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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

DISCIPLINA: TEORIA E METODOLOGIA DO ENSINO EM HISTÓRIA

CURSO: HISTÓRIA LICENCIATURA

ALUNO: SHAMYRA MAYARA DA SILVA PEQUENO

IMAGINÁRIOS E ESTEREÓTIPOS: UM ESTUDO SOBRE A EXCLUSÃO DOS

AIMORÉS NAS POLÍTICAS COLONIAIS PORTUGUESAS

CAXIAS-MA
2023

Problema:
A presente pesquisa tem por objetivo responder a seguinte questão problema:

“Quais foram os principais impactos negativos causados pelas políticas coloniais de

depreciação aos Aimorés? ”

Segundo Boris Fausto (2021) os Aimorés foram a etnia que mostrou resistência

e não se submeteu às vontades da coroa, por isso, sofreu várias consequências. E

os impactos dessas consequências perpetuam até os dias de hoje.

A coroa portuguesa produziu um imaginário popular de que os Botocudos eram

os piores selvagens e que comiam humanos, sem dó e piedade. Por isso, há tantos

impactos negativos.

Hipóteses:
Acredita-se que a identidade indígena dos Aimorés foi afetada negativamente
por uma produção colonial que ditava o que seria ser civilizado, e para os europeus,
os aimorés não estavam no padrão ideal.
Muito por conta de suas características e cultura, os Botocudos foram expulsos
do convívio social. Segundo o príncipe, Wied-Neuwied (1989, p.284), a crença de
que eles eram antropófagos foi o que de fato legitimou o menosprezo e ódio.

Justificativa

Considera-se que o presente projeto tem suma importância na colaboração

para o saber popular sobre os povos originários com foco nos Aimorés, trazendo

desmistificações e produzindo uma historiografia livre da opressão dos

colonizadores.

O estudo viabiliza um conhecimento que outrora abafado gerou contradições,

mas que colocado na mesa se torna um efetivador da realidade histórica do Brasil e

abre caminhos para que haja uma maior compreensão de diferentes culturas e uma

maior inclusão para aqueles que tiveram seus costumes suprimidos pelo

preconceito e marginalizados pelo seu modo de viver.

As falácias da coroa portuguesa com o objetivo único de menosprezar os

Aimorés foram extremamente prejudiciais, por isso esse estudo descontrói


ideiasatrasados, como pode-se ver a seguir: “(...)as adjetivações negativas e a

classificação dos Botocudos como “inimigos da colonização” serviram para justificar

as investidas ofensivas e exterminadoras” (MARINATO, 2007, p.32)

Objetivos

Objetivo Geral:
Analisar os efeitos das políticas coloniais de exclusão e marginalização na
identidade indígena dos Aimorés.

Objetivos específicos:
1. Analisar o impacto das crenças populares disseminadas pelos portugueses e
impostas aos Aimorés.
2. Investigar as consequências culturais e sociais da imposição cultural dos
colonizadores.
3. Analisar a resistência exercida por essa comunidade contra às ordens da coroa
portuguesa.
Fundamentação teórica

Percebe-se que há uma grande discriminação para com os Aimorés na historiografia


mundial produzida pelos colonos, resultado de grandes conflitos no qual a Etnia
mostrou resistência e não submissão imediata. Pela oposição à coroa portuguesa
foram marginalizados, e nota-se quando
“Segundo as descrições, os índios viviam em geral em casas, como homens; os
aimorés, como animais na floresta. Os tupinambás comiam os inimigos por
vingança; os aimorés, porque apreciavam a carne humana”.(FAUSTO, 2021,
p.15.)
Assim, entende-se que a disseminação popular acerca de quem era os
Botocudos foi altamente corrosiva e contribuiu para uma imaginação distorcida,
passaram a serem vistos com um viés português de ódio e
menosprezo. “Caracterizar os Botocudos como antropofágicos os torna ainda mais
temerários” (COSTA, 2008, p.22) Observa-se que existiu uma constante na
propagação de uma ideia sobre os Aimorés com proposito de demonizar sua
identidade diante da sociedade da época, introduzindo-os à um afastamento social e
forçando-os a se limitarem nas florestas.
Bem como pontuou o príncipe Maximiliano “Apesar de terem sido expulsos do
litoral marítimo, ficou-lhe ainda, como abrigo seguro e tranquilo,
uma enorme extensão de florestas impenetráveis”. (WIED-NEUWIED, 1989,
p.284) Assim, compreende-se a necessidade de estabelecer estudos acerca dessa
etnia contrapondo a exclusão, pois, desse modo, entende-se que:
“A inclusão dos indígenas em nossa historiografia na categoria de sujeitos tem
trazido novas interpretações sobre esse assunto. Essa pesquisa abordará alguns
deles. Desde ponto de vista social e político, os novos esclarecimentos históricos
sobre os índios competem um papel ativo de desconstruir ideias de cunho
preconceituoso e discriminatórias”(CORREIA, 2019, p.13)
A construção desse imaginário que demoniza etnias, vem desde o período
colonial. Para estabelecer uma historiografia justa e inclusiva é necessário
desmistificar muitas propagações feitas pela própria coroa portuguesa, que foram
usadas de instrumento para a exclusão dos Aimorés.
Como exemplo temos a crença popular de que eram antropófagos, o que não
necessariamente seria a questão, pois, o ponto principal era demonizá-los para que
não fossem mais uma ameaça e uma resistência às ordens da coroa portuguesa.
Pois não se deveria criar uma identidade de quem eram esses povos, sem ao
menos consultá-los. Foi o que gerou grandes conflitos e ideias depravadas e
preconceituosas acerca dos Indígenas Aimorés.
Metodologia

Este estudo apresenta como base teórica e metodológica uma pesquisa


bibliográfica, que consistirá em um aprofundamento teórico sobre o tema
central para que seja viabilizado um caminho de reconstrução para as comunidades
indígenas.
Por pesquisa bibliográfica entende-se, como define Prodanov (2013, p.54) é
uma pesquisa baseada em material que já foi publicado, e, portanto, demanda de
leitura profunda e um contato crítico do pesquisador com esses materiais.
Na revisão bibliográfica para construção de argumentos, foi necessário analisar
as compreensões dos livros viagem ao brasil, do príncipe wied-neuwied; História
concisa do Brasil de Boris Fausto.
Bem como, aprofundamento em artigos científicos, como: O desgaste de uma
cultura indígena e o seu esquecimento histórico: a historiografia sobre os indígenas
1970-2010., Rafael Garcia; e também: Índios imperiais: os Botocudos, os militares e
a colonização do Rio Doce, Marinato.
Referências:

FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil / Boris Fausto: colaboração de Sérgio


Fausto – 3 ed. atual e ampl., 2. reimpr. - São Paulo: Edusp, 2021.
COSTA, Christina Rostworowski da. O príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied e
sua viagem ao Brasil (1815-1817). 2008. Tese de Doutorado. Universidade de São
Paulo.
CORREIA, Rafael Garcia. O desgaste de uma cultura indígena e o seu
esquecimento histórico: a historiografia sobre os indígenas 1970-2010. / Rafael
Garcia Correia. - 2019. 49 p.
MARINATO, Francieli Aparecida, 1982- Índios imperiais : os Botocudos, os
militares e a colonização do Rio Doce (Espírito Santo, 1824-1845) / Francieli
Aparecida Marinato. – 2007. 251 p.

PRODANOV, Cleber Cristiano. Metodologia do trabalho científico: métodos e


técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico / Cleber Cristiano Prodanov,
Ernani Cesar de Freitas. – 2. ed. – Novo Hamburgo: Feevale, 2013.

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