liga a um outro através da preposição de para


designar posse, parentesco, etc.

Exemplo:

Esta é uma escola do Estado.

c) Atributo

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III

É o adjectivo que se junta a um nome para o qualificar.

Exemplo:

No jardim do ISCED brotaram flores amarelas.

d) Vocativo

Refere-se a uma pessoa, a um animal ou a uma coisa personificada


a qual / a quem nos dirigimos.

Exemplo:

Colega, planta uma árvore.

e) Expressões do realce

São palavras ou expressões que se empregam para dar mais vida


ou ênfase a frase, embora, por vezes, desnecessariamente.

Exemplo:

Eu cá sou feliz no UnISCED.

Eu sou aquele que planta mais árvores na turma.

10.5 Sumário

Como pudeste perceber os verbos assim como os nomes possuem


seus próprios complementos.

10.6 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Mencione os complementos de verbo que conheces.


2. Como se define o complemento directo?
3. Apresente um exemplo.
4. Defina o complemento indirecto.
5. Apresente um exemplo, demonstrando o complemento indirecto.

Respostas:

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III

1. Os complementos de verbo que conheço são: Complemento


Directo (CD), Complemento Indirecto (CI), Complemento
circunstancial (CC), Agente da passiva e Predicativo do
complemento directo.

2. São palavras ou expressões que completam o sentido de um


verbo sem auxílio da preposição.

3. Escrevi um livro em 2009. / Escrevi-o em 2009.

4. São palavras ou expressões que completam o sentido de um


verbo com auxílio das preposições.

5. Ele ofereceu uma flor à mãe. / Ele ofereceu-lhe uma flor.

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. No que diz respeito aos complementos dos nomes, defina os


seguintes conceitos apresentado os respectivos exemplos:
2. Aposto;
3. Complemento Determinativo;
4. Atributo;
5. Vocativo;
6. Expressão de Realce.

Respostas:
1. Aposto é o nome que se junta ao outro para o caracterizar ou lhe
atribuir maior individualização.
Ex: Domingos Arão, o professor de ginástica, é o nosso director
de turma.

4. Complemento determinativo: é o nome que se liga a um outro


através da preposição de para designar posse, parentesco, etc.

5. Atributo é o adjectivo que se junta a um nome para o qualificar.


Ex: No jardim da UnISCED brotaram flores amarelas.

6. Vocativo: refere-se a uma pessoa, a um animal ou a uma coisa


personificada a qual / a quem nos dirigimos. Ex: Colega, planta
uma árvore.

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III

7. Expressões do realce: são palavras ou expressões que se


empregam para dar mais vida ou ênfase a frase, embora, por
vezes, desnecessariamente. Ex: Eu cá sou feliz na UnISCED.

Perguntas de múltipla escolha


1. A palavra ou expressão que completa o sentido de um verbo sem
auxílio da preposição, sintácticamente é...
a. Complemento directo
b. Sujeito
c. Predicado
d. Complemento circunstancial de lugar
2. A palavra ou expressão que completa o sentido de um verbo com
auxílio da preposição, sintácticamente é...
a. Complemento indirecto
b. Sujeito
c. Predicado
d. Complemento circunstancial de lugar
3. O nome que se junta ao outro para o caracterizar ou lhe atribuir
maior individualização, denomina-se...
a.adjectivo
b. advérbio
c. aposto
d. sujeito
Perguntas de Verdadeiro/Falso

4. Complemento indirecto (CI) São palavras ou expressões que


completam o sentido de um verbo com auxílio das preposições.
5. Complemento Circunstacial (CC) São palavras ou expressões que
indicam uma circunstância da acção (lugar, tempo, etc) expressa pelo
verbo.
6. A palavra ou expressão que completa o sentido de um verbo com
auxílio da preposição, sintácticamente é complemento indirecto.
7. Aposto é o nome que se liga a um outro através da preposição de
para designar posse, parentesco, etc.
8. O atributo refere-se a uma pessoa, a um animal ou a uma coisa
personificada a qual / a quem nos dirigimos.

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III

9. Agente da passiva refere-se ao nome que designa o agente da acção


sofrida pelo sujeito.

10. Expressões do realce são palavras ou expressões que se empregam


para dar mais vida ou ênfase a frase, embora, por vezes,
desnecessariamente.

Respostas:
1. A
2. A
3. C
4. Verdade
5. Verdade
6. Verdade
7. Falso
8. Falso
9. Falso
10. Verdade

TEMA XI: VERBOS COM PARTICÍPIO REGULAR E IRREGULAR

UNIDADE Temática 11.1 Verbos com particípio passado regular e irregular

11.2 Introdução

Ao completar esta unidade o estudante deverá ser capaz de:

▪ Conhecer os verbos com particípio passado regular e irregular;

▪ Usar os verbos com particípio passado regular e irregular;

Objectivos ▪ Identificar os diferentes tipos de verbos com particípio passado


regular e irregular.

11.3 Verbos com particípio passado regular e irregular

Alguns verbos possuem duas (ou mais) formas equivalentes de


particípio, sendo uma regular e outra irregular.

92
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III

Na maioria dos casos, o particípio regular usa-se com os auxiliares


ter e haver; o particípio irregular usa-se junto dos verbos ser e
estar.

Exemplo:

O rapaz já tinha entregado os livros. Os livros foram entregues.

Todavia, usam-se frequentemente, nos tempos compostos da voz


activa, alguns particípios irregulares: cobertura, eleito, ganho,
gasto, pago, etc.

Exemplo:

A menina tem ganho prémios.

Verbo Forma Forma


Regular Irregular
Abrir Aberto -
Aceitar Aceitado Aceito ou aceite
Acender Acendido Aceso
Cobrir - Coberto
Completar Completado Completo
Dispersar Dispersado Disperso
Escrever - Escrito
Ganhar Ganhado Ganho
Libertar Libertado Liberto
Matar Matado Morto

11.4 Sumário

Em suma, os verbos possuem duas (ou mais) formas equivalentes de


particípio, sendo uma regular e outra irregular. O particípio regular
usa como auxiliares os verbos ter e haver, enquanto o particípio
irregular usa os auxiliares ser e estar.

11.5 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Quantas formas de particípio conhece?

2. Mencione as formas de particípio?

3. Que verbos auxiliares são usados no particípio regular?

4. Como é utilizado o particípio irregular?

5. Dê exemplo duma frase com verbo no particípio irregular.

93
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III

Respostas:

1. Conheço duas formas de particípio.

2. Particípio regular e irregular.

3. No particípio regular são usados como auxiliares os verbos ter e


haver.

4. O particípio irregular usa-se junto dos verbos ser e estar.

5. O ladrão foi alvejado pela polícia.

Exercícios para AVALIAÇÃO

I. Completa a seguinte tabela.


Verbo Forma regular Forma irregular
1. Convencer
2. Nascer
3. Pagar
4. Romper
5. Sujeitar

Respostas:
Verbo Forma regular Forma irregular
1. Convencer Convencido Convicto
2. Nascer Nascido Nado
3. Pagar - Pago
4. Romper Rompido Roto
5. Sujeitar Sujeitado Sujeito

Perguntas de múltipla escolha

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III

1. Das alternativas abaixo, a que apresenta o particípio irregular dos


verbos expressar, tingir e enxugar é:

a. Expresso, tingido e enxugado

b. Expressado, tingido e enxuto

c. Expresso, tinto e enxugado

d. Expresso, tinto e enxuto.

2. Assinale a alternativa em que uma das palavras não é formada por


prefixação:

a. Irregular, amoral, demover

b. Remeter, conter, antegozar

c. Irrestrito, antípoda, prever

d. Dever deter, antever

Perguntas de Verdadeiro/Falso

3. Verbos irregulares flexionam sempre de acordo com os paradigmas


da conjugação a que pertencem

4. Verbos irregulares sofrem algumas modificações em relação aos


paradigmas da conjugação a que pertencem

5. Verbos anómalas verbos que não seguem os paradigmas da


conjugação a que pertence, sendo que muitas vezes o radical é
diferente em cada conjugação.

6. O particípio pode ser encontrado em três formas sendo uma delas


no presente do indicativo.

7. O verbo no presente do indicativo expressa situações passadas não


terminadas.

8. No particípio regular são usados como auxiliares os verbos ter e


haver.

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III

9. O particípio irregular usa-se junto dos verbos ser e estar.


10. Os verbos possuem duas (ou mais) formas equivalentes de
particípio, sendo uma regular e outra irregular.

Respostas:

1. D

2. D

3. Falso

4. Verdade
5. Verdade
6. Falso
7. Falso
8. Verdade
9. Verdade
10. Verdade

TEMA XII: RELAÇÕES LEXICAIS

UNIDADE Temática 12.1 Relações lexicais

12.2 Introdução

Ao completar esta unidade o estudante deverá ser capaz de:

▪ Conhecer as diferentes relações lexicais;

Objectivos ▪ Relacionar as diferentes subclasses lexicais em frases;

12.3 A sinonímia

A sinonímia é a relação de sentido entre duas ou mais unidades


lexicais cujo significado é idêntico, ou que podem ser utilizadas
individualmente num mesmo contexto sem que com isso se
verifique uma alteração no significado do enunciado.

Será o caso das palavras viatura e carro.

96
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III

Exemplo:

Eles acabaram por comprar um carro = Eles acabaram por


comprar uma viatura.

12.4 A antonímia

A antonímia é a relação do sentido contrário existente entre


unidades lexicais que tem significados opostos e que por essa
razão, se excluem reciprocamente. A oposição pode apresentar-se
sob três aspectos:

✓ Com palavras de radicais diferentes, como bom e


mau.

Exemplo:

Aquele miúdo é bom / aquele miúdo é mau.

✓ Com palavra com a mesma raiz, mas aqui se juntou


um prefixo negativo posto à raiz, como legal e ilegal.

Exemplo:

O que fizeste é legal. / O que fizeste é ilegal.

✓ Com palavras com a mesma raiz que se opõem pelos


prefixos de significação contrária como progredir e
regredir.

Exemplo:

O aluno continua a progredir. / O aluno continua a regredir.

97
UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

A este tipo de antonímia é costume chamar-se antonímia


binária, dado que um termo tem necessidade de outro para
se construir semanticamente.

12.5 A hiperonímia

A hiperonímia é a relação de inclusão na unidade mais geral do


significado veiculado por outra unidade – hipónimo. É o caso da
palavra rosa em relação a flor (hiperónimo).

12.6 A hiponímia

A hiponímia é a relação de sentido não simétrica existindo duas


palavras e estabelecida segundo critérios de inclusão. É assim que
rosa, túlipa, cravo, lírio, etc., estão incluídos em flor.

12.7 A homonímia

A homonímia é a relação entre unidades lexicais que têm as


mesmas formas gráficas e fonéticas, mas significados diferentes,
como acontece com passo e paço, a homografia (a mesma forma
gráfica, mas com formas fonéticas e gráficas diferentes, como
acontece com segredo (nome) e segredo (forma verbal) ou as
duas.

O fenómeno da homonímia, acontece quando duas palavras têm


uma origem etimológica diferente como saia (nome) e saia (forma
verbal) ou quando a origem etimológica comum não permite
compreender o laço semântico entre duas famílias. É o caso de
colégio (estabelecimento escolar) e colégio (corpo de pessoas).

12.8 As paronímias

As paronímias são muito parecidas, prestando-se a confusão,


como nos exemplos: Perfeito (bem feito) e prefeito (vigilante do
colégio).

A relação das partes com o todo, genericamente designada como


relação de metonímia/holonímia, é uma das relações léxico-
conceptuais a que é mais difícil dar um tratamento formal. Mais
do que de uma relação, tratar-se-á de uma complexa família de
relações, como é sustentado por vários autores, quer no âmbito

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III

da semântica lexical quer no âmbito da psicolinguística.

Canonicamente, e em termos informais, podemos definir a relação


de meronímia /holonímia e a sua inversa como se segue:

✓ A é merónimo de B se e só se A for necessariamente


parte B e B inclui necessariamente A;

✓ B é holónimo de A se e só se A for merónimo de B.

Então neste caso pétala e corola, face a definição acima, pétala é


merónimo canónico de corola e corola holónimo canónico de
pétala, uma vez que pétala é necessariamente parte de corola e
corola inclui necessariamente pétala.

12.9 Sumário

As relações lexicais são sempre tipos de relações de sentido e as


palavras que as ilustram supõem que o contexto linguístico e a
situação empregue são adequados.

12.10 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que é sinonímia?

2. Apresente um exemplo claro de sinonímia.

3. Em que consiste a antonímia?

4. Apresente os três aspectos da antonímia.

5. Apresente exemplos dos três aspectos da antonímia.

Respostas:

1. A sinonímia é a relação de sentido entre duas ou mais unidades


lexicais cujo significado é idêntico, ou que podem ser utilizadas
individualmente num mesmo contexto sem que com isso se
verifique uma alteração no significado do enunciado.

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III

2. Eles acabaram por comprar um carro = Eles acabaram por


comprar uma viatura.

3. A antonímia é a relação do sentido contrário existente entre


unidades lexicais que tem significados opostos e que por essa
razão, se excluem reciprocamente.

4. A oposição pode apresentar-se sob três aspectos:


✓ Com palavras de radicais diferentes, como bom e mau.

Exemplo:

Aquele miúdo é bom / aquele miúdo é mau.

✓ Com palavra com a mesma raiz, mas aqui se juntou um


prefixo negativo posto à raiz, como legal e ilegal.

Exemplo:

O que fizeste é legal. / O que fizeste é ilegal.

✓ Com palavras com a mesma raiz que se opõem pelos


prefixos de significação contrária como progredir e
regredir.

Exemplo:

O aluno continua a progredir. / O aluno continua a regredir.

5. Nas respostas acima apresentadas, podem-se encontrar os


exemplos requeridos no número 5.

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. Em que consiste a hiperonímia?


2. Defina o conceito de hiponímia?
3. Em que consiste a homonímia?
4. Quando acontece o fenómeno da homonímia?
5. Defina a paronímia.

Respostas:

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1. A hiperonímia é a relação de inclusão na unidade mais geral do


significado veiculado por outra unidade – hipónimo. É o caso
da palavra rosa em relação a flor (hiperónimo).

2. A hiponímia é a relação de sentidas não simétricas existentes


duas palavras e estabelecida segundo critérios de inclusão. É
assim que rosa, túlipa, cravo, lírio, etc., estão incluídos em flor.

3. A homonímia é a relação entre unidades lexicais que têm as


mesmas formas gráficas e fonéticas, mas significados
diferentes, como acontece com passo e paço, a homografia (a
mesma forma gráfica, mas com formas fonéticas e gráficas
diferentes, como acontece com segredo (nome) e segredo
(forma verbal) ou as duas.

4. O fenómeno da homonímia, acontece quando duas palavras


têm uma origem etimológica diferente como saia (nome) e saia
(forma verbal) ou quando a origem etimológica comum não
permite compreender o laço semântico entre duas famílias. É o
caso de colégio (estabelecimento escolar) e colégio (corpo de
pessoas).

5. As paronímias são muito parecidas, prestando-se a confusão,


como nos exemplos: Perfeito (bem feito) e prefeito (vigilante
do colégio).

1. A relação de sentido entre duas ou mais unidades lexicais cujo


significado é idêntico, ou que podem ser utilizadas individualmente
num mesmo contexto sem que com isso se verifique uma alteração do
significado do enunciado, chama-se...

a. Antonímia
b. Paronímia
c. Sinonímia
d. Hiponímia

2. A relação de sentido contrário existente entre unidades lexicais que


têm significados opostos e que por essa razão, se excluem
reciprocamente, chama-se...

a. Antonímia

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III

b. Paronímia
c. Sinonímia
d. Hiponímia

3. As palavras muito parecidas, prestando-se a confusão, são


classificadas de...

a. Antonímia
b. Sinónimas
c. Parónimas
d. Hiponímias

Perguntas de Verdadeiro / Falso

4.A antonímia é a relação do sentido contrário existente entre


unidades lexicais que tem significados opostos e que por essa razão, se
excluem reciprocamente

5.A sinonímia a relação de sentido entre duas ou mais unidades


lexicais cujo significado é idêntico, ou que podem ser utilizadas
individualmente num mesmo contexto sem que com isso se verifique
uma alteração no significado do enunciado.

6. A homonímia é a relação entre unidades lexicais que têm as


mesmas formas gráficas e fonéticas, mas significados diferentes.

7. A meronímia é a relação de sentido entre duas ou mais


unidades lexicais cujo significado é idêntico, ou que podem ser
utilizadas individualmente num mesmo contexto sem que com isso se
verifique uma alteração no significado do enunciado.

8. A relação de sentido contrário existente entre unidades lexicais que


têm significados opostos e que por essa razão, se excluem
reciprocamente, chama-se hiponímia.

9. O fenómeno da homonímia, acontece quando duas palavras têm


uma origem etimológica diferente como saia (nome) e saia (forma
verbal) ou quando a origem etimológica comum não permite
compreender o laço semântico entre duas famílias.

10. As paronímias são muito parecidas, prestando-se a confusão, como


nos exemplos: Perfeito (bem feito) e prefeito (vigilante do colégio).

102
UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

Respostas

1. C
2. A
3. C
4. Verdade
5. Verdade
6. Verdade
7. Falso
8. Falso
9. Verdade
10. Verdade

TEMA XIII: PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

UNIDADE Temática 13.1 Processos de Formação de Palavras

13.2 Introdução

Ao completar esta unidade o estudante deverá ser capaz de:

▪ Identificar os processos de formação de palavras da língua


portuguesa;
Objectivos
▪ Produzir palavras em processos de formação de palavras da
língua portuguesa.

A língua portuguesa apresenta dois processos de formação de

103
UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

palavras: a composição e a derivação.

13.3 Processo de Formação de Palavra por Composição

Antes de mais vamos definir o vocábulo composição dentro do


processo de formação de palavras, a composição consiste na
constituição de uma nova palavra por meio de elementos aptos a
serem utilizados de forma livre.

Distingue-se couve-flor, palavra cujos elementos couve e flor


podem existir autonomamente num enunciado, de amanhecer,
palavra derivada, cujos afixos –a- e – ecer- não tem autonomia
fora da formação derivada.

Quanto à forma, os elementos de uma palavra composta podem


estar:

✓ Justapostos: conservando cada um a sua autonomia.


Exemplo

Beija-mão; Bem – me- quer.

✓ Aglutinados: com perda da sua integridade silábica e


com um só acento tónico.

Exemplo

Aguardente (água +ardente).

Embora (em +boa+ hora).

Nota:

Os compostos eruditos

A nível científico e técnico é frequente a formação de


palavras a partir de radicais de origem latina e grega, os
quais em muitos casos, são intercalados pelos falantes como
simples prefixos ou sufixos.

Passamos a apresentar na tabela abaixo os radicais mais

104
UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

frequentes na língua portuguesa:

Radical Sentido Exemplos

Aeri-, aero Ar Aeriforme,


aeroporto

Agri-, agro Campo Agricultura, agro-


pecuária

Ambi Ambos Ambivalente

Antropo- Homem Antropologia,


antropomorfo

Arbori- Árvore Arboricultura,


arborícola

Beli- Guerra Bélico, Beligerante

Auto- Por si mesmo Automóvel,


autobiografia.

13.4 Processo de Formação de Palavras por Derivação

A derivação consiste na composição de uma palavra de que


um só dos elementos constitutivos é susceptível de figurar
de maneira autónoma num enunciado.

Exemplo

Refazer, comummente e bocarra.

Nos exemplos dados os vocábulos, fazer, comum e bocarra


estão aptos a aparecer isoladamente num enunciado. O
mesmo não acontece com re-, -mente, -arra, que se
manifestam exclusivamente nas formações derivadas. A

105
UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

estes elementos dá-se o nome de afixos.

Os afixos utilizados pela derivação e que são antepostos à


base são chamados prefixos; os que são propostos à base
são chamados sufixos.

Os prefixos raramente modificam a classe gramatical do


vocábulo a que se associam.

Exemplo

Fazer/ desfazer (verbo).

Amor/ desamor (substantivo).

Feliz/ infeliz (adjectivo).

Os sufixos tendem a modificar a classe gramatical do


elemento de base: comum (adejectivo) / comummente
(advérbio de modo).

A sufixação, além do seu papel morfológico e semântico que


partilha com a prefixação, tem um papel sintáctico, como
acontece na transformação da nominalização.

Exemplo

Os trabalhadores ocuparam a fábrica.

A ocupação da fábrica pelos trabalhadores.

A Derivação Regressiva

A derivação regressiva consiste na formação de substantivos


a partir de verbos por redução da palavra primitiva. É um
fenómeno de certo modo contrário a prefixação e a

106
UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

sufixação, pois nestas verifica-se o acréscimo de elementos.

Exemplo

Caçar- caça.

Censurar- censura.

Sustentar-sustento.

Derivação imprópria

A derivação imprópria é um processo de enriquecimento


vocabular que consiste na mudança de classes das palavras.
Se colocarmos um artigo definido ou indefinido, antes de
qualquer palavra ela torna-se substantivo.

Exemplo

Todos sabem que o estudar é bom.

Antes de aceitares o cargo de director, analisa os prós e os


contras.

O que eu temo é um não.

Estudar (verbo), pro e contra (preposição) e não (advérbio)


passaram a substantivos com a presença dos artigos.

A Derivação Parassintética

A derivação parassintética consiste na formação de


vocábulos pela junção simultânea de prefixo e sufixo a um

107
UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

radical, de tal maneira que só o conjunto dos três elementos


produzem uma palavra utilizável. São parassintéticas as
palavras:

✓ Abotoar;

✓ Amanhecer;

✓ Embainhar;

✓ Ensurdecer.

A Derivação regressiva

A derivação regressiva é a redução da palavra primitiva. Nesse


processo forma-se substantivos abstractivos por derivação
regressiva de formais verbais (ajuda / de ajudar).

A Derivação Imprópria

A derivação é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva


(“o jantar” – de verbo pra substantivo, “ é um judas”- de
substantivo próprio a comum).

Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros


processos de formação de palavras, como:

✓ Os hibridismos: são palavras compostas, ou derivadas


constituídas por elementos originários de línguas
diferentes (automóvel e monóculo, grego e
latim/sociologia e bígamo, biscicleta, latim e
grego/alcaloide, alcoómetro, árabe e grego / caiporismo:
tupí e grego / bananal – africano e latino / sambódromo –
africano e grego / burocracia – francês e grego);

✓ A onomatopeia é a reprodução imitativa de sons (pingue-


pingue, zunzum, miau).

✓ A abreviação vocabular consiste na redução da palavra até


ao limite da sua compreensão (metró, moto, pneu, extra,

108
UnISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Português; 20 Ano Disciplina/Módulo: Língua Portuguesa
III

dr., obs.).

✓ A sigla é uma forma de abreviatura a partir de letras


iniciais de uma sequência de palavras (Academia brasileira
de letras-ABL). A partir de siglas, formam-se outras
palavras também.

✓ O neologismo é o nome dado ao processo de criação de


novas palavras, ou para palavras que adquirem um novo
significado.

13.5 Sumário

Os processos de formação de palavras: composição e derivação,


relacionam-se com a constituição de novas palavras, gerando novas
classes gramaticais. É de realçar que a derivação é o processo que
permite formar novas palavras a partir de uma palavra já existente na
língua, mediante crescimento de um afixo ao radical da palavra
primitiva, enquanto a composição consiste na constituição de uma
nova palavra por meio de elementos aptos a serem utilizados de
forma livre. A composição engloba os compostos eruditos. A derivação
comporta a regressiva, a imprópria e a parassintética.

13.6 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Defina a composição.

2. Quanto à forma, como são apresentados os elementos de uma


palavra justa posta?

3. Diga em que consiste a justaposição?

4. Defina a aglutinação.

5. Apresente de duas palavras (uma aglutinada e outra


justaposta).
Respostas:

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III

1. A composição consiste na constituição de uma nova palavra por


meio de elementos aptos a serem utilizados de forma livre.

2. Quanto à forma, os elementos de uma palavra composta podem


estar: aglutinados ou justapostos.

3. As palavras Justapostas conservam sempre a sua autonomia.

4. As palavras aglutinadas perdem a sua integridade silábica e com


um só acento tónico.
5. Bem – me- quer (justaposição) e Aguardente (aglutinação).

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. Em que consiste a derivação?

2. Fale sobre o processo da derivação regressiva.

3. Explique o processo da derivação imprópria.

4. Defina a onomatopeia.

5. O que é o neologismo?

Respostas:

1. A derivação consiste na composição de uma palavra de que um


só dos elementos constitutivos é susceptível de figurar de
maneira autónoma num enunciado.

2. A derivação regressiva consiste na formação de substantivos a


partir de verbos por redução da palavra primitiva. É um
fenómeno de certo modo contrário a prefixação e a sufixação,
pois nestas verifica-se o acréscimo de elementos.

3. A derivação imprópria é um processo de enriquecimento


vocabular que consiste na mudança de classes das palavras. Se
colocarmos um artigo definido ou indefinido, antes de
qualquer palavra ela torna-se substantivo.
4. A onomatopeia é a reprodução imitativa de sons (pingue-
pingue, zunzum, miau).

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III

5. O neologismo é o nome dado ao processo de criação de novas


palavras, ou para palavras que adquirem um novo significado.

Perguntas de múltipla escolha

1.Aponte a alternativa cujas palavras são respectivamente formadas


por justaposição, aglutinação e parassíntese:

a. Varapau - girassol - enfaixar


b. Pontapé - anoitecer - ajoelhar
c. Maldizer - petróleo - embora
d. Vaivém - pontiagudo – enfurece

2.Marque a alternativa cujas palavras são compostas por justaposição


e por aglutinação, respectivamente:

a. Pé de moleque e pontapé
b. Bem-me-quer e beija-flor
c. Couve-flor e planalto
d. Outrora e couve-flor

3.Marque a alternativa cujas palavras não são formadas por derivação


sufixal:

a. Espaçoso, carinhoso
b. Praticamente, americano
c. Frangueiro, nivelamento
d. Desleal, desnível

4. As palavras couve-flor, planalto e aguardente são formadas


por:

a. Derivação
b. Onomatopeia
c. Hibridismo
d. Composição

5. Assinale a alternativa em que todas as palavras são formadas


pelo mesmo processo de formação de palavras.

a. Espairecer, esquentar, aborrecente;

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III
b. Ciumento, namorico, amarelado;
c. Couve-flor, guarda-chuva, pingue-pongue;
d. desnecessário, contramão, sociologia.

Perguntas de Verdadeiro/Falso

6. No par de palavras “perfeito / prefeito”, estabelece-se uma


relação de paronímia.
7. A derivação consiste na composição de uma palavra de que um
só dos elementos constitutivos é susceptível de figurar de
maneira autónoma num enunciado.
8. A derivação regressiva é um processo de enriquecimento
vocabular que consiste na mudança de classes das palavras. Se
colocarmos um artigo definido ou indefinido, antes de
qualquer palavra ela torna-se substantivo.
9. A derivação impropria consiste na formação de substantivos a
partir de verbos por redução da palavra primitiva. É um
fenómeno de certo modo contrário a prefixação e a sufixação,
pois nestas verifica-se o acréscimo de elementos.
10. A onomatopeia é a reprodução imitativa de sons
(pingue-pingue, zunzum, miau)

Respostas:

1 D

2 C

3 D

4 D

5 B

6 Verdade

7 Verdade

8 Falso

9 Falso

10 Verdade

TEMA XIV: RECURSOS ESTILÍSTICOS

UNIDADE Temática 14.1 Recursos Estilísticos

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III

14.1 Introdução

Ao completar esta unidade o estudante deverá ser capaz de:

▪ Conhecer os diferentes recursos estilísticos;

Objectivos ▪ Identificar os diferentes recursos estilísticos;

▪ Utilizar no discurso oral bem como escrito os recursos


estilísticos.

14.2 RECURSOS ESTILÍSTICOS

O uso ou conhecimento dos recursos estilísticos é essencial para a


interpretação de enunciados literários em diferentes aulas de
ensino de língua portuguesa.

Análises estilísticas de um texto

Análise estilística de um texto é um percurso de levantamento dos


elementos estruturantes e constitutivos de um dado texto ou
intervenção linguística.

Enquanto análise, pressupõe um movimento mental regressivo,


pois parte-se de um todo, supostamente harmónico, para o
conhecimento das partes que o integram. O objecto da análise
estilística é o estudo do modo pelo qual um falante acrescenta
uma intenção, um desejo de impressionar o destinatário,
explorando o matiz qualitativo, associado a dado vocabulário,
determinada construção frásica, certo enunciado e uma
articulação ou entoação que procuram proporcionar essa adesão.

O sentido figurado põe em jogo relações semânticas e lexicais. As


palavras ou frases são susceptíveis de duas espécies de sentido:

i. Sentido próprio;
ii. Sentido figurado.

A passagem do sentido figurado obtém-se a partir de certos


mecanismos que dão lugar a diferentes tipos de figuras de estilo.

A figura de estilo consiste em manifestar um significado como


originário. A noção de figura supõe um desvio do uso normal

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explicando numerosas mudanças de sentido. Exemplo de alguns


recursos de valorização estilística mais comuns:

Metonímia

Mantém uma relação de contiguidade entre os objectos,


indivíduos ou orações, próximos no espaço e tempo. Ex: “Eles
beberam um bom porto”. O termo porto estabelece relação
espacial entre cidade do porto e o nome dado ao vinho.

Metáfora

Funda-se numa relação de equivalência ou analogia entre dois


termos de que um é internacionalmente ou escolhido para figurar
no lugar do outro. Entende-se como comparação abreviada sem
uso das partículas comparativas. Ex: “Ele tem um coração de
pedra”. “Amor é fogo que arde sem se ver”.

Hipérbole

Consiste em apresentar uma situação, uma pessoa, uma


personagem em proporções exageradas. Ex: “Eles gastaram
montes de dinheiro na festa do natal”.

Personificação

Consiste em atribuir propriedades humanas a um ser que não é.


Ex: Os ventos respiravam brandamente.

Pleonasmo

As manifestações de redundância quando tomam a forma, ao nível


semântico. Ex: “Descer para baixo”.

Ironia

Define-se pela associação de um fenómeno retórico. Diz-se o


contrário que a realidade dita. Ex: “És um homem lindo”. (Quando
de facto é feio).

Eufemismo/Disfemismo

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III

Abranda a linguagem para suavizar a mensagem – evita provocar


delitos. Ao passo que o disfemismo apresenta expressões que
reforçam a dureza da mensagem. Ex: “Partiu para junto de Deus”.
(ele morreu); “Ele esticou o pernil às cinco da manhã”. (morreu as
5.h).

Antítese

É a oposição e o contraste entre expressões contíguas. (cf.


Estrofe).

Amor é fogo que arde sem se ver

É ferida que dói e não se sente

É um contentamento descontente

É dor que desatina sem doer

14.4 Sumário

Os recursos estilísticos ou figuras de estilo, são diferentes formas de


utilizar as palavras no sentido conotativo com o objectivo de ser mais
expressivo. As diferentes intenções do das diferentes formas de uso
das palavras acabam por criar designações diferentes para os recursos
estilísticos dependendo do fim.

14.5 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Para que finalidade se utilizam recursos estilísticos?

2. Mencione no mínimo três figuras de estilo que conhece.

3. Define a ironia.

4. Em que consiste a hipérbole?

5. O poema “Amor é fogo que arde sem se ver” é de autoria de…


A. Luís Vaz de Camões C. Mia Couto
B. Paulina Chiziane D. Adelino Timóteo

Respostas:

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1. Os recursos estilísticos são usados para a interpretação de


enunciados literários em diferentes aulas de ensino de língua
portuguesa.

2. Metonímia, Metáfora e Hipérbole.

3. Ironia: define-se pela associação de um fenómeno retórico. Diz-se


o contrário que a realidade dita.

4. A hipérbole consiste em apresentar uma situação, uma pessoa,


uma personagem em proporções exageradas.

5. A. Luís Vaz de Camões.

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. Em que consiste a hipérbole?

2. Defina a personificação?

3. Dê exemplo duma frase que apresenta hipérbole como recurso


estilístico.

4. Elabore uma frase que apresente a personificação como


recurso estilístico.

5. Que recurso estilístico está patente na frase “O António desceu


para baixo”?

Pergunta de Verdadeiro/Falso

1. Na frase “Fazia um sol de assar passarinhos”, o recurso estilístico


nela patente antítese.

2. Os recursos estilísticos são utilizados para a interpretação de


enunciados literários em diferentes aulas de ensino de língua
portuguesa.

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III

3. A personificação consiste na atribuição de qualidades humanas a


um ser que não é.

4. A metonímia Funda-se numa relação de equivalência ou analogia


entre dois termos de que um é internacionalmente ou escolhido para
figurar no lugar do outro. Entende-se como comparação abreviada
sem uso das partículas comparativas. Ex: “Ele tem um coração de
pedra”. “Amor é fogo que arde sem se ver”.

5. O presente exemplo espelha a hiponímia: Ex: “Ele tem um coração


de pedra”. “Amor é fogo que arde sem se ver”.

6. Espelha a hipérbole Ex: “Eles gastaram montes de dinheiro na festa


do natal”.

7. O poema “Amor é fogo que arde sem se ver” é de autoria de


Adelino Timóteo.

8. Os recursos estilísticos são usados para a interpretação de


enunciados literários em diferentes aulas de ensino de língua
portuguesa.

9. A personificação consiste em apresentar uma situação, uma pessoa,


uma personagem em proporções exageradas.

10. Os recursos estilísticos ou figuras de estilo, são diferentes formas


de utilizar as palavras no sentido conotativo com o objectivo de ser
mais expressivo.

Respostas

1 Falso

2 Verdade

3 Verdade

4 Falso

5 Falso

6 Verdade

7 Falso

8 Verdade

9 Falso

10 Verdade

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III

Referências bibliográficas

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