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FIL1815 (ESTÉTICA 1) Turma 18B - Aluna: Rafaella Scapin

Professor: Rafael Zacca


Tarefa 1: Texto sobre as aulas 3 e 4

O conceito de Mimesis e seus problemas na concepção de Platão

Ao assistir as aulas 3 e 4, pude compreender melhor o significado de Mimesis e seus


problemas na concepção de Platão, porém, antes de entrar em Platão, gostaria de falar
um pouco sobre o que entendi a respeito do paradigma mimético.
Mimesis é uma palavra que apresenta uma enorme amplitude, porém, sua tradução
mais comum é a ideia de imitação. Por exemplo, quando falamos de Paradigma
Mimético nas artes, geralmente estamos falando de uma concepção de arte em que
ela é uma imitação/cópia da realidade.
Porém, apesar dessa ser sua tradução mais comum, a Mimesis não pode ser decifrada
somente como uma imitação ou cópia, ela também pode significar representação.
Apesar de existirem diferentes formas de imitar e copiar a realidade, também existem
diferentes formas de representá-la. Por esse motivo, alguns autores conservam a
palavra mimesis como se fosse um conceito a parte que pode ser traduzido como
ideias de imitação, representação, cópia, tudo meio misturado.
Platão não se refere a Mimesis somente a um problema artístico, ele a relaciona a
outras questões que não são apenas estéticas, e sim a questões da área do saber. Por
exemplo, em um de seus livros, podem ser discutidas questões amorosas, estéticas e
políticas, tudo de forma misturada.
Podemos observar um grande exemplo disso em seu livro A República, que é um
grande diálogo sobre justiça e política, que também apresenta questões morais, éticas
e acarreta outras discussões, como por exemplo a estética, porque vai evocar uma
discussão sobre a aparência e essência.
Em Platão, a palavra Mimeses representa um tipo de técnica. Para entender essa
questão, foi necessário compreender o conceito de téchne, que para Platão se refere a
capacidade de fazer vir a ser, ou seja, como uma coisa é criada. Para ele, uma das
formas de criar uma coisa é imitando. Ou seja, na filosofia Platônica, Mimeses é copiar
uma coisa de uma tal maneira que se de origem a outra.
Diante disso, Platão faz uma divisão da Mimesis em dois tipos: a mimesis “boa” e a
“má”, na qual a boa se dirige ao mundo inteligível, verdadeiro, dos conceitos, das
ideias, onde os conceitos vivem na sua forma eterna e imutável, e a mimesis má se
dirige ao mundo sensível, que é um mundo mais impreciso/falso, uma mera
representação do que são os conceitos, uma limitação do que é o mundo inteligível, ou
seja, ele é uma mimesis. Para Platão, a criação do mundo é fruto de uma mimesis.
A partir disso, a arte faz uma cópia da aparência, ela pega essas imitações, que já são
mimesis, do mundo sensível, e as copia de novo, gerando um problema: a mentira.
Podemos perceber que a mimesis é a produção de uma aparência, de uma
sensibilidade, é algo que se comunica com a nossa percepção e não com a nossa
inteligência, ou seja, não devemos acreditar nas imagens sobre a arte e sim
compreende-las como ficção, pois a arte na pintura/poesia está afastada da verdade.
Para Platão isso significa que os artistas e poetas não devem ser nossos educadores,
que era o que acontecia na Grécia antiga. Nessa época, a poesia apresentava uma
função estética e pedagógica. Na filosofia Platônica, os educadores deveriam ser os
filósofos, que poderiam contemplar um mundo inteligível, configurando dentro da
história da arte um movimento chamado de descredenciamento filosófico, que marca
essa fase de desacreditar nas obras de arte como conteúdos da verdade.

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