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UNITPAC - CENTRO UNIVERSITÁRIO

TOCANTINENSE PRESIDENTE ANTÔNIO


CARLOS

Rhafael Kurotsuchi Marques

DIFERENÇAS ENTRE AS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS


INTESTINAIS

Araguaína/TO 2024
Rhafael Kurotsuchi Marques

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s)

Trabalho apresentado como requisito parcial


para obtenção de nota na disciplina de TIC’s do
curso de Medicina da UNITPAC.

Araguaína/TO 2024
Diferenças entre a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa

A doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa são doenças crônicas de etiologia


desconhecida que compartilham muitas características epidemiológicas, clínicas e
terapêuticas, mas que também possuem importantes diferenças.
O principal fator de risco de doenças inflamatórias intestinais é o histórico familiar
positivo, tendo a mesma prevalência em relação aos sexos e picos de incidência entre a
segunda e terceira década de vida para Doença de Crohn (DC) enquanto na Retocolite
Ulcerativa (RCU) o pico de incidência pode ocorrer dos 20 aos 40 anos e muitos estudos
mostram um segundo pico entre os idosos, mas ambas as doenças podem afetar qualquer
faixa etária.
Os fumantes possuem maior probabilidade de serem portadores da Doença de Crohn.
Ao longo dos anos, tem-se observado que o ato de fumar piora a doença, enquanto a cessação
do fumo pode impedir novas crises. Ao mesmo tempo, na Retocolite Ulcerativa a maioria dos
portadores não são fumantes e descobriu-se que algumas pessoas desenvolveram a doença
quando pararam de fumar, isto sugere que o fumo pode atrasar ou impedir a doença, bem
como reduzir sua gravidade. No entanto, os riscos de se fumar muito superam quaisquer
benefícios presenciados, o que é desaconselhável que qualquer pessoa fume, seja portadora
de Doenças Inflamatórias Intestinais ou não.
Ademais, há várias explicações possíveis para este efeito aparentemente “protetor” do
fumo na RCU. Os portadores de Retocolite Ulcerativa têm uma camada mucosa mais fina no
cólon esquerdo e reto em comparação com pessoas saudáveis. Sabemos que entre muitas
substâncias químicas contidas no tabaco, a nicotina é a que tem maior probabilidade de
causar impacto. Logo, é possível que a nicotina possa aumentar esta camada mucosa, além de
suprimir o sistema imunológico impedindo a inflamação do cólon.
A Doença de Crohn pode acometer qualquer parte do tubo digestivo, desde a boca até
o ânus. Não acomete o trato intestinal de forma homogênea e contínua, apresentando “lesões
em saltos” (separados por trechos de mucosa normal), as alterações patológicas inflamatórias
são tipicamente transmurais. Pode ocorrer estenose por espessamento da parede, formação de
fístulas e úlceras que se iniciam com úlceras aftoides, tais úlceras e lesões são conhecidas
como “pedra de calçamento”. Outro achado característico é a presença de granulomas não
caseosos.
Diferentemente da DC a Retocolite Ulcerativa é exclusiva do cólon e da camada
mucosa, apresentando lesões tipicamente “ascendente” e uniforme, afetando em média 50%
dos pacientes na região do reto e cólon sigmoide. Desaparecimento do padrão típico do cólon,
hiperemia, edema, mucosa friável, erosões, úlceras e exsudação de muco, pus ou sangue são
comuns. Algumas formações de pseudopólipos ocorrem de 10% a 30% dos casos e na RCU
de longa duração pode ocorrer displasia epitelial, que tem forte associação com o
desenvolvimento de neoplasia maligna do cólon.

REFERÊNCIAS

BERNARDI, Maria Amália. O Fumo/Nicotina e a Doença Inflamatória Intestinal (DII):


Como fumar pode afetar a DII. Revista da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e
Doença de Crohn, v. 14, nº 57, p. 11-14, 2014.

Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Doençade Crohn.


Disponível
em:<chrome extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.gov.br/conitec
/pt- br/midias/protocolos/doencacrohn.pdf>. Acesso em: 24 Fev. 2024.

Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas

RetocoliteUlcerativa.Disponívelem:
<chromeextension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://bvsms.saude.gov.br/bvs/p
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acoes/protocolo_clinico_diretrizes_terapeuticas_retocolite_ulcerativa.pdf>. Acesso em:


24 de Fev. 2024.

CAMBUI, Yan Robert Santos; NATALI, Maria Raquel Marçal. Doenças

inflamatórias intestinais: revisão narrativa da literatura. Revista da Faculdade

de

Ciências Médicas de Sorocaba, v. 17, n. 3, p. 116-119, 2015.


MARQUES, Mara Larissa Alves; PATRÍCIO, Marcos Paulo Fernandes.

Manifestações extra intestinais de espectros da doença inflamatória intestinal

em crianças e adolescentes: artigo de revisão. 2019.

ROBBINS, Stanley L.; COTRAN, Ramzi S. Bases Patológicas das Doenças. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2005

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