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Posições Mandibulares Estáticas

Relação Cêntrica (RC)


“É uma posição da mandíbula com a maxila (maxilomandibular), quando o conjunto
côndilo-disco está em uma posição mais anterior e superior, não forçada, em relação à
parede posterior da eminência radicular.“
“É a posição fisiológica do côndilo, na qual ele se encontra centrado na fossa, em seu
posicionamento mais superior e corretamente relacionado com o menisco contra a
vertente posterior da eminência radicular.”
“.. essas definições em nada têm contribuído para aqueles que fazem clínica
diariamente. Não existe nenhum método que possa confirmar essa posição.”
⋅ Existem vários conceitos a respeito da Relação Cêntrica, mas ainda existe muita
controvérsia.
⋅ Podemos dizer que ela se constitui como uma posição crânio-mandibular, entre a
cavidade glenóide (fossa
mandibular) e o côndilo da mandíbula.
⋅ A relação cêntrica é uma posição fisiológica, é reproduzível, praticamente imutável
e não depende de contatos
dentários.
⋅ É uma posição de extrema importância para a avaliação de diagnóstico e tratamento
de problemas oclusais.

Máxima Intercuspidação Habitual (MIH)


“É a posição intermaxilar onde ocorre o maior número de contatos entre os dentes
superiores e inferiores,
independentemente da posição condilar.“
⋅ É a posição onde começa e termina o mecanismo da mastigação.
⋅ Ao contrário da Relação Cêntrica, esta é uma posição variável podendo sofrer
modificações por meio da
incorporação de uma simples restauração.
⋅ É a posição onde os dentes permanecem por maior tempo durante a deglutição.
⋅ É a posição normalmente encontrada na maior parte da população, na maioria dos
casos não coincidindo com a posição condilar de RC.
⋅ A MIH não é considerada uma posição patológica, a maioria dos pacientes e da
população possuem contatos prematuros e algum nível de discrepância, mas só é
considerado patológico se houver algum sinal ou sintoma.

Relação de Oclusão Cêntrica (ROC)


É a posição intermaxilar onde ocorre o maior número de contatos dentários com os
côndilos posicionados em Relação Cêntrica, ou seja, existe uma coincidência entre a
Máxima Intercuspidação Habitual e a Relação Cêntrica.
⋅ Não há consenso entre todos os autores, mas acredita-se que a ROC apresente
variação de apenas 2 a 10% na população, não é algo comum na clínica.

Técnicas de Manipulação para Determinação da RC


Existem basicamente duas técnicas: técnica frontal e técnica bilateral.

Técnica frontal
É menos utilizada, pois demanda de mais destreza e prática do manipulador. Nessa
técnica ocorre a manipulação do mento com uma mão só para poder realizar o
movimento mandibular em sentido posterior e ascendente para chegar na relação
cêntrica.

Técnica bilateral
É a mais recomendada na disciplina. Consiste em posicionar os dois dedos polegares
no mento do paciente, segurar/apoiar os outros quatro dedos no ramo mandibular e
realizar um movimento posterior ascendente leve para chegar na relação cêntrica.
Lembrando que para chegar na relação cêntrica não precisa ocorrer o contato dentário.
Identifica-se então o contato dentário prematuro justamente para manipular antes de
ocorrer e registrar na posição correta.

Desprogramadores Oclusais
Inicialmente, são colocados no paciente alguns dispositivos chamados
“desprogramadores oclusais”, que podem ser jig de lúcia, tiras de long, placa de
proteção anterior ou roletes de algodão, ou seja, qualquer dispositivo que evite o
toque dos dentes.
O objetivo primário desses desprogramadores, então, é que não haja toque dentário.
Quanto mais delgado (fino) for esse desprogramador, melhor, pois o côndilo do
paciente estará em rotação. O objetivo é que não ocorra indução para que o côndilo vá
para a mesma posição mandibular, acabamos tendo uma facilidade maior de
manipular o côndilo visualizar onde é o contato prematuro dos dentes. Após a
manipulação, o paciente irá relatar se os dentes se tocaram em algum dos lados e,
mediante ao relato do paciente, colocaremos a pinça muller com o carbono
posicionada para localizarmos onde ocorreu o primeiro toque.
Para o jig, manipula-se uma resina acrílica de precisão, protege-se os dentes
superiores e lábios com vaselina ou folha/laminado, para não aquecer já que o
material gera calor. A resina deve ter um tamanho razoável para não cair.
Coloca-se o jig e certifica-se de que não há toque entre dentes. Os dentes inferiores
devem ficar marcados no jig.
Quando a resina acrílica do jig já tiver rígida/polimerizada, devemos pegar uma folha
de carbono e realizar uma
marcação onde ocorre o toque entre os dentes. Podemos remover grande parte do jig
com a broca, deixando apenas a área onde a incisal dos dentes se tocam. Essa região
que deixamos no jig é a região onde, sem o toque dentário, encontramos a relação
cêntrica do paciente. Como há a reprodutibilidade dessa relação, toda vez que
manipularmos o paciente utilizando esse jig, encontraremos a relação cêntrica desse
paciente. Podemos, então, fazer o registro da relação cêntrica do paciente.

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